quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Região Serrana de Santa Catarina ganha destaque na produção de vinho

Começou a colheita da uva da variedade goethe, na Região Serrana de Santa Catarina. A safra será menor por causa da influência do clima, mas os produtores garantem: a produção de vinho não vai ser afetada.
 
Urussanga tem a maior produção de uva goethe do Brasil. A região atrai milhares de turistas interessados pelo vinho. Na propriedade de Arnaldo Mariere chegam a ser colhidas, por dia, mais de 600 caixas de seis quilos. Em meio aos parreirais, mãos e tesouras são treinadas para cortar os cachos, mas apesar da agilidade, o trabalho é feito com muito cuidado porque a uva se parte facilmente. Por causa da delicadeza da fruta, a variedade não é vendida in natura e tem como destino apenas a produção de vinhos.
 
Neste ano, os parreirais foram prejudicados pelo excesso de chuvas justamente na época de amadurecimento dos frutos. Na propriedade de Arnaldo, por exemplo, pelo menos 20% da toda a safra ficou no chão, mas a perda, felizmente não vai comprometer a safra de vinhos, nem cancelar a chamada vindima, a festa dos produtores no período de colheita, afinal, motivos para comemorar não faltam.
 
Os vinhos dos vales da uva goethe são reconhecidos por um selo, que atesta a indicação geográfica. A qualidade é garantida pelos cerca de 300 produtores da região, a maioria descendente de imigrantes italianos, que no século 19 trouxeram as primeiras uvas para Santa Catarina.
 
Neto de um desses pioneiros, Renato Damian monitora de perto toda a produção, temperatura, fermentação e, claro, o produto final, já que a uva é mais que um comércio, a atividade é uma paixão. “Dentro de uma garrafa de vinho não há só um líquido, existe a imagem dos vales da uva goethe, a tradição, a cultura e o saber fazer”, diz.

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