O controle da quantidade e do valor nutritivo de cada alimento e bebida define se a Páscoa acaba em satisfação ou arrependimento. Chocolate e vinho precisam ser bem escolhidos e exigem moderação.
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Os nutrientes encontrados no chocolate, no vinho e no peixe são valiosos para o bem-estar. Os benefícios vão desde a melhora do humor até o retardo do envelhecimento. Os mesmos alimentos, porém, viram inimigos do corpo quando falta o equilíbrio. O que fica mais difícil de administrar com as ofertas durante a Páscoa.
O chocolate, por exemplo, pode ser um aliado de quem precisa melhorar o humor ou de quem quer prevenir doenças cardiovasculares. Quando consumido com moderação, combate o estresse e melhora a oxigenação do corpo. De acordo com o nutricionista Sérgio Fonteles, é importante priorizar os chocolates com concentração de cacau acima de 70% e baixo teor de açúcar. É o caso do chocolate meio amargo.
A quantidade recomendada para que o chocolate não seja um problema é de 30 gramas por dia, revela a endocrinologista Adriana Forti. Equivale a um tablete pequeno ou a dois bombons. A restrição é ainda mais forte quando se fala das opções mais calóricas: o chocolate ao leite ou branco, que têm em sua composição o leite integral e adições de açúcar.
Cabe a cada pessoa dosar o que será ingerido com base nas composições e quantidades da embalagem. A nutricionista Eriane Vertuan dá dicas para evitar o excesso no feriado: “O consumo de ovos de Páscoa deve ser moderado ou fracionado em vários dias para não ultrapassar a quantidade diária”. Os efeitos do exagero são excesso de peso, complicações intestinais e alteração no colesterol.
O vinho também exige cuidados. São até duas taças de vinho tinto seco por dia, segundo orientação do nutricionista Sérgio Fonteles. O vinho tinto suave é mais açucarado e calórico. O excesso pode comprometer os benefícios, como o efeito antioxidante e a prevenção de doenças cardíacas. E é mais delicado devido ao teor alcoólico. “É muito complicado falar do consumo ideal, pois o álcool pode ser uma restrição para quem tem uma patologia, um problema hepático, por exemplo”, explica. A solução é o suco de uva orgânico, que oferece os benefícios do vinho sem o prejuízo do álcool.
E depois do exagero?
Nem sempre é fácil resistir. Para a estudante Samara Macena, 22, chocolate amargo não é opção, e o chocolate ao leite é a companhia diária. Um bombom por dia alimenta o vício admitido. No fim de semana, um pouco mais: uma barra. E na Páscoa? “Ovo de 170 gramas”, responde de imediato e sem temor. A estudante já conseguiu ficar um ano inteiro sem chocolate em promessa para passar no vestibular. Passado o sacrifício, conta já não saber mais resistir: “Sei que é altamente calórico, mas é o meu vício. Vejo e só penso em comer”, confessa.
Existem medidas para amenizar os excessos da Páscoa. Se o exagero foi de chocolate, a dica é reduzir as comidas gordurosas no dia seguinte. Segundo a nutricionista Patricia Tiemi Ayoama, são itens que já devem ser rotineiros: legumes, vegetais, frutas e alimentos integrais. A prática de atividades físicas também combate os exageros e deve ser habitual. Tudo para tentar compensar os altos ganhos calóricos.
Se o descontrole acarretou na ressaca do vinho, é bom beber muito líquido para reidratar o corpo. Segundo o nutricionista Sérgio Fonteles, os alimentos devem ter pouca gordura e pouca proteína: frutas e cereais integrais em pequenas quantidades e distribuídas ao longo do dia. “As medidas amenizam, mas não reparam o estrago feito. Dentre os efeitos do álcool, estão danos cerebrais e morte dos neurônios”, alerta.
A endocrinologista Adriana Forti orienta um “excesso controlado”. Defensora de dietas possíveis de se cumprir, ela explica que cada pessoa tem necessidades próprias. “Se você está com uma restrição alimentar e não quer deixar de consumir algum item, pode planejar o quanto vai ter durante o feriado e seguir a medida estipulada”. Ela ressalta que não é um exagero, mas uma permissão baseada em saborear a comida ou bebida com moderação. “Coma bem, devagar e realmente se programe”, ensina.
Por Thaís Brito
Fonte: O Povo
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