Uruguai
Chegou a hora de falarmos um pouco sobre mais um
país da América do Sul: o Uruguai, que é o vigésimo sétimo no ranking mundial
da produção de vinho.
Grande parte do vinho produzido pelo Uruguai é
para consumo interno. A partir da década de 90, incrementou sua produção para o
mercado externo, principalmente para o Brasil. A partir de 1996 teve início o
processo de modernização dos vinhedos uruguaios, com a substituição das uvas de
baixa qualidade (Isabel) por Vitis Viníferas europeias, onde se destacou a uva
símbolo do país, a Tannat.
Os principais vinhedos concentram-se no sul do
país, próximo a Montevidéu: Canelones, San José e Colônia (70% da produção),
Rivera, ao norte e Colônia a oeste.
Principais uvas:
Tintas - Tannat (31% da produção), Merlot,
Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc. Brancas
- Pinot Branc, Sauvignon Blanc e Chardonnay.
O melhor vinho do Uruguai é feito com o varietal
Tannat, ou com cortes que contenha esta uva. São fermentados, potentes, de cor
escura, ótimos para acompanhar um churrasco. Como o nome indica, a uva Tannat
possui muito tanino, e em excesso ou mal vinificados deixa um gosto
adstringente na boca.
Curiosidade:
a Tannat foi plantada primeiro na Argentina, onde quase desapareceu, e no
Uruguai ganhou o nome de Harriague, sobrenome do imigrante francês que plantou
as primeiras mudas. Só nos anos 80, constatou-se que se tratava da Tannat.
Estados
Unidos
Mais um país do dito Novo Mundo, mas que já é o
quarto maior produtor de vinho do mundo, ficando atrás apenas de Itália, França
e Espanha na produção de vinhos - e 90% dos vinhedos estão concentrados na
região da Califórnia. O país tem um forte mercado interno, quase toda a
produção é consumida nos EUA, por isso é pequena a oferta de rótulos americanos
nas lojas e importadoras brasileiras.
Os vinhos são produzidos em mais de 100 zonas,
conhecidas como American Viticultural Area (AVA). As mais importantes ficam na
Califórnia, onde se encontram as regiões do Vale do Napa (aqui reina a Cabernet
Sauvignon), Sonoma (bons Pinot Noir e Chardonnay), Mendocino e Lake Caoutry. Os
estados de Washington e Oregon também se destacam no cenário da viticultura
americana. O clima de Oregon segue o modelo da Borgonha, na França, com
pequenas propriedades e uso de Pinot Noir para os tintos.
Principais uvas:
Tintas - Cabernet Sauvignon, Zinfandel,
Merlot, Pinot Noir e Syrah. Brancas -
Chardonnay, Viognier, Roussane, Riesling e Sauvignon Blanc.
Os enólogos que se instalaram na Califórnia
sempre tiveram a região de Bordeaux, na França, como modelo, seus cabernet
sauvignon e chardonnay de primeira linha, a despeito do preço altíssimo, são
verdadeiras joias do mundo do vinho.
Apesar de ser considerada a uva símbolo dos EUA,
muitos vinhos produzidos com a Zinfandel são muito potentes e alcoólicos.
Testes recentes de DNA apontam muitas semelhanças
entre a italiana Primitivo e a Zinfandel. Em solo americano, no entanto, ganhou
características próprias, e os Estados Unidos conquistaram assim uma uva para
chamar de sua.
Curiosidade:
Em 1976 o mundo do vinho recebeu, surpreso, a notícia de que em uma degustação
às cegas, realizadas em Paris pelo britânico Steven Spourrier, rótulos
americanos da Califórnia venceram tradicionais franceses de Bordeaux e da
Borgonha. As estrelas da terra do Tio San foram o Stag´s Leap Winnes Cellar
(Cabernet Sauvignon) e Château Montelena (Chardonnay). Começa aí a ascensão -
até dos preços - dos vinhos americanos.
França
Esta é a primeira do ranking mundial e também a mais lembrada quando se fala de vinhos. A França produz os
melhores e mais emblemáticos vinhos do planeta com uma legião de admiradores e
imitadores; é ainda o país que mais bebe vinho no planeta por consumidor
adulto. Berçário das principais uvas usadas em vinhedos ao redor do mundo tem
um sistema de classificação que é uma referência para outros países. Deve-se a
França o conceito de terroir, do envelhecimento do vinho em pequenos tonéis de
carvalho, além da tradição passada de geração a geração. Mais do que em
qualquer outro lugar, o vinho francês está intimamente ligado à região e a
terra onde é produzido.
As principais regiões produtoras são: Borgonha,
Bordeuax, Rhône, Loire, Alsácia, Champagne, Languedoc-Roussilon.
Borhonha
Possui alguns dos mais raros e caros rótulos do
mundo. A figura do produtor é tão importante na definição de qualidade quanto
os diferentes tipos de solo e de microclima (terroir). Principais sub-regiões:
Chablis (brancos), Côte d`Or (melhores vinhos da Borgonha: tintos na Côte de
Nuits e brancos na Côte de Beaune), Côte Chalonise (tintos e brancos),
Mâconnais (brancos) e Beaujolais (vinho tinto leve e fácil de beber, para ser
consumido jovem).
Principais uvas:
Tintas - Pinot Noir e Gammay (só em Beaujolais).
Brancas - Chardonnay.
Os melhores tintos da Borgonha (Pinot Noir) são
vinhos de conhecedores, de incomparável elegância e complexidade; os brancos
são considerados os melhores do mundo.
Os vinhos mais comuns da Borgonha podem ostentar
no rótulo nomes famosos de sua comuna confundindo o consumidor que leva gato
por lebre.
Curiosidades: Um vinhedo da Borgonha pode ter
dezenas de proprietários com métodos de cultivo e vinificação diferentes. Os
melhores rótulos são aqueles classificados como Grand Cru (apenas 2% da
produção da região), seguido de Premiers Crus.
Bordeaux
É a mais conhecida região vinícola da França e
produz tintos encorpados e classudos, seu corte bordalês (uma variação de
Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc e Petit Verdot) é imitado em todo o
mundo. Os brancos são sempre da aromática Sauvignon Blanc. Também de Bordeuax
vem um dos mais incensados doces do mundo, o Château de Yquem.
Os rios Garonne e Dordogne dividem a região de
Bordeaux em dois grandes blocos: margem esquerda e direita. Na margem esquerda
ficam as sub-regiões Médoc (Haut, tintos encorpados; e Baixo, com 60 clássicos
Grand Crus); Graves (Bas, tintos e brancos; Graves Superior, brancos e
Pessac-Léognan, tintos e brancos); Sauternes (brancos doces); na margem
direita, Entre-Deux-Mers (tintos encorpados e brancos); Saint-Émillion (63
Grand Crus) e Pomerol (tintos potentes e famosos).
Principais uvas:
Tintas – Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot,
PetitVerdo e Malbec. Brancas – Sauvignon Blanc,
Sémillon e Muscadelle.
Experimente vinhos de “Petit Châteaux” das AOCS
de Bordeuax, eles apresentam uma boa relação de preço / qualidade.
Infelizmente não existe milagre: os Bordeaux
genéricos, muito baratos são vinhos muito fracos e não representam a qualidade
da bebida produzida na região.
Rhône
Região vinícola mais antiga da França. No vale do
Rhône, a uva Syrah é quem domina o cenário, produzindo vinhos com notas de
flores, frutas e principalmente especiarias. O vale do Rhône se divide em duas
principais áreas: ao norte, com as apelações Côte-Rotie e Hermitage; ao sul com
a famosa Châteauneauf-du-Pape.
Principais uvas:
Tintas – Syrah, Grenache, Mourvèdre, Carignan
e Cinsault. Brancas – Viognier, Marsanne,
Roussanne e Muscat (doce).
Curiosidade:
Châteauneauf-du-Pape se refere ao castelo construído pelo papaClemente V ao
norte de Avignon, no período em que o papado foi transferido de Roma para esta
cidade.
Loire
O Vale do Loire produz vinhos de vários estilos,
mas os brancos predominam e são responsáveis pelos rótulos mais emblemáticos.
Experiências biodinâmicas são muito bem sucedidas na região, com o produtor
Nicolas Joly.
Principais uvas:
Tintas – Pinot Noir, Gammay, Cabernet Franc e
Cabernet Sauvignon Syrah, Grenache, Mourvèdre, Carignan e Cinsault. Brancas – Sauvignon Blanc, Chenin Blanc, Chardonnay
e Muscadet.
Champagne
É a região vinícola da França mais setentrional,
o que dificulta o cultivo de vinhedos para tintos tranquilos. A composição do
solo e subsolo (calcário) produzem uvas maduras com boa acidez que resultam em
uma bebida excepcional. Aqui é o berço dos melhores e mais desejados espumantes
do mundo.
Principais uvas:
Tintas – Pinot Noir e Pinot. Brancas – Chardonnay.
Curiosidades:
Ao contrário do ocorre com os tintos e brancos, nos champanhes é comum a
mistura de uvas de mais de uma safra na composição do vinho.
Fonte: Veja.com
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