segunda-feira, 13 de julho de 2015

Europeus desenvolvem robô para otimizar vinhedos

Um robô desenvolvido por uma equipe que inclui portugueses, espanhoies, romenos, ungaros e italianos vai recolher informações no terreno para ajudar os produtores de vinho a tomarem as melhores decisões sobre a gestão dos vinhedos.

Carlos Lopes, professor do Instituto Superior de Agronomia (ISA) e responsável pelo projeto de investigação desta entidade, iniciou em meados de julho, um protótipo que irá utilizar câmeras para captar imagens dos vinhedos através de um robô, o qual vai circular na vinha de forma autónoma.
 
O projeto, que decorre até 2016, reúne parceiros da Espanha, Romênia, Hugria e Itália, além de Portugal, e pretende criar um robô "vinhateiro" para otimizar a gestão no terreno e contribuir para a obtenção de vinho de qualidade, de uma forma mais eficiente.
 
Ao longo dos três anos do projeto, os especialistas desenvolvem uma ferramenta inovadora no âmbito da viticultura de precisão, "um robô que fará um passeio pelas vinhas no sentido de obter uma estimativa do desenvolvimento vegetativo e da produção", explicou Carlos Lopes.
 
O robô recolhe dados, imagens das vinhas e a ideia é que, com base nessa informação, construa mapas de "distribuição do vigor e da produção da vinha" para que o viticultor possa definir as estratégias mais adequadas nas várias fases, da cultura à programação da vindima e, depois, na adega.
 
É obtido um mapa que permite gerir as técnicas culturais e os recursos, como máquinas e mão de obra, de acordo com o desenvolvimento da vinha e, por exemplo, nas zonas de menor vigor o viticultor terá de adicionar mais adubo e água, terá de fazer mais operações de intervenção.
 
"As zonas de maior produção normalmente estão relacionadas com menos qualidade e pode-se definir a chamada segmentação da vindima, isto é, separar zonas de mais qualidade das de menor qualidade, fazer vinhos separados e ter mais valia", exemplificou o professor do ISA.
 
Para as associações de produtores, a disponibilização online de mapas de rendimento permite melhorar e tornar mais eficiente o controlo da produção dos seus membros e coordenar o rendimento de acordo com os objetivos comerciais.
 
O "trabalho" do robô não evita as visitas do técnico de viticultura no vinhedo, mas permite substituir as amostragens manuais por amostragens detalhadas e digitalizadas reunidas no mapa, que pode ser consultado no computador, permitindo "uma análise mais robusta".
 
"Neste momento, fizemos o primeiro ano de validação, colhemos dados no campo, imagens com as câmeras", referiu Carlos Lopes, acrescentando que está marcada para 16 de julho uma sessão de apresentação do protótipo do robô, que vai circular nas vinhas do ISA.
 
No final do projeto, de acordo com os resultados, vai decidir-se se "entra logo em produção ou se tem de levar mais melhoramentos, mas o objetivo é conseguir trazer para o mercado um novo produto de viticultura de precisão", resumiu o especialista.

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