As medidas adotadas pelo governo para ajuste das contas públicas já começam a dar sinais de que vão impactar nichos do varejo. Com o aumento dos impostos sobre produtos importados aprovado pela Câmara dos Deputados e encaminhado para o Senado, produtos como o vinho importado devem subir até 5% no preço final, conforme projeção de empresários do setor.
A elevação de tributos é fruto da Medida Provisória (MP) 688, que eleva as alíquotas do Pis/Pasep de 1,6% para 2,1% e de Cofins de 7,5% para 9,6%. Com os ajustes, a União estima ampliar a arrecadação de R$ 694 milhões em 2015 para cerca de R$ 1 bilhão nos próximos anos.
Para não afastar o consumidor, alguns estabelecimentos de Belo Horizonte vão intensificar o monitoramento das variações do dólar na busca de boas oportunidades de compra. A gerente financeira da Casa Rio Verde, Renata Andrade, conta que a escolha dos produtos agora deverá ser mais cautelosa.
“Na última semana já fizemos nossa primeira importação com impostos elevados. Nosso custo total vai aumentar entre 4 e 5% porque o ICMS também sobe em consequência da elevação de Pis e Cofins. Há estabilidade do consumo, não registramos aumento nem queda nas vendas”.
Repasse
Lojistas do setor tentam reduzir sua margem de lucros para que o repasse ao consumidor não seja feito de maneira brusca. “Temos estoque comprado com preço sem ajustes e, em um primeiro momento, vamos absorver os aumentos diminuindo nossa margem. Mas sabemos que haverá um aumento de cerca de 2% nos custos e há insatisfação entre as empresas do setor”, avalia André Martini, diretor da Casa do Vinho.
Empresários ressaltam que um alento para o setor é o período de baixas temperaturas que estimula o consumo de vinhos. “Sabemos que o vinho é um item dispensável entre a lista de prioridades das famílias, mas é uma cultura que vem crescendo no país desde 2012 e tem grande demanda nas épocas de frio”, comenta o sócio-diretor da Mon Caviste, Felipe Lins.
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