O surgimento de um fungo que ataca as videiras preocupa os produtores de uva da Serra do Rio Grande do Sul. Chamado de "míldio", mas mais conhecido pelos agricultores como "mufa", ele pode ser altamente destrutivo.
As folhas ficam com manchas amareladas, enfraquecem e acabam caindo. A doença é causada pelo excesso de chuvas, típico do fenômeno El Niño. Segundo o pesquisador da Embrapa Uva e Vinho Lucas Garrido, os tipos bordô, niágara e isabel são os mais afetados. Como o açucar da fruta é produzido na folha, o vinho também pode ser afetado.
“Tendo menos folhas, devido à queda precoce, menos açúcar vai ser drenado para o cacho. Menos açucar, o produtor depois terá um vinho mais ácido”, explica o pesquisador.
Em uma propriedade de seis hectares no interior de Pinto Bandeira, o fungo já atinge 30% da área. Por isso, as vistorias passaram a ser frequentes. São 2 mil pés de 14 tipos de uva. Se não for controlado, o fungo pode comprometer 70% da produção. “A gente vive disso. Se não dá certo, a gente se preocupa. E para o próximo ano também é uma preocupação, porque afeta o galho”, destaca a produtora rural Lenir Forest.
O também produtor rural Vanius Foresti ressalta que muitas das vinícolas para as quais entrega, analisam as frutas do caminhão antes da compra. “Tem de ter qualidade final. Se não tem, corre o risco de voltar para casa com o produto, que é o teu ganha pão”, conta.
A Emprapa acredita que, apesar do fundo, a próxima safra deve ter aumento, se comparada à safra deste ano. Na safra passada, o estado colheu mais de 600 mil toneladas de uva.
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