A palavra “vinho” tornou-se alvo de censura no Irã. Novas normas em vigor no país buscam "proteger" a cultura nacional, proibindo a impressão do termo em novos livros publicados. O mesmo se aplica aos nomes de determinados animais e também de alguns presidentes estrangeiros. A informação é do jornal britânico The Telegraph. A proibição não vale para publicações já lançadas.
“Quando os livros são registrados, nossa equipe primeiro precisa ler página por página para ter certeza de que não se faz necessária nenhuma mudança editorial para estar de acordo com os princípios da Revolução Islâmica. É preciso censurar qualquer alinhamento com a cultura ocidental ou insulto contra os profetas”, explicou o ministro iraniano Mohammad Selgi.
As orientações foram lançadas a pedido do atual “líder supremo” do clero iraniano Ayatollah Ali Khamenei (foto). Aparentemente, ele pediu ao Ministério da Cultura para desenvolver livros, filmes, videogames e brinquedos que "contenham a invasão da cultural ocidental no Irã, culpada por destruir a identidade islâmica”.
Uva Shiraz
Responsável pela permissão de livros do Ministério da Cultura e do Guia Islâmico, Selgi teria feito inúmeras declarações do tipo nos últimos meses. Ironicamente, uma delas para a revista iraniana “Shirze”, sediada na cidade comumente associada à origem do nome da uva “Shiraz”. Como consequência, acabou sendo criticado pelo presidente do clero iraniano, Hassan Rouhani.
Apesar de considerada, nesta circunstância, parte da “invasão cultural do ocidente”, o vinho sempre teve uma forte ligação com a cultura pré-islâmica. Suas origens muitas vezes remetem à Pérsia e o país certamente já possuiu uma grande cultura de vinho em seu passado. Desde a Revolução Islâmica, em 1979, é proibido o consumo de bebida alcoólica no Irã.
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