Portugal vai este ano inverter a trajetória de queda na produção de vinho, embora o desempenho positivo não seja suficiente para o sector regressar aos valores do início da década.
Estimativas publicadas pela Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV, uma entidade intergovernamental que agrega 46 países) indicam que a produção portuguesa terminará 2015 com um crescimento de 8% em relação a 2014. Até ao final do ano, os produtores portugueses deverão ser responsáveis por 6703 hectolitros de vinho – seria o equivalente a 894 mil garrafas, embora parte desta produção tenha outros fins. O valor coloca Portugal em 11º lugar da tabela, mantendo assim a posição anterior.
Este será o melhor ano desde 2010, quando foram feitos 7148 hectolitros. Em 2011, a produção tinha sofrido uma queda abrupta significativa, recuperando parcialmente no ano seguinte, mas tendo vindo a descer ligeiramente desde então. Em Portugal, os vinhos são um produto em que as exportações superam largamente as compras feitas ao estrangeiro.
A subida da produção portuguesa é quatro vezes superior à média do mercado, que se fica pelos 2%, mas há países que conseguiram evoluções mais significativas. A Itália é outro dos países com um crescimento acima da média: nas previsões da organização, o aumento de 10% dará ao país a subida ao primeiro lugar da tabela, destronando a França, cuja produção aumentará apenas 1%. A diferença entre os dois pesos-pesados é, porém, muito curta. Enquanto os produtores italianos serão responsáveis por 48.869 hectolitros de vinho, os franceses vão totalizar 47.373.
Entre os produtores de grande dimensão, o maior crescimento é o do Chile, a sexta maior potência vinícola, cuja produção dispara 23%, reduzindo a distância para a Argentina, que continua, no entanto, num confortável quinto lugar. Em quarto, os EUA sobem 1%, ao passo que a Espanha, o terceiro país na lista, cai 4%. A maior subida, no entanto, acontece quase no fundo da tabela. Depois de um ano de colheitas particularmente más, a Bulgária mais do que duplica a produção e regressará aos níveis habituais.
A organização não tem dados actualizados para a China, que foi no ano passado o nono maior produtor. Segundo dados divulgados há alguns meses, a China tornou-se o segundo país com mais área de vinhas, atrás apenas de Espanha e à frente da França, encaixando assim na tendência de aumento de área vinícola nos países asiáticos, que acompanha uma estagnação na Europa. Os dez maiores produtores são responsáveis por aproximadamente 77% do vinho em todo o mundo.
Do lado do consumo, a OIV ainda não tem dados precisos, mas aponta para valores em linha com os de 2014, em que foram consumidos 240 mil hectolitros, com os países fora da Europa a assumirem um maior peso na procura. A organização destaca o crescimento da procura por vinho rosé nos últimos anos. Desde 2002, a subida no consumo foi de 20%. No ano passado, em que os rosés representaram quase cerca de 9% do vinho consumido, Portugal, Espanha e Itália foram excepções à tendência e registaram quebras na procura.
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