sábado, 5 de outubro de 2013

Merlot brasileiro vem conquistando o mundo

Uma bela casta tinta originária de Bordeaux que seduz homens, mulheres, jovens e iniciantes.
 
Perfeito e muito versátil para as comidas, com sua estrutura média (quando está bem elaborado) pode facilmente acompanhar massas, pizzas e carnes mais leves.
 
Além de Bordeaux, sua terra natal, é possível encontrar boas produções em outras partes do mundo. Gosto de alguns belos estilos do vinho do nordeste da Itália que possuem boa acidez por conta da latitude onde se encontram; os bons vinhos da Califórnia, que foram afetados pela imagem do filme “Sideways” (“Entre umas e outras”), e tiveram suas vendas substituídas pelo Pinot Noir; além dos vinhos do Chile e da Austrália com maior volume de produção e uma boa qualidade para o dia-a-dia .
 
Dentre todos, o que mais tem me chamado a atenção ultimamente é o Merlot do Brasil, pelo fato de sua colheita ser feita em forma antecipada em relação ao Chile e à Argentina, aonde o tempo normalmente atrapalha (chove na colheita, então deve ser colhida antes).
 
Este fator de colheita mais cedo, simplesmente afeta em forma positiva os níveis de acidez dos vinhos (colhendo a uva antes, ela está um pouco menos madura e mais ácida) e a fruta se expressa em aromas e sabores menos maduros e cozidos que seus vizinhos, além do nível de álcool ser menor (na faixa dos 13° – 13,5°), sendo muito bem vindo. Hoje percebo uma tendência neste sentido, de pessoas que procuram vinhos mais fáceis de beber e com pouca madeira, álcool e corpo, mais com boa expressão frutada e acidez para acompanhar a excelente gastronomia do Brasil, tanto regional como dos imigrantes dos mais diversos países que vivem aqui.
 
Por tanto, prove vinhos brasileiros da casta Merlot. Alguns bons produtores têm desde os vinhos mais baratos até os mais caros: Aurora, Miolo, Salton e Pizzato são alguns dos clássicos vinhos que já estão inclusive sendo exportados a alguns países. Arrisque-se também com outros produtores menores, o importante é que na garrafa esteja mencionada o nome Merlot, e que de preferência diga Vale dos Vinhedos (neste caso pagará um pouco mais por cada garrafa). Se preferir vinhos mais fáceis de beber procure os que são produzidos na Serra Gaúcha.
 
Também se quiser avaliar como estes vinhos evolucionam bem com a idade, arrisque comprando algumas garrafas mais velhas como 8, 10 ou mais anos. Digo arriscar porque dependendo de como a garrafa foi armazenada na loja ou negócio, ela pode estar com algum defeito, mais normalmente irá se deparar com belas surpresas similares ou melhores que alguns Merlot franceses da região de Saint Emilion ou Pomerol.
 
Saúde e se surpreenda com o Brasil, sempre!
 
Por Eugenio Echeverria
Fonte: Exame.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário