sábado, 18 de abril de 2015

Venda de espumantes cresce 15% em janeiro e fevereiro

Cada vez mais é frequente a associação de verão, praia, piscina e descontração, próprias da estação que recém terminou, com as borbulhas dos espumantes brasileiros. É o que mostram os números de comercialização do produto nos meses de janeiro e fevereiro deste ano. Na esteira da campanha promocional lançada pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), e de ações das próprias empresas, foram comercializados 1,2 milhão de litros da bebida, o que significa um aumento de 15,2% em relação aos primeiros dois meses de 2014. O destaque é para os moscatéis, com aumento de 31% e a venda de mais de 310 mil litros. Na comparação com a média dos últimos cinco anos (2010 a 2014), o índice de crescimento é ainda mais significativo: 35,7% para os espumantes de forma geral e mais de 50% na venda de moscatéis.
 
Para o gerente de Promoção do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Diego Bertolini, o resultado mostra a tendência de expansão das vendas dos vinhos espumantes para além das festas de final de ano. Bertolini destaca o aumento da comercialização de moscatéis como uma amostra de que novos consumidores estão sendo atingidos com as campanhas promocionais desenvolvidas pelo Ibravin e reforçadas pelas empresas com outras ações de marketing como venda em taças, distribuição de ice bags(sacola térmica que possibilita consumo na praia ou piscina) entre outras. "Enxergamos os moscatéis como a porta de entrada para o mundo do vinho. Por isso, o foco em rádios com perfil jovem e outras iniciativas em parceria com as empresas surtiram efeito", acredita.
 
O presidente do Sindicato da Indústria do Vinho, do Mosto de Uva, dos Vinagres e Bebidas Derivados da Uva e do Vinho (Sindivinho/RS), Gilberto Pedrucci, elenca três aspectos que considera decisivos para os bons resultados alcançados pelo setor na venda de espumantes. O empresário destaca o custo benefício da bebida em relação aos produtos importados, a quebra da sazonalidade no consumo e o reconhecimento de publicações como o Guia Descorchados 2015. "O fato das pessoas estarem consumindo o produto em diferentes períodos do ano e o reforço na imagem dos espumantes brasileiros com avaliações excelentes em publicações e concursos internacionais contribuem para consolidar essa posição do Brasil e a competitividade dos produtos", avalia.
 
O diretor de vendas Cléber Slaifer concorda com a avaliação do presidente do Sindivinho de que está ocorrendo uma diluição do consumo do produto mais uniformemente durante o ano.Slaifer afirma que tanto a empresa como as demais vinícolas que trabalham de forma mais direcionada com espumantes estão colhendo os frutos de um trabalho iniciado há alguns anos. Para ele, é necessário dar continuidade com ações mais pontuais, em outras regiões do país. "Precisamos associar o ganho de imagem enorme que estamos tendo com o espumante com a parte comercial. Fazer com que as campanhas cheguem na ponta,que é o consumidor", propõe.
 
Daniel Panizzi, gerente comercial de uma vinícola de pequeno porte, afirma que, apesar de ainda existir uma concentração maior de vendas nos meses de novembro e dezembro, nos últimos anos tem crescido o faturamento da empresa também nos meses seguintes. "Mesmo com uma certa retração que estamos observando no mercado, o mês de fevereiro foi excelente em vendas", informa. Localizada no município de Pinto Bandeira, a vinícola também trabalha com enoturismo e, segundo o gerente, o fluxo tem se mantido estável.
 
Franco Perini enfatiza que a campanha "Espumantes do Brasil. Esse é o clima do verão” teve relação direta com os resultados de vendas da empresa em que ocupa o cargo de diretor comercial. Segundo ele, a decisão de focar num novo perfil de consumidor surtiu o efeito desejado, e a iniciativa deve se repetir em outras ações. "Foi uma campanha assertiva, que tem gerado ótimos resultados e que pode servir de exemplo de promoção de vinhos com o público jovem e que ainda não está no mundo do vinho", propõe. Perini também sugere que sejam feitas campanhas voltadas ao consumidor final, em situações de consumo diversificadas.
 
Fonte: IBRAVIN

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