Democratizar o acesso ao vinho para o mercado de massas brasileiro é um dos principais objetivos do setor vinícola na 19ª edição da feira ExpoVinis Brasil, a maior do setor na América Latina, que começou nesta quarta-feira (22/4) em São Paulo.
"Gostaríamos de receber um tratamento diferente das autoridades para que o vinho possa ser realmente democratizado no Brasil e não ser quase que somente identificado com as classes altas, para quebrar as barreiras culturais", disse a gerente de organização da ExpoVinis Brasil 2015, Ana Ishida.
O brasileiro consome apenas 5% do vinho de seus países vizinhos, somente 2,2 litros per capita anuais, volume que dobrou na última década, indicou Ishida.
A carga tributária brasileira, de acordo com Ishida e produtores de Espanha, Portugal, Chile, Argentina e França, é apontada como um dos principais problemas para introduzir o vinho em grande escala no Brasil, apesar de ser consumido anualmente por 30 milhões de pessoas, quase um sétimo da população. A tarifa de importação do vinho é de 86%, enquanto o produtor brasileiro paga uma taxa de 68%. O Chile domina 40% do mercado nacional, e é seguido por Portugal e Argentina.
A feira, que vai até hoje (24/4), espera receber mais de 10 mil visitantes, e oferece seis mil rótulos de vinhos de Espanha, Chile, Argentina, Brasil, África do Sul, Alemanha, Austrália e Estados Unidos.
Um dos expositores com maior presença nos supermercados populares do Brasil é a adega RPB, que conseguiu introduzir o malbec em pequenas cidades e mostrou na feira sua marca Ricordi.
Quem está na feira querendo conquistar o público brasileiro é a espanhola Pago Casa del Blanco, de Castilla La Mancha, que apresentou os vinhos Quixote, D-Mente e "Veo-Veo". "Nosso vinho é totalmente artesanal e acreditamos que pode atrair novos públicos, como o brasileiro, visualmente e por sua qualidade", comentou o enólogo Joaquín Sánchez.
Chilcas, uma vinícola chilena, apresentou o carmenere Las Almas, enquanto um dos espumantes mas cotados da mostra foi o português Terras do Demo, da cooperativa Tavora, inspirada no escritor Aquilino Ribeiro. Pelo lado italiano, era muito procurado o Chianti e pelo francês o Bordeaux. Entre os brasileiros, se destacaram os espumantes do Rio Grande do Sul, principalmente a adega Salton, além da Rio Sol.
A Rio Sol, do enólogo português João Santos, foi uma das empresas que mais chamou a atenção dos visitantes estrangeiros, por ser um vinho brasileiro de altíssima qualidade, produzido em Petrolina, no interior de Pernambuco, no paralelo 8, com calor todo o ano e sistema de irrigação israelense.
Fonte: Globo Rural
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