sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Empresário quer levar bebida brasileira para o mundo


Ricardo Marcatto
Foi em 2007, durante um congresso de vinhos em Paris, que Ricardo Marcatto, de 44 anos, viu “com surpresa” como o espumante brasileiro tinha atingido fama mundial. “Falavam que a serra catarinense, devido a sua localização geográfica, o clima, o tipo de terra e o sol, era uma das melhores regiões do mundo para produzir espumantes”, lembra Marcatto, que comprou vinículas em Santa Catarina, no sul do país, para produzir a bebida.
 
Seis anos depois, o empresário percorre o globo negociando aqui e ali com os senhores do vinho dias antes de lançar sua empresa de espumantes made in Santa Catarina. A marca própria é mantida em segredo, mas o empresário pretende exportar outros rótulos brasileiros produzido nas terras onde a Moët & Chandon já se estabeleceu em 1973. No ano passado, 18,7% da produção nacional foi para o mercado externo, o equivalente a 172.000 litros. Em 2011, a exportação tinha representado 12,7% da produção local, o que já comprova que não só os brasileiros se deleitam com a bebida nacional.
 
No Brasil, seu projeto é estimular uma cultura do espumante, que deixe de ser uma bebida tão elitista e o consumo seja mais parecido ao europeu, onde os preços são acessíveis e qualquer desculpa é boa para abrir uma garrafa.
 
Marcatto conhece o setor desde pequeno, pois seu pai era dono de uma distribuidora de bebidas. Executivo de carreira em multinacionais, ele decidiu aposentar o terno, e investir sua poupança nesse empreendimento, que pretende colocar o espumante brasileiro no mapa nacional e mundial. “Não se trata só de ganhar dinheiro e sim de desenvolver algo que, de certa forma, não existe ou, no caso, é muito pequeno”, explica Marcatto.
 
As “projeções animadoras” no Brasil, com as “previsões de crescimento de renda dos brasileiros” foram também determinantes para que Marcatto acreditasse na viabilidade do seu projeto. “Reconheci a oportunidade de um mercado latente reprimido no Brasil, pois existe uma falsa ideia de que o consumo de vinhos aqui é pequeno por sermos um país quente. Se o Brasil é um país quente, então vamos beber espumantes gelados ao invés de beber só cerveja”, disse Marcatto.
 
Fonte: El País

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