sábado, 30 de maio de 2015

Vinho de US$ 18 mil pode ser intragável

Uma garrafa de um dos vinhos mais raros do mundo foi vendida por US$ 18.000 em um leilão realizado em Londres, na última quinta-feira. Só tem um problema -- talvez o conteúdo não possa ser consumido.
 
 
O Chateau Mouton Rothschild 1945 foi arrematado por um colecionador privado da Europa, disse a casa de leilões Bonhams.
 
O preço de venda -- que equivale a cerca de US$ 1.500 por taça ou ao fretamento de um jato Learjet de Londres a Saint-Tropez -- estava no limite inferior das expectativas porque a garrafa sofreu oxidação, segundo Richard Harvey, diretor global de vinhos da Bonhams.
 
O ullage, jargão do setor que se refere ao espaço entre o vinho e o fundo da rolha, estava abaixo do gargalo, “o que denota uma chance maior de o vinho estar oxidado e, portanto, de não poder ser tomado”, disse Harvey, em entrevista antes da venda.
 
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Se estivesse em melhores condições, a garrafa de 70 anos de antiguidade, de uma safra descrita pelo crítico Michael Broadbent como a “Churchill dos vinhos”, poderia ter duplicado a faixa entre 10.000 libras (US$ 15.000) e 15.000 libras que a Bonhams havia estimado em seu catálogo de venda.
 
Mesmo estragado, o vinho é procurado por seu valor histórico. O V em seu rótulo, desenhado pelo ilustrador francês Philippe Jullian para celebrar a vitória dos aliados sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial, também representa o triunfo sobre as condições climáticas difíceis para os vinhedos de Bordeaux na época, incluidas uma dura geada e uma onda de calor que provocou uma seca.
 
A 11.750 libras, incluindo 1.750 libras em custos administrativos, o preço da garrafa cobriria os custos de um ano de estudos na London School of Economics.
 
Em seu catálogo, a Bonhams diz que os níveis de ullage aumentam com o tempo, mas que a casa só leiloa vinhos que considera estarem em boas condições.
 
Fonte: Exame

Vinho pode reduzir riscos de câncer

O vinho não cura doenças, mas ajuda a preveni-las. A revista britânica “Journal of Cancer” publicou um estudo feito pela Universidade da Carolina do Norte, nos EUA, liderado pela epidemiologista Jessica Petrick, que mostrou que os flavonoides encontrados nos vinhos reduzem em até 57% as chances de pessoas com histórico de câncer no esôfago na família de contrair a doença.
 
Durante dois anos os pesquisadores observaram um grupo de 1.000 pessoas que tinham sido diagnosticadas com adenocarcinoma de esôfago e acarcinoma de células escamosas do esôfago (dois tipos de câncer do esôfago). Eles coletaram dados sobre dietas dos participantes, monitorando sua ingestão total de flavonoides.
 
Curiosamente, a ingestão de flavonoides a partir de fontes como o chá preto e o suco de laranja não mostrou associação com a incidência de qualquer tipo de tumor. No entanto, o consumo de um determinado tipo de flavonoide, chamado antocianidina, que contribuem para o pigmento de vinho, foi responsável por diminuir a incidência dos dois tipos de câncer esofágicos.
 
Um tipo de flavonoide encontrado no café foi modestamente benéfico, mas, de longe, os resultados mais promissores vieram de consumo de vinho.

Fonte: Revista Adega

Vinícola aposta em cães farejadores para evitar praga

Que cães são usados para detectar drogas e explosivos todo mundo sabe, mas pesquisas recentes afirmam que o olfato dos cachorros pode ser usado também em vinícolas. Sonja Needs, viticultora e pesquisadora em Ciência dos Animais da Universidade de Melbourne, na Austrália, lidera uma pesquisa que treina cães para farejar a praga “phylloxera” (praga mais comum em vinícolas por se alimentar das raízes das videiras e devastar vinhas inteiras).
 
Explicando sua crença de que é  possível treinar qualquer cão para ser farejador, Needs afirma que uma vez que os animais são treinados em detecção de drogas ou explosivos, é muito simples dar-lhes outro cheiro pra detectar, como, por exemplo, o cheiro da “phylloxera”.
 
Ela espera também, que a pesquisa revele em que estágio do ciclo da “phylloxera” os cães conseguem sentir o cheiro, para que a praga seja diagnosticada mais rápido.
 
“Eu quero ver a que profundidade a phylloxera fica sobre as raízes no interior do solo, para analisar a que profundidade os cães podem buscá-las abaixo da superfície”, explica a pesquisadora. Sonja acredita que os cães serão uma ferramenta de detecção incrivelmente poderosa.
 
Fonte: Revista Adega

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Rapariga da Quinta Branco 2012

Um outro dia eu, Fernanda e duas amigas (Jaci e Marcela) fomos ao aconchegante Taberna Portuguesa, um restaurante tipicamente português não só nos pratos, como também na decoração, música ambiente e toda uma carta de vinhos exclusivamente portugueses.
Apesar de não ser nenhum crítico gastronômico não posso deixar de tecer alguns comentários sobre o estabelecimento, pois apesar do ambiente agradável algumas coisas deixam a desejar:
  • Os donos e garçons são muito simpáticos e solícitos, mas um bom atendimento vai além disto. Permitam-me por os pontos nos "is": chegamos ao restaurante e fomos bem recebidos e nos foi apresentada uma pequena carta de vinhos como pouco mais de 10 opções de rótulos, mas na saída dei de cara com a adega do local e deparei-me com inúmeros rótulos que não estavam na carta de vinhos, foi aí que um dos funcionários nos falou que há duas cartas, uma completa e uma contendo os que mais são pedidos. Hein? Como assim? Uma falha grave, não é porque esse ou aquele produto sai mais ou menos que os clientes devem ser privados de escolher dentre todos os disponíveis. Lamentável e desrespeitosa essa atitude do estabelecimento, seja qual for a razão.
  • E uma segunda falha é forma como os vinhos são armazenados, boa parte deles em pé e no chão. A adega, se é que podemos chamá-la assim é aberta, sem climatização alguma. Não é chatice de quem conhece um pouco, mas se você se propõe a vender um produto que requer algum cuidado para sua preservação, não custa nada fazer isso bem feito.
 
 
Bom, mas deixando as falhas no serviço de lado vamos ao vinho que consumimos e foi selecionando na carta que contém os rótulos mais apreciados no restaurante. As opções não eram muitas e alguns desconhecidos e outros conhecidos e que não eram do agrado, então optei por um vinho simples, com um bom custo versus benefício e que você compra sem medo: o Rapariga da Quinta Branco, do competente Luis Duarte.

O vinho é um lote (corte) de Antão Vaz - uma das principais castas brancas de Portugal - vastamente plantadas no Alentejo, que dá origem a vinhos estruturados e encorpados e a Verdelho, casta rica em acidez e aromas, vastamente utilizada na produção de vinhos Madeira.

Visualmente o vinho apresentou cor amarelo claro com reflexos verde palha. No nariz aromas de frutas cítricas e brancas, notas florais e leve toque mineral. Em boca um vinho estruturando, com acidez refrescante e final de boca de boa persistência com a fruta aparecendo no retrogosto.

Um vinho tranquilo e fácil de beber que acompanhou super bem bolinhos de bacalhau e um belo bacalhau de natas em uma noite super agradável e descontraída.

O Rótulo

Vinho: Rapariga da Quinta
Tipo: Branco
Castas: Antão Vaz e Verdelho
Safra: 2012
País: Portugal
Região: Alentejo
Produtor: Luis Duarte Vinhos
Enólogo Luis Duarte
Graduação: 12,5%
Onde comprar em Recife: DLP
Preço médio: R$ 55,00 (Na TP)
Temperatura de serviço: 8°

terça-feira, 26 de maio de 2015

Você sabe o que é cofermentação?

Já faz alguns anos que ouvimos, principalmente em conversas com enólogos, o termo cofermentação com mais frequência. Apesar de soar como uma prática nova, essa técnica, na verdade, já é conhecida há muito tempo; de fato, na França, por exemplo, tem sido utilizada desde sempre. Mas, afinal, por que – ou por que não – cofermentar?
 
É sabido que vinhos podem ser varietais (quando feitos a partir de uma única variedade de uva) ou blends (quando levarem mais de uma cepa em sua composição). A prática mais comum para se produzir um blend é misturar dois ou mais componentes já fermentados resultando no vinho final. Ou seja, fermentar cada cepa em separado, obtendo cada um dos vinhos-base e, a partir daí, mesclá-los, em porcentagens definidas nesse momento. Entretanto, assemblages também podem ser produzidos por meio de cofermentação.
 
Tecnicamente, a cofermentação é a prática enológica que consiste em fermentar duas ou mais variedades de uvas simultaneamente, no mesmo recipiente, para se produzir um vinho. Em teoria, o processo ressalta os aromas florais da bebida, além de realçar sua textura e aperfeiçoar seu brilho e a intensidade de sua cor.
 
A prática teve sua origem na Europa, notadamente em Côte Rôtie, no vale do Rhône, onde muitos dos afamados vinhos são blends entre a tinta Syrah e a branca Viognier – a legislação da denominação permite até 20% de Viognier na mescla. Outro exemplo clássico de cofermentação é o blend de Sangiovese com Canaiolo Nero, Trebbiano e Malvasia na região italiana de Chianti, que atualmente está quase em desuso. A partir dos anos 2000, vinícolas na Austrália e Estados Unidos e em outras partes do Novo Mundo, notadamente nos últimos anos no Chile e na Argentina, passaram a utilizar a cofermentação com bons resultados.
 
Tudo na panela
 
Ao fermentar diferentes variedades de uvas juntas, é possível ter um vinho com qualidades que transcendem aquelas que seriam obtidas por meio do método mais comum de se fazer blends. Em uma comparação simplista, do mesmo modo que ao se fazer um ensopado o resultado final do prato será mais profundo se todos os ingredientes forem cozidos em fogo baixo por um longo tempo do que se cozinhar cada ingrediente em separado juntando-os pouco antes de o prato ser servido, quando acertada, a cofermentação permite que uma maior complexidade seja conferida ao vinho produzido – em contrapartida ao resultado conseguido a partir da mescla de vinhos prontos obtidos a partir das mesmas uvas.
 
Usando o clássico exemplo dos vinhos de Côte Rôtie, onde as uvas são colhidas, maceradas e fermentadas juntas, Viognier e Syrah se complementam. A Viognier tem mais açúcar que a Syrah, o que ajuda a elevar o teor alcoólico do vinho, conferindo-lhe mais corpo, estrutura e sabor. Além disso, por ser muito aromática, garante notas florais. Já a Syrah traz notas de cassis, framboesas e morangos. Assim, o vinho acaba tendo bom corpo, mas permanece fresco e elegante. O simples processo de adicionar um pouco de vinho Viognier a um vinho Syrah provavelmente não garantiria essa estrutura floral e poderia, inclusive, diluir o produto final e torná-lo menos complexo.
 
Resumindo, o método comum de fazer blends traz complexidade ao vinho ao combinar sabores distintos, porém harmônicos. Na cofermentação, obtém-se complexidade e estrutura de sabores diferenciados, que não seriam atingidas somente ao se mesclar vinhos-base.
 
Além de complexidade, incremento do caráter aromático e maior intensidade, outro benefício da cofermentação é a estabilidade da cor do vinho, vinda da chamada copigmentação. Ao fermentar uvas tintas e brancas juntas, o suco destas últimas é impregnado pela cor das tintas. Assim, o resultado final é um vinho que apresenta características típicas do vinho branco, mas com toda a cor de um vinho tinto.
 

Field blend

 
Um assemblage pode ser feito não só a partir de vinhos-base prontos e de cofermentação. Na verdade, o blend também pode ser feito já no vinhedo. É o chamado “field blend”, que ocorre quando o vinho é elaborado a partir de uvas de variedades distintas cultivadas misturadas no mesmo vinhedo e que são colhidas e fermentadas juntas. Essa prática era extremamente comum na antiguidade e hoje ainda é, por exemplo, nos Estados Unidos, onde se encontram rótulos “field blended” a partir de Zinfandel e Petit Syrah, e também em Portugal com as Vinhas Velhas, principalmente no Douro.
 

Vantagens e desvantagens


Então, qual o motivo para a cofermentação não ser a regra? Para começar, variedades diferentes de uvas normalmente têm necessidades distintas durante o processo de fermentação, seja com relação ao tempo de maceração da fruta, seja ao controle de temperatura e, até mesmo, quanto ao tipo de levedura mais adequado. Assim, é obviamente mais difícil fazer ajustes e corrigir qualquer aspecto de um vinho que foi cofermentado. Mesmo se o enólogo providenciar uma quantidade de vinhos varietais das uvas cofermentadas, é provável que não seja possível acertar notas indesejáveis que tenham ocorrido durante a cofermentação.
 
Por isso, os enólogos que se utilizam da prática são uníssonos ao afirmar que, para se aventurar pela cofermentação, é primordial ter absoluto conhecimento das uvas e dos vinhedos. O argentino Sebastián Zuccardi, da vinícola que leva o sobrenome de sua família, que tem produzido rótulos a partir da cofermentação de Malbec com Cabernet Sauvignon ou Cabernet Franc, conta:  “Se as uvas têm datas de maturação parecidas e conheço bem os vinhedos e o vinho que estou buscando, prefiro cofermentar a fazer o corte posteriormente, pois sempre acabo obtendo um melhor equilíbrio. Entretanto, a maior dificuldade e a limitação da prática é a coincidência da correta maturação das diferentes variedades utilizadas, ainda que, por vezes, haja benefícios até mesmo em cofermentar uvas em estágios de maturação distintos, na busca por conferir complexidade ao vinho”. Seu compatriota Matias Michelini, da Passionate Wines, concorda que a vantagem da cofermentação é “obter vinhos mais harmoniosos desde o princípio, mas, para isso, é preciso conhecer muito bem os vinhedos de onde vêm as uvas, pois, do contrário, a técnica pode ser contraproducente e acabar ressaltando as debilidades de cada variedade”.

Por: Eduardo Milan
Fonte: Revista Adega

Qual a taça ideal para seu espumante?

Diz-se que, para cada vinho, há uma taça apropriada – a que melhor ajuda o líquido a expressar seus aromas e sabores. Há poucas dúvidas quando se trata dos recipientes ideais para tintos, brancos ou doces. As taças para esses tipos são conhecidas e há pouca ou nenhuma discussão sobre sua adequação. No entanto, quando falamos de espumantes, começa a controvérsia.
 
Qual a melhor taça para eles? Seria aquela antiga de bojo curto e largo (também conhecida como coupe)? Talvez aquela comprida, estreita e longa (chamada de flûte, ou flauta)? A verdade é que esses dois formatos de taças travaram uma longa batalha durante anos pela supremacia, porém, hoje, ambas estão sendo deixadas de lado. Especialistas em espumantes do mundo todo atualmente optam por uma taça alternativa, cujo formato mais apropriado exalta as principais características sensoriais da prova de um espumante.
 
O “modelo” mais indicado, inclusive por produtores, é conhecido como tulipa. O nome, como é de se suspeitar, deve-se muito à forma, que lembra a dessa flor de origem oriental: com base ovalada e abertura estreita. “Não utilizo nem a coupe, nem a flûte estreita, uso uma flûte grande”, diz Benoît Gouez, chef de cave da Moët & Chandon, ao tentar explicar a taça que a empresa adotou para seus vinhos e que remete à tulipa. “Ela é suficientemente estreita na base para poder ter uma boa coluna de líquido e poder observar o caminho das borbulhas, suficientemente larga no corpo para deixar o vinho respirar e desenvolver toda a sua complexidade, e ligeiramente fechada na boca para concentrar os aromas enquanto se permite colocar o nariz dentro do copo ao beber”, observa.
 
No entanto, há ainda quem seja mais radical e diga que a taça ideal para espumantes seria qualquer uma usada para vinho branco. Um dos que defende essa ideia é o embaixador da Pernod Ricard (responsável por marcas como Mumm e Perrier-Jouët), Federico Lleonart. “Quando um espumante tem complexidade, profundidade e notas de autólise, como nos melhores Cavas e Champagnes, então a melhor opção é usar taças de vinho branco para deixar os aromas se expressarem”, comenta. Ele defende ainda que os espumantes mais simples devem continuar a ser servidos em flûte, pois esse formato mantém o vinho gelado por mais tempo e torna as bolhas mais bonitas.
 
Bolhas de sabor?
 
Essa discussão levanta alguns aspectos importantes no que tange à degustação de um espumante. O que é mais relevante? As borbulhas em sua dança sensual subindo por uma taça estreita? Ou os aromas, que são melhor sentidos em um copo bojudo?
 
Para ajudar a responder essa questão, uma pesquisa feita em 2009 pela Universidade de Reims revelou que as bolhas definitivamente não possuem apenas uma função estética. “Quando o espumante é derramado na taça, a miríade de bolhas que sobem colapsam e irradiam uma infinidade de pequenas gotículas sobre a superfície do líquido na forma de aerossóis muitos característicos e refrescantes”, aponta o relatório do estudo, que relaciona esses aerossóis a características organolépticas precursoras de aromas. Dessa forma, o resultado aponta que as borbulhas estão ligadas à liberação de sabor, o que apoia a ideia de que o ato de bolhas subindo e se rompendo age como uma carona contínua para os aromas.
 
Ou seja, essa pesquisa praticamente sela o destino das antigas coupe, em que o líquido perde seu perlage muito rapidamente. Não à toa, o próprio Comitê Champagne chega a escrever textualmente em um informativo sobre como apreciar os espumantes daquela região: “A coupe deve ser proibida”.
 

11 milhões de bolhas

 
Ao considerarmos que o diâmetro médio de uma bolha é de 0,5 mm e que o vinho contém cerca de 12 gramas de dióxido de carbono por litro, um cálculo mostra que uma taça de 100 ml contém aproximadamente 11 milhões de bolhas. No entanto, este número é apenas teórico porque cerca de 80% do dióxido de carbono escapa da superfície da taça sem gerar de bolhas.

Assim, a disputa volta-se para a flûte versus a tulipa, com grande favorecimento desta última, já que, recentemente, a maioria dos especialistas tem optado por ela. Aliás, boa parte dos principais produtores de espumante do mundo, em especial as grandes casas de Champagne, possuem taças feitas “sob medida” para seus vinhos e, muitas delas, talvez não apenas coincidentemente, são variações de formatos de tulipas, pois, assim como as flores (que possuem mais de 100 espécies na natureza), as taças que levam seu nome também apresentam inúmeros estilos.
 
Espumante brasileiro
 
Taça desenvolvida pela Strauss
 em parceria com a Embrapa e a ABE
é inspirada nas tulipas.
O formato tulipa também foi a base para a construção da “taça oficial dos espumantes brasileiros” desenvolvida pela cristaleria Strauss em parceria com a Embrapa e Associação Brasileira de Enologia (ABE) em 2009, depois de longo tempo de avaliações. Luciano Vian, ex-presidente da ABE, explica que a taça escolhida foi inspirada nos modelos tradicionais de tulipa, mas com algumas diferenças: “A característica que se buscou foi uma taça não tão aberta, que dificultaria a formação do perlage e a percepção aromática, mas também não fechada em demasia, como as atuais tulipas, que impedissem de se sentir os aromas. E claro que outro ponto fundamental foi o volume, que não pode ser muito, pois acaba aquecendo e prejudicando o produto”.
 
Para chegar ao formato final, foram primeiramente avaliados 26 modelos diferentes que, depois de extensivas provas envolvendo profissionais da Embrapa e da ABE, resumiram-se a seis que tiveram melhor desempenho. Depois de novas provas, sobraram apenas duas taças. “Foi confeccionado um pequeno lote piloto, que se submeteu novamente à degustação, e chegou-se à conclusão de que precisávamos aumentar o corpo. O volume estava bom, mas precisávamos de um espaço vazio sobre o líquido, para que os aromas pudessem ser absorvidos pelo degustador. Isso gerou nova confecção de molde, nova taça, novo teste piloto”, lembra Vian. Segundo ele, o processo não foi tão simples, pois “ao mudar o costado da taça, também se mudou a base de suporte do costado, pois a ângulo, o cone, ficava estranho na taça com o costado mais alto”. Depois de resolvida a questão técnica, ela foi aprovada e hoje é um sucesso – com aceitação praticamente unânime em por toda a indústria e consumidores.

 

Coupe x Flûte x Tulipa

 
Flûte (à esquerda) e Coupe (à direita)
 foram as primeiras taças usadas
 para beber espumantes.
O Champagne como vinho espumante surgiu no começo do século XVIII e, naquela época, era servido nas mesmas taças de qualquer outro tipo de vinho – geralmente baixas e de formato cônico, com haste pequena ou mesmo sem haste. Os primeiros recipientes feitos pensando nessa bebida teriam surgido em 1755 na Inglaterra, com cones em formatos mais alongados. Pouco mais tarde, em 1773, juntando-se com hastes mais longas, eles passaram a ser conhecidos como “flûtes à Champagne”. No entanto, essa moda só chegou à França em 1800. Além disso, a palavra “flûte” só apareceu no dicionário em 1820.
 
Apesar de a coupe – a famosa taça baixa cuja lenda diz ter sido moldada no seio de Maria Antonieta – já existir há muito tempo, ela só passou a ser mais utilizada para o serviço de Champagne nos anos 1830. Ou seja, ao contrário do que muitos acreditam, o uso da flûte para os espumantes é anterior ao da coupe. Até então, ela servia como recipiente para a sobremesa. Aliás, acredita-se que a taça teria sido desenvolvida exatamente para exaltar o estilo da bebida na época – que era doce e servia como vinho de sobremesa.
 
De qualquer forma, houve uma disputa intensa entre flûte e coupe, até que a flûte passou a ter a preferência já por volta da década de 1960. E, apesar de os formatos tulipa serem relativamente comuns desde os anos 1930, só recentemente começaram a ser vistos como os ideais para os espumantes, especialmente depois que os principais produtores pesquisaram e desenvolveram recipientes que acreditavam ser os melhores para suas bebidas.

Como servir espumante?


Segundo as pesquisas do professor da Universidade de Reims, Gérard Liger-Belair, as borbulhas possuem função mais do que apenas estética em um espumante, portanto, seria interessante preservá-las ao máximo na hora de servir, não? Dessa forma, em novo estudo realizado em 2013, o físico e sua equipe testaram duas formas de servir o líquido. A primeira despejando diretamente no centro da taça. A segunda, vertendo cuidadosamente sobre a lateral do copo (como costuma-se fazer com a cerveja). Os resultados mostraram que esta segunda maneira teve muito menos impacto na concentração de dióxido de carbono dissolvido na bebida, ou seja, ajuda a preservar as bolhas. Outra constatação (mais óbvia) foi a de que servir a bebida em temperaturas mais baixas (entre 4o e 6oC) também preserva a efervescência.
 

O formato ideal


Definitivamente, tanto a coupe quanto a flûte parecem não agradar os apreciadores mais exigentes. No entanto, além dos modelos tulipa, há quem não descarte o uso de outros tipos de taças para apreciar espumantes específicos. Vian afirma: “Pensando em Champagnes e Cavas, que são os mais expressivos em volume, [vale a pena usar] uma taça com abertura um pouco maior, pois são produtos com grande complexidade de aromas e que melhoram consideravelmente quando expostos ao oxigênio”.
 
O chef de cave da Dom Pérignon, Richard Geoffroy, pensa da mesma forma e defende: “Você prova o que vê. Então, em uma coupe achatada, o vinho parece achatado; em uma flûte, ele está constrito; mas, em uma taça mais larga, você saboreia a plenitude”. Pensando nisso, ele recomenda que seus vinhos sejam degustados em taças indicadas para Pinot Noir. Segundo especialistas, como Gérard Liger-Belair, pesquisador da Universidade de Reims, esse formato é o ideal para maximizar as características de aroma e sabor desta cepa no blend, daí seu uso. Seguindo a mesma lógica, produtores que tendem a usar mais Chardonnay na mescla costumam a sugerir taças de vinho branco (cujo formato também acaba por lembrar certas tulipas).
 
Por fim, para desfrutar plenamente de um espumante, escolha uma taça em que as borbulhas possam desfilar e haja espaço suficiente para que você possa se inebriar com os delicados aromas. Edward McCarthy, especialista que já escreveu livros sobre Champagne, resume bem: “A tulipa alargada é a minha taça de escolha. Uma boa taça de vinho branco, também é aceitável”. Então, as diferentes tulipas ou taças de vinho branco darão conta do recado. Ou seja, com tantas opções no mercado, não haverá uma nova febre das tulipas (a primeira bolha especulativa de que se tem notícia na história da humanidade – ocorrida na década de 1630).
 
Por: Arnaldo Grizzo
Fonte: Revista Adega

Go Wine, a primeira rede social de vinhos do Brasil

Já está a pleno vapor a Go Wine!, a primeira rede social temática de vinhos do Brasil. Chegando ao Brasil pelas mãos da importadora Chez France, Go Wine! surge para derrubar mitos acerca dos vinhos franceses e para mostrar que a bebida é, na verdade, simples e moderna, e se adapta a qualquer momento do dia a dia do brasileiro. Go Wine! chega ao País para incluir o vinho francês ao lifestyle do brasileiro.
 
Diferente das redes sociais mais conhecidas, onde nem sempre aprendemos ou ensinamos algo, na Go Wine! há sempre um aprendizado, uma interação positiva, uma informação nova a cada postagem.
 
Na plataforma, o usuário pode trocar informações, contar suas experiências com um rótulo ou ainda situações onde o vinho foi protagonista. Dessa maneira, os consumidores trocam ideias, mas, acima disso, adquirem conhecimento sobre o encantador universo dos vinhos, de maneira fácil e prática. Aqui o famoso “curtir” é substituído por um “brindar”, e seu usuário é capaz de acompanhar em tempo real as interações de todos na rede.
 
Sua interface simples e moderna é intuitiva, de fácil uso por seu usuário, e, além da troca de informação entre os adeptos da rede, a plataforma oferece dicas e toda a ajuda para a escolha correta do vinho, dependendo da situação.
 
Cada R$1,00 gasto na parceira e importadora Chez France é revertido em créditos na Go Wine!, que, somados, poderão ser revertidos em brindes, itens relacionados aos vinhos,  e rótulos especiais. E isso é só o começo. A GO Wine está trabalhando para ampliar a sua rede de parceiros e incluir diversos outros atrativos, como restaurantes, hotéis, companhias aéreas, lojas, dentre outras possibilidades.
 
Há uma criteriosa seleção de rótulos franceses feita pela Chez France, atraentes ao paladar do brasileiro, que combinam com o clima tropical e trazem um excelente custo/benefício ao consumidor. 

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Vinícola do futuro poderá ser monitorada a distância

O futuro da viticultura começa a se desenhar em centros de estudos espalhados pelo mundo. Na Austrália, o primeiro sistema futurista posto em prática pelo time da Universidade de Adelaide é um aplicativo para iPhone que permite aos produtores de vinho medir o crescimento dossel. O software está passando pelos últimos testes para ser lançado via iTunes. A segunda inovação é uma câmera que usa espectroscopia de infravermelho com ondas imperceptíveis a olho humano para análise das qualidades físico-químicas do vinho. Finalmente, a equipe criou uma máquina que se conecta através de eletrodos à uva e usa espectroscopia de impedância para medir a qualidade da baga. A tecnologia funciona de forma semelhante aos sistemas usados ​​para medir os níveis de gordura em seres humanos, passando uma corrente alternada através do fruto para dar uma imagem de como as células estão se comportando.
 
Todos os esses novos sistemas foram desenvolvidos com a ajuda da “vinícola do futuro” da equipe, que fica em uma propriedade de um hectare no campus da universidade e é equipada com sensores e equipamentos de análise de imagem. “A ideia é monitorar a vinícola em diferentes níveis e ver como as coisas estão funcionando de forma eficiente, de maneira que você não precise constantemente de monitoramento de varias pessoas”, define o professor Stephen Tyerman, da Universidade de Adelaide. Segundo ele, os futuros viticultores terão um sistema de controle por meio do qual, não importa onde estejam, poderão observar o que está acontecendo, e o que precisa ser feito em termos de pulverização, a partir dos sensores e da imagem que você tem ao seu alcance.
 
Fonte: Revista Adega

Vinho importado mais caro abre espaço para o produto nacional

As medidas adotadas pelo governo para ajuste das contas públicas já começam a dar sinais de que vão impactar nichos do varejo. Com o aumento dos impostos sobre produtos importados aprovado pela Câmara dos Deputados e encaminhado para o Senado, produtos como o vinho importado devem subir até 5% no preço final, conforme projeção de empresários do setor.
 
A elevação de tributos é fruto da Medida Provisória (MP) 688, que eleva as alíquotas do Pis/Pasep de 1,6% para 2,1% e de Cofins de 7,5% para 9,6%. Com os ajustes, a União estima ampliar a arrecadação de R$ 694 milhões em 2015 para cerca de R$ 1 bilhão nos próximos anos.
 
Para não afastar o consumidor, alguns estabelecimentos de Belo Horizonte vão intensificar o monitoramento das variações do dólar na busca de boas oportunidades de compra. A gerente financeira da Casa Rio Verde, Renata Andrade, conta que a escolha dos produtos agora deverá ser mais cautelosa.
 
“Na última semana já fizemos nossa primeira importação com impostos elevados. Nosso custo total vai aumentar entre 4 e 5% porque o ICMS também sobe em consequência da elevação de Pis e Cofins. Há estabilidade do consumo, não registramos aumento nem queda nas vendas”.
 
Repasse
 
Lojistas do setor tentam reduzir sua margem de lucros para que o repasse ao consumidor não seja feito de maneira brusca. “Temos estoque comprado com preço sem ajustes e, em um primeiro momento, vamos absorver os aumentos diminuindo nossa margem. Mas sabemos que haverá um aumento de cerca de 2% nos custos e há insatisfação entre as empresas do setor”, avalia André Martini, diretor da Casa do Vinho.
 
Empresários ressaltam que um alento para o setor é o período de baixas temperaturas que estimula o consumo de vinhos. “Sabemos que o vinho é um item dispensável entre a lista de prioridades das famílias, mas é uma cultura que vem crescendo no país desde 2012 e tem grande demanda nas épocas de frio”, comenta o sócio-diretor da Mon Caviste, Felipe Lins.

sábado, 23 de maio de 2015

Fortant de France Terroir Littoral Grenache Rosé 2013

Fernanda tem uma predileção pelos vinhos brancos e rosés, então não pensei duas vezes em retirar da adega o Rosé Fortant de France Terroir Littoral Grenache para acompanhar um jantarzinho surpresa que preparei no seu aniversário.
 
O vinho é produzido pela Fortant de France, uma vinícola fundada em 1987 e que possui um foco especial na produção de vinhos varietais, como é o caso deste rosé que é produzido 100% com a tinta Grenache (Garnacha na Espanha), a qual geralmente é utilizada em cortes pelo fato de possuir pouca acidez, taninos e cor.
 
A Grenache é a variedade mais plantada no sul do vale do Rhône, especialmente no Châteauneuf-du-pape onde costuma representar em torno de 80% do corte. Na Austrália é normalmente misturada com a Shiraz (Syrah) e Mourvedre, corte conhecido como "GSM". A Grenache é também muito usada para vinhos rosé, na França e na Espanha, notadamente na denominação Tavel em Côtes du Rhône. Seus vinhos costumam ser apimentados, com aromas de frutas negras, taninos macios e relativamente alto nível de álcool.
 
Visualmente o vinho apresentou cor cobre, tipo casca de cebola. No nariz aromas delicados de frutas vermelhas, rosas, sutil herbáceo e pimenta seca. Em boca um vinho equilibrado com taninos leves e boa refrescância. Final de boca de média persistência com a fruta e a mimenta aparecendo no retrogosto.
 
Vinho leve, delicado e com uma interessante picância que caiu como uma luva com camarões ao molho de queijos, arroz de curry e batatas souté e é claro, harmonizou perfeitamente com a companhia da minha amada e a felicidade de celebrar mais uma ano de vida dela.
 


O Rótulo

Vinho: Fortant de France Terroir Littoral
Tipo: Rosé
Castas: Grenache
Safra: 2013
País: França
Região: Languedoc-Roussillon
Produtor: Fortante de France
Graduação: 12,5%
Onde comprar: Wine
Preço médio: R$ 49,00 (R$ 35,00 na promoção)
Temperatura de serviço: 10°

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Vinho do Porto vendido 'online' para todo o mundo

A internacionalização do Vinho do Porto acaba de ganhar um novo impulso graças ao lançamento do portal 'online' português Iportwine.com. O site, inaugurado recentemente, vai comercializar e fazer chegar, em poucos dias, a qualquer destino da Europa ou do Mundo, aquela que é uma das bebidas de excelência nacionais.
 
 
Disponível em três línguas - português, inglês e francês - ,o Iportwine.com promete disponibilizar "em apenas cerca de 48 horas" para a Europa e em poucos dias para o resto do Mundo "o Vinho do Porto, proveniente dos mais diversos produtores nacionais, desde os Vintage, Raros, Brancos, Ruby, Rosés, etc.', explica um comunicado enviado ao Boas Notícias.
 
Através de um simples clique, passa, assim, a ser possível escolher entre mais de 300 vinhos de 11 produtores nacionais e encomendar a garrafa desejada, destacam os criadores do portal, que garantem a entrega da bebida no destino pretendido por intermédio "de um serviço de confiança e excelência".
 
Segundo os responsáveis, o site "pretende tornar-se num portal de referência do Vinho do Porto" a nível internacional, oferecendo ainda aos visitantes informações sobre as várias casas desta "bebida milenar" e sobre a sua qualidade e explicando "em detalhe" os vários rituais a ele associados, como, por exemplo, "o ritual de decantar".
 
 

Vinho pode auxiliar na perda de peso

Você nunca desconfiaria somente de olhar para sua garrafa, mas a maioria dos vinhos de mesa secos que pairam entre 11 e 14 % de álcool, em uma taça com aproximadamente 200 ml, contém cerca de 120 a 130 calorias, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. A maioria dos rótulos de vinhos incorpora o teor de álcool, mas duas medidas recentes foram tomadas nos EUA, com o objetivo de informar a tabela nutricional mais detalhada. Em 2013, o Álcool e Tabaco Impostos e Trade Bureau (TTB), que é escritório do departamento do tesouro norte-americano, determinou que os produtores de bebidas alcoólicas poderiam voluntariamente imprimir uma etiqueta com "Serving Facts" em suas garrafas, iguais aos que encontram-se em  produtos alimentares. Enquanto isso, a partir de dezembro de 2015, cadeias de restaurantes serão obrigados a divulgar informações de calorias do álcool, bem como para a alimentação, em seus menus.
 
Uma das principais fontes de calorias dos vinhos é o álcool, que contém 7 calorias por grama. Carboidratos e açúcar também contribuem para aumentar o valor calórico, já que eles possuem 4 calorias por grama. Um vinho seco típico pode ter cerca de 4 gramas de carboidratos, enquanto a mesma porção de um vinho de sobremesa doce pode ter cerca de 20 gramas de carboidratos. Estes valores se aplicam a aproximadamente 200 ml (uma taça).
 
Vinhos por si só não podem ser considerados como uma refeição, mas ao olhar somente as calorias, não podemos analisar o valor nutricional que eles possuem de fato. Apesar da quantidade significativa de calorias, o ato de beber vinho com moderação, especialmente os tintos, tem sido associado a uma série de resultados positivos para a saúde, incluindo a perda de peso.
 
Estudos de investigadores da Espanha e de Boston observaram menores ganhos de peso entre os bebedores moderados de vinhos do que entre os abstêmios, pois as pessoas tendem a consumir menos calorias em uma refeição quando bebem vinho. Esses resultados, é claro, podem ser influenciados por outros fatores, como, por exemplo, o tipo de escolha de alimentos em uma refeição.
 
Ainda assim, outra pesquisa nos Estados Unidos encontrou evidências de que os polifenóis do vinho tinto evitam que alimentos gordurosos sejam convertidos em tecido adiposo, além de manter a glicose baixa entre as células de gordura.
 
Fonte: Revista Adega

A notabilidade dos vinhos Kosher

As vinícolas têm bons motivos para olhar com atenção para o mercado de produtos Kosher, que movimenta anualmente 600 milhões de dólares em todo mundo, e são consumidos em países como Estados Unidos, Brasil, Reino Unido, Canadá, Alemanha, Áustria, Argentina, Israel, Itália, Noruega e Polônia. O certificado Kosher é um documento emitido para atestar se os produtos fabricados por uma determinada empresa obedecem às normas específicas que regem a dieta judaica ortodoxa. Ele é mundialmente reconhecido e considerado sinônimo de controle máximo de qualidade.
 
 
O processo de emissão para um certificado Kosher depende da colaboração e total transparência nas informações que serão permutadas entre a empresa que fabrica o produto e a entidade judaica que emitirá o documento. Um produto Kosher, portanto, é considerado puro, pois é fabricado de acordo com as leis judaicas.
 
Para que receba o certificado Kosher, um vinho deve ser elaborado sob a supervisão de um rabino. Todos os produtos utilizados na produção devem ser Kosher, não é permitido que uma pessoa não judia manipule o vinho, de tal modo que toda a adega é selada, para evitar a contaminação.
 
A verdade é que, independentemente de monitoramento do vinho nos processos, os vinhos Kosher não possuem em qualquer fase da fabricação um elemento comum entre eles, como todos os outros vinhos, diferem-se à área de produção, variedade, produção e envelhecimento.
 
Fonte: Revista Adega

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Porto Valdouro Tawny

Há muito tempo não degustava um porto e confesso que estava com saudade, pois são vinhos que me agradam bastante e me reportam ao meu início no mundo do vinho, tendo sido o Dow´s o primeiro vinho deste tipo que provei há tanto de anos atrás.
 
O porto que é tema do post é produzido por uma das poucas empresas que produz este tipo de vinho e que é gerida exclusivamente por portugueses: a Wiese & Krohn e que mantém a tradição de estampar suas garrafas com printura ao contrario da grande maioria que adotou os rótulos em papel.
 
A Wiese & Krohn foi fundada em 1865 por dois jovens Noruegueses, Theodor Wiese e Dankert Krohn. No início era uma pequena empresa, baseada na exportação de Vinho do Porto para os mercados escandinavos e para a Alemanha. Em 1880 Theodor Wiese decidiu vender a sua quota a Dankert Krohn.
 
Após a morte de Dankert Krohn em 1906 o negócio prosseguiu tendo como sócios, além da viúva e das filhas do fundador, Gomes Figueiredo e Edmund Arnsby, o primeiro um guarda-livros português e o último um gerente britânico, ambos ex-colaboradores no tempo de Dankert Krohn. Durante este período, a Wiese & Krohn estendeu a sua atividade comercial a novos mercados, tais como França, Bélgica e Países Baixos. Gomes Figueiredo reformou-se em 1921, ano em que Edmund Arnsby adquiriu a quota da família Krohn e admitiu como novos sócios o seu irmão Frederick - um provador muito experiente vindo da Casa Croft - e Edmundo Falcão Carneiro, diretor de exportação português a trabalhar na firma desde 1910.
 
Desde 1933 a empresa está aos cuidados da família Falcão Carneiro e é uma das poucas que estão em mãos portuguesas. A Wiese & Krohn é atualmente gerida pela terceira geração da família Falcão Carneiro. Os seus estoques de Vinho do Porto atingem mais de 5 milhões de litros e encontram-se alojados em seis caves em Vila Nova de Gaia e uma na Região Demarcada do Douro.
 
A empresa possui uma propriedade chamada Quinta do Retiro Novo, situada numa das zonas mais nobres do Douro - o vale do Rio Torto. Os vinhos procedentes desta área são famosos pela sua superior qualidade. Vintages, Late Bottled Vintages e Colheitas da nossa Casa são originários desta zona.
 
Mas chega de conversa e vamos ao líquido, o qual amadurece em barris de carvalho por 4 a 6 anos.
 
Visualmente apresentou cor rubi de média intensidade com reflexos granada e lágrimas finas, rápidas e abundantes. No nariz aromas de frutas secas, especiarias, tabaco, café, mel e madeira. Em boca mostrou-se encorpado e com bom equilíbrio entre acidez e doçura. Final de boca longo e harmonioso com a fruta seca e a notas de madeira aparecendo no retrogosto.

O Rótulo

Vinho: Valdouro Tawny
Tipo: Porto
Castas: Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz e Tinto Cão
Safra: Não safrado
País: Portugal
Região: Douro
Produtor: Weise & Kron
Graduação: 19%
Onde comprar em Recife: Pão de Açúcar
Preço médio: R$ 70,00
Temperatura de serviço: 15°

França cria curso online sobre vinhos

O programa faz parte do MOOC (abertura massiva de cursos online), uma iniciativa que oferece cursos digitais em variados idiomas, em parceria com as maiores universidades da Europa.
 
A  Université de la Vigne et du Vin pour Tous, ou Open Wine university, oferecem os cursos com início  em maio de 2015.
 
O conteúdo do curso foi programado pelos professores Jules Guyot, Sandrine Rousseaux e o enólogo Françoise Arpaillanges, e terá matérias sobre viticultura, entendimento de terroir, técnicas de experimentação e vinificação, e história e importância cultural dos vinhos.
 
O curso terá duração de cinco semanas, com seminários online, vídeos e degustação interativa.
 
Arpaillanges diss que “Eu estou feliz em contribuir com a formação do curso. Fui a fundo nadei a fundo nas explicações  dos diferente terroirs e Climats de Borgonha, e as bases históricas para locais de vinhedo atuais”.
 
Fonte: Revista Adega

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Boa compra abaixo dos 30 pilas

Vinhos bons e baratos são um atrativo para todo e qualquer enófilo, então sempre que encontro alguma boa compra abaixo dos 50 e até dos 30 pilas costumo falar aqui no blog e este é o caso do vinho de hoje: o Norton Colección Cabernet Sauvignon 2014.
 
Trata-se de um vinho de uma linha de vinhos varietais jovens da gigante Argentina Norton, cuja proposta é manter o caráter fresco e frutado, convidando o apreciador a descobrir a particularidade de cada casta.
 
A história da Bodega Norton começou em 1895, quando o engenheiro inglês Edmond James Palmer Norton veio para Mendoza construir uma linha férrea, que uniria a cidade ao Chile. Pressentindo que ali seria um excelente lugar para cultivar uvas, importou mudas de videiras da França e iniciou a produção de vinhos, numa das primeiras vinícolas da região.
 
O rumo da empresa começou a mudar em 1989, quando o empresário austríaco Gernot Langes-Swarovski, hoje mundialmente conhecido pelos seus disputados cristais, comprou a Norton, impressionado pela beleza dos vinhedos e da região e pelo fato de ser a única das tradicionais bodegas argentinas circundada pelos seus próprios vinhedos.
 
Visualmente o vinho apresentou cor rubi intensa e brilhante e halo vermelho translúcio, com lágrimas finas e rápidas. No nariz aromas de fruta (ameixa e framboesa), notas herbáceas sutis seguidas de aromas de café e tabaco. Em boca taninos maduros e em bom equilíbrio com a acidez e o álcool. Final de boca de boa intensidade com a fruta aparecendo no retrogosto.
 
Um bom vinho para o dia a dia e que acompanha bem uma carne vermelha ou queijos e embutidos.
 

O Rótulo

Vinho: Norton Colección
Tipo: Tinto
Castas: Cabernet Sauvignon
Safra: 2014
País: Argentina
Região: Luján de Cuyo, Mendoza
Produtor: Bodega Norton
Graduação: 13,9%
Onde comprar em Recife: RM Express
Preço médio: R$ 28,00
Temperatura de serviço: 16°

terça-feira, 19 de maio de 2015

Crianças descobrem lagar de vinhos de 1400 anos em Jerusalém

Enquanto corria no parque em um bairro de Jerusalém, um atleta local tropeçou em uma antiga ruína que anteriormente não estava lá.
 
O morador de Jerusalém imediatamente relatou a estranha descoberta para a Autoridade de Antiguidades de Israel (AAI), que confirmou que eles não tinham escavações arqueológicas em andamento naquele bairro ou nenhum conhecimento de quaisquer ruínas naquele local.
 
No entanto, depois de chegar ao local, os arqueólogos da AAI ficaram surpresos ao descobrir um lagar (local de produção) de vinho de 1.400 anos de idade totalmente e meticulosamente escavado na rocha e exposto ao mundo.
 
“Nossa equipe ficou chocada”, disse o porta-voz da AAI à agência de notícias Tazpit. “Eles viram um antigo lagar de vinho cuidadosamente exposto onde não existia nenhum, onde nem um único arqueólogo jamais escavou”.
 
Os funcionários da AAI ficaram incomodados com o mistério até que ele foi revelado pela equipe que assumiu a preservação do local, que disse que o antigo lagar foi descoberto e exposto pelas crianças locais. As crianças do bairro, ao que parece, eram ávidas fãs de arqueologia e simplesmente foram “fingindo” que estavam em uma floresta em torno do bairro.
 
O jogo delas se transformou em realidade quando foram elogiadas pelo AAI por seus cuidados com a ruína e o trabalho delicado em explorar o lagar preservando-o ao mesmo tempo.
 
Fonte: Gospel Prime

Robert Parker perde dominância

Robert Parker possui tanta influência no mercado de vinhos, especialmente nos vinhos Bordeaux, que o The Wine Investment Fund (TWIF), que analisa preços de vinhos, usa suas avaliações como um dos três itens para medir o valor de um vinho em relação a outro.
 
Um exemplo de que a avaliação de Parker tornou-se tão significativa é o caso do Smith Haut Lafitte 2009. O vinho custava 600 euros a garrafa até fevereiro de 2012, quando Parker aumentou a pontuação do vinho de 96 para 100 pontos. Imediatamente, o rótulo teve um aumento de 150% em relação a seu preço original.
 
A TWIF, no entanto, notou uma diminuição no impacto da avaliação do crítico nos preços em novembro de 2014, comparado com novembro de 2009. A empresa verificou, ainda, um declínio de preço dos vinhos Bordeaux avaliados em 100 pontos por Parker durante esse período. Notou-se que o valor médio desses vinhos baixou até 18 vezes.
 
Segundo a TWIF, houve queda de 25% em relação ao aumento de preços de vinhos que tiveram sua pontuação elevada pela avaliação de Parker, o que mostra uma queda na influência do crítico. Para a companhia, esse fato mostra que o mercado está antecipando a aposentadoria de Parker, ainda que considere o crítico “o principal influente nos preços do mercado de Bordeaux”.
 
Fonte: Revista Adega

Mineralidade nos vinhos: realidade ou mito?

Em degustações de vinho, o termo mineralidade costuma ser citado. Ninguém sabe, no entanto, o que significa mineralidade, de onde ela vem ou se é só algo que se sente no paladar ao consumir um vinho. Essa dúvida serviu de ponto de partida para um projeto encabeçado por cientistas da Nova Zelândia e da França dispostos a entender melhor o que o conceito de mineralidade significa nos vinhos Sauvignon Blanc, e investigar as diferenças de percepção de mineralidade entre os dois países.
 
O resultado indica que o conceito de mineralidade é bem real, e a noção do que representa a mineralidade mostra-se parecida nos dois países. “Os resultados foram notórios, ficamos muito impressionados pelas similaridades que os dados mostraram entre os dois participantes”, disse a líder da pesquisa, Wendy Parr.
 
O estudo mostrou que esse fato foi o mais notável, devido às diferenças do estilo de produção do Sauvignon Blanc entre a Nova Zelândia e a França. Inevitavelmente, houve diferenças entre as percepções de mineralidade de cada participante, o que comprova outro estudo feito em 2013 sobre a mineralidade do vinho Burgundy Chardonnay. “Mineralidade é uma característica muito imprecisa, portanto, terá diferenças entre as pessoas”, considera Parr.
 
Os pesquisadores afirmaram que a falta de percepção de um sabor na degustação constantemente é associado à mineralidade, ou seja, quanto mais intenso for o sabor da uva no vinho, menos mineralidade esse vinho terá.
 
Notou-se nas pesquisas, também, que se pode sentir a mineralidade no olfato tanto como no paladar. Isso foi descoberto quando os pesquisadores avaliaram os vinhos somente pelo cheiro primeiro, e depois pelo gosto. Nos dois casos os profissionais perceberam características minerais.
 
Para Wendy Parr, o estudo não comprovou o que é mineralidade, no entanto, foi importante para demonstrar que o conceito de mineralidade é real, além de ser presente em diversos países produtores de vinhos.

Fonte: Revista Adega

domingo, 17 de maio de 2015

Aumento do interesse por vinhos abre espaço para empreendedores

O aumento do interesse dos brasileiros por vinhos nacionais e importados abriu espaço para os empreendedores. Seja em lojas físicas ou pela internet, as empresas deste segmento têm registrado bons resultados nas vendas.
 
A expectativa de crescimento para 2015 de uma empresa que vende vinhos pela internet impressiona: 200%.
 
“A gente já tem um planejamento de crescimento bastante agressivo e desde que a gente lançou o negócio a gente já recebeu o aporte de mais de 12 milhões de reais e a gente espera e tem uma visão de crescer para mais de 300 milhões de reais nos próximos cinco anos”, diz Marcos Leal, sócio da Evino.
 
Hoje são 20 mil pedidos por mês, número alto para quem tem pouco tempo de vida. A empresa foi fundada em 2013.
 
“A gente explorou o mercado, identificou que tinha uma oportunidade muito grande aqui, mesmo com outros concorrentes no mercado ainda tinha muito espaço para crescer”, afirma Marcos.
 
Nesse caso, dois mercados em ascensão. “O crescimento do mercado online de 2013 para 2014 foi de mais de 24% e o  consumo per capita de vinhos nos últimos 10 anos mais que dobrou, então a gente sabe que tem uma vontade do brasileiro de tomar mais vinho”, explica Marcos.
 
Não é só vontade. Os brasileiros estão de fato bebendo mais vinho. Os dados do Anuário do Vinho 2013 mostram que o consumo da bebida no país cresceu 30% entre 2007 e 2010, uma das maiores taxas mundiais de crescimento.
 
Mas na década de 70, quando Otávio Piva de Albuquerque inaugurou a marca, o cenário era outro.
 
“Quarenta anos atrás, quando a gente começou, praticamente o Brasil era grande produtor de cerveja, de cachaça. Não existia praticamente mercado de vinho. Eu olhei para os Estados Unidos e pensei: um dia o brasileiro vai gostar de tomar vinho”, conta Otávio, sócio da Expand.
 
Ele apostou que o vinho seria bem-vindo na casa das pessoas e foi crescendo aos poucos. Hoje já são nove lojas, mais de 1500 restaurantes e 1000 supermercados atendidos.
 
Uma loja tem quase 300 rótulos à disposição para todos paladares e bolsos. A garrafa mais barata está na promoção e sai por R$ 22 e a mais cara custa R$ 34,8 mil.
 
“A frequência não é muito grande porque são vinhos para ocasiões especiais. De cada mil garrafas uma vai ser desse vinho”, explica Otávio.
 
Mas a principal procura é pelo custo-benefício. “Precisa gastar muito para encontrar um bom vinho? Não precisa. Até 50 reais, que é 85% do mercado brasileiro, você encontra ótimas opções”, diz Otávio.
 
Fonte: Contracorrente

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Aromas e Buquê dos vinhos


 
O aroma é o cheiro de um vinho e é também usa do genericamente quando se discute o perfume de um vinho. O buquê é o aroma do vinho maduro e engloba as mutações físicas e químicas que ocorrem à medida que o vinho envelhece. Esses aromas são mais difíceis de serem descritos. Os vinhos brancos frequentemente desenvolvem aroma e sabor de mel e com o tempo; os tintos ficam mais pastosos e ganham aromas e sabores profundos. É importante que aprenda a distinguir entre os dois, porque só assim vai estar habilitado a julgar a idade e a maturidade de um vinho pelo nariz.

Comece a anotar os cheiros que o circundam para sentir os aromas do morango, pêssego, do café moído, tostados, chocolate, abacaxi, frutas negras, ameixas, cerejas e etc. Quando estiver andando pela feira, comece a cheirar os alimentos, corte uma pimenta verde e registre o cheiro. O mesmo vale para as flores, folhas, grama cortada, maçã cozida ou crua. Registre o cheiro da fumaça de carvão, da lavanda, do papelão ou dos bosques.

Aromas de frutas e flores

Os aromas de frutas, flores e vegetação, provém da variedade da uva usada no vinho, tanto no tinto quanto no branco. Podem ser a melhor maneira de descrever os aromas de um vinho, portanto, sempre que provar um vinho e achar que ele é frutado tente imaginar exatamente de quais frutas seriam os aromas. Os vinhos também podem cheirar a flores, embora seja mais difícil determinar a flor. Um aroma de rosas é comum em vinhos brancos feitos com a uva gewurztraminer, mas para a maioria dos vinhos, é mais comum uma vaga bem sutil impressão de flores primaverais.

O curioso é que o único cheiro de fruta que raramente se encontra em um vinho é o cheiro de uva. A exceção é o vinho feito da uva moscatel, que traz à nossa lembrança as frescas e cheirosas uvas de sobremesa.

Cheiro de Carvalho

As primeiras coisas que você sente com os vinhos que passam em barricas de carvalho sao: os cheiros de baunilha, canela, cravo, manteiga nos chardonnay e torradas, Se o vinho foi envelhecidobarris de carvalho por longo periodo, poderá cheirar como pátio de madeira, com o aroma de fruta dominado pelo cheiro do carvalho. O aroma poderá resurgir ou n~~ao ``a medida que o vinho envelhece. Mas os carvalhos de espécies diferentes emprestam diferentes aromas e sabores ao vinho: o carvalho americano dá um sabor um forte aroma de baunilha, ao passo que caralho francês é mais sutil, o carvalho Alemao tem cheiro de especiarias e o português, achocolatado. Mas a maioria prefere os carvalhos francês e maericano. do carvalho.        
 
Refrescantes

Um aroma muito refrescante e limpo pode indicar que o vinho não foi envelhecido em barris de carvalho. Vários vinhateiros preferem guardar seus vinhos jovens em toneis de aço inoxidável até o engarrafamento, para preservar o frescor da juventude. Mesmo que o vinho tenha aroma fresco, é impossível determinar o nível de acidez ou te tanino só pelo cheiro, o modo mais eficiente de julgara acidez é degustar o vinho.

  • Falta frutado – Um vinho que não cheira a frutas subtende-se que o vinho ou é muito jovem, ou é muito velho e já perdeu completamente o aroma.
  • Pungente – Com aroma forte e ardido. O aroma do Sauvignon Blanc é frequentemente descrito como pugente.
  • Aromático – Refere-se a qualquer tipo de aroma forte e pronunciado.     Quando sente no nariz o aroma particularmente floral.
  • Nariz potente – É um vinho muito forte com aromas exuberantes.
 
Por: Edna Gome
Fonte: Diário da Manha

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Rússia investe em produção de uvas em território da Crimeia

O ministro da agricultura da Crimeia, Vitaly Polishuck confirmou o investimento da capital em vinícolas do território anexado recentemente pela Rússia. Segundo ele, o recurso será utilizado para reprodução de uvas no Jardim botânico Nikitsky e no Instituto Magarach, um dos maiores centros de pesquisas agrícolas da região.
 
A ação faz parte de uma série de investimentos prometidos para a produção de vinhos da Crimeia, apósa anexação do território da Ucrânia pela Rússia em 2014. Faz parte dos planos russos, também, tornar sua indústria de vinhos autossuficiente, em termos de plantação de uvas até 2020. “Realizamos todos os cálculos necessários e descobrimos que todos os investimentos serão implantados a tempo”, garantiu Polishuck.
 
De acordo com as estimativas do governo da Crimeia, a demanda anual de uvas para a produção de vinho é de 10 milhões de unidades por ano, enquanto o volume produzido pelo país fica em torno de 1,6 milhão de unidades por ano.
 
O governo russo afirmou que se o projeto na Crimeia for bem-sucedido, projetos semelhantes serão firmados em outras regiões vinícolas na Rússia.
 
Fonte: Revista Adega

quarta-feira, 13 de maio de 2015

É um Château com mais de 150 anos de história, mas não é da França

Quanto mais você adentra no mundo do vinho mais curioso e ansioso por aprender e provar rótulos diferentes você fica. Campo para desbravar não falta: os países que produzem vinhos já ultrapassam a casa das nove dezenas e o número de diferente rótulos são da ordem dos milhares.
 
Pela taça do Vinhos de Minha Vida já passaram, por exemplo, vinhos de Israel e Grécia, áreas vitivinícolas pouco badaladas, porém com grande tradição na produção da bebida e que de certa forma não causam tanta estranheza a quem conhece um pouco sobre a bebida, pelo menos não tanto quanto um outro país situado em pleno Oriente Médio e com um grande histórico de conflitos.
 
O país em questão é o Líbano, uma das regiões de antigas civilizações, como fenícios, assírios, persas, gregos, bizantinos e turcos otomanos. Os primeiros indícios de civilização no Líbano remontam a mais de 7 000 anos de história registrada. O Líbano foi o local de origem dos fenícios, uma cultura marítima que floresceu durante quase 2 500 anos (3 000-539 a.C.). O Líbano estabeleceu um sistema político único em 1942, conhecido como confessionalismo, um mecanismo de partilha de poder com base em comunidades religiosas, modelos este criado quando os franceses expandiram as fronteiras do monte Líbano.
 
E a influência da França ecoa por boa parte do país, inclusive na área vitivinícola, tanto que a vinícola mais antiga do país, fundada 1857 por monges jesuítas, chama-se Château Ksara.
 
O Château Ksara não é apenas a vinícola mais antiga do Líbano  como também o maior produtor de vinhos do país, com 300 hectare de vinhedos e produção de mais de 2 milhões de garrafas por ano. A vinícola recebe mais de 40.000 visitantes por ano e possui como grande atração sua cave subterrânea, um complexo de 6 túneis, com mais de 2 km de extensão total, que acredita-se ter sido construído pelos romanos há 2000 anos atrás.
 
O Château Ksara está estabelecida  no Vale do Bekaa e desenvolveu o primeiro vinho seco no país. Atualmente é vinho mais popular do Líbano, mas devido à grande imigração de libaneses no mundo todo, pode ser encontrado e adquirido em muitos países diferentes, inclusive no Brasil.
 
Um dos rótulos mais tradicionais do Château libanês é o Reserve du Couvent, um corte das castas francesas Cabernet Sauvignon, Syrah e Cabernet Franc, com maturação de 12 meses, parte em carvalho e parte em tanques.
 
Visualmente o vinho apresentou cor rubi de média intensidade e lágrimas finas e lentas. No nariz mostrou aromas de fruta vermelha em compota, toque floral (violetas), notas herbáceas, pimenta, baunilha, leve toque de tostado e balsâmico. Em boca apresentou taninos intensos, porém já amaciados pelos 5 anos de vida, boa acidez e  álcool na medida certa. Final de boca seco e persistente com a fruta e o balsâmico aparecendo no retrogosto.
 
Vinho ainda jovem, apesar dos cinco anos de vida e de já estar pronto para ser bebido. Ainda tem algunas anos pela frente e ganhará complexidade com a guarda.
 
Por aqui eu e Fernanda harmonizamos como um Pernil Suíno.
 
 
O Rótulo

Vinho: Ksara Reserve Du Couvent
Tipo: Tinto
Castas: Cabernet Sauvignon, Syrah e Cabernet Franc
Safra: 2010
País: Líbano
Região: Vale do Beqaa
Produtor: Chateau Ksara
Enólogo(a): Rania Chammas
Graduação: 13%
Onde comprar: Wine
Preço médio: R$ 65,00
Temperatura de serviço: 16°