domingo, 29 de julho de 2012

Consumidores preferem garrafas de vinho com formato tradicional

A garrafa de vinho tradicional pode estar perdendo espaço para embalagens alternativas, mas, de acordo com a Wine Intelligence, nunca será completamente substituída.

Uma análise feita pela empresa mostrou que mais de sete milhões de consumidores regulares experimentaram comprar vinhos em embalagens plásticas, em caixinha ou com formato de copo, mas continuam preferindo a garrafa tradicional.

De acordo com o relatório, os consumidores britânicos são os que mais se arriscam em novos tipos de embalagem. Mais da metade deles compra embalagens bag-in-box, feita com camadas de filmes transparentes, colocada dentro de uma caixa, normalmente de papelão, com objetivo de facilitar o transporte, a logística e o acondicionamento.

Consumidores compram vinhos baseados em diversos fatores, como custo-benefício, preocupação com o meio ambiente na produção e facilidade de carregar. No entanto, a imagem do produto continua sendo o mais importante. "Os produtores podem usar qualquer argumento cientifico ou organoléptico para explicar suas novas embalagens. Mas isso não está em debate fora dos laboratórios", disse o diretor da Wine Intelligence, Graham Holter.

Fonte: Revista Adega

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Minha Compra Certa - Rapariga da Quinha Colheita Selecionada 2009

Há alguns vinhos que definitivamente você não tem medo de comprar, por isso resolvi criar mais uma sessão aqui no blog: Minha Compra Certa, para acessar basta ir ao menu Especiais e clicar no link com o nome da sessão.

Hoje irei postar sobre o primeiro vinho dessa nova sessão: Rapariga da Quinta Colheita Selecionada 2009, um vinho que leva o nome de Luís Duarte, que é um dos enólogos mais renomados de Portugal.

Luís Duarte é um dos enólogos mais renomado de Portugal. Em 1997 foi destacado com o título de Enólogo do Ano pela Revista de Vinhos, uma das publicações especializadas mais prestigiadas de Portugal. Em 2007 repetiu a façanha, conquistando novamente este título. Em 2010, foi nomeado para a categoria “Best Winemaker in the World” do Wine Awards 2010, um concurso realizado pela revista alemã Der Feinschmecker e ficou entre os seis finalistas.


Em seus quase 25 anos de carreira, sempre no Alentejo, Luis Duarte vem assinando muitos dos vinhos alentejanos que mais prazer proporcionam e maior sucesso tem alcançado. E recentemente tem nos presenteado com vinhos de seu projeto pessoal, elaborados com suas vinhas, daquelas que circundam a sua casa, são eles: Rubrica Tinto, Rubrica Branco, Rapariga da Quinta Colheita Selecionada, Rapariga da Quinta Reserva e Rapariga da Quinta Branco; todos eles receberam mais de 90 pontos nas safras de 2008 e 2009.

De um enólogo, e agora produtor, com um tal percurso, espera-se um vinho consequente com a sua carreira. E isso, para quem segue e conhece o trabalho de Luís Duarte, é uma daquelas premissas que está garantida.

O Rapariga da Quinta Colheita Selecionada já foi comentado aqui no Blog, só que a safra 2008: relembre.

A safra de 2009 recebeu 91 pts na WE, mostrando a qualidade e continuidade dos processos de excelência, dando ao consumidor confiança e a certeza de estar comprando um produto de qualidade, é aqui que podemos dizer que podemos comprar sem medo de errar.

O Rapariga da Quinta Colheita Selecionada 2009 mostrou uma cor rubi clara com sinais de evolução, lágrimas finas e lentas. No nariz muito aromático, com a fruta em predominância, mas bem integrada a elegantes e suaves notas de tostado. Em boca mostrou-se suave e delicado, com taninos redondos e elegantes em perfeita harmonia com o álcool e a acidez. Final de boca de média intensidade e a fruta aparecendo no retrogosto.

O Rótulo

Vinho: Rapariga da Quinta Colheita Selecionada
Tipo: Tinto
Castas: Aragonês, Touriga Nacional e Trincadeira
Safra: 2009
País: Portugal
Região: Alentejo
Produtor:Luís Duarte Vinhos
Enólogo: Luís Duarte
Graduação: 14%
Onde compra: RM Express
Preço Médio: R$ 35,00 (Por esta garrafa paguei R$ 29,00 na promoção)
Temperatura de serviço: 16 graus

sábado, 21 de julho de 2012

Aprenda a Identificar os Aromas do Vinho

Aspecto da degustação que mais intriga os apreciadores, os aromas do vinho são aprendidos com prática e estudo

Por: Sílvia Mascella Rosa

Você conhece laranjas, certo? Tanto que provavelmente já serviu suco de laranja-lima para as crianças pequenas (pois é mais doce e menos ácido). Talvez goste quando, na padaria, o suco de laranja-pêra está bem fresco. Ou ainda peça sua caipirinha com saquê e lima-da-pérsia. Quiçá aprecie a chegada do verão e, com ele, as laranjas-bahia, grandes, suculentas, de casca grossa e umbigo de fora.

Você percebeu que, mesmo sendo todas laranjas, cada uma tem sabor singular, acidez única e um aroma particular. Com as uvas, é a mesma coisa. Algumas são boas para comer (Rubi, Itália, Thompson), outras são boas para fazer suco (Isabel, Bordô) e outras ainda são ideais para fazer vinho, como a Merlot, a Cabernet Sauvignon, a Chardonnay e a Pinot Noir.

Infelizmente, poucos assuntos complicam mais a vida de quem aprecia vinhos do que entender os cheiros (também chamados de aroma e buquê). Tanto que algumas pessoas chegam a rotular quem reconhece algo além do cheiro de álcool e de uva de enochato.

O Nariz e a Memória

Armazenamos mais informações em nosso cérebro do que utilizamos em nosso dia-a-dia. Com os aromas é a mesma coisa: somos capazes de associar o cheiro de algum lugar à casa de um parente, de lembrar de um antigo amor somente pelo perfume e de não gostar de um alimento apenas pelo aroma que ele tem.

Todos esses cheiros fazem parte da nossa memória afetivoolfativa e são revividos por nosso cérebro em uma questão de milésimos de segundo. Quando degustamos um vinho, obrigamos o cérebro a buscar aqueles aromas em nossa memória.

Para facilitar a vida de quem degusta profissionalmente e tem, muitas vezes, de atribuir notas e pontuação aos vinhos, os aromas são classificados e, portanto, seguem um padrão para que qualquer degustador - seja ele chinês ou polonês - fale a mesma língua.

A Ciência Explica

Resultado da transformação do açúcar natural das uvas em álcool através da fermentação, o vinho tem seus aromas, em parte, resultantes desse processo. Celito Guerra, enólogo pesquisador da Embrapa, explica que os aromas primários dos vinhos são provenientes de compostos químicos voláteis como os carotenóides, terpenóis e pirazinas. "O termo ''primários'', nesse caso, quer dizer os aromas de cada variedade de uva e do suco que ela produz, que será o mosto a ser fermentado. Essas uvas contêm compostos orgânicos voláteis", diz Guerra. Isso quer dizer, por exemplo, que, em muitos vinhos Cabernet Sauvignon, quando as uvas são colhidas mais verdes do que deveriam, a pirazina (um dos produtos orgânicos da uva) pode não completar seu processo químico, dando ao vinho um aroma de pimentão verde (a pirazina existe no pimentão de cozinha, mas, nesse caso, este cheiro o identifica quando fresco).




Aromas seguem um padrão e são classificados para facilitar a vida do degustador

Os aromas que os degustadores reconhecem não resultam, portanto, de ideias aleatórias, mas, sim, de compostos orgânicos bem conhecidos. A divisão dos aromas para a degustação obedece a uma regra básica: aromas primários - aqueles que vêm das uvas; aromas secundários - oriundos do processo de fermentação; e aromas terciários - formados na maturação e envelhecimento do vinho.

Para melhor sentir os aromas é preciso aspirar o vinho com delicadeza
e não com intensidade.
Reconhecendo os Principais Aromas

Existe uma dica importante que poucos degustadores passam adiante: aspirar com muita intensidade os aromas na boca da taça só vai trazer para sua narina o cheiro de álcool. Ele é, sim, o mais forte e o mais volátil. Por isso, aspire com delicadeza, sempre.

No caso dos espumantes, a taça não deve ser girada. Esse movimento, que equivale a colocar uma colher no refrigerante, faz as borbulhas desaparecerem, e são precisamente as bolhas que permitem aos aromas dos espumantes alcançarem nossos narizes. Se for difícil identificar o buquê do espumante, pode ser porque o vinho está gelado demais (isso fecha os aromas) ou por ser muito sutil, feito com uvas pouco aromáticas (as uvas brancas são divididas em aromáticas e não aromáticas). Ajuda tampar a taça com a palma da mão por alguns segundos e depois aspirar novamente.

Ao degustar, tente relacionar os cheiros à sua memória olfativa. Quanto mais você repetir essa experiência, mas fácil perceberá os aromas nas degustações futuras

O fato de uma uva ser classificada como "não aromática" não tem nenhuma influência na qualidade final dos vinhos. Tal classificação, aliás, não quer dizer que não tenha aroma algum, apenas que seus cheiros são menos pronunciados. Chardonnay, Riesling e Pinot Grigio são exemplos de não aromáticas, e Moscato e Sauvignon Blanc, das aromáticas.

Antes de degustar, leve em consideração alguns detalhes: o local deve estar livre de outros cheiros, como os de desinfetante e insenso. Para fumantes, são necessárias algumas horas sem o cigarro para que as narinas voltem a captar os aromas e pode ser até mesmo necessária a troca de roupas, pois elas retêm o odor do tabaco.

Evite consumir café, chá preto e leite por duas horas antes da degustação e não use perfume e nem creme para as mãos. Depois, verifique se as taças estão com algum aroma. Certas vezes, quando guardadas ainda úmidas em armários de madeira, elas cheiram a madeira. Limpe-as com um pano branco e um borrifador com medidas iguais de água e álcool.

Lembre-se de que sentimos os aromas de duas maneiras: a direta, pela aspiração através das narinas; e a retronasal, percebida quando engolimos a bebida (percepção comum quando se está resfriado).

Para auxiliá-lo em sua próxima degustação, veja (na tabela final) alguns dos aromas mais associados a vinhos brancos e tintos. Perceba como quase todos eles fazem parte de nossa memória olfativa cotidiana e isso facilitará sua apreciação dos vinhos. Importante é repetir essa experiência, pois, assim, o cérebro se encarregará de deixar essas memórias olfativas prontas para a sua próxima degustação.

Aromas podem ser primários (vêm das uvas), secundários (da fermentação) e terciários (surgem com o envelhecimento do vinho)





Fonte: Revista Adega



Passeio Enológico por Portugal: Quinta do Ortigão

A família Alegre faz parte da história dos vinhos espumantes em Portugal. Justino Sampaio Alegre, bisavô de Pedro Alegre, atual proprietário da Quinta do Ortigão, introduziu em Portugal o método clássico de produção de vinhos espumantes em 1893. Justino Sampaio Alegre, um homem de visão, percebeu a aptidão das uvas brancas da Bairrada e produziu o primeiro Vinho Espumante português. O seu exemplo ficou enraizado na família e atualmente já estamos na quarta geração dedicada à elaboração de vinhos espumantes de qualidade, um caso raro em qualquer país do mundo.

Plantadas bem no coração da região da Bairrada, os 15 ha de vinha da Quinta do Ortigão, misturam a tradição e a contemporaneidade, produzindo uvas de qualidade desde 1948. A grande preocupação dos proprietários centrou-se na criteriosa escolha e plantio de castas seleccionadas que permitissem a produção de vinhos de grande complexidade.

A Quinta do Ortigão estava dois rótulos disponíveis para degustação: seu espumante e um tinto. Degustamos o espumante, que agradou bastante.

Espumante Ortigão Brut

Espumatização pelo método clássico (fermentação em garrafa). O"Remouage"manual e o "Degórgement á la vollée", é uma operação manual que segue as tradições seculares dos monges de champagne.
 
Visualmente mostrou uma cor amarelo ouro, com perlage abundande e com boa duração. No nariz muito rico com notas de ameixa seca e damasco, ligeiro tostado e algum aroma de levedura. Em boca mostra-se elegante e macio, repete a fruta, que está em bom equilíbrio com a acidez. Final de boca seco e persistente, onde um gole pede outro.
 
 
O Rótulo

Vinho: Ortigão Brut
Tipo: Espumante
Castas: Arinto, Bical, Cerceal e Maria Gomes
Safra: Não é safrado
País: Portugal
Região: Bairrada
Produtor: Quinta do Ortigão
Enólogo: Osvaldo Amado
Graduação: 12%
Onde comprar: Varanda (Internet)
Preço médio: R$ 50,00
Temperatura de serviço: 6º

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Casillero del Diablo Reserva Privada Cabernet Sauvignon - Syrah 2008

Tudo é motivo para uma "comemoração". Outro dia estava falando com o confrade e amigo Juberlan e ele me perguntou: quando vamos realizar a inauguração de um espelho que coloquei aqui em casa? Definitivamente precisamos quebrar os paradigmas que circundam o mundo do vinho, tais como - vinho só é bom se for caro ou para se degustar um vinho faz-se necessário um momento especial, dentre outros; não digo que o vinho não deva ser degustado em ocasiões especiais, muito pelo contrário ou que os vinhos caros são ruins, porém não devemos atrelar essa bela bebida a coisas como essas e sim, nós enófilos, devemos degustar o vinho em sua excelência, seja em ocasiões especiais ou em situações descontraídas e descompromissadas, nada deve sobrepor-se ao prazer de se apreciar a bebida, pois naquela situação, especial ou não, o vinho é o ator principal.

Desta vez posso dizer que a garrafa de vinho foi aberta em uma ocasião especial e comemorativa, é que como vocês leram no post anterior: Entramos bem na Lista Quem é Quem 2012, o Vinhos de Minha Vida figurou em uma bela classificação na análise realizada pelo site EnoEventos e este é motivo de orgulho e também um bom momento para degustar um vinho.

O Blog foi criado em 26 de abril de 2012 e desde então já obteve algumas conquista que nunca imaginei que ele teria e por isso agradeço aos leitores e também a Fernanda, minha namorada, pelo apoio e incentivo desde o início, então nada mais justo que degustar o vinho com meu amor e a minha maior incentivadora.

Preparei um filé mignon ao molho de queijo gruyère acompanhado com nhoque de batata para acompanhar o belo Casillero del Diablo Reserva Privada Cabernet Sauvignon - Syrah 2008, a segunda de quatro garrafas adquiridas no Uruguai, confira aqui as impressões de degustação da primeira garrafa.

Apesar de ser o mesmo vinho e de ser da mesma safra o vinho apresentou algumas pequenas mudanças, porém significativas.

Visualmente mostrou uma cor rubi intensa e brilhante, com um halo de evolução mostrado uma cor alaranjada de boa transparência; as suas lágrimas são abundantes e lentas, um espetáculo a parte. No nariz mostrou aromas delicados e elegantes, com a fruta bem integrada a madeira, que mesmo com 14 meses de estágio em barricas de carvalho francês não se mostrou em excesso. Em boca mostrou taninos redondos e uma acidez em alta, mas sem agredir e conseguindo limpar a gordura do molho da carne. O vinho mostrou um bom equilíbrio entre a fruta e a madeira, apesar dos 14,5% o álcool não agrediu e junto com os taninos e a acidez deu potência e corpo para acompanhar a comida.

É uma boa compra, mas poderia ser mais barato. Muito gastronômico e essa safra está no ponto, não suportando mais que 4-5 anos de guarda.

Desta vez a rolha saiu intacta, mas já mostrava sinais que com mais algum tempo poderia mostrar infiltrações, possibilitando uma oxidação, ou seja, preciso ir adiante com as outras garrafas guardadas.

O Rótulo

Vinho: Casillero del Diablo Reserva Privada
Tipo: Tinto
Castas: Cabernet Sauvignon 65% e Syrah 35%
Safra: 2008
País: Chile
Região: Valle del Maipo
Produtor: Concha y Toro
Enólogo: Marcelo Papa
Graduação: 14,5%
Onde comprar: RM Express
Preço médio: R$ 80,00 (essa foi $ 18,5 em Montivideo)
Temperatura de serviço: 16º

Entramos bem na Lista Quem é Quem 2012



O Portal EnoEventos vem realizando, desde 2010, um levantamento/análise do tráfego recebido pelas páginas brasileiras de vinho na internet. O levantamento aconteceu pela primeira vez em 2010, quando o Vinhos de Minha Vida ainda não existia. Em 2011, não entramos na lista, mas se nela estivesse estaria na posição 70, mesmo após alguns poucos meses após a criação do blog.

A partir dos dados do Alexa foi possível determinar quem são os mais importantes participantes relacionados ao vinho na Internet brasileira. Compilamos o movimento de um total de 290 sites, número superior aos 260 de 2011 e de 152 de 2010.

E à exemplo do que foi feito nas edições anteriores, os sites foram divididos em 4 categorias, conforme abaixo discriminadas:
  • 87 vinícolas (78 em 2011; 39 em 2010)
  • 86 importadores (81 em 2011; 50 em 2010)
  • 82 sites e blogs (70 em 2011; 44 em 2010)
  • 35 organizações e confrarias (31 em 2011; 19 em 2010)

    Os dados do Alexa são atualizados diariamente, apresentando variações de um dia para o outro. As informações que utilizamos para nossa análise foram todas coletadas nos dias 09 e 10/07/2012.

  • Esse ano entramos na lista e ficamos bem: quadragésima sétima posição na categoria Blogs, entre 82 listados na análise, o que representa um ganho teórico de 23 posições em menos de um ano.


    Agradeço aos leitores do blog, pois sem eles não teria conseguido chegar a esse lugar, o qual, vale salientar, nunca imaginei chegar.

    Em breve as notas de degustação do Casillero del Diablo Reserva Privada 2008 degustado em comemoração a esta marca do Vinhos de Minha Vida.

    Saúde a todos!

    segunda-feira, 16 de julho de 2012

    La Celia Reserva Cabernet Franc 2007

    Finca la Celia nasceu no ano de 1882, quando seu fundador, Eugenio Bustos. Em 1890 ele iniciou a construção da Bodega, sendo a primeira a instalar-se no Vale de Uco. Posteriormente, Celia Bustos, sua filha, herda esta propriedade e com sua personalidade forte e liderança trabalha estas terras tornando-as em uma Bodega próspera.

    No ano 2000, a bodega foi adquirida pela Viña San Pedro Tarapacá Wine Group, empresa líder no ramo vinícola no Chile e Argentina. A bodega foi expandida e  restaurada; equipada com tecnologia de ponta de origem francesa e italiana, combinando hoje arquitetura clássica e equipamento moderno.

    Esse rótulo é o primeiro varietal da Cabertet Franc que degustei e foi minha escolha para comemorar a derrota do Boca para o Corinthians na final da Libertadores de 2012.

    Cabernet Franc é uma varidade de uva tinta da família dos cabernets, do qual é proveniente. Ocupa aproximadamente 157.000 hectares de plantação no mundo todo, destre os quais, 211,13 ficam na França. O Cabernet Franc é mais leve que o Cabernet Sauvignon, possui taninos honestos ou sinceros conferindo firmeza e um corpo violão ao vinho, cor profunda e aromas de frutas tropicais e especiarias. É bastante utilizada para complementar outras uvas em cortes como Cabernet Sauvignon, Tempranillo, Sangiovese e Ugni Blanc.

    É uma das seis uvas permitidas nos cortes de Bordeaux, ao lado de Cabernet Sauvignon, Merlot, Malbec, Carmenere e Petit Verdot. Também é relevante seu cultivo em regiões de clima tropical, como a Tanzânia e a Indonésia. Existem pequenas àreas de cultivo em países de menor importância enológica, como Paquistão e Turquia. Não participa de cortes de Champagne, a não ser nas safras especiais, onde se lançam os Champagnes "Vintage", que incluem esse varietal.

    O La Celia Reserva Cabernet Franc 2007 mostrou uma cor rubi escura e profunda, com halo de evolução em uma cor alaranjada; lágrimas finas e abundantes sujando a parede da taça. No nariz a madeira apareceu de forma franca (80% do vinho tem passagem por barricas de carvalho por 16 meses), com notas de café tostado e chocolate amargo; também são perceptíveis a fruta escura e notas minerais. Em boca mostrou-se estruturado e legante, com taninos robustos e macios e bem equilibrados com a acidez e o álcool; a fruta combinou-se harmoniosamente com o tostado outorgando um agradável e elegante final de boca.

    O Rótulo

    Vinho: La Celia Reserva
    Tipo: Tinto
    Castas: Cabernet Franc
    Safra: 2007
    País: Argentina
    Região: Mendoza
    Produtor: Finca la Celia
    Graduação: 14%
    Onde Comprar: RM Express
    Preço Médio: R$ 35,00
    Temperatura de Serviço: 18 graus

    domingo, 15 de julho de 2012

    O Mapa do Vinho - Parte IV

    Dando continuidade as nossas postagens da série especial Mapa do Vinho hoje vamos falar sobre Espanha e Portugal.

    Espanha

    É o segundo maior produtor de vinhos do mundo, posição esta ocupada pela Itália até 2010. Ela possui a maior área de vinhedos do mundo, com 1.174 mil hectares plantados. Produz tintos elegantes e encorpados e brancos de boa intensidade, elaborados tanto com as castas internacionais como com as nativas, sendo a Tempranillo a vedete das tintas. Regiões tradicionais se mesclam com as novas fronteiras recentemente exploradas, produzindo tintos, brancos e espumantes (cavas) de ótima expressão.

    Principais Regiões

    Rioja, Penedès, Priorato; Cartilla y León (Ribera del Duero, Rueda, Toro); La Mancha, Jerez.

    Rioja, Catalunha e Priorato (Penedès)

    Estas regiões ficam ao nordeste da Espanha e são as únicas com vinhedos de origem qualificada (DOCa) da Espanha. Rioja produz os vinhos mais famosos e tradicionais do país, ricos e marcados pelo estágio em barricas de carvalho. A sub-região Rioja Alta elabora os melhores rótulos. Em Penedès os destaques são os espumantes (cavas) e no Priorato os tintos da nova geração de enólogos são as estrelas.

    Principais uvas: Tintas - Tempranillo, carifiena, garnacha, mazuela e graciano (Rioja); grenache noir, cabernet sauvignon, merlot e pinot noir (Priorato); Brancas - Maccabeo, malvasia riojiana, garnacha blanca (Rioja), maccabeo, parellada, xarel-lo e chardonnay (Penedès).

    Curiosidade

    O Marquês de Riscal de Alegre foi o responsável, em 1960, pela introdução do uso da barrica de carvalho em Rioja, após uma estada em Bordeaux, e junto com outro marquês, o de Murrieta, começou a produzir vinhos no estilo bordalês, no qual a uva nativa tempranillo dava ótimos resultados, o que persiste até os dias de hoje. Os dois levam seus nomes em rótulos de conhecidos vinhos da região.

    Cartilla y León -  Galícia, Ribera del Duero, Rueda e Toro

    Ribera del Duero é a mais importante região de Castilla y León, berço do mítico Vega Sicilia. Os caldos são potentes, intensos, muito ricos e com grande capacidade de envelhecimento. Os brancos da uva albariño da Galícia, também no noroeste da Espanha, são emblemáticos.

    Principais uvas: Tintas - Tinta fino (Tempranillo em Duero), tinta de toro (Tempranillo em Toro), mencia (Galícia e Bierzo); Brancas - Albariño, verdejo e palomino.

    Os brancos produzidos com a Albariño são frescos, aromáticos e ideais para acompanhar frutos do mar.

    Alguns tintos de Toro são muito alcoólicos, fique atento se esta é uma característica que não deseja encontrar no vinho.

    Curiosidade

    Os vinhos da Rioja e Ribeira del Duero são classificados pelo critério de idade:

    Jovem - não passam por barril de carvalho.
    Crianza - 1 ano de barrica de carvalho e 1 ano de garrfa.
    Reserva - 1 ano de barrica de carvalho e 2 anos de garrafa.
    Gran reserva - 2 anos de barrica de carvalho e 3 anos de garrafa.

    La Mancha e Jerez

    A denominação de La Mancha, no centro, é a mais vasta da Espanha e produz vinhos jovens. Valdepeñas é a região responsável pelos rótulos de melhor qualidade. Já a região do sul do país é responsável pelo fortificado Jerez.

    Principais uvas: Tintas - Tempranillo (cencibel em Valdepeños), garnacha e monastrell; Brancas - Palomino (90% dos vinhedos de Xerez), pedro ximenéz, moscatel fino, arién, maccabeo.

    O Jerez é o vinho espanhol mais antigo e o segundo tipo mais comercializado do país. Também tem um sabor único e geralmente é bebido como aperitivo.

    O Jerez pode ser classificado em dois estilos: finos (mais secos e delicados e que deve ser bebido jovem) e olorosos (mais ricos e potentes e com maior perfume). Os finos podem ser manzanilla (muito seco, levemente salgado, uma característica rara em vinhos), amontilado (mais escuro e robusto, sabor de nozes), oloroso (também escuro, concentrado e rico em sabores de fruta seca e nozes).

    Portugal

    É o décimo primeiro em produção de vinho e foi o primeiro país do mundo a estabelecer uma demarcação de origem, a do douro, em 1756, por ordem do Marques do Pombal. Produz vinhos de diferentes personalidades e estilos, graças à diversidade de terroirs e ás variedades nativas de qualidade - muitas com nomes curiosas, como bastardo, trincadeira baga, alfrocheiro, rabo-de-ovelha, etc. São famosos também seus fortificados do Porto. Nos últimos anos, modernizou sua vinicultura e a introdução de castas estrangeiras, em vez de uniformizar a produção, ajudou a modernizar e criar rótulos que mantêm a alma lusitana.

    Principais Regiões

    Minho, Douro, Bairrada, Dão, Alentejo, Ribatejo, Setúbal e Estremadura.

    Minho

    Situada ao Norte de Portugal é a região dos famosos vinhos verdes, que são refrescantes, com ótima acidez e com certa efevercência.

    Principais uvas: Tintas - Azal-tinto, borraçal e pedral; Brancas - Alvarinho, avesso, azal-branco, batoca, loureiro, padernã e trajadura.

    O vinho verde é para ser bebido jovem, e sua efervescência é natural. Este tipo de vinho não combina com pratos fortes, prefira bebê-lo acompanhado de peixes e frutos do mar.

    O vinho verde tem esse nome de verde pelo fato de ser uma bebida para ser degustada jovem. Na verdade trata-se de um vinho branco (os mais famosos) ou mesmo tinto.

    Douro

    É uma das regiões vinícolas mais bonitas do mundo, as parreiras são plantadas em terraços esculpidos em suas montanhas cortadas pelo Rio Douro. Berço do vinho do Porto, o Douro é a primeira região demarcada do mundo (1756) e passa por uma revolução de qualidade liderada por jovens enólogos, responsáveis pela produção de complexos tintos e brancos obtidos em antigas vinhas.

    Principais uvas: Tintas - Touriga nacional, tinta cão, tinta barroca, tinta roriz, touriga francesa, bastardo, donzelinho, tinta francisca e mourisco tinto; Brancas - Viosinho, donzelinho branco, esgana-cão, folgazão, malvasia corada, malvasia fina, rabigato e gouveio.

    Existem 6 tipos de Vinho do Porto: Branco, Ruby, Tawny, Com Indicação de Idade, Colheita e Vintage. Este último, vinho de uma só colheita, é o que produz o melhor Porto.

    Não é porque contém álcool vínico que o Vinho do Porto deve ser guardado por muito tempo depois de aberto. Ele mantém suas qualidades intactas por no máximo duas semanas.

    Curiosidade

    O que diferencia um Porto de outros vinhos é que sua fermentação é interrompida com a adição de aguardente vínica, o que preserva o açúcar natural da uva e gera uma bebida com graduação alcoólica entre 19 e 21 vol.

    Bairrada

    Aqui brilha a uva baga, que quando não é bem cuidada pode ser agressiva na boca. O vinhateiro Luis Pato se destaca como  um dos responsáveis pela volta da região para o cenário do vinho.

    Principais uvas: Tintas - Baga (principal), castelão, moreto, tinta pinheira, alfrocheiro preto, bastardo e jaen; Brancas - Maria Gomes, bical, arinto, sercial, serciarinho e rabo-de-ovelha.

    Curiosidade

    Em 1765 o Marquês de Pombal mandou arrancar a maioria das vinhas da Bairrada, sob o argumento de que estava  zelando pelos vinhos de qualidade.

    Dão

    O Dão está cercado de serras. Seus 20 mil hectares são plantados apenas com uvas típicas de Portugal e a região é dominada por cooperativas cuja produção majoritária é de tintos. o Dão vive, nos últimos anos, uma retomada de qualidade, produzindo vinhos modernos, com muita fruta.

    Principais uvas: Tintas - Alfrocheiro preto, touriga nacional, tinta pinheira, jaen e tinta roriz; Brancas - Encruzado, malvasia fina, bical, sercial e arinto.

    Alentejo

    Está dividido em 8 sub-regiões e os vinhos estão classificados em três categorias: vinhos de mesa, Vinho Regional Alentejano (superior) e os de melhor qualidade, Vinhos de Qualidade Produzidos em Região Determinada (VQPRD). No período de 1932 e 1968 várias parreiras foram arrancadas por ordem de Antônio Salazar e substituídas por trigo e outros grãos. O potencial desta região vizinha da Espanha, só começou a ser explorado nas duas últimas décadas.

    Principais uvas: Tintas - Tricadeira, aragonês (que recebe o nome de tinta roriz no Douro e tempranillo, na Espanha), alfrocheiro e alicante bouchet; Brancas - Roupeiro e arinto.

    A região produz exemplares que estão entre os melhores de Portugal, há boas ofertas no mercado brasileiro, entre eles os míticos  Mouchão e Pêra Manca.

    Por ter um clima muito quente, alguns vinhos do Alentejo são muito alcoólicos.

    Curiosidade

    O Alentejo é o maior produtor mundial de cortiça, a matéria prima da rolha, que é extraída do sobreiro, uma árvore típica da região.

    Ribatejo

    Localizada no centro-sul de Portugal, estende-se ao longo do Rio Tejo. É uma região nova e elabora vinhos mais modernos, parecidos com os do Novo Mundo, com bastante uso de varietais.

    Principais uvas: Tintas - Baga, marmarate, trincadeira, castelão francês (periquita), tinta miúda, cabernet sauvignon e syrah; Brancas - Arinto, Fernão Pires, tália, chardonnay.

    O Conde de Vimioso é vinho premiado e merece ser conhecido. Produzido com as variedades touriga nacional, aragonês, trincadeira e cabernet sauvignon, foi indicado pelas revistas Decanter e Revista dos Vinhos.

    Setúbal

    A denominação de Origem de Setúbal é uma das mais antigas e mais importante no setor vitivinícola de Terras do Sado. Famosa pelo vinho doce Moscatel de Setúbal é deonominada pela gigante José Maria da Fonseca, produtora do conhecido Periquita.

    Principais uvas: Tintas - Moscatel roxo, castelão francês (periquita), trincadeira, aragonês, cabernet sauvignon, syrah e merlot; Brancas - Moscatel romano e alexandria.

    Curiosidade

    O Periquita (85% de castelão, 7,5% de aragonês e 7,5% trincadeira) é o vinho português mais vendido no Brasil e existe desde a década de 1950.

    Estremadura

    Região situada próximo à Lisboa, abriga dez diferentes denominações como Alenquer, Arruda, Torres Vedras, Bucelas e Óbidos. A partir do ano 2000 começaram a ser elaborados vinhos com cortes de castas portuguesas misturadas a outras de origem francesa.

    Principais uvas: Tintas - Castelão, tinta miúda, shiraz, cabernet sauvignon e merlot; Brancas - Antão vaz, arinto, bical, chardonnay e fernão pires.

    Fonte: Veja.com

    sexta-feira, 13 de julho de 2012

    Vinho Reduz Sintomas da Menopausa

    As mulheres mais velhas têm mais um motive para comemorar, o vinho tinto pode acabar com os sintomas da menopausa, como o calor. Especialistas dizem que dois copos de vinho ao dia ajudam diminuir e até acabar com o incomodo da menopausa.

    O  estudo mostrou que o vinho, junto com uma dieta saudável, pode ajudar as mulheres se livrarem dos sintomas da menopausa, e aumentar a densidade óssea que diminui bastante no periodo pós-menopausa, por causa da diminuição dos hormônios.

    A equipe da universidade de Oregon, nos EUA, acredita que dois copos diários de vinho são o suficiente para oferecer o beneficio. A diretora do estudo Dr Urszula Iwaniec disse que o resultado foi inesperado, mas muito satisfatório.

    Fonte: Revista Adega

    Previna-se contra incapacidade física: beba vinho

    Mais um estudo sobre os benefícios do vinho vem para alegrar os consumidores, pesquisadores descobriram que beber vinho pelo menos três vezes por semana, reduz o risco de desenvolver artrite reumatóide* em mulheres.

    Mulheres que consomem mais de três copos de vinho por semana por pelo menos 10 anos, cortam pela metade o risco de desenvolver a doença comparadas as que não bebem, de acordo com o estudo realizado pelo Instituto Karolinska, em Estocolmo.

    Foram escolhidas 34.141 mulheres nascidas entre 1914 e 1948 que viviam na cidade. Els analisaram informações sobre a alimentação e qualidade de vida das participantes de 1987 a 2007 para chegar ao resultado.

    "Esse estudo mostrou que o consumo moderado de vinho não causa nenhum problema, pelo contrário", disse a autora do estudo Alicja Wolk.

    Os pesquisadores disseram que o efeito pode ser causa pela habilidade que a bebida tem de reduzir a velocidade resposta do sistema imunológico no corpo, e por isso frear a artrite, que é uma doença auto-imune. Porém, advertem para o efeito inverso que o alto consumo pode causar.

    Fonte: Revista Adega

    *Post Scripitum

    Artrite reumatóide, também conhecida como artrite degenerativa, artrite anquilosante, poliartrite crônica evolutiva (PACE) ou artrite infecciosa crônica é uma doença auto-imune sistêmica, caracterizada pela inflamação das articulações (artrite), e que pode levar a incapacitação funcional dos pacientes acometidos. Além de danificar as articulações possui manifestações sistêmicas como: rigidez matinal por pelo menos uma hora, fadiga e perda de peso.

    Acredita-se que a origem da doença seja uma alteração do sistema imunológico, que passa a agir contra proteínas próprias do organismo e localizadas nas articulações (embora possa agir também em outros sítios do organismo).

    A primeira descrição da doença foi feita em 1800 por Landré Beauvais.

    quarta-feira, 11 de julho de 2012

    Que Gosto tem um Vinho de 3 mil anos?

    Um vinho de 3 mil anos foi descoberto na China, de acordo com a agência de informações Xinhua News. Os arqueologistas acharam a bebida, ainda em estado liquido, em um recipiente, enterrada em uma tumba na montanha Shigushan, em Baoji, na Província de Shaanxi.
    A tumba é da Dinástia Zhou, de 1046 a 771 A.C., segundo o líder do projeto, Liu Jun, que também é diretor da equipe do Instituto de Arqueologia de Baoji. Ele disse que em recipiente, um dos 6 descobertos na tumba, o qual ainda não foi aberto, é possível perceber o líquido quando chacoalhado.
    De acordo com o relatório, a descoberta mais importante na tumba, foi uma placa de aviso, que lembrava os cidadãos de beberem com moderação, já que durante a Dinástia Shang, antes da Dinástia Zhou, o vinho se tornou um símbolo de corrupção e excesso.

    Fonte: Revista Adega

    terça-feira, 10 de julho de 2012

    Descorchados para iPhone e Android

    Para quem tem iPhone ou celular que utiliza o sistema operacional Android e é um amante de vinhos a dica do Vinhos de Minha Vida é baixar o aplicativo do Guia Descorchados.

    O Patricio Tapia e o restante da equipe do Descorchados acaba de lançar um aplicativo com o conteúdo do famoso guia, uma lista dos melhores vinhos do Chile e Argentina e recomendações interessantes para apreciá-los.

    Baixei o aplicativo; é de fácil manuseio e bem dinâmico. Recomendo aos amantes do vinho!




    segunda-feira, 9 de julho de 2012

    Passeio Enológico por Portugal: Wine & Soul - Pintas

    Sandra e Jorge são enólogos e formam um bonito e simpático casal que já tem 3 herdeiros. Ambos pertencem a famílias com paixão pelo vinho e trabalharam ou trabalham em vinícolas de renome. Jorge trabalhou na Niepoort e presta consultoria em vários projetos no Douro. Sandra foi modelo durante 12 anos e trabalha na Quinta Vale Dona Maria, com Cristiano Van Zeller. É enóloga também da Quinta da Chocapalha, na região Demarcada de Lisboa, que pertence a seus pais.

     Em 2001, o casal decidiu somar as suas experiências e produzir o seu primeiro vinho. Compraram um velho armazém do Vinho do Porto localizado na aldeia de Vale de Mendiz, a poucos quilômetros do Pinhão. As uvas foram adquiridas de um proprietário que tinha uma pequena vinha velha com mais de 70 anos. Em 2003 realizaram o sonho de comprar este valioso vinhedo com 2,5 hectares e mais de 30 castas misturadas.

    O primeiro vinho produzido pela Wine & Soul foi o Pintas, uma homenagem ao cão de estimação do casal, um irriquieto pointer que exige atenção. Ao sucesso obtido pelo Pintas, sucederam-se o excelente branco Guru, o Pintas Character e o Quinta da Manoella Vinhas Velhas.

    A Wine & Soul produz ainda uma pequena quantidade de vinho do Porto e 1.600 garrafas de azeite extra virgem de grande qualidade. O grande desafio presente em todos os vinhos da Wine & Soul é atingir o equilíbrio entre a concentração e a frescura que as uvas do Douro proporcionam. Sandra e Jorge formam um casal de enólogos muito respeitados em Portugal e no exterior.

    Esta foi mais uma das vinícolas que pudemos conhecer durante o Passeio Enológico por Portugal e dela degustamos apenas um rótulo: Guru Branco 2010, um dos melhores brancos da noite.

    Guru Branco 2010

    O vinho foi eleito um dos mehores vinhos de Portugal em 2011 pela Revista de Vinhos e eleito o campeão absoluto do último International Challenge de Londres, na categoria vinhos brancos. Recebeu ainda 90 pontos do crítico Anibal Coutinho.

    É produzido a partir de uvas de vinhas velhas das castas Códega do Larinho, Gouveio, Rabigato e Viosinho. Foram produzidas apenas 5.500 garrafasVisualmente apresentou uma bela cor amarela com reflexos dourados e lágrimas finas. No nariz muito intenso ressaltando-se notas de defumado, fruta e flores brancas (jasmim e cravo bem suave). Em boca mostrou uma boa acidez e um excelente frescor, mas também uma delicada e elegante untuosidade e leve tostado, atribuindo um final de corpor longo.

    O Rótulo
     
    Vinho: Guru
    Castas: Códega do Larinho, Gouveio, Rabigato e Viosinho
    Safra: 2010
    País: Portugal
    Região: Douro
    Enólogos: Jorge Serôdio Borges e Sandra Tavares da Silva
    Produtor: Wine & Soul - Pintas
    Graduação: 12,5%
    Onde Comprar: Vinhocracia
    Preço Médio: R$ 215,00
    Temperatura de Serviço: 12 graus
    Pontuações: 90 Anibal Coutinho
                 

    sexta-feira, 6 de julho de 2012

    Para os amantes de vinho e tablets / smartphones

    "A maior parte dos consumidores de vinhos não são especialistas", e é por isso que Andy Hadfiled criou um aplicativo chamado de Real Time Wine, parecido com o twitter, onde os usuários podem compartilhar sua opinião sobre os vinhos em 140 caracteres.

    O desafio de descobrir novos vinhos a bons preços é grande, pois costumamos ficar presos aos antigos e familiares", disse ele. "Real Time Wine faz o processo de escolher, beber e compartilhar impressões, tornar-se fácil. É uma ferramenta para facilitar um hobby" completou Hadfield.


    A ideia é fazer do aplicativo uma "rede de descobertas, onde as pessoas possam comparar e explorar seus próprios gostos e achar outras que tenham o mesmo gosto que elas, além de descobrir novos vinhos", explicou.

    O aplicativo que funciona no sistema da Apple e no Android ainda permite que os usuários vejam os preços, postem fotos dos vinhos tudo em tempo real.

    Fontes: Revista Adega e Google Imagens

    segunda-feira, 2 de julho de 2012

    Degustando a tradição: Casillero del Diablo Reserva Shiraz 2009

    Conforme conta a história ou lenda, a uva Syrah é originária da Pérsia e foi trazida ao ocidente pelos fenícios para a cidade francesa de Marselha e, daí, para a região do rio Ródano no sul da França. Esta uva comporta-se de maneira diferente de acordo com a região onde é cultivada; também é conhecida como Shiraz em países como Austrália e Chile.
     
    Esta cepa é capaz de produzir alguns dos mais exóticos e encorpados tintos, com sabores pronunciados como especiarias, couro, amora e framboesa, nas terras australianas gera uma ampla gama de vinhos, de simples e suaves a opulentos e longevos, com aromas e sabores de frutas maduras e hortelã.
     
    A Syrah é uma das uvas que mais me atrai; produz vinhos muito aromáticos e intensos, mesmo nos vinhos mais simples. Ela é muito utilizada em cortes, sobretudo na França e em Portugal, mas seus varietais do Chile, África do Sul e Austrália, que são largamente encontrados nas redes de supermercados e lojas especializadas são um atrativo a parte.
     
    O Casillero del Diablo Reserva Shiraz é produzido pela Concha y Toro,  gigante chilena que dispensa comentários. As uvas que deram origem a esse vinho são provenientes do Vale do Rapel sito na grande região do Vale Central.
     
    O vinho passou por uma guarda de 8 meses em pequenas barricas de carvalho americano; mostrou uma cor rubi escura e intensa, com lágrimas abundantes e que escorrem lentamente pela taça. No nariz faz jus e apresentando um frutado muito elegante e intenso, bem integrado a madeira e ainda, notas de chocolate meio amargo e leve tostado (café). Em boca mostrou-se tão bom quanto no nariz; com  um bom corpo e, apesar da madeira estar mais evidente, apresentou um bom equilíbrio entre madeira, fruta e especiarias; vinho de taninos redondos e elegantes muito equilibrados e integrados a acidez e ao álcool.
     
    Excelente compra e excelente custo versus benefício, sendo bom para o dia a dia, podendo ser degustado como aperitivo ou com uma boa carne grelhada.
     
     
    O Rótulo
     
     
    Vinho: Casillero del Diablo Reserva
    Castas: Shiraz
    Safra: 2009
    País: Chile
    Região: Valle del Rapel
    Produtor: Concha y Toro
    Graduação: 13,5%
    Onde Comprar: DLP
    Preço Médio: R$ 29,00
    Temperatura de Serviço: 16 graus
    Pontuações: 87 Wine Spectator

    domingo, 1 de julho de 2012

    Barton & Guestier Gold Label Côtes du Rhône 2009 #CBE

    O primeiro dia do mês é dia de post da Confraria Brasileira de Enoblogs - CBE, que neste mês de julho chega a sua septuagésima edição e a sexta em que o Vinhos de Minha Vida participa.
     
    A CBE possui particularidades que dificilmente outra confraria tenha: além de ser uma confraria virtual e possivelmente a única neste formato e das postagens terem dia certo para acontecer a CBE passa por momentos de certa ansiedade, que são os dias de aguardo do tema do mês subsequente, os quais são seguidos por desafiantes e divertidas buscas pelo vinho que será degustado e comentado aqui. Enfim, é uma confraria diferente e sinto-me muito privilegiado em participar da mesma e poder aprender com todos os confrades.
     
    O tema do mês foi escolhido pelo confrade Daniel Perches, do blog Vinhos de Corte, que mandou ver dizendo: "Um vinho que tenha a uva Carignan. Se possível, um varietal, mas se não der, pode ser um corte. Qualquer país e qualquer preço".
     
    A uva Carignan tem uma provável origem espanhola, onde pode ser chamada de Cariñena (em Aragón) ou Mazuelo (Rioja), apesar de ser a uva tinta mais plantada da França com cerca de 100 mil hectares (já teve quase o dobro, quase 212 mil hectares até 1968, mas muitos vinhedos foram arrancados). Tanto na França como na Espanha é mais utilizada em cortes do que na elaboração de vinhos varietais.
     
    O Velho Mundo ainda é plantada na Itália, chamada de Carignano, presente na Lombardia e, sobretudo na ilha da Sardenha e também em Portugal (Ribatejo) e na Grécia. No Novo Mundo pode se encontrada na Argentina, Califórnia e sobretudo no Chile, país que mostra bons varietais, como da vinícola Odfjell, ou cortes em que ela predomina, como por exemplo em alguns vinhos da vinícola Morandé.
     
    Por tudo que foi escrito acima e também pela curiosidade em conhecer e degustar uma varietal com essa uva queria muito ter encontrado um exemplar para compartilhar aqui com os confrades e leitores do blog, mas infelizmente não deu, mas fica a promessa de dentro em breve degustar e postar aqui sobre um varietal da Carignan.
     
    A minha escolha do mês da CBE vem da França e foi um assemblage com as uvas Grenache, Syrah e Carignan: o Barton & Guestier Gold Label Côtes du Rhône 2009. Quando peguei a garrafa na prateleira e disse vai ser esse, logo vieram a mente pequenas aves originárias da ásia e que habitam também na Europa e Brasil: as Codornas; comprei essas pequenas aves e as preparei no forno após marinada em vinho tinto, cebola, alho, alho poró, ervas secas, sal e pimenta do reino por cerca de 4 horas.
     
    O vinho mostrou uma cor rubi intenso, com nuances violetas e uma chuva de lágrimas lentas. No nariz mostrou média intensidade com a fruta escura aparecendo em um primeiro plano alternando-se com delicados toques de café tostado e pimenta seca. Em boca mostrou-se muito delicado e elegante, com taninos macios e bem integrados a acidez e ao álcool. Final de boca com sabor levemente picante e de média intensidade.
     
    Um vinho fácil de beber, com um ótimo custo versus benefício que pode ser muito bem descrito como um vinho elegante e macio; harmonizou perfeitamente com as codornas, que ficaram de lamber os beiços.
     
     
    O Rótulo


    Vinho: Barton & Guestier Gold Label
    Castas: Grenache (50%) , Syrah (30%) e Carignan (20%)
    Safra: 2009
    País: França
    Região: Côtes du Rhône
    Produtor: Barton & Guestier
    Graduação: 13,5%
    Onde Comprar: RM Express
    Preço Médio: R$ 40,00 (pode chegar a R$ 85,00)
    Temperatura de Serviço: 16 graus