sábado, 31 de março de 2012

Sichel Bordeaux Rouge 2009

Com esse ar de SALVAGUARDA pairando por sobre nossas cabeças ou seria nossos bolsos ainda nos é possível ir ao supermercado e comprarm um Bordeaux jovem e muito saboroso por R$ 35,00, um excelente custo versus benefício. Nas prateleiras próximas, as dos vinhos nacionais, preços assustadores de vinhos de qualidade questionável.

Gostaria de degustar alguns nacionais que me chamam a atenção, mas ficarei apenas na vontate, primeiro porque estou a boicotar os mesmos em decorrência dessa burra tentativa de reserva de mercado e em segundo lugar porque os valores são muito altos. Fico me perguntando porque o produto nacional, em se tratando de vinhos, tem valor superior ao importado, mas agradecendo porque isso não acontece com todos os produtos que consumimos. Os gestores do país e das vinículas, bem como entidades associativas do setor devem buscar a redução dos impostos para o o produto nacional, aí sim o consumo aumenta, a qualidade pode melhorar e o enófilo brasileiro fica mais satisfeito.

Mas, deixando essa politicagem do meio de lado vamos ao que interessa: o agradável Sichel Bordeaux Rouge 2009, degustado na última quarta na casa de Fernanda.

O rótulo mostrou cor vermelho rubi bem viva e brilhante com reflexos violáceos. Seus aromas mostraram-se bem expressivos, ressaltando as frutas vermelhas e um delicado toque de tostado. Em boca  repetiu a fruta e mostrou especiarias (primenta) e um pouco de tostado, proveniente do seu estágio de 6-8 meses em barricas de carvalho. Mostrou ainda taninos redondos e macios e bem equilibrados com a acidez. Final de boca médio-longo e bom corpo. Bom para beber como aperetivo ou acompanhado pois mostra-se bem gastronômico. Acompanhou bem bruschettas feitas por Fernanda.

Reitero que o vinho tem excelente custo versus benefícios e cai bem nesses dias em que empresas brasileiras tentam "surripiar" o bolso dos enófilos do país.

O Rótulo

Vinho: Sichel Bordeaux
Tipo: Tinto
Casta: Merlot, Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc
Safra: 2009
País: França
Região: Bordeaux
Produtor: Maison Sichel
Graduação: 12%
Onde comprar: RM Express
Preço médio: R$ 35,00
Temperatura de serviço: 18 graus

quinta-feira, 29 de março de 2012

Benjamin Nieto Senetiner Cabernet Sauvignon 2011

As safras 2011 começam  a chegar lentamente as lojas especializadas e supermercados. Esse exemplar argentino é meu primeiro vinho de uma safra de 2011.

Degustei o Benjamin Nieto Senetiner Cabernet Sauvignon 2011 na última terça depois de um cansativo, mas recompensador, dia de trabalho.

O rótulo mostrou toda sua jovialidade após abertura da garrafa. Um vinho de cor vemelha com reflexos rubi, sem sinais de evolução, com lágrimas espessas e lentas. Muito aromático com predominância na fruta, mas também com um toque de pimenta. Em boca mostra taninos suaves e jovens bem equilibrados com a acidez e o álcool e repete a fruta e a pimenta, com um final de boca de média intensidade. Um vinho bom para o dia a dia e de bom custo x benefício e que acompanhou bem uma lazanha a bolonhesa.


O Rótulo

Vinho: Benjamim Nieto Senetiner
Tipo: Tinto
Casta: Cabernet Sauvignon
Safra: 2011
País: Argentina
Região: Mendonza
Produtor: Bodegas Nieto Senetiner
Graduação: 13%
Onde comprar: Pão de Açucar
Preço médio: R$ 25,00 (R$ 18,90 na promoção)
Temperatura de serviço: 18 graus

terça-feira, 27 de março de 2012

Menos aminas nos vinhos

O Conselho Superior de Investigações Cientificas (CSIC) da Espanha está desenvolveu um estudo para reduzir a concentração de Aminas Biogênicas no vinho.

As aminas biogênicas são compostos nitrogenados, presentes em alimentos e bebidas fermentadas, que em baixa quantidades ajudam no desenvolvimento de funções metabólicas e fisiológicas, mas em altas concentrações podem causar alergias e outros malefícios a quem ingere.

Os pesquisadores da CSIC, junto com o Instituto em Ciências da Alimentação e a Universidade Autônoma de Madrid, descobriram que um fungo encontrado naturalmente em vinhas pode diminuir a concentração do composto na bebida.

"O procedimento, testado em vinhos brancos e tintos, se baseia na utilização de extratos de um fungo proveniente da vinha, que permite que a matéria-prima do vinho seja o mesmo principio ativo para diminuir a produção de aminas", explicou a pesquisadora do CSIC, Victoria Moreno-Arribas.

Esse fungo é capaz de equilibrar as altas taxas de histamina, tiramina e putrescina, as aminas biogênicas encontradas em grande quantidade nos vinhos, além de não alterar em nada as propriedades da bebida.

Fonte: Revista Adega

quinta-feira, 22 de março de 2012

Não ao aumento do imposto de importação para vinhos

Este é um abaixo-assinado contra o projeto que visa aumentar os impostos de importação dos vinhos de 27% para 55%. Tal medida é um contrassenso que visa apenas defender os interesses dos grandes produtores de vinho brasileiro. Mesmo os pequenos vinhateiros artesanais, que já sufocam na burocracia do selo fiscal, são contrário a medida, cujo efeito pode ser a reversão do atual quadro de expansão do mercado e da cultura do vinho no Brasil. Os grandes produtores de vinho no Brasil precisam se conscientizar que ganharão mercado na proporção em que melhorem a qualidade das bebidas que fazem. E tem o direito de lutar por impostos mais racionais para a cadeia produtiva podendo assim diminuir custos, abaixar os preços e assim tornarem-se mais competitivos. O que acontecerá, caso tal medida seja aprovada, é que haverá uma severa retração no mercado. E quem pagará a conta, como sempre, será o consumidor, que pagará mais por vinhos piores. Diga não a este abuso.

Eu já assinei e você, vai deixar que aumentem ainda mais os impostos sobre o vinho?

Clique aqui e assine você também!

segunda-feira, 19 de março de 2012

Um Sauvignon Básico para Refrescar nesse Calor

O calor não tem dado trégua na Veneza Pernambucana, os dias estão sendo escaldantes e, mesmo preferindo os tintos, não tem como fugir de um vinho branco refrescante para amenizar o "sofrimento" devido as altas temperaturas.

A pedida do domingo foi o Santa Carolina Reservado Sauvignon Blanc 2010, um vinho básico, mas honesto, que atende bem a proposta de ser referescante e de excelente custo x benefício. Esse mesmo vinho só que da safra de 2009 já foi comentado aqui: relembre.

O vinho mostrou cor amarelo brilhante. Aromas referescantes de maçã verde e um leve toque de pinha. Em boca repetiu o frescor e a maçã verde, com álcool e acidez na medida certa. Bem refrescante e de final de boca médio.


O Rótulo

Vinho: Santa Carolina Reservado
Tipo: Branco
Casta: Sauvignon Blanc
Safra: 2010
País: Chile
Região: D.O. Valle Central
Produtor: Viña Santa Carolina S.A.
Graduação: 12,5%
Onde comprar: RM Express
Preço médio: R$ 20,00
Temperatura de serviço: 10 graus

sexta-feira, 16 de março de 2012

Vinho Brasileiro entre os Vinhos das Olimpíadas de Londres

A loja de vinhos britânica Bibendum revelou a lista de vinhos que serão servidos nos Jogos Olímpicos, que acontecerão em Londres esse ano.

Entre os escolhidos estão vinhos como 2008 Meursault Cuvee Charles Maxime Domaine Latour-Giraud e o 2006 Brunello di Montalcino Castello Banfi. Para convidados corporativos serão servidos 2010 Best's Dolcetto, o 2006 Quinta do Seival Castas Portuguesas do Brasil e o 2009 Quinta do Vallado Tinto de Portugal.

Pratos como bife e cordeiro serão servidos harmonizados com os vinhos. "Tentamos encontrar coisas que fossem interessar e individualmente combinar a comida e o vinho com um pouco de história", disse o diretor da Binbendum, Michael Sanders.

Em um contrato separado, a empresa também irá oferecer três vinhos oficiais das Olimpíadas de Londres, um tinto, um branco e um rosé, para serem vendidos ao publico em lojas autorizadas.Eles custarão 20 dólares e serão feitos em garrafas PET, para que possam ser levados até os jogos, onde é proibido entrar com garrafas de vidro.

Fonte: Revista Adega

terça-feira, 13 de março de 2012

Esse eu não recomendo: Botticelli Varietal Cabernet Sauvignon 2010

Ganhei esse rótulo uns dias atrás e desde o início fiquei temeroso em abrir, visto que minha experiência com vinhos desta vinícula não é das melhores.

A Botticelli produz vinhos no Vale do São Francisco desde 1984. A vinícula importou as castas mais tradicionais da Europa e através de pesquisas desenvolveu a adaptação das mesmas ao sertão pernambucano. Ainda em 2005 produziu 1,5 milhão de litros.

Relutei em abrir, mas terminei por fazê-lo no último sábado e antes não tivesse aberto.

O vinho tem um visual púrpura escuro, com lágrimas grossas e lentas. Seus aromas são quase inexistentes, um pouco floral e algo adocicado, comum aos vinhos suaves. Em boca mostrou corpo discretíssimo, de taninos quase imperceptíveis, o doce repetindo-se e uma acidez razoálvel. No fim me senti bebendo um vinho suave, algo que não gostei.

Esse eu ganhei, mas pelo preço não pagaria, pois existem coisas muito melhores e me perdoem, mais bem feitas.

O Rótulo

Vinho: Botticelli Varietal
Tipo: Tinto
Castas: Cabernet Sauvignon
Safra: 2010
País: Brasil
Região: Vale do São Francisco
Produtor: Botticelli
Graduação: 12%
Onde Comprar: Rede de supermercados
Preço Médio: R$ 15,00
Temperatura de Serviço: 16º

sexta-feira, 9 de março de 2012

Colecionador de Vinhos ou Pilantra Charlatão?

Imagine-se abrindo uma garrafa que custou 1,3 milhão e descobrir que o conteúdo é falso? Pois é, depois do escandolo da fábrica chinesa de Bordeaux falsos esse é o mais novo escândalo do mundo dos vinhos, dos grandes vinhos. Por sorte dos compradores e azar do fraldador ele cometeu erros ingênuos. Veja notícia na íntegra abaixo.

O milionário colecionador de vinhos Rudy Kurniawan foi preso em Los Angeles acusado de fraude.
O homem de 35 anos foi detido ontem, pelo FBI, por uma acusação feita em Nova York de tentativa de venda de um vinho falso, que custaria 1,3 milhão se verdadeiro.


Kurniawan estava sendo investigado pois em 2008 comprou 84 garrafas de vinhos de Domaine Ponsot, em Borgonha, incluindo um da safra de 1929, o que é impossivel, já que a vinícola só começou a engarrafar vinhos em 1934.
 
 
Outras garrafas datadas de 1945 e 1971 da vinícola Clos St Denis de Dme Ponsot também estão sendo investigadas, pois a produção de vinho começou apenas em 1982.
A pedido da Domaine, as garrafas foram tiradas de um leilão no qual participariam e Kurniawan foi acusado de ter obtido empréstimos fraudulentos.

Fonte: Revista Adega

Medicamento com Substância do Vinho para Diabetes Tipo II

A Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) desenvolveu e está testando um medicamento para diabetes tipo 2 a base de uma substancia encontrada no vinho, o resveratol.
Os primeiros testes feitos em animais mostraram resultados animadores, e ainda esse ano testes em humanos serão feitos.
De acordo com o coordenador da pesquisa, André Souto, ainda não existe nenhum medicamento que contenha a substância encontrada em vinhos tintos.
"Nos Estados Unidos e na Europa só existem compostos e suplementos alimentares à base do resveratrol."
Pesquisadores norte-americanos também vêm testando a substancia, com o mesmo objetivo. A expectativa de Souto é que o medicamento já esteja a venda a partir de 2013.
Fonte: Revista Adega

quarta-feira, 7 de março de 2012

Mais uma vez entre os mais lido da semana no ENOBLOGS

Quero mais uma vez agradecer as visitas de todos. Pela terceira vez o blog figura com um de seus posts entre os mais lidos da semana do ENOBLOGS.

Desta vez o post foi o do último vinho comentado no blog: Cruz Alta Sauvignon Blanc-Sémillon 2010, que ficou com a 7ª posição. O post também está entre os mais lidos da semana do próprio blog.


Relembre os outros posts que figuraram nas outras duas vezes entre os mais lidos da semana do Enoblogs.

Concha y Toro Casillero del Diablo Carmenere 2009 e China Ultrapssa Reino Uinido em Consumo de Vinho. Os posts ficaram com a 6ª e a 9ª posição respectivamente.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Cruz Alta Sauvignon Blanc-Sémillon 2010

Eu e Fernanda fomos ao restaurante Camarada Camarão do Espinheiro no último dia 3. O restaurante tem uma ambiente muito agradável, mas o serviço e o cardápio deixam a desejar.

Escolhi um Sauvingon Blanc da Argentina para harmonizar com os petiscos a base de camarão que pedimos e só após uns 5 minutos fui informado que o rótulo não estava disponível, daí para frente foi um vai e vem para repetir a mesma coisa que até cansei... Chegaram ao ponto de sugerir um tinto e de dizer estavam esperando que os vinhos findassem para renovar o estoque... Decepção! Mas, seguimos adiante, pois a noite era de comemoração.

Terminei optando pelo Cruz Alta, que é um rótulo produzido pela Rutini Wines ou Bodega La Rural como também é conhecida e que foi fundada em 1885 pelo Italiano Felipe Rutini e é uma das mais antigas e tradicionais vinícolas da Argentina. O vinho escolhido é corte típico de Bordeaux: 50% de Sauvignon Blanc e 50% de Sémillon.

O Cruz Alta Sauvignon Blanc-Sémillon 2010 mostrou uma cor amarela dourada. Aromas de abacaxi e um discreto vegetal. Em boca repetiu o abacaxi, mostrando-se adocicado. Boa acidez e bem integrada ao álcool e uma boa persistência. Um vinho simples e pronto para beber.

Bom custo benefício, desde que comprado com o importador.


O Rótulo

Vinho: Cruz Alta
Tipo: Branco
Castas: 50% Sauvignon Blanc e 50% Sémillon
Safra: 2010
País: Argentina
Região: Mendonza
Produtor: Rutine Wines / Bodega La Rural
Enólogo(a): Paula Witkosky
Graduação: 13,5%
Onde Comprar: Zahil
Preço Médio: R$ 22,00 (na importadora) R$ 35,00 (por 1/2 Garrafa no Camarada Camarão)
Temperatura de Serviço: 12º

quinta-feira, 1 de março de 2012

Está com memória fraca? Então beba vinho

Um estudo publicado na revista cientifica Journal of Alzheimer's Disease mostra que o consumo moderado de vinho ajuda na memória e na capacidade mental.

A pesquisa feita por médicos do Hospital Clinico de Barcelona mostra que outros alimentos, assim como azeite e o café, também ajudam quando fazem parte da dieta habitual da pessoa.

Foram investigadas 447 pessoas, com idades entre 55 e 80 anos, que consumiam esses produtos em sua dieta habitual, em quantidades moderadas.

O resultado mostrou que duas taças de vinho melhoram as funções cognitivas, e ajudam a proteger contra o mal de Alzheimer e males cognitivos decorrentes da idade.

Descobriu-se também que o azeite de oliva, uma máximo de 600 mililitros por dia, melhora o domínio do vocabulário, pois favorece a memória verbal.

Fonte: Revista Adega

Yarden Mount Hermon Red 2010 #CBE

Esta é a edição de número 66 da #CBE e a 2ª em que participo. O tema da vez é o mais inusitado de todos os 66 e foi sugerido pelo confrade Claudio Werneck (Le Vin au Blog) que mandou: "quanto mais diferente, incomum, curioso e pitoresco melhor".

Dei uma garimpada por algumas lojas, vi coisas diferentes, curiosas e incomuns, pelo menos para mim e minha escolha terminou sendo pelo incomum. Apesar de incomum a minha escolha me pareceu bastante atrativa por se tratar de um corte bordalês de um país que não sabia que produzia vinho em escala comercial internacional: Israel.

O vinho de uma região onde, para os cristãos, Noé produziu o primeiro vinho ("E começou Noé a cultivar a terra e plantou uma vinha". Gênesis 9:20) e também que foi palco do primeiro milagre de Jesus: "ordenou-lhe Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em cima. Então lhes disse: Tirai agora, e levai ao mestre-sala. E eles o fizeram. Quando o mestre-sala provou a água tornada em vinho, não sabendo donde era, se bem que o sabiam os serventes que tinham tirado a água, chamou o mestre-sala o noivo". João 2:8-9. 

Além destes fatos históricos referentes a região de onde provém o vinho, o mesmo também é um Vinho Kosher, que é um tipo desta bebida que satisfaz os rigorosos critérios de produção estabelecidos pelos rabinos, tornando-se assim adequados para o consumo por judeus ortodoxos*.

O Yarden Mount Hermon Red é produzido a partir de uvas de vários vinhedos situados nas frias Colinas de Golan, Galiléia. A fermentação alcoólica ocorre em tanques de aço inoxidável sob temperatura controlada. Após a fermentação alcoólica, o vinho é submetido à fermentação maloláctica e amadurece em tanques de aço inoxidável durante vários meses.
 
O Yarden Mount Hermon 2010 mostrou cor rubi sem sinais de evolução, com lágrimas finas e lentas. Ao nariz é bastante intenso e puro, com notas de framboesa e cereja complementadas por tons de especiarias (pimenta e um pouco de café). Em boca segue frutado, revelando estrutura sólida, com taninos macios e suaves, com acidez e álcool equilibrados e final médio longo. A medida que a temperatura do vinho foi igualando-se a temperatura ambiente a acidez passou a incomodar e o álcool a sobressair, não é por acaso que eles recomendam servir entre 13º e 15º.

Um vinho jovem com estimativa de Guarda entre 5 e 8 anos, mas já está pronto para beber.

Degustamos (eu, Juberlan, Rejane e meus pais) esse vinho do oriente médio com uma belíssima picanha ao forno acompanhada de batatas, vista ao fundo na imagem logo acima.

O Rótulo

Vinho: Yarden Mount Hermon Red
Tipo: Tinto
Castas: Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc, Malbec e Petit Verdot (corte Bordalês)
Safra: 2010
País: Israel
Região: Colinas de Golan, Galiléia
Produtor: Golan Heights Winery
Graduação: 14%
Onde Comprar: Pescadeiro
Preço Médio: R$ 60,00
Temperatura de Serviço: 16º
Outros atributos: Vinho Kosher


*Post Scriptum:

Pelo fato do vinho ser utilizado em numerosos cultos religiosos, os judeus insistem que o vinho destinado a ser usado em seus ritos religiosos deva ser produzido exclusivamente por judeus ortodoxos, para evitar sua possível contaminação ao ser manipulado por pessoas desprovidas de fé. Os vinhos kosher, que literalmente significa "certo" ou "correto", são produzidos sob estrita supervisão dos rabinos, e somente judeus ortodoxos, que respeitam o sabbath são aceitos para trabalhar nos processos de produção e engarrafamento dos mesmos. Alguns rabinos insistem que o vinho deva ser "fervido" (na verdade, submetido à pasteurização), de forma que os não judeus, portanto em sua visão, ateus, não mais o reconheceriam como vinho e, portanto não haveria o risco do vinho ser usado em seus rituais religiosos. O vinho assim tratado, "mevushal", lamentavelmente perde a maior parte de suas qualidades, mesmo quando são utilizadas as modernas técnicas de pasteurização ultra-rápida.

Em Israel, o vinho kosher deve ser produzido dentro das rigorosas leis alimentares vigentes no país, a saber:

1. Nenhum vinho pode ser produzido a partir de videiras com idade inferior a quatro anos.

2. O vinhedo se estiver localizado dentro de terras bíblicas, deve ser deixado uma vez sem cultivo a cada sete anos.

3. Somente videiras devem ser plantadas nas áreas de cultivo de vinhas.

4. Desde a chegada à vinícola, as uvas e o vinho resultante devem somente ser manuseados por judeus que respeitem integralmente o sabbath, sendo obrigatório o uso de materiais 100% kosher nos processos de produção, maturação e engarrafamento do vinho.

De todas estas leis, a segunda é de longe a mais dispendiosa e restritiva para ser seguida, porém com freqüência se usa um artifício para burlá-la. Assim, o vinhedo é vendido para um não judeu no ano em questão, que se encarrega de cultivar a terra e dar seqüência ao trabalho nas vinhas, revendendo-a no ano seguinte para o proprietário anterior, geralmente um judeu ortodoxo. Desta forma, as videiras não sofrem qualquer descontinuidade em seu ciclo produtivo, evitando-se desta forma os naturais prejuízos.

Na prática, no entanto, uma vinícola kosher acaba empregando um grande número de pessoas que não respeitam o sabbath, às quais é permitido manusear as uvas recém colhidas, sendo, porém vedado o contato com o mosto ou com o vinho.

Os enólogos e técnicos que não seguem os preceitos judaicos devem instruir os outros trabalhadores que os respeitam para realizar as operações físicas necessárias dentro da vinícola. Qualquer vinícola que se localize fora de Israel pode produzir vinhos kosher, desde que a quarta lei seja rigorosamente observada. Vinhos kosher de boa qualidade podem ser encontrados em várias regiões da França, Itália, África do Sul, Marrocos, Austrália e Estados Unidos, sendo que uma pequena parcela deste tipo de vinho é produzida em praticamente todos os países produtores de vinhos, para consumo local.