quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

O novo café da Nespresso envelheceu como o vinho

 
Não é só o vinho que tem direito a envelhecer para ganhar mais sabor. A Nespresso acaba de lançar o Selection Vintage 2014, a primeira variedade de café da marca feita a partir de grãos envelhecidos. O resultado é um café bastante aromático, cheio de sabor e muito suave.
 
Esqueça as barricas de carvalho francês. Aqui o método não foi tão complexo, ainda assim muito inovador no que ao café diz respeito. O novo Selection Vintage 2014 foi criado com grãos da Colômbia colhidos há três anos. De lá até agora, eles ficaram a envelhecer num ambiente controlado com oxigénio, pressão, luz e humidade reguladas.
 
 
Os sacos com os grãos foram rodados ao longo dos meses para que o envelhecimento fosse idêntico em todo o café colhido. Os lotes passaram depois por dois processos de torrefação diferentes, um mais lento, outro mais intenso. O resultado é um café de “aroma complexo com suaves notas amadeiradas e frutadas e uma textura suave”. A descrição é da caixa das cápsulas, mas podia bem ter sido retirada de um qualquer rótulo de garrafa de vinho.
 
Esta é a primeira edição limitada criada pela Nespresso em 2017. É de intensidade sete na escala da marca e deve ser bebido em formato Espresso (40 ml).

III Simpósio Uva e Vinho abrem inscrições em fevereiro

Evento reunirá pesquisadores e interessados no tema em junho de 2017, em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, durante a programação do Dia do Vinho, e apresentará novos benefícios à saúde.
 
Grandes nomes da pesquisa sobre os benefícios da uva e seus derivados estarão no III Simpósio Internacional Vinho e Saúde, que ocorre de 1º a 3 de junho, na Casa das Artes, em Bento Gonçalves (RS). Especialistas do Brasil e do Exterior debaterão os resultados de estudos sobre os produtos vinícolas que têm ocupado cada vez mais espaço na mesa dos consumidores. As inscrições para a submissão de trabalhos ocorre a partir do dia 20 de janeiro e as matrículas para a participação no encontro abrem no dia 20 de fevereiro. Ambas devem ser feitas pelo site www.simposiovinhoesaude.com.br.
 
Até o dia 20 de março, o valor para a participação varia de R$ 70 (estudantes) a R$ 200 (profissionais da saúde). Para profissionais do setor vitivinícola o investimento é de R$ 150.
 
A biomédica Caroline Dani, presidente da Comissão Científica do Simpósio, antecipa que as palestras vão abordar os benefícios da uva e seus derivados para a saúde, incluindo ganhos na prática de exercícios físicos, para a memória, para o coração, na prevenção do câncer e como aliado na perda de peso. “O grande número de pesquisas retrata que temos cada vez mais profissionais desenvolvendo trabalhos sobre os benefícios da uva e do vinho. Isso também é fruto de uma população que está cada vez mais interessada, em busca de novas informações", avalia. Ela constata que os consumidores estão cada vez mais conscientes sobre a importância de conhecer melhor os produtos, sua composição, a existência de elementos nocivos à saúde e as alternativas existentes no mercado que tragam ganhos à saúde.
 
No Simpósio, que ocorre em paralelo à programação do Dia do Vinho, também serão discutidos os benefícios obtidos a partir do consumo de outros derivados da uva, como óleos, extratos e farinhas de sementes e cascas da fruta, por exemplo.
 
Para o pesquisador e chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Uva e Vinho, Alexandre Hoffmann, o evento será importante por ampliar a rede de parceria entre as instituições de pesquisa, para aumentar o interesse da sociedade pelo tema e pelo fortalecimento das bases científicas sobre os benefícios da uva e seus derivados. "Desde a primeira edição, a Embrapa Uva e Vinho apoia essa iniciativa por acreditar que todas as etapas de produção são fundamentais para maximizar os ganhos dos produtos vitivinícolas para a saúde. A escolha das cultivares, o manejo adequado e as formas de vinificação que extraiam ao máximo as propriedades da uva são preocupações constantes que repercutem nas demais áreas de pesquisa", explica.
 
Já o presidente da Associação Brasileira de Enologia (ABE), Edegar Scortegagna, justifica o apoio da entidade ao evento por fomentar e ampliar os estudos sobre os efeitos benéficos da bebida para a saúde do ser humano. "Os enólogos, com as diferentes técnicas de vinificações, podem, inclusive, colaborar ainda mais para otimizar o poder benéfico dos vinhos", acredita.
 
Além de enólogos, o Simpósio tem como público-alvo profissionais da área da saúde e educação com afinidade ao tema, pessoas ligadas ligados à viticultura, lideranças do setor produtivo e formadores de opinião, produtores rurais, fornecedores da cadeia produtiva e imprensa.
 
O III Simpósio Internacional Uva e Vinho é uma realização do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) com apoio da ABE e da Embrapa Uva e Vinho.
 
Pesquisas inéditas serão premiadas
 
A programação do III Simpósio Internacional Vinho e Saúde contará ainda com um espaço para pesquisas inéditas, cuja apresentação poderá ser feita de forma oral ou por meio de pôster. As selecionadas serão publicadas em revista científica e as melhores nas modalidades pôster e oral serão premiadas.

Vale dos Vinhedos abre temporada para pisa da uva

 
Há mais de 10 safras, a Abertura da Vindima no Vale dos Vinhedos é uma experiência vivida por turistas que amam vinhos e querem participar da produção da bebida.
 
Até 24 de março, acontece a celebração que une colheita e pisa das uvas, bênção e filó italiano, no Hotel Villa Michelon. Somente durante o verão que o aroma da uva está presente em cada canto do Vale dos Vinhedos.
 
Carregados, os vinhedos exibem uma aquarela de cores que deixam os vales cobertos por um tapete verdejante. Assim, a paisagem do roteiro conquista os visitantes pelos sentidos, que têm a oportunidade de ver, ouvir, cheirar, tocar e saborear o resultado de um ano inteiro de trabalho.
 
Para valorizar a experiêncial, há pacotes especiais que incluem atrações variadas e únicas. Além da Abertura da Vindima do Vale dos Vinhedos, que ocorre no sábado dia 28 de janeiro. visitas ao Memorial do Vinho e Casa do Filó, colheita e pisa das uvas, pela Rainha e Princesas do Vale dos Vinhedos, no Parreiral Modelo.
 
A festa segue com o filó italiano, com culinária colonial. Coral típico da região e jogos tradicionais complementam a noite.

Três novos livros para aprender a provar vinho

Como se analisa o aroma do vinho? Quanto tempo se deve guardar uma garrafa em casa? Foi para responder a estas questões que três autoras - Joana Maçanita, Maria João de Almeida e Jancis Robinson - escreveram diferentes manuais, que explicam de forma simples e prática como tirar maior proveito do vinho. Pelo caminho, foram desmontando alguns mitos, mesmo os mais evidentes: por exemplo, em Especialista de Vinhos em 24 Horas, Jancis Robinson explica que o ritual de dar a provar o vinho no restaurante serve "não para ver se gostamos", mas para verificar se a garrafa está à temperatura correcta ou se tem algum defeito grave.
 
"Quando comecei a estudar vinhos, achava que nunca iria aprender aquelas coisas todas, mas depois percebi que não era assim tão complicado", contou ao GPS Maria João de Almeida, a autora de O Vinho na Ponta da Língua.
 
Ainda assim, ressalva que não há atalhos: "É mesmo preciso provar muitos vinhos de diferentes estilos." Para isso, aconselha no livro a aproveitar as feiras de vinhos das grandes superfícies ou as provas gratuitas e promoções que muitas garrafeiras realizam - e onde haverá, inclusive, alguém para ajudar a compreender as características dos vinhos.
 
Já Joana Maçanita, enóloga e produtora de vinhos, disse ao GPS que "nunca teve medo de ser a pessoa que não sabe". Em grande parte das ocasiões sentia mesmo que o resto das pessoas estava igualmente perdida, simplesmente "ninguém tinha coragem para perguntar". Em Branco ou Tinto, ela faz as perguntas e dá as respostas.
 
"Deu-me muito gozo explicar a questão das temperaturas", garante. Se a autora explica que se deve beber um branco entre os 6 e os 8 graus e um tinto jovem a 16, é precisamente para "tornar a experiência o mais agradável possível", até porque, como a própria alerta, "não devemos ter ideias preconcebidas só porque alguém que consideramos que percebe um bocadinho mais do que nós disse".
 
Foi precisamente o facto de todas as opiniões serem válidas que cativou Jancis Robinson - hoje uma das críticas de vinho mais respeitadas a nível mundial, com a cobiçada distinção de Master of Wine - na sua primeira prova de vinho. "Ouvi pessoas a falar do mesmo vinho de forma aparentemente contraditória e, no entanto, não estavam a discutir", recordou ao GPS. Impressionada com a situação, foi ali que definiu o seu destino.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Don Abel Gran Reserva Cabernet Sauvignon-Merlot 2005 #cbe

Divida é dívida e não pode deixar de ser paga, pensando assim começo a diminuir a dívida com a Confraria Brasileira de Enoblogs - CBE publicando o vinho do tema de abril de 2016 sugerido pelo Gustavo Kauffman, do blog Enoleigos, que mandou ver dizendo: "Vinho Sul Americano com 10 anos de vida ou mais.
 
Pra pagar a dívida com um tema tão instigante a minha escolha foi o Don Abel Gran Reserva Cabernet Sauvignon-Merlot 200, produzido pela vinícola de mesmo nome imbicada em Casca, na Serra Gaúcha.
 
Inaugurada em 2005 a Don Abel é uma vinícola Boutique que prima pela qualidade dos vinhos. Os vinhos são produzidos apenas quando a safra é boa e esse foi o caso da safra do vinho escolhido para a CBE.
 
Na taça mostrou cor rubi granada com lágrimas abundantes, finas e rápidas.
 
No nariz apresentou bouquet intenso e complexo, mostrando ainda notas de fruta vermelha madura, especiarias, alcaçuz, couro e notas balsâmicas.
 
Em boca um vinho encorpado com taninos presentes, mas amaciados pelos 11 anos em garrafa. Acidez ainda viva e álcool aparecendo no início, mas integrado ao conjunto após respirar por 30 minutos. Repetição das deliciosas notas olfativas. Final de boca longo e complexo. Retrogosto marcado por notas de fruta madura, alcaçuz e balsâmicas.
 
Vinho inteiro, gastronômico e ficou ainda melhor com a companhia de Fernanda e de amigos queridos, sem falar na massa com molho de gorgonzola e da fraldinha assada. Memorável!
 
O Rótulo
 
Vinho: Don Abel Gran Reserva
Tipo: Tinto
Castas: Cabernet Sauvignon 70% e Merlot 30%
Safra: 2005
País: Brasil
Região: Serra Gaúcha
Produtor: Don Abel
Graduação: 14%
Onde comprar: Zahil
Preço Médio: R$ 85,00
Temperatura de serviço: 18º
Degustado em: 30.12.2016

Método tradicional de produção dos vinhos é destaque em evento na Capital

 
O tradicional método de esmagar uvas com os pés para fazer vinhos será vivenciado gratuitamente no evento Vinho na Vila, de 26 a 28 deste mês, em Jurerê Internacional. Para dar um clima mais parecido com aquele do tempo dos primeiros imigrantes italianos, a pisa ocorrerá em tinas de madeira, com os pés descalços, olhos vendados e um fone de ouvido que reproduz sons da colheita. As uvas amassadas serão doadas para hortas orgânicas. Evento que inclui outras atrações tem entrada gratuita no estacionamento da ArqFlora (antigo Supermercado Imperatriz).
 
Segmentos divergem
 
Representantes do comércio e do setor hoteleiro não se entendem quando o assunto é feriado. O comércio alega perdas de R$ 10 bilhões por ano na economia em função do excesso de feriados. Já para os hoteleiros, quanto mais melhor. Assunto provocou discussão acalorada nas redes sociais da turma do BIP do turismo e do comércio catarinense. Para lembrar: em 2017 serão 11 feriados prolongados.

Vinhos tintos são os preferidos dos brasileiros

Aprofundar-se nas preferências do público possibilita às marcas entender melhor as expectativas do consumidor. Com este objetivo, a VCT Brasil, filial e distribuidora do Grupo Concha y Toro no Brasil, realizou, de 7 de novembro a 31 de dezembro de 2016, uma pesquisa que começou na Grande São Paulo e se estendeu para mais três estados brasileiros, durante as 15 etapas da ação itinerante “Casillero on the Road”.
 
Para a execução do estudo, 2175 pessoas entre 18 e 70 anos responderam a questões sobre frequência de consumo, vinho de preferência, ocasião em que tomam a bebida, local onde costumam beber e adquirem o produto. Constatou-se que 85% preferem os vinhos tintos. 59% adquirem vinhos em supermercados, seguido por adegas (37%), internet e outros (4%). 70% gostam de presentear amigos e familiares com a bebida. 55% escolhem o vinho pela uva e não somente pela marca/preço ou origem. E o lugar de consumo mais frequente para aproximadamente 49% dos entrevistados brasileiros é em casa, superando restaurantes e eventos sociais.
 
Segundo dados de mercado, o brasileiro bebe, ao ano, em média, 1,8 litros por pessoa. Comparado aos chilenos, que consomem 17 litros, aos argentinos que tomam 23 litros e a média europeia (França e Portugal) de 42 litros, há muito potencial de crescimento nacional.
 
“O levantamento da VCT chegou a conclusão que os consumidores brasileiros ainda preferem o vinho tinto. Além disso, o hábito de presentear amigos e familiares com a bebida é comum para 70% deles, o que demonstra que há muito potencial de crescimento no país”, esclarece Michele Ressutti Carvalho, gerente da marca Casillero del Diablo.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

'Boom' de turismo em Portugal está ciando uma nova geração de fãs do vinho fortificado

A popularidade de Portugal como destino turístico disparou, diz a Bloomberg Pursuits, o site de ‘lifestyle’ da agência, realçando que em 2016 o número de visitantes só dos EUA subiuescalou 22%. “O próximo passo para a dominação mundial? A  bebida emblemática do país”, responde a agência.
 
 
“Talvez pense no vinho do Porto como meramente a monótona e última dose de álcool servida no final de um jantar refinado. Pode ter mesmo experimentado e pensado que é tão adocicado que não é surpresa que só o sirvam num copo que tem o tamanho de um dedal. Mas chegou oficialmente a altura de dar uma nova oportunidade ao ‘Port'”.
 
Enquanto o Xerez espanhol é mais como um ‘aguçar’ de um vinho normal, a bebida portuguesa sabe mais a um ‘alargamento’ do vinho. Fortalecido com brandy e envelhecido em madeira, tem uma profundidade de sabor que inspira a nostalgia.
 
 
A Bloomberg explica que essa aura nostálgica que rodeia o vinho do Porto é acentuada pelo fato da principal geração de consumidores estar a desaparecer. “Uma suave queda da vendas globais sugere que há alguma verdade no estereótipo que a demografia do vinho Porto consiste de tias solteironas e membros de clubes de ‘gentlemen’”.
 
As perspetivas são, no entanto, positivas, diz a agência. “O ‘boom’ do turismo pressagia uma reviravolta. Uma nova geração de adeptos do vinho Porto está a caminho”, frisou.
 
Após descrever os diferentes tipos de Porto e sugerir algumas técnicas para decantar e saborear o vinho, a Bloomberg vinca que também há outras formas mais descontraídas de consumir a bebida. O Porto Tônico, muito apreciado em França e na Bélgica, mistura o Porto branco com água tônica para criar um leve aperitivo. Nos EUA, a comunidade de criadores de cocktails, ou ‘mixologists’, tem se esforçado para manter o vinho do Porto em moda, incorporando-o em novas misturas e em variações de receitas clássicas.
 
A Pursuits oferece, para mostrar a resiliência histórica do vinho português mais famoso, a receita para um cocktail que foi criado no final do século 19 mas que é ainda servido em bares de bairros ‘trendy’ como Brooklyn, em Nova Iorque. “Escuro e pesado como o polido e sólido mogno, evoca os clubes de ‘gentlemen’, mas da melhor forma. Recomendo como um ‘nightcap’, última bebida antes de se deitar, parcialmente por ser meio caminho andado para um analgésico que o adormece – porventura para sonhar com o renascer do vinho do Porto”.

Stambolovo State 2011 #cbe

As 24 horas do dia parecem não ser suficientes, pois já há alguns meses não venho conseguindo cumprir com o prazo de publicação do vinho do mês para a Confraria Brasileira de Enoblogs - CBE. Só hoje, no nono dia do mês, é que estou chegando com meu vinho.
 
O tema do mês foi sugerido pelo Victor Beltrami do Blog Balaio do Victor, e sua sugestão foi que: "Deveríamos provar um vinho de um país que nunca provamos, branco ou tinto, e se possível propormos uma harmonização".
 
Para o desafiador tema escolho o vinho Stambolovo State 2011, um coorte syrah e merlot produzido na Bulgária pela vinícola Stambolovo Winery na região Thrancian Lowlands.
 
A vinícola está situada ao sul do país, lado a lado com a Grécia e a Turquia e tem quase 80 anos de prática e já passou pelas mãos do estado, de proprietários privados e até dos comunistas. Foi ao fim dessa época, inclusive, que nasceu este tinto, em uma leva de vinhos especialmente produzidos para a elite capitalista que começava a retomar a economia búlgara.
 
Na taça mostrou cor rubi brilhante e com alguns reflexos violáceos e tons alaranjados. Lágrimas finas e rápidas.
 
No nariz apresentou aromas de fruta madura, especiarias, amêndoas, baunilha, tostado e algumas sutis notas balsâmicas.
 
Em boca o vinho apresentou corpo médio, com taninos presentes, mas macios, acidez marcante e álcool bem integrado ao conjunto. As notas presentes no olfato repetiram-se. Final de boca longo,  com acidez mostrando-se super viva e notas de fruta madura e balsâmicas aparecendo no retrogosto.
 
Vinho surpreendente na acidez e nas notas evoluídas. Se tivesse outra garrafa ainda a guardaria por mais um ou dois anos.
 
A harmonização ficou por conta de uma lasanha super suculenta de berinjela. O vinho e sua acidez gastronômica deram conta de toda acidez do molho.
 
O Rótulo
 
Vinho: Stambolovo State
Tipo: Tinto
Castas: Syrah e Merlot
Safra: 2011
País: Bulgária
Região: Thrancian Lowlands
Produtor: Stambolovo Winery
Graduação: 13,5%
Onde comprar: Evino
Preço Médio: R$ 79,00
Temperatura de serviço: 18º
Degustado em: 08.01.2017

Spa propõe uma imersão nas propriedades da uva

 
A primeira visão dos vinhedos extensos, impecavelmente alinhados, envolvendo o complexo do hotel e spa Les Sources de Caudalie, de um lado, e a sede histórica da vinícola Château Smith Haut Lafitte, de outro, imediatamente nos coloca em outra dimensão. Estamos a apenas 20 minutos da cidade de Bordeaux, em Martillac, terroir de Graves, de onde saem alguns dos vinhos de maior prestígio no mundo. Mas outro produto excepcional tem nascido dessas vinhas desde 1995, quando Mathilde Tomas, uma das filhas dos proprietários do Château, fundou com seu marido, Bertrand, a marca de cosméticos Caudalie, atualmente presente em 23 países.
 
Criada no sopé dos Alpes, desbravando as montanhas com o avô materno e as propriedades cosméticas das plantas nativas daquela região com a avó, Mathilde, coerentemente com sua história, construiu uma empresa baseada no aproveitamento das “sobras” da produção vinícola dos pais – tesouros que eram desperdiçados, como sementes de uvas, de onde saem os polifenóis, os mais poderosos antioxidantes do mundo vegetal.
 
Com o tempo, assim como seus pais adotaram na vinícola o método da bioprecisão – as uvas são cultivadas de forma orgânica, mas em combinação com imagens de satélite e outros recursos de alta tecnologia –, Mathilde ampliou as pesquisas científicas na base de seus produtos, feitos com ingredientes puríssimos e sustentáveis. Além de trabalhar com o professor Joseph Vercauteren, da Universidade de Bordeaux, um dos maiores experts do mundo em polifenóis, associou-se a David Sinclair, biólogo e professor de genética australiano, radicado nos Estados Unidos, da Harvard Medical School.
 
Apontado pela revista Time como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo em 2014, Sinclair tem dedicado suas pesquisas não apenas à extensão da longevidade mas também à reversão do envelhecimento. E, claro, tudo tem a ver com os vinhedos: o coração da pesquisa é o polifenol resveratrol, encontrado na casca, na semente e nas jovens hastes da videira.
 
O mais recente fruto dessa colaboração chega ao Brasil em outubro. Trata-se do Crème Cachemire Redensifante, o novo integrante da linha Resveratrol Lif, um antirrugas que também promete frmar a pele, que depois dos 40 anos sofre uma degradação na produção de colágeno da ordem de 40% e na de ácido hialurônico, responsável pelo volume, de 50%. As pesquisas comandadas por Sinclair culminaram na ideia de combinar o potente resveratrol da videira – que protege as fbras de colágeno e, inesperadamente, ajuda as células a produzir ácido hialurô- nico – com micromoléculas do ácido, o que estimula os genes chamados has2, que respondem excepcionalmente bem ao resveratrol. Esse efeito sinérgico virou uma patente conjunta da Caudalie e da Harvard Medical School. Um segredinho extra do Crème Cachemire são os fosfolipídeos, que promovem a absorção dos ativos e sua liberação gradual depois da aplicação, de acordo com as necessidades da pele (veja outros produtos emblemáticos da marca abaixo).
 
PARADOXO DELÍCIA
 
Conhecer o berço da marca, os vinhedos do Château Smith Haut Laftte, que remontam ao século 14, e também o hotel e o spa, inaugurados em 1999 e comandados por Alice, irmã de Mathilde, nos leva a uma deliciosa imersão no chamado paradoxo francês, conceito que ganhou força há duas décadas. Vários estudos mostraram que, embora os franceses consumam mais vinho tinto que qualquer outro cidadão do mundo e comam manteiga, queijo e carne vermelha regularmente, eles têm o mais baixo nível de doenças cardiovasculares do Ocidente. A explicação seria exatamente o consumo moderado e regular de vinho tinto, em função dos polifenóis antioxidantes, sobretudo o resveratrol, encontrados nele.
 
Os vinhos da casa e da região (Pessac-Léognan, Graves, Médoc, Sauternes, Pomerol, Saint-Émilion…) são o acompanhamento perfeito para as refeições “simples”, com ingredientes locais e sazonais, servidas nos três restaurantes da propriedade, que tem uma perfumada e encantadora horta. Um dos restaurantes, o La Grand’ Vigne, comandado pelo chef Nicolas Masse, tem duas estrelas no guia Michelin. Mesmo ali, nada de complicação: “apenas” as melhores matérias- -primas, em receitas que as valorizam ao máximo.
 
O vinho também está nos óleos, nos cremes e na pasta esfoliante preparada na hora em que a gente se apresenta no spa (no melhor estilo simple chic, como tudo que diz respeito à Caudalie) para a deliciosa experiência que é o crushed cabernet scrub. Ao longo de 40 minutos, a pele do corpo é massageada com esse esfoliante natural, que remove as células mortas e ativa a circulação. Uma ducha leva tudo embora e, na sequência, vêm mais 20 minutos de massagem, agora com o objetivo de nutrir e hidratar a pele novinha em folha. Nesse spa de pedra, vidro e madeira, banhado de luz natural, outro tratamento estrela é a combinação da massagem corporal Caudalie com o tratamento facial Resveratrol Lif. Talvez as duas horas mais relaxantes da sua vida.
 
Uma novidade, também com duração de duas horas, é o ritual Soins Eau de Beauté. Diferentemente do tratamento anterior, feito com produtos untuosos, esse é “seco”, apenas com as águas da marca, Eau de Raisin e Eau de Beauté. Os movimentos da vinoterapeuta são parecidos com os do shiatsu. “Desenhei meus spas para serem pausas únicas, santuários de serenidade e beleza, a alta-costura da Caudalie”, costuma dizer Mathilde Tomas. De fato, depois de três dias de imersão no tal paradoxo francês, experimentando os prazeres do vinho à mesa, no spa, em passeios entre os vinhedos, uma sensação de bem-estar nos inunda. E a gente ainda traz para casa, estampado no rosto, aquele brilho, aquele je ne sais quoi que tanto nos encanta nas francesas.

domingo, 8 de janeiro de 2017

Emirates já investiu US$ 500 milhões em seleção de vinhos

Além de itens como roupas, cobertores, produtos para cuidados com a pele da marca Voya e uma nova linha de amenidades da Bulgari, a Emirates tem investido em um serviço especial para agradar seus clientes: boas opções de vinho. Iniciado há 12 anos, o programa de vinhos da companhia aérea já recebeu investimentos de mais de US$ 500 milhões, com a intenção de ser a melhor lista da bebida disponível em aviões.
 
 
 De acordo com uma reportagem da Bloomberg, o vice-presidente sênior que dirige o serviço da Emirates, Joost Heymeijer, aponta que a companhia opera com cerca de 70 diferentes tipos de vinho em toda a sua frota. Para manter o serviço em operação, a companhia conta com conjunto de armazéns em Borgonha, na França. Muitos dos vinhos servidos pela companhia foram comprados há anos e permanecem armazenados até que estejam prontos para o consumo.
 
PLANO DE LONGO PRAZO
 
Grande parte das companhias aéreas conta com um consultor de vinhos para elaborar, com um orçamento delimitado, uma lista de vinhos que estão disponíveis no mercado para utilizá-los no serviço de bordo. No entanto, o presidente da Emirates, Tim Clark, queria que sua lista de vinhos fosse um diferencial da companhia. O investimento, planejado a longo prazo, rendeu até mesmo uma economia para a Emirates. Alguns dos vinhos que a companhia aérea comprou há muitos anos por US$ 350 custariam hoje mais de US$ 2 mil por garrafa.
 
A principal fonte de vinhos para a Emirates é Bordeaux, na França, mas a companhia tem buscado expandir sua lista, com aquisições recentes nas regiões da Borgonha Chevalier-Montrachet e Échezeaux. Além disso, vinhos italianos, australianos e também norte-americanos constam na lista.  

Vinicultor nos EUA inova ao detalhar custo de produção de vinho

No último trimestre de 2015, depois que todas as suas uvas cresceram, foram colhidas, esmagadas e colocadas em grandes barris de carvalho, Mark Tarlov começou a fazer as contas.
 
Como qualquer bom vinicultor, fez o levantamento dos custos --mão de obra, equipamentos, até mesmo embalagens-- e dividiu por garrafa. Finalmente, calculou um preço, com uma margem de lucro de 45 por cento, e decidiu criar um site que usaria para vender o vinho.
 
Este pequeno lote de pinot noir, chamado Alit, do úmido Vale de Willamette, no Oregon, EUA, é vendido por US$ 27,45 a garrafa, e Tarlov talvez seja o único vinicultor do mundo que diz aos clientes exatamente por que cobra esse preço.
 
O barril custa US$ 1,1 por garrafa. O cultivo e a colheita absorvem outros US$ 5,66. E a embalagem, caixas especiais de papelão para entrega que não exigem proteção extra, custa US$ 2,88.
 
O vinho Alit é vendido diretamente aos consumidores ? assim como muitos outros vinhos. Ele é cultivado usando técnicas tradicionais e completamente naturais; que também são relativamente comuns atualmente. O que realmente o diferencia é a maneira pela qual é precificado.
 
"Não conheço ninguém que faça o que ele está fazendo", disse Joshua Greene, editor que publica a revista Wine & Spirits.
 
O preço da maioria dos vinhos é fixado de acordo com a qualidade e com o tipo de cliente que a vinícola deseja atingir ? e não com base no custo dos barris, das garrafas e da mão de obra. "O preço é ditado pela marca", explicou Greene. "Você diz: 'Quero fabricar um vinho para o 1 por cento', depois você trabalha a partir disso."
 
Tarlov está fazendo o oposto. "Usamos os elementos do vinho esotérico, de grande qualidade, e dizemos, 'você deveria tomar este na terça-feira'", disse. "Você não tem que reverenciar o vinho."
 
O modelo de negócios de Tarlov, de cálculos transparentes, foi adotado em outros setores de varejo. Mais especialmente, a marca Everlane construiu um império no segmento de vestuário ao se dirigir diretamente a clientes na internet para detalhar custos de materiais, transportes e taxas para cada peça.
 
Para alguns itens, a empresa até permite que os clientes escolham o preço, e o menor preço não proporciona nenhum tipo de lucro. A ideia também se espalhou entre outras startups, como a fabricante de bolsas Oliver Cabell.
 
O que está nas entrelinhas: os intermediários estão sendo eliminados e tanto os criadores quanto os consumidores estão recebendo mais pelo dinheiro que investem e gastam.
 
Praticamente todo vinicultor do mundo vende diretamente aos consumidores, mas normalmente eles dão justificativas por venderem pelos mesmos preços das lojas de varejo. Assim, não prejudicam seus parceiros no atacado e também embolsam ganhos significativos.
 
Os distribuidores e varejistas que vendem outros vinhos de Tarlov ainda não fizeram nenhum tipo de retaliação, pelo menos por enquanto. "Mas soou o alarme e irá soar ainda mais alto", disse Tarlov. "Mas eu adoraria ser aquele que irá destruir o meu próprio negócio."

Por quanto tempo guardar um vinho?

 
Ninguém gosta de ter o desprazer de abrir uma garrafa especial, guardada durante anos, e perceber que o vinho não corresponde às expectativas. Mas os enófilos colecionadores, que gostam de amadurecer alguns rótulos antes de consumi-los, estão sujeitos a isso. O tempo pode ser extremamente recompensador, contudo, também cruel algumas vezes.
 
Definitivamente, não é fácil abrir uma garrafa após tanto tempo e se deparar com uma bebida “ruim”. Isso é duplamente decepcionante, pois você não só investiu o dinheiro da compra, mas também suas emoções, especialmente suas esperanças. No entanto, como diferenciar um vinho que já está quase morto – ou seja, passou do seu apogeu e, a cada dia, decai mais e mais – de um que apenas está atravessando um momento de discrição – ou seja, perdeu sua exuberância juvenil, mas tem potencial para seguir evoluindo e melhorar?
 
Antes de tentar solucionar essa questão, todavia, é preciso entender um pouco do processo de evolução do vinho, seus aromas e sabores. E, mais ainda, a estranha fase em que ele supostamente está “dormindo”.
 
Vinho em hibernação
 
Até hoje, ninguém foi capaz de explicar exatamente o porquê de certos vinhos entrarem em fase de latência, ou dormência, ou hibernação, como preferir.
 
A maioria das explicações remete à evolução da bebida em garrafa. Lembremos então que os aromas primários – fragrâncias das uvas – são costumeiramente os primeiros a serem percebidos. Esses aromas geralmente são acrescidos de outros, ditos secundários, produto da fermentação e do estágio em barrica, por exemplo. Por fim, há os aromas terciários, mais “misteriosos”, resultado das combinações entre ésteres e outros produtos voláteis com o álcool já na garrafa.
 
Dessa forma, há quem acredite que essa fase de latência é causada pelo processo de engarrafamento, quando o oxigênio é incorporado. Isso levaria a bebida a encontrar um novo equilíbrio químico. Há ainda quem aponte para os sulfitos, que geralmente são adicionados para ajudar a preservar o vinho e podem interferir nos aromas e sabores. Contudo, isso não explica o porquê de rótulos que não levam adição de enxofre também passarem por fases semelhantes.
 
 
Ainda dentro do tema do engarrafamento, outra possibilidade poderia ser a quebra precoce de algumas cadeias de taninos e outros compostos, que demorariam a se reagrupar. O transporte da garrafa e a exposição a variações de temperatura também ajudariam a gerar essa inconsistência evolutiva.
 
Curvas de evolução
 
Acredita-se que a primeira fase de latência de um vinho ocorra entre os seis primeiros meses após o engarrafamento a até um ano, quando o oxigênio e os sulfitos (se forem adicionados) estarão “reajustando” os aromas e sabores da bebida. Esse seria o motivo pelo qual muitos produtores só colocam seus rótulos à venda após esse período.
 
Há ainda quem aponte que uma segunda fase de dormência ocorre logo após o transporte (intercontinental) devido à intensa movimentação da garrafa e alternância de temperaturas. Esse estágio duraria cerca de um mês.
 
Apesar de o fenômeno ocorrer, não há consenso entre os produtores, enólogos e críticos de vinho. Há quem simplesmente não concorde com a teoria de que um vinho possa atravessar uma fase “ruim”, dizendo que são apenas estágios diferentes de sua evolução natural. Alguns chamam isso de curva evolutiva e, em certos momentos, o vinho pode estagnar, para, logo em seguida, partir para outro nível. Ou seja, para eles, esses vinhos apenas demorariam mais para alcançar seu pleno estágio de maturação.
 
Certos produtores bordaleses admitem que alguns rótulos podem entrar nessa fase de latência entre o terceiro e o quinto ano após o engarrafamento. Mas isso não é uma regra e tampouco há como definir quando um vinho ingressará em seu momento de hibernação.
 
Quanto tempo esperar?
 
 
Não há como determinar com exatidão a curva evolutiva de um vinho. Eles evoluem em ritmos diferentes e podem ou não entrar em fase de dormência. Uma teoria diz que vinhos de safras mais quentes tendem a passar por esse processo mais do que os de colheitas mais frias. De qualquer forma, é impossível prever se isso vai ocorrer ou não com um rótulo.
 
Já o crítico inglês Steven Spurrier acredita que esse é um fenômeno que acontece mais frequentemente com vinhos à base de Cabernet Sauvignon, Syrah, Mourvèdre e Sangiovese, por exemplo, e menos com Pinot Noir e Grenache. Segundo ele, os rótulos destas duas últimas variedades tendem a esvanecer com o tempo em vez de se “silenciarem”.
 
No entanto, grandes colecionadores do mundo chegaram a atestar que alguns dos mais prestigiados vinhos da Borgonha, por exemplo, atravessaram fases de latência por impressionantes 20 anos antes de se abrirem novamente. Spurrier lembra que, às vezes, Portos Vintage também passam por processo semelhante, sendo fragrantes quando jovens e ficando fechados durante décadas a fio até se mostrarem novamente.
 
O crítico Hugh Johnson, por sua vez, acredita que a questão está mesmo relacionada às safras. Segundo ele, cada safra evolui em uma certa velocidade, algumas mais lentamente, outras mais rapidamente. Mais do que isso, ele admite que nem sempre é capaz de reconhecer quando um vinho está passando por uma fase de dormência. “Sempre acho que abri o vinho cedo demais”, revela.
 
Abrir periodicamente
 
Uma solução para enfrentar esse problema, segundo os críticos, seria adquirir uma caixa e abrir as garrafas periodicamente para acompanhar a evolução da bebida. Spurrier, por exemplo, conta que quase sempre degusta as três primeiras garrafas de uma caixa de Bordeaux em seu período de latência, seis em bom estado e as últimas três já levemente decadentes. Johnson, por sua vez, simplifica as coisas dizendo: “Se você quer fruta, abra o vinho jovem. Se quer maturação, seja paciente”.
 
Morto ou dormindo?
 
Mas, enfim, o que caracterizaria essa fase de latência que a diferenciaria de um estágio mais avançado e próximo da decrepitude? Um vinho dormente tende a ser descrito como “fechado”. Ou seja, ele não revela quase nada nos aromas, tampouco em seus sabores. Críticos ingleses e norte-americanos costumam dizer que o vinho está “mudo”. Basicamente, ele não diz nada. Você procura os aromas frutados dos primeiros anos, mas eles não estão lá, estão escondidos, ou melhor, mudando lentamente. Por isso, também é dito que está passando pela “adolescência”.
 
Infelizmente, colocá-lo no decanter pouco ajudará. É consenso que, quando o vinho atinge esse estágio, nenhum tipo de aeração fará com que ele recupere as suas características juvenis, de frutas marcantes, por exemplo. Decantar pode até minimizar um pouco os efeitos, liberando alguns poucos aromas, mas não solucionará o problema. Apenas o tempo (em garrafa) pode ajudar nesse caso.
 
Mas como diferenciá-lo de um vinho cujo apogeu já ficou para trás e está indo rumo à morte? Enquanto um vinho dormente, apesar de não se expressar muito, revela boas caraterísticas e potencial – especialmente em sua estrutura –, rótulos que passaram do tempo tendem a apresentar aromas e sabores que nem sempre são agradáveis. Eles geralmente são marcados pela oxidação e os aromas frutados estão decadentes, aparecendo fragrâncias que os franceses definem como sous bois, uma mistura de algo terroso, com ervas e cogumelos – característica, todavia, que nem sempre pode ser considerada depreciativa. Em alguns casos, leves tons acéticos podem surgir, dando uma pista ainda mais clara de que o melhor momento daquele vinho já ficou para trás há tempos. A cor, apesar de também não ser um parâmetro definitivo, pode ajudar no reconhecimento. Tintos muito descoloridos e brancos muito escuros podem ser indícios de decrepitude.

Edegar Scortegagna, presidente da Associação Brasileira de Enologia, comenta o mercado de vinhos nacionais

Edegar Scortegagna, enólogo da Luiz Argenta Vinhos Finos, assume em 2017 o cargo de presidente da Associação Brasileira de Enologia (ABE). Abaixo ele fala sobre o vinho brasileiro.
 
 
Qual o maior desafio do vinho brasileiro hoje? A concorrência dos importados? 
 
Não vejo outros países como concorrentes. O consumidor não é fiel, e nem deve ser, ele gosta de provar diferentes vinhos. Então acredito que o maior desafio é fazer o consumidor conhecer mais os produtos brasileiros, criar cursos de degustação, falar cada vez mais sobre nossos rótulos.
 
Acha que a aceitação do público melhorou? O preço atrapalha?
 
A aceitação do público melhorou muito, principalmente nos últimos dois anos. Mas ainda precisamos de um voto de confiança, que acreditem no vinho brasileiro e que brindem com ele para ajudar os produtores nacionais e a economia. O problema maior sobre os preços do vinho brasileiro são os impostos. Além disso, também dependemos dos insumos importados, com alta carga tributária. Outro ponto é que cada estado tem sua tributação, o que faz com que o mesmo vinho tenha preços distintos em diferentes lugares.
 
Você é de uma geração de enólogos que atuou no exterior antes de trabalhar no País. Que influências trouxe de lá?
 
A Europa produz vinhos há milhares de anos e ensina enologia há mais de cem anos. Tenho certeza de que estudar outras realidades, conhecer novos terroirs, só faz crescer a cultura dos vinhos. Não estou dizendo que os vinhos de outros países são melhores ou piores do que os nossos, mas o fato de conhecer outras realidades e saber adaptá-las à nossa pode fazer a diferença.

sábado, 7 de janeiro de 2017

Coravin começa a ser vendido no Brasil

Um dos brinquedinhos mais disputados pelos habitantes do mundo do vinho, o Coravin passa a ser vendido oficialmente no Brasil. O aparelho consegue extrair a bebida de garrafas sem desarrolhá-las. Lançado há três anos, causou furor entre os enófilos por permitir que vinhos raros e/ou caros pudessem ser degustados em diferentes estágios de sua vida sem causar prejuízo ao que remanescia na garrafa. Seu grande trunfo é um sistema que usa uma agulha para retirar o líquido e, ao mesmo tempo, injetar gás argônio para impedir que o oxigênio, inimigo mor do vinho, causasse danos ao precioso líquido.
Foi usado, por exemplo, em provas de vinhos raros, como o Bordeaux do século 19 da foto acima. E ampliou a oferta de taças em restaurantes mundo a fora – o NoMad, de Nova York, foi um dos primeiros entusiastas–, que passaram a vender rótulos além dos varietais famosos em regiões próximas, arriscando até incluir na lista garrafas que custam muitos dígitos.
Muitos dígitos, aliás, são o problema que Coravin oferece para quem deseja ter um exemplar em casa. No Brasil, custa entre R$ 2,8 mil e R$ 3,56 mil, a depender do modelo, no site da importadora Concept. Para quem não quer dispor da quantia, fica a piada que corre sobre o aparelho na internet: quem precisa de um Coravin em casa é porque não tem amigos suficientes. 

Projeto Comprador busca incrementar vendas para Rússia e Oriente Médio

Sete profissionais que representam empresas na Rússia e no Oriente Médio visitaram, no início de dezembro passado, a Serra Gaúcha participando do Projeto Comprador, realizado pelo Wines of Brasil, em parceria com os escritórios da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) em Moscou, na Rússia, e em Miami, nos Estados Unidos. O grupo veio para conhecer o mercado nacional de vinhos, espumantes e sucos de uva e prospectar novos negócios.
 
O Wines of Brasil é um projeto setorial de divulgação dos vinhos brasileiros no Exterior, desenvolvido pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) em conjunto com a Apex-Brasil.
 
“Os vinhos e espumantes brasileiros têm diferencial. São elegantes, gastronômicos, leves, frescos e frutados. E é este estilo que vai fazer os produtos se destacarem no mercado mundial”. A declaração do gerente de Importação russo Vasily Izraliantc revela a surpresa identificada pelos participantes. A comitiva inclui ainda integrantes do escritório da Apex-Brasil na Rússia, o brasileiro Almir Ribeiro Americo e a russa Milena Babayan, representantes de importadoras russas, Svetlana Selivanova e Mikhail Bodukhin, a jornalista russa especializada em vinhos Tatiana Zlodorena e o gerente de Alimentos e Bebidas, o brasileiro Daniel Miranda.
 
Durante cinco dias, o grupo visitou nove vinícolas da Serra Gaúcha (Aurora, Casa Perini, Casa Valduga, Don Guerino, Lidio Carraro, Miolo, Mioranza, Pizzato e Salton), degustou seus rótulos e conheceu os métodos de elaboração dos produtos.
 
 
Para o gerente de Alimentos e Bebidas da Fogo de Chão no Oriente Médio, o brasileiro Daniel Miranda, a vinda à região evidenciou o potencial da vitivinicultura nacional e possibilitará a inserção dos rótulos verde-amarelos nas cartas de vinhos das 13 novas unidades da rede de restaurante americana que serão abertas nos próximos quatro anos no Oriente Médio, no norte da África e na Oceania. “Sou consumidor dos vinhos do nosso país e vejo como a qualidade deles cresceu ao longo desses anos. Há mais investimentos, os produtores estão viajando e conhecendo mais e, assim, evoluindo”, avalia Miranda.
 
As duas primeiras filiais dessa prospecção da Fogo de Chão já abrem no próximo ano: em janeiro, na Arábia Saudita, e em março, em Dubai. “É uma grande oportunidade para apresentarmos os vinhos brasileiros para o mundo inteiro. Em Dubai há mais de 200 nacionalidades circulando. Para começar, quero colocar, pelo menos, 20 rótulos brasileiros em nossa carta. Acho que devido ao calor, vamos conseguir explorar mais os espumantes e os vinhos brancos e rosés. O suco de uva também vai conquistar”, acredita o gerente de Alimentos e Bebidas. Em Dubai, a Fogo de Chão abrirá filial em um local que há permissão para a venda de bebidas alcoólicas.
 
O gerente de Importação da Marine Express, Vasily Izraliantc, conta que a viagem está sendo encantadora. “Quando pensava no país, vinha na mente café, tabaco, Carnaval e futebol. Foi surpreendente. A produção é diversificada, com tecnologia avançada. Já visitei muitas vinícolas, mas aqui encontrei tecnologias que não vi em outros lugares”, conta.
 
De acordo com Izraliantc, na Rússia o consumo é praticamente igual entre vinhos tranquilos e espumantes, mas vem se observando um crescimento no mercado das borbulhas. O país é responsável por 85% da comercialização nacional. Apenas 15% dos rótulos são importados.
 
Para o presidente do Ibravin, Dirceu Scottá, a Rússia e o Oriente Médio são mercados muito promissores. “Com a vinda destes profissionais, temos a expectativa de aumentar a comercialização para os países e, através destes contatos, termos auxilio na promoção dos produtos na Rússia e no Oriente Médio”, pontua o dirigente.
 
Fonte: IBRAVIN

Safra 2017 deve atingir 600 milhões de quilos de uva

Depois da quebra de 57% da última colheita, representantes do setor acreditam em uma produção com quantidade normal e de muita qualidade
 
 
As previsões são boas e tudo indica que as condições climáticas e o manejo realizado pelos produtores ao longo dos meses ajudarão para que safra de uva se normalize esse ano. Depois de uma perda de 57% em 2016 – considerada a maior quebra desde 1969 –, a expectativa é que a produção no Rio Grande do Sul atinja 600 milhões de quilos de uva em 2017, cerca de 100% a mais se comparado ao ano anterior, quando foram colhidos pouco mais de 300 milhões de quilos.
 
De acordo com o vice-presidente do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e presidente da Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho/RS), Oscar Ló, as primeiras uvas começaram a ser colhidas no início de janeiro, com maior incremento de volume a partir da segunda quinzena do mês. “Estamos muito contentes com a qualidade, os vinhedos estão com uma boa produção. As condições climáticas estão muito favoráveis neste ano. Tudo indica que teremos uma safra normal e, com isso, os estoques também deverão voltar aos patamares dos anos anteriores, alcançando o armazenamento de cerca de 150 milhões de litros. A quebra do último ano não impactará negativamente na qualidade e nem no volume da produção desta safra”, avalia Ló.
 
O coordenador e o vice-coordenador da Comissão Interestadual da Uva, Denis Debiasi e Olir Schiavenin, respectivamente, tiveram as mesmas percepções do dirigente e acreditam em resultados positivos para essasafra. “Não houve registros significativos desfavoráveis em relação ao clima. Por enquanto, está tudo tranquilo. A sanidade da uva está boa, os produtores fizeram manejos adequados, incluindo uma boa adubação. Tudo se encaminha para bons resultados”, pontua Schiavenin.        

Em relação à qualidade, as vinícolas do estado do Rio Grande do Sul comemoram a sanidade observada nas variedades até o momento. Tudo indica também que as uvas atingirão uma boa graduação de açúcar. “Esta safra está com uma produção excelente. Noventa e nove por cento das regiões não apresentaram doenças fúngicas”, constata o ex-presidente do Ibravin e atual integrante do Conselho Deliberativo da entidade pela Comissão Interestadual da Uva, Moacir Mazzarollo.

Ainda segundo Mazzarollo, as próximas semanas serão decisivas para obtenção desses resultados. “A qualidade final se dá no momento da colheita. Mas as previsões climáticas indicam que os próximos meses estarão dentro da média ou ainda menor em volume de chuva”, explica.
 
O chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, Mauro Zanus, acredita que os efeitos do fenômeno La Niña ajudarão para que se colham as uvas com a maturação adequada. “Os prognósticos meteorológicos apontam para uma influência moderada do La Niña, em que ocorreria uma incidência de chuvas menor que o normal, mas este efeito ainda não se confirmou. Tudo indica que essas massas com menor umidade venham até fevereiro”, observa. “Estamos acompanhando e conversando com técnicos e os dados apontam para um prognóstico bastante positivo. As chuvas de setembro e outubro não impactaram negativamente”, avalia Zanus. 

Vindima no Vale dos Vinhedos: trabalho, dedicação e alegria na colheita da uva

Chegamos ao verão, estação sinônimo de férias e descanso para muitos. No Vale dos Vinhedos é a estação da colheita literal de nossos frutos. É quando alcançamos o momento mais glorioso e também do trabalho mais árduo: a Vindima.
 
Durante o ano, produtores rurais, enólogos e suas equipes esforçam-se incansavelmente para que as videiras cumpram seus ciclos em cada estação. Outono, inverno e primavera têm papel fundamental no desenvolvimento das videiras e frutos. Neste processo evolutivo, a natureza e o homem se aliam para originar aquelas que são o motivo do Vale dos Vinhedos existir: as uvas.
O ápice de todo este esforço acontece no verão, quando as diversas variedades que originam vinhos de características únicas, são colhidas pela comunidade e pelos viticultores do Vale.
Ao mesmo tempo que o trabalho de colheita é realizado, o espírito da Vindima toma conta dos nossos ares como que por magia: aromas adocicados pairam no ar, as paisagens mudam suas tonalidades alternando as cores das videiras e uvas com os chapéus de palha dos trabalhadores, a temperatura instiga a viver experiências junto a natureza e até mesmo o som dos tratores nos traz a nostalgia de tempos passados. A alegria toma conta até mesmo daqueles que não trabalham diretamente com a colheita: recepcionistas, garçons, camareiras, artesãos. Todos são contagiados pelo espírito de renovação da Vindima, em um mesmo clima de comemoração e de recomeço.
Por aqui, não apenas um ano novo se inicia. É uma nova safra, com novos e únicos vinhos e espumantes que trazem consigo a herança de nossos ancestrais, o aprendizado de nossos nonos, nonas, pais e mães refletidos nas milhares de caixas de uva e nas novas garrafas que descansarão nas adegas de nossas vinícolas.
A Vindima é o nosso melhor jeito de iniciar um novo ciclo, colhendo os frutos de nosso trabalho e oferecendo aos nossos visitantes o que melhor sabemos fazer: receber erguendo um brinde ao novo!
 
Programação especial para curtir a Vindima
Para aproveitar a Vindima em todos os seus aspectos, os atrativos do Vale dos Vinhedos oferecem atividades especiais no período de 07 de janeiro a 19 de março.
A Abertura Oficial da Vindima no Vale dos Vinhedos acontecerá no dia 28 de janeiro, no Hotel Villa Michelon. O evento contará com a bênção dos parreirais e dos vitivinicultores, colheita e pisa das uvas com as Soberanas do Vale dos Vinhedos e filó italiano de confraternização.
Durante o período, a colheita e pisa das uvas também poderá ser realizada em outros empreendimentos, em pacotes de um dia ou com hospedagem inclusa para um final de semana especial. Hotel & Spa do Vinho, Casa Valduga, Hotel Villa Michelon, Pousada Florenza e o Circolo Trentino di Bento Gonçalves oferecem esta atividade mediante reserva antecipada.
Eventos que unem gastronomia e vinho também são atração no período: o Winery & Food Cave de Pedra e o Cálice de Estrelas acontecem já no dia 14 de janeiro. E para os amantes do esporte, a Maratona do Vinho será realizada no dia 12 de fevereiro em meio às paisagens do Vale dos Vinhedos e da Estrada do Sabor. E a La Sfida Vindima 2017 será realizada nos dias 17, 18 e 19 de fevereiro, em três cidades – Pinto Bandeira, Garibaldi e Bento Gonçalves – sendo encerrada no Vale dos Vinhedos. Ambas estão com inscrições abertas.
Piqueniques em meio aos parreirais carregados de uvas são atração também na Vinhos Larentis e na Cave de Pedra. A atividade também pode ser realizada no Jardim Leopoldina.
Oficinas de drinks com vinhos e espumantes e mini curso sobre uvas e vinhos são oferecidos pela Cooperativa Vinícola Aurora. E as tradicionais oficinas gastronômicas com temas variados são ofertadas pelo Valle Rustico Restaurante.
A Pizzato Vinhas e Vinhos oferecerá a oportunidade de realização de degustações verticais, além de harmonizar tábuas de frios de sabores variados com seus vinhos. E o Wine Garden, nos jardins da Miolo Wine Group segue durante a Vindima, com inúmeros eventos especiais.
A Vinícola Dom Cândido levará seus visitantes para conhecer os parreirais e realizará degustação orientada durante o período. Cursos de degustação e cursos de harmonização na Miolo Wine Group e na Casa Valduga complementam a oferta de atrações para o período.
Venha vivenciar conosco as belezas da Vindima 2017. Esperamos você com uma série de atrações e atividades diferenciadas, de 07 de janeiro a 19 de março.

Fonte: APROVALE