domingo, 8 de janeiro de 2017

Edegar Scortegagna, presidente da Associação Brasileira de Enologia, comenta o mercado de vinhos nacionais

Edegar Scortegagna, enólogo da Luiz Argenta Vinhos Finos, assume em 2017 o cargo de presidente da Associação Brasileira de Enologia (ABE). Abaixo ele fala sobre o vinho brasileiro.
 
 
Qual o maior desafio do vinho brasileiro hoje? A concorrência dos importados? 
 
Não vejo outros países como concorrentes. O consumidor não é fiel, e nem deve ser, ele gosta de provar diferentes vinhos. Então acredito que o maior desafio é fazer o consumidor conhecer mais os produtos brasileiros, criar cursos de degustação, falar cada vez mais sobre nossos rótulos.
 
Acha que a aceitação do público melhorou? O preço atrapalha?
 
A aceitação do público melhorou muito, principalmente nos últimos dois anos. Mas ainda precisamos de um voto de confiança, que acreditem no vinho brasileiro e que brindem com ele para ajudar os produtores nacionais e a economia. O problema maior sobre os preços do vinho brasileiro são os impostos. Além disso, também dependemos dos insumos importados, com alta carga tributária. Outro ponto é que cada estado tem sua tributação, o que faz com que o mesmo vinho tenha preços distintos em diferentes lugares.
 
Você é de uma geração de enólogos que atuou no exterior antes de trabalhar no País. Que influências trouxe de lá?
 
A Europa produz vinhos há milhares de anos e ensina enologia há mais de cem anos. Tenho certeza de que estudar outras realidades, conhecer novos terroirs, só faz crescer a cultura dos vinhos. Não estou dizendo que os vinhos de outros países são melhores ou piores do que os nossos, mas o fato de conhecer outras realidades e saber adaptá-las à nossa pode fazer a diferença.

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