quinta-feira, 31 de maio de 2012

França chora a perda de 6 mil hectares de vinhedos

Por causa de uma chuva de granizo cerca de 6 mil hectares de vinhedos das regiões francesas de Cotes-de-Provence e Coteaux-Varois Nearly ficaram destruidos. Segundo Elizabeth Gabay, master of wine, os estragos atingiram entre 70% a 100% das vinhas.

A  tempestade atingiu os vinhedos ao redor de Pignans, Carnoules, Flassans-sur-Issole, Carcès, Besse-sur-Issole, Brignoles, Correns, Cotignac and Le Val et Montfort-sur-Argens no sudeste da França.

Para alguns vinhedos o estrago foi tão grande que estima-se que a colheita desse ano e dó próximo tenham sido completamente destruídas. Um comitê especial foi chamado para avaliar as perdas individuais, os prefeitos locais pediram que o estado, declare a chuva como uma catástrofe natural.

O ministro da Agricultura, Stéphane Le Foll, está avaliando os danos e prometeu dar suporte aos prejudicados.

Fontes: Revista Adega e Google Imagens

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Família Gascon Cabernet Sauvignon 2009

Vinhos com a Cabernet Sauvignon são certamente os mais consumidos em todo o mundo, isto talvez não seja pela preferência desta pelos apreciadores e sim pelo fato de existir uma imensa gama de rótulos com esta varietal com excelente custo versus benefício.

Devo admitir que, apesar de estar adentrando por maravilhosos caminhos no mundo do vinho em que a meta é degustar vinhos com as mais variadas uvas, a Cabernet Sauvignon continua sendo uma das minhas prediletas, além de ser a grande responsável pela minha paixão por esta bebida.

Há uns 50 dias degustei um Família Gascon Malbec 2009 e devo admitir que, apesar de a acidez ter sobressaído um pouco o vinho mostrou-se muito agradável, fato este que me fez adquirir um vinho da mesma linha, só que com a Cabernet Sauvignon.

O Família Gascón Cabernet Sauvignon 2009 foi adquirido na DLP, uma distribuidora de bebidas do Recife e que tem menos de um ano de vida, mas que possui uma excelente variedade de rótulos e preços muito atrativos.

O vinho mostrou um belo e diferente rótulo (mais um para coleção) e uma cor rubi intensa e viva, com lágrimas finas, rápidas e abundantes. No nariz o bouquet é muito agradável, observando-se especiarias, morango e baunilha. Em boca os taninos mostraram-se macios e bem integrados a fruta e a madeira (12 meses de barricas), porém com acidez maior que a dos rótulos do novo mundo, o que não agradou e parece ser uma característica dos vinhos desta vinícola; não usei o aerador, mas cairia muito bem...  Apesar dos 14% de álcool, este não incomodou. Apresenta um final de corpo médio.


O Rótulo

Vinho: Familia Gascón
Tipo: Tinto
Casta: Cabernet Sauvignon
Safra: 2009
País: Argentina
Região: Mendonza
Produtor: Bodegas Escorihuela
Graduação: 14%
Onde Comprar: DLP
Preço Médio: R$ 30,00
Temperatura de Serviço: 16 graus

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Vinho Premium de uvas País

O proprietário da vinícola chilena Michel Torres, Michel Torres Jr., irá lançar o primeiro vinho Premium feito a partir da variedade de uva País.

"País foi uma variedade comum no Chile durante 400 anos e eu estou ansioso para trazer isso de volta. No momento estou trabalhando em um vinho tinto feito a partir dela".
Torres planta a uva em vinhedos no Maule e Cauquenas. "Os vinhedos são incomuns - um pouco selvagens e lembram uma floresta, ao invés de linhas puras, o ajuda a manter as uvas frescas durante o verão", explicou. Ele planeja usar os 12 mil hectares de País que foram deixados de lado.
Em 2010, a vinícola produziu mil garrafas dp primeiro espumante feito totalmente com a cepa, Santa Digna Estelada Sparkling Rosé. Esse ano serão 30 mil garrafas do novo vinho, e ele já trabalha em um Pinot Noir.
Fonte: Revista Adega

domingo, 27 de maio de 2012

Passeio Enológico por Portugal: Monte dos Cabaços

A Monte dos Cabaços surgiu quando o casal Joaquim e Margarida Cabaço, proprietários do tradicional restaurante São Rosas, teve a brilhante ideia de harmonizar os pratos servidos no restaurante com vinhos produzidos por eles, surgia então a Monte dos Cabaços.

O primeiro vinho produzido foi o Monte dos Cabaços, com uma tiragem de 50.000 garrafas em 2001. O vinho teve grande sucesso e a partir de então foram surgindo outros rótulos, inicialmente o Monte dos Cabaços Branco e o .Com, tendo o último a participação do filho mais velho do Casal: Tiago Cabaço, que hoje tem uma produção independente de belos rótulos, os quais serão tema de uma outra postagem.

Atualmente a Vinícola produz os rótulos: Monte dos Cabaços Branco, Margarida Branco, Monte dos Cabaços Tinto, Monte dos Cabaços Reserva Tinto e Margarida Tinto. E todos tem um toque especial: os desenhos estampados nos rótulos são todos da própria Margarida Cabaço.

Margarida Branco 2009

Esse rótulo  tem uma produção de apenas 3.000 garrafas e foi um dos melhores rótulos de vinho branco que degustamos durante o Passeio Enológico por Portugal. O vinho mostrou uma cor amarelo palha, com tons esverdeados. No nariz seu aroma é de fruta madura e tem um delicado toque de tostado. Em boca mostra bastante frescor, mas também tem um toque de maciez e sedosidade. Apresenta um final de boca médio longo e bom equilíbrio entre a fruta, acidez e o álcool.

O Rótulo
 
 
Vinho: Margarida
Tipo: Branco
Castas: Encruzado (60%) e Verdelho (40%)
Safra: 2009
País: Portugal
Região: Alentejo (Borba)
Produtor: Monte dos Cabaços
Enóloga: Susana Esteban
Graduação:14%
Onde Comprar: Lacomex
Preço: R$ 45,00
Temperatura de Serviço: 12 graus



Monte dos Cabaços Tinto 2006

Este é o primeiro vinho a ser produzido pela Monte dos Cabaços e foi o sucesso dele lá em 2001 que alavancou os negócios da vinícola. O vinho é uma assemblage das uvas Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignom, Syrah e Touriga Nacional, o que traz características especiais ao exemplar.

Visualmente mostrou uma cor rubi intensa, com uma halo de evolução. No nariz mostrou-se muito intenso e complexo, com notas de café, chocolate amargo e fruta madura. Em boca apresentou potência e intensidade, com taninos macios e muito bem integrados a madeira e ao álcool. Um excelente exemplar, com um final de corpo longo. Apresenta um bom custo versus benefício.

O Rótulo
 
 
Vinho: Monte dos Cabaços
Tipo: Tinto
Castas: Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignom, Syrah e Touriga Nacional
Safra: 2006
País: Portugal
Região: Alentejo (Borba)
Produtor: Monte dos Cabaços
Enóloga: Susana Esteban
Graduação:14%
Onde Comprar: Presenza (Internet)
Preço: R$ 65,00
Temperatura de Serviço: 16 graus



Monte dos Cabaços Reserva Tinto 2005

O Monte dos Cabaços Reserva 2005 é um vinho que estagiou 12 meses em barricas novas de carvalho francês e teve apenas 9.000 garrafas produzidas e foi a primeira vez que a linha Reserva foi produzida. Este rótulo recebeu 17 pts no Guia de Vinhos 2012 do Especialista Rui Falcão (escore máximo 20).

O vinho apresentou uma bela cor rubi intensa e densa, bem fechada, com lágrimas abundantes finas e lentas. No nariz mostrou muita intensidade e elegância, a fruta madura aparecendo em evidência seguida de um harmonioso toque da madeira. Em boca mostrou ainda mais potente que o rótulo Monte dos Cabaços Tinto, repetindo a fruta madura e a madeira, com muita elegância e equilíbrio. Um final de boca muito macio, prolongado e intenso.

O Rótulo
 
 
Vinho: Monte dos Cabaços Reserva
Tipo: Tinto
Castas: Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignom, Syrah e Touriga Nacional
Safra: 2005
País: Portugal
Região: Alentejo (Borba)
Produtor: Monte dos Cabaços
Enóloga: Susana Esteban
Graduação:14,5%
Onde Comprar: Xico do Bacalhau (Internet)
Preço: R$ 180,00
Temperatura de Serviço: 16 graus



Margarida Tinto 2008

O Margarida Tinto 2008 é um vinho com 96% de Syrah e 4% de Viognier e teve uma produção de apenas 4.200 garrafas. Obteve 91 pts do Jorge Carrara, especialista em vinhos e colunista da Revista Prazeres da Mesa.

Eis mais um grande rótulo com uma bela cor rubi intensa e de certa densidade. Seu bouquet é floral intenso e tem delicadas e integradas notas de tostado. Em boca repete o floral no início e em seguida a boca é envolvida pela sedosidade dos taninos, que estão em perfeita harmonia com a acidez e o álcool, dando um final persistente e muito intenso.

O Rótulo
 
 
Vinho: Margarida
Tipo: Tinto
Castas: Syrah (96%) e Viognier (4%)
Safra: 2008
País: Portugal
Região: Alentejo (Borba)
Produtor: Monte dos Cabaços
Enóloga: Susana Esteban
Graduação:14,5%
Onde Comprar:  Lacomex
Preço: R$ 95,00
Temperatura de Serviço: 16 graus


A Monte dos Cabaços é mais uma vinícola jovem que produz excelentes vinhos, com muito equilíbrio, intensidade e qualidade. Cada uma destas jovens vinícolas deste país tão tradicional na produção de vinhos são um exemplo de esmero e primor pela qualidade dos seus produtos.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Posts Mais Popualres

Agradeço aos leitores por levarem o Vinhos de Minha Vida a listagem dos posts mais poulares do Enoblogs (lista do dia 23 de maio de 2012), figuramos na terceira posição.


quarta-feira, 23 de maio de 2012

Se essa moda pega...

Ao longo dos últimos anos, por causa do número de pesquisas e estudos apresentados sobre os benefícios do vinho para a saúde, muitas clinicas de estética vem desenvolvendo tratamentos com a bebida.

Conhecidos como vinoterapia, os tratamentos usam o vinho como principal componente, agem na higienização, brilho e nutrição do tecido, além de combater radicais livres, segundo a fisioterapeuta dermato-funcional do Espaço Be, Giselle Zambrotta.

Ainda segundo a especialista, o método não tem contra-indicação, mas deve ser evitado por pessoas que estão fazendo acompanhamento com dermatologistas por conta de algum tipo de problema na pele. "Com exceção destas, os tratamentos com vinho servem para todas as idades", explica.

Segundo o dermatologista e professor de dermatologia da Faculdade de Medicina do ABC, Jefferson Alfredo de Barros, os polifenois, principais vitaminas encontradas na bebida, estão presentes em todo o tipo de vinho, principalmente no tinto. "Eles retardam o envelhecimento da pele, aumentam a preservação de colágeno e elastina, e consequentemente, o surgimento de rugas e flacidez."

Atualmente, existem tratamentos como peeling de vinho, que neutraliza os radicais livres e protege as paredes celulares, deixando a pele mais rica; vinoterapia facial e corporal, que tonifica a pele; ofurô de vinho, que além de combater o desgaste celular, é relaxante.

Fontes: Revista Adega e Google Imagens

Viña Mar Reserva Pinot Noir 2010

A uva Pinot Noir é uma das grandes uvas da França e talvez a varietal ícone da Região da Borgonha. É uma uva de difícil cultivo, mas que se adaptou muito bem à Itália, ao Chile, à Nova Zelândia e à África do Sul, além da região francesa citada acima.

Na produção de tintos, ela dificilmente é blended com outras uvas, tendo sua fama calcada em varietais. Os vinhos tintos a base da Pinot Noir são, de uma maneira geral, sensuais, pálidos, perfumadamente doces e muitas vezes para reflexão. Quem degusta um Pinot Noir já vira fã desde o primeiro bouquet e do primeiro gole.

A uva Pinot Noir é o contraponto da especialíssima Cabernet Sauvignon que, francesa como ela, conquistou o mundo inteiro e é hoje sinônimo de vinho tinto. Enquanto a CS produz caldos encorpados, profundos e com muita intensidade, a Pinot Noir sempre traz exemplares com mais aromas e uma elegância que não consegue ser alcançada por nenhuma outra uva. Uma das mais significativas diferenças entre as duas está no desenvolvimento na vinha. Enquanto a Pinot Noir necessita de clima frio e tem maturação mais rápida, a CS consegue se desenvolver bem em climas quentes e é uma das mais tardias a amadurecer. A difícil adequação da Pinot Noir às condições climáticas é uma das razões de não termos muitas regiões do mundo com vinhos destacados. Clima quente produz vinhos que beiram a marmelada, perdendo todo o seu caráter.

Falemos um pouco do Chile, país de onde se originou o rótulo degustado. Este país desenvolveu, em três específicas regiões, plantações de Pinot Noir que, para a felicidade dos enófilos, vêm produzindo deliciosos exemplares.

As três regiões em questão são Casablanca, a leste de Valparaiso, Vale de Santo Antonio, ao sul de Valparaiso, e o Vale de Limarí, a cerca de 400 quilômetros ao norte de Santiago. Casablanca está consolidada e já leva tempo produzindo bons fermentados desta uva, mas o Vale de Santo Antonio, onde está incrustada a sub-região de Leyda, tem mostrado, talvez, os mais espetaculares Pinot Noir de toda a América do Sul. O Vale de Limarí, também novo, recentemente vem apresentando bons vinhos a base da uva - uma das que mais crescem no plantio nos últimos cinco anos.

A Viña Mar é uma centenária e tradicional vinícola chilena  localizada no Valle de Casablanca, que é uma das regiões vitivinícolas mais emblemáticas do Chile.

O Viña Mar Reserva Pinot Noir é um rótulo da linha de entrada da vinícola, mas que possui grande potencial e um excelente custo benefício. O rótulo da safra 2010 mostrou uma bela cor vermelho clara e brilhante, com lágrimas transparentes, finas, rápidas e abundantes. No nariz um bouquet muito intenso, rico em frutas (morango, cereja e lichia) e com uma delicada presença de tostado (8 meses de barricas francesas). Na boca repetiu a fruta, mostrou taninos elegantes e macios em boa integração com a acidez, com a madeira aperecendo suavemente no final de boca. O álcool a 14% sobressaiu um pouco, tornando o vinho quente e diferente da maioria dos Pinot Noir. Talvez por esta razão o produtor recomende uma temperatura de serviço entre 11 e 13 graus, relativamente baixa para um vinho tinto não fortificado. Fica no ar a dica para testarmos em outra garrafa, resta saber se os aromas irão aparecer a esta temperatura como aparecem aos 16 graus.


O Rótulo
Vinho: Viña Mar Reserva
Tipo: Tinto
Castas: Pinot Noir
Safra: 2010
País: Chile
Região: Valle de Casablanca
Produtor: Viña Mar
Graduação:14
Onde Comprar: Pescadeiro
Preço: R$ 35,00
Temperatura de Serviço: 16 graus (Produtor recomenda 11 - 13 Graus)

terça-feira, 22 de maio de 2012

Beber vinho tinto melhora saúde intestinal

Uma pesquisa publicada no The American Journal of clinical Nutrition, vinho tinto faz bem para o intestino, porque assim o iogurte, é rico em probióticos, que regulam o funcionamento do sistema digestivo.

Os voluntários do estudo concordaram em ficar sem beber por um período de duas semanas, chamado de "washout" , em que não puderam beber nada. Em seguida, eles passaram por três fases, cada uma com duração de 20 dias.

Para a primeira fase, os participantes beberam cerca de um copo de vinho tinto por dia. Para o próximo, bebiam a mesma quantidade de vinho tinto, mas desta vez era sem álcool. Finalmente, eles passaram 20 dias bebendo até 100 mililitros de gin diariamente.

Os resultados mostraram que as bactérias presentes no intestino para se funcionamento mudaram nas diferentes fases do estudo: comparando a fase de 'washout' com a que os participantes beberam vinho, com ou sem álcool, ocorreu uma melhora na flora intestinal; além disso, o vinho reduziu a pressão sanguínea abaixando os níveis de triglicéres e do colesterol 'ruim'. Já o gin apresentou efeitos quase nulos.

Entretanto, eles avisam que não se deve beber mais do que uma média de um copo de vinho por dia, pois isso pode aumentar o nível de acido estomacal e causar refluxo.

Fonte: Revista Adega

domingo, 20 de maio de 2012

Benjamim Nieto Senetiner Chardonnay 2011

No último dia 6 eu e Fernanda fomo ao aconchegante La plage, um restaurante muito agradável, com um cardápio bem variado e pratos muitos saborosos.

Já a carta de vinhos não é das mais diversificadas, mostrando poucas opções de rótulos brancos, caso não esteja enganado apenas 4 ou 5, o que parece ser uma constante nos Restaurantes de Recife. Poderíamos dizer que é uma falha de quem prepara as cartas ou simplesmente que é uma questão comercial, ou seja, as pessoas consomem mais tintos e os estabelecimentos não querem se arriscar a perder rótulos, mas, independente da razão fica a crítica.

Continuemos a falar sobre o que de fato viemos falar: o vinho. O rótulo escolhido foi o Benjamim Nieto Senetiner Chardonnay 2011, um vinho produzido pelas Bodegas Nieto Senetiner, uma vinícola argentina fundada por imigrantes italianos em 1888 e passou pelas mãos de diversas famílias, até que em 1969 foi adquirida pela Família Nieto Senetiner, que ampliou as instalações e deu início a uma etapa de crescimento.

Os vinhos da linha Benjamim, ao que me parecem, são da linha de entrada da vinícula, onde aparece uma gama de vinhos varietais de características joviais. Já degustei e comentei sobre outro rótulo desta linha: relembre.

Tanto eu como Fernanda escolhemos crepes a base de camarão e com molhos a base de queijos como o Brie, que por sinal estavam divinos, daí a escolha de uma vinho com a Chardonnay, mas infelizmente terminou não dando certo, vejam abaixo o porquê.

O Benjamim Nieto Senetiner mostrou uma cor amarela muito clara, límpida e brilhante, mostrando muita jovialidade. No nariz mostrou aromas tímidos de frutas tropicais como maçã e maracujá. Em boca mostrou bastante frescor e uma boa acidez, mas sem aquele volume e potência, tão frequentes nos vinhos dessa varietal e também pecou na elegância, também comum a uva. Na harmonização deixou um pouco a desejar, ao que acredito, justamente por esta falta de potência e untuosidade.

O Rótulo

Vinho: Benjamim Nieto Senetiner
Tipo: Branco
Castas: Chardonnay
Safra: 2011
País: Argentina
Região: Luján de Cuyo (Mendoza)
Produtor: Bodegas Nieto Senetiner
Graduação:13,5
Onde Comprar: Pão de Açúcar
Preço: R$ 35,00 (no Restaurante La Plage)
Temperatura de Serviço: 10 graus

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Passeio Enológico por Portugal: Paulo Laureano Vinus

Do stand da Adega do Borba partimos para o Stand da Paulo Laureano Vinus e, quem apresentou os vinhos foi nada mais nada menos que o próprio Paulo Laureano, um típico português com aquele bigodão e muita simpatia.


Paulo Laureano é um dos mais conceituados enólogos portugueses e uma referência dos vinhos no Alentejo.
Agrônomo, enólogo formado entre Portugal, Austrália e Espanha, depois de ensinar na Universidade de Évora durante 10 anos, resolveu dedicar-se, em exclusivo, aquilo que o move desde 2003, desenhar vinhos. Sobretudo na empresa que criou com a família em 1999, quando comprou uma pequena vinha junto a Évora (Vinea Maria’s) e que assume um maior impacto a partir de 2006 com a aquisição de 75 hectares de vinhedos na emblemática região alentejana da Vidigueira, num “terroir” muito especial, capaz de dar uma maior identidade e personalidade aos vinhos.

Paulo Laureano define-se como um enólogo minimalista. Para ele desenhar vinhos é uma paixão, desvendar os seus aromas e sabores, avaliar e otimizar as razões da sua identidade e personalidade, promovendo-os como verdadeiras fontes de prazer, são os pontos-chave da sua filosofia.
A sua aposta exclusiva nas castas portuguesas, traduz a sua maneira de estar, encarando o vinho como fator de cultura e civilização.
A vinícola passou a ter sede na Vidigueira, onde são produzidos todos os vinhos alentejanos da Paulo Laureano Vinus. O sucesso da marca Paulo Laureano, estruturada nos vinhos Paulo Laureano Clássico, Paulo Laureano Premium e Paulo Laureano Reserve, levou a esta ampliação da área dos vinhedos, onde as castas portuguesas são uma marca de diferenciação. O encepamento privilegia exclusivamente as castas portuguesas, com destaque para as uvas brancas Arinto, Roupeiro e Antão Vaz, esta ultima um verdadeiro “ex-libris” desta região e para as tintas Aragonez, Trincadeira, Alicante Bouschet e Tinta Grossa, uma verdadeira raridade do patrimônio vinícola alentejano.

Os vinhos mais jovens e irreverentes, de prazeroso e fácil consumo, desenham a linha Paulo Laureano Clássico. Uma maior complexidade e profundidade associada a fermentação ou estágio dos vinhos em barricas de carvalho francês, surge na linha Paulo Laureano Premium. Vinhos mais desafiantes, para momentos mais especiais e gastronomia mais requintada. Aos vinhos Paulo Laureano Reserve está associada uma procura e seleção de uvas mais concentradas, em vinhas velhas e com pequenas produções, capazes de desenharem vinhos únicos para os mais exigentes consumidores. Longos estágios em barricas de carvalho francês de algumas das melhores tanoarias mundiais realçam a riqueza e elegância destes vinhos.

Além das linhas Paulo Laureano Clássico, Premium e Reserve, a Paulo Laureano Vinus produz sempre que possível alguns vinhos com edições muito limitadas, na maioria das vezes com menos de 3.000 garrafas. Como exemplo desta categoria de vinhos ultra premium podemos citar o Paulo Laureano Selectio Alicante Bouschet, Paulo Laureano/Laura Regueiro, Paulo Laureano Alicante Bouschet, Paulo Laureano Selectio Tinta Grossa e Paulo Laureano Reserve Vinea Julieta Talhão 24.
Iniciamos a degustação pelos brancos, em seguida o rosé e por fim os tintos.
Paulo Laureano Clássico Branco 2010
É o vinho da linha de entrada, produzido  com as castas Antão Vaz e Roupeiro. Mostrou uma bela cor amarela com reflexos esverdeados. No nariz mostra-se fresco, com aromas de frutas tropicais e um leve toque mineral. Em boca mostrou-se bem fresco, delicado e macio, com um final de corpo médio e refrescante, bom para o nosso calorzão de cada dia.


O Rótulo


Vinho: Paulo Laureano Clássico
Tipo: Branco
Castas:  Antão Vaz e Roupeiro
Safra: 2010
País: Portugal
Região: Alentejo
Produtor: Paulo Laureano Vinus
Enólogo: Paulo Lareano
Graduação: 13%
Onde Comprar: RM Express
Preço médio: R$ 31,00
Temperatura de serviço: 12 graus

Paulo Laureano Premium Branco 2010

Esse rótulo faz parte de uma linha mais elaborada, com estágios de envelhecimento em barricas de carvalho francês. Na taça mostrou uma cor amarela citrina, com lágrmas finas, transparentes e lentas. Seu bouquet é muito rico, com notas minerais aparecendo em primeiro plano, seguidas de ligeira percepção floral e de frutas tropicais e ainda um delicado aroma de madeira. Em boca mostrou-se muito sedoso e macio, com a mineralidade repetindo-se  juntamente com um suave toque de madeira, o final de boca é fresco e longo. Muito elegante, equilibrado e agradável; recomendo!
 

O Rótulo
Vinho: Paulo Laureano Premium
Tipo: Branco
Castas: Antão Vaz (40%) e Arinto (60%)
Safra: 2010
País: Portugal
Região: Alentejo
Produtor: Paulo Laureano Vinus
Enólogo: Paulo Lareano
Graduação: 13%
Onde Comprar: RM Express
Preço médio: R$ 40,00
Temperatura de serviço: 12 graus
 
 
Paulo Laureano Reserve Branco 2009

A linha Reserve trás vinhos como maior complexidade aromática. Esse rótulo é primoroso e o vinho da safra 2010 foi meu primeiro rótulo degustado para a CBE: relembre. A safra degustada no Passeio Enológico por Portugal manteve a qualidade da safra previamente degustada. Visualmente mostrou uma cor amarelo citrina com tons dourados, lágrima finas e lentas. No nariz mostrou a fruta em primeiro plano, com um toque de manga madura, seguido de especiarias e um elegante aroma de tostado que envolve toda a narina. Em boca, mostra-se inicialmente muito refrescante e depois mostra as características provenientes da sua passagem por barricas: untuosidade, com um toque sedoso que envolve a boca e deixa um gostinho de quero mais. Um vinho com um final de corpo longo e que que tem características gastronômicas bem fortes.

O Rótulo

Vinho: Paulo Laureano Reserve
Tipo: Branco
Castas: Antão Vaz
Safra: 2009
País: Portugal
Região: Alentejo
Produtor: Paulo Laureano Vinus
Graduação: 13,5%
Onde Comprar: RM Express
Preço médio: R$ 50,00
Temperatura de serviço: 12 graus

Paulo Laureano Premium Rosé 2010

Um vinho de uma cor Salmão intensa belíssima, que só de olhar nos remete a culinária japonesa. No nariz mostra-se fresco e seus aromas são muito intensos, com o frutado em primeiro plano (ameixa), seguido de especiarias. Em boca mostrou-se elegante e com uma acidez fantástica, que confirma o que já se percebe na análise visual: é um vinho que cai bem com comida japonesa. Apresenta um final de corpo refrescante de intensidade  médio-longo.


O Rótulo



Vinho: Paulo Laureano Premium
Tipo: Rosé
Castas: Alfrocheiro (25%), Aragonez (50%) e Tinta Grossa (25%)
Safra: 2010
País: Portugal
Região: Alentejo
Produtor: Paulo Laureano Vinus
Graduação: 13,5%
Onde Comprar: RM Express
Preço médio: R$ 35,00
Temperatura de serviço: 10 graus



Paulo Laureano Selectio Tinta Grossa 2009

Esse foi o único tinto que degustamos. Conheço o tinto da linha clássica, que é um excelente vinho para o dia a dia com um excelente custo versus benefício, já falei sobre ele aqui: relembre. Infezlimente não deu tempo de degustarmos os tintos Premium e Reserve.

O Paulo Laureano Selectio Tinta Grossa 2009 foi um dos melhores rótulos degustados no Passeio Enológico por Portugal. Visualmente apresentou uma fantástica cor granada, muito intensa e, lágrimas finas, rápidas e abundantes. Seu bouquet é complexo e intenso, onde variam no nariz os frutos negros em compota, alcaçus, especiarias e tostados (café). Em boca é intenso e potente, muito equilíbrio entre taninos, acidez e álcool. Seus taninos são aveludados e mostram leve adistringência, mostrando que ainda pode evoluir e deixar o vinho ainda mais redondo, intenso e elegante. Seu final de boca é prolongado e marcante. Um vinho com 18 meses de barricas e com grande potencial de evolução. Bom para beber agora ou guardar mais uns anos.


O Rótulo


Vinho: Paulo Laureano Selectio
Tipo: Tinto
Castas:  Tinta Grossa
Safra: 2009
País: Portugal
Região: Alentejo
Produtor: Paulo Laureano Vinus
Graduação: 14%
Onde Comprar: RM Expres
Preço médio: R$ 125,00
Temperatura de serviço: 18 graus

Fontes: Paulo Laureano Vinus, Adega Alentejana e impressões pessoais de degustação.

domingo, 13 de maio de 2012

Salton Classic Reserva Especial Merlot 2010

Nunca fui muito adepto dos vinhos nacionais, não sei se porque poucos foram os que me agradaram ou se porque os que me chamaram atenção custam mais que a minha realidade e meu senso de razão permitem-me pagar.

Alie-se a estes fatores a triste iniciativa dos grandes produtores brasileiros em solicitar ao governo que o brasileiro "proíba" o povo de degustar vinhos importados. "Proibir"? Sim, pois solicitar que a carga de imposto sobre o vinho importado suba para 55% é praticamente uma proibição... Um vinho que hoje é vendido a R$ 100,00 passaria a custar no mínimo R$ 155,00... No mínimo, porque ainda podemos colocar a margem de lucro das distribuidoras... Assustador!!! E isso em um país onde quase não se paga juros e impostos...

Diante de tantas coisas eu me sinto na obrigação a realizar um boicote aos vinhos nacionais, mas não posso me recusar a degustar se este rótulo foi um presente.

Não tem como ser imparcial ao degustar um vinho nacional em frente a tantas coisas. Começo então fazendo uma critica ao nome dado a linha do vinho: Salton Classic Reserva Especial Merlot 2010. A vinícola inicia com o nome Classic, que nos remota a clássico, ou poderíamos pensar em básico e em seguida mela dando o nome Reserva Especial, passando uma falsa ideia de que o vinho é algo mais que o básico.

O Salton Classic mostrou uma cor rubi violácea, de lágrimas raras transparentes e lentas. Seus aromas muito discretos de fruta. Em boca mostrou taninos quase imperceptíveis e uma acidez discreta. Retrogosto curto e um final rápido. Um vinho mais que simples.

Mesmo que a salvaguarda possa beneficiar os produtores, será que eles nos beneficiarão? Será que haverá melhora da qualidade dos vinhos?... Tem alguma coisa errada aí!!!


O Rótulo

Vinho: Salton Classic Reserva Especial
Tipo: Tinto
Castas:  Merlot
Safra: 2010
País: Brasil
Região: Bento Gonçalves
Produtor: Salton
Graduação: 12,5%
Onde Comprar: RM Expres, DLP
Preço médio: R$ 15,00
Temperatura de serviço: 16-18 graus

sábado, 12 de maio de 2012

Passeio Enológico por Portugal: Adega do Borba


Chegou a hora de começar a falar sobre os vinhos degustados no Passeio Enológico por Portugal. Para ficar mais didático resolvi falar dos vinhos em postagens condensadas por produtor. Então, iniciarei pelos primeiros vinhos degustados: os rótulos da Adega do Borba.

Fundada em 1955, a Cooperativa de Borba foi a primeira de uma série de Adegas Cooperativas constituídas no Alentejo. Eleita Cooperativa do Ano em 2003, 2005 e 2009.

Foi fundada por 12 viticultores da região, inconformados com os baixos preços que os negociantes ofereciam pelos seus vinhos e com as misturas a que os sujeitavam, depreciando-lhes a qualidade e a imagem da região.

Foi o primeiro produtor de vinho a colocar no mercado um VQPRD (Vinho de Qualidade Produzido em Região Determinada) com uma designação alentejana.

Vamos então aos quatro rótulos degustados.

Borba DOC Tinto 2010

O primeiro rótulo da noite foi o Borba DOC Tinto 2010, que é nada mais nada menos que o segundo vinho mais vendido em Portugal. Visualmente mostrou uma cor rubi clara / granada, com lágrimas grossas e lentas. Seu bouquet mostrou-se muito aromático e agradável, com o frutado bem evidente. Em boca repetiu a fruta, mostrando um bom equilíbrio entre taninos, acidez e álcool. Agradável e bom para o dia a dia.

O Rótulo

Vinho: Borba DOC
Tipo: Tinto
Castas:  Alicante Bouschet, Aragonez, Castelão e Trincadeira
Safra: 2010
País: Portugal
Região: Alentejo (Sub-Região: Borba)
Produtor: Adega Cooperativa do Borba
Graduação: 13,5% 
Preço médio: R$ 45,00
Temperatura de serviço: 16-18 graus

Adega de Borba Premium Tinto 2008

Esse rótulo chamou a atenção pela sua potência e ao mesmo tempo pela sua elegância. Visualmente apresentou uma belíssima cor rubi intensa e profunda, com lágrimas abundantes, finas e rápidas, sem sinais de evolução. No nariz apresentou um ataque de frutos vermelhos maduros, baunilha e tostado, provenientes dos 12 meses de estágio em barricas de carvalho novas. Em boca também se mostrou intenso, repetindo a fruta e a madeira, com taninos redondos e macios e uma final de boca persistente. Pronto para beber, mas com um potencial de guarda de 5 anos, segundo o produtor.



O Rótulo

Vinho: Adega do Borba Premium
Tipo: Tinto
Castas:  Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon e Trincadeira
Safra: 2008
País: Portugal
Região: Alentejo (Sub-Região: Borba)
Produtor: Adega Cooperativa do Borba
Pontuações: 91 pts Wine Enthusiast
Graduação: 14%
Preço médio: R$ 77,00
Temperatura de serviço: 16-18 graus



Senses Touriga Nacional 2009

Outro belo vinho, também muito aromático. Com cor rubi intensa, com reflexos violáceos, lágrimas grossas e lentas. Seu bouquet mostrou um primeiro ataque de madeira (que chegou a causar surpresa quando li que passou apenas 4 meses em barricas, informação depois corrigida... foram na realidade 12 meses), seguido de aromas de frutas e flores vermelhas e um delicado toque de menta, dando uma pequena refrescância. Em boca repetiu a madeira e a fruta, com taninos redondos e uma boa harmonia entre taninos e acidez. Álcool sem agredir, apesar dos seus 15% de graduação.

                                                                                                                                   O Rótulo

Vinho: Senses
Tipo: Tinto
Castas: Touriga Nacional
Safra: 2009
País: Portugal
Região: Alentejo
Produtor: Adega Cooperativa do Borba
Graduação: 15%
Onde comprar:
Preço médio: R$ 80,00
Temperatura de serviço: 16-18 graus

Borba Reserva Rótulo de Cortiça Tinto 2008

O rótulo de cortiça é um atrativo a parte, deixa a garrafa ainda mais bela e imponente. Visualmente mostrou uma cor rubi com certos reflexos de evolução, lágrimas finas e abundantes. No nariz, assim como os de mais rótulos, mostrou grande riqueza de aromas, com as frutas maduras em primeiro plano e a madeiras e especiarias vindo em seguida. Em boca repete a fruta e mostra taninos redondos e macios, com bom equilíbrio e uma boa persistência.

Rótulo

Vinho: Borba Reserva Rolha de Cortiça
Tipo: Tinto
Castas: Alicante Bouschet, Aragonez, Castelão e Trincadeira
Safra: 2008
País: Portugal
Região: Alentejo
Produtor: Adega Cooperativa do Borba
Pontuação: 90 pts Wine Enthusiast
Graduação: 13,5%
Onde comprar: RM Express
Preço médio: R$ 80,00
Temperatura de serviço: 16-18 graus



Todos os vinhos nos pareceram muito equilibrados e agradáveis, com características olfativas muito intensas e marcantes. Vinhos para serem apreciados com calma, para que sejam degustados em sua plenitude, tirando deles tudo que há de melhor.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Casal Garcia Vinho Verde Branco 2010

Na véspera do feriado de primeiro de maio fomos, eu e Fernanda, nos deliciar de uma Paella na casa dos amigos Juberlan e Rejane, que nos prometiam o prato há uns 2 anos. Enfim saiu... Risos. Valeu a espera.
 
Também estava presente o casal Wilton e Roberta. A Roberta infelizmente ou felizmente terminou por apresentar alguns problemas de vocabulário após utilizar os óculos do Juberlan, o que nos rendeu boas risadas.
 
A Paella preparada pela Rejane ficou simplesmente divina, exceto pelos anéis de lula, que preferi deixá-los no prato da Fernanda, afinal de contas anel para mim só os que uso em meus dedos... Risos. Brincadeiras a parte o prato é um primor em sabores, os quais são conferidos principalmente pelo camarão, pelo marisco e pelo curry (tempero a base de cravo-da-índia, gengibre, cardamomo, mostarda, pimenta vermelha e açafrão).
 
Para harmonizar escolhemos o Casal Garcia Vinho Verde Branco 2010. Um vinho clássico e tradicional, que é produzido desde 1939 pela Avelada Vinhos S/A. Avelada é um nome com várias gerações na produção de vinhos. Os primeiros registos de venda de vinho engarrafado pela vinícola datam de 1870, pela mão de Manuel Pedro Guedes (1837-1899), conhecido pela sua forte vocação empreendedora e considerado o fundador do negócio tal como o conhecemos hoje.
 
O vinho apresentou uma cor amarelo palha, com leve toque esverdeado em taça, mas que parece ter uma cor verde mais evidente ainda em garrafa devido à cor desta. Visualmente ainda observamos pequena efervescência (pequenas agulhas) que surge devido o gás carbônico e dá um belo visual na taça. A presença de gás também fica evidente pela expansão apresentada pela rolha após a abertura da garrafa. Seus aromas são discretos, mas muito agradáveis e lembram flores e frutos brancos. Em boca mostra-se refrescante e com uma leveza muito agradável em decorrência da efervescência, aproximando-se um pouco da sensação observada nos espumantes. Vinho fácil de beber, bom para o dia a dia, que pode ser bebido como aperitivo ou como acompanhamento de pratos leves, sem falar no seu ótimo custo versus benefício. No quesito harmonização deixou a desejar pela característica mais forte do prato, mas nada de desabonasse a beleza de ambos.
 
Findo o jantar e o vinho, após alguns goles a Roberta olha pra mim e diz tu é "baritono", eis que surge um grande silêncio, então ela vai e tenta corrigir, ahhhh não, "baritono" é de café e a interrogação que estava só na face passa a ser no corpo interiro de todos alí... Juberlan diz: baritono é um registro vocal masculino, mostrando que aprendeu a lição com sua esposa que é musicista e depois emenda, o especialista em café é barista e finda dizendo, acho que você quis dizer enólogo, mas na realidade ele é enófilo... Gargalhadas rompem o silêncioooooo.
 
Alguns instantes depois, Juberlan referindo-se a sua saciedade diz: agora deu um banzo, então surge a voz de Roberta dizendo, quem toca isso, então antes mesmo que se falasse que o que ela estava pensando era banjo e não banzo todos gargalhavam e então ela surge com a desculpa, fiquei assim depois que usei os óculos de Juberlan... Moral da hitória: infelicidade nas palavras após uns poucos goles por um  pode ser felicidade de quem escuta estas palavras... Risos.
 
Brincadeiras a parte, ótima noite, ótima paella, bom vinho, boas companhias, boas conversas e boas risadas...
 
O Rótulo
 
Vinho: Casal Garcia
Tipo: Branco
Castas: Trajadura, Loureiro, Arinto e Azal
Safra: 2010
País: Portugal
Região: Vinho Verde
Produtor: Avelada Vinhos S/A
Graduação: 10%
Onde comprar: Pescadeiro
Preço médio: R$ 28,00
Temperatura de serviço: 12 graus

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Zohar by Susana Balbo Torrontés 2010

Susana Balbo era uma conhecida enóloga de Mendoza e não tinha chegado aos 40 anos quando, separada do pai de seus dois filhos, casou-se novamente, com Pedro Marchevsky, então enólogo da Catena, a mais prestigiada bodega argentina. Aí, a paixão virou vinho. Seis anos depois, o casal colheu as uvas de seus próprios vinhedos, alugou uma adega e fez o primeiro vinho da Dominio del Plata. Hoje eles têm sua sede em Luján de Cuyo e exportam, para 17 países, 99% da produção da vinícola, um conjunto de duas dezenas de rótulos.
 
O nome “Zohar” significa “esplendor” na língua aramaica e de fato este torrontés é esplendoroso. Essa linha de vinhos faz parte de um projeto único e audacioso idealizado pela Suzana Balbo, enológa respeitada e reconhecida internacionalmente.
 
O Zohar by Susana Balbo Torrontés 2010 mostrou uma  bela cor amarelo palha, com lágrimas finas, transparentes e rápidas. Seu bouquet é encantador, onde predominam as flores brancas (cravo e leve jasmim) e frutas brancas. Em boca repete a fruta e mostra uma acidez magnífica e um frescor de se tirar o chapéu. Um vinho de final de corpo médio-longo e refrescante e que pede um gole atrás do outro.
 
O Rótulo
 
Vinho: Zohar
Tipo: Branco
Castas: Torrontés
Safra: 2010
País: Argentina
Região: Vale Cafayate (Mendoza)
Produtor: Domínio del Plata Winery
Enóloga: Susana Balbo
Graduação: 13,5%
Onde comprar: RM Express
Preço médio: R$ 40,00 (Comprei esse na promoção R$ 20,00)
Temperatura de serviço: 12 graus

terça-feira, 1 de maio de 2012

Jean Bousquet Reserva Malbec 2009 #CBE

Chegamos a mais uma edição da #CBE, a quarta em que o Vinhos de Minha Vida tem o prazer de participar. Este mês o tema foi escolhido pela conterrânea Fabiana Gonçalves; sommelier e jornalista, e também autora do blog escrivinhos, que disparou: "Um vinho orgânico ou biodinâmico, de qualquer nacionalidade e faixa de preço". Um maravilhoso tema, mas que me acarretou problemas sérios aqui em Recife.

Estive em três diferentes e grandes distribuidoras/lojas especializadas e deparei-me com a pequena, ou melhor mínima oferta de vinhos que seguissem a linha orgânica ou biodinâmica. Em todas as lojas as minhas opções ficaram restritas aos vinhos com a uva Malbec da vinícola argentina Domaine Jean Bousquet e ao Blend Tarapacá +Plus. Terminei por optar pelo Jean Bousquet Reserva Malbec 2009, pois já havia degustado o Tarapacá +Plus e não queria repetir o vinho para a edição da #CBE. Fiquei realmente chateado por não ter tido outras opções, onde estivesse incluídos rótulos do velho mundo.

A Domaine Jean Bousquet foi fundada pelo francês Jean Bousquet quando ele veio da frança para a Argentina estando ele nos seus 49 anos de idade (1997), tendo como princípio produzir vinhos de alta qualidade. Valendo salientar que a vinícola produz os seus vinhos seguindo a filosofia dos vinhos orgânicos.

O principal objetivo de Jean Bousquet era combinar as técnicas de elaboração de vinhos europeias com o clima e terroir excepcionais da região de Mendonza. E parece que seus objetivos estão sendo atingidos, pois apesar da primeira colheita só ter acontecido em 2002, a vinícola já exporta para mais de 30 países e seus vinhos vem sendo aclamados pela imprensa especializada internacional.

O Jean Bousquet Reserva Malbec 2009 foi hamornizado com um bom churrasco de carnes vermelhas na companhia de Fernanda e do meu filho. O vinho mostrou cor rubi violácea brilhante e intensa, com lágrimas finas, transparentes e lentas. No nariz a presença das frutas vermelhas maduras é bem marcante no início, seguido de notas de café e pimenta preta seca. Em boca repetiu a fruta e mostrou a madeira, seus taninos apareceram redondos e bem integrados com o álcool. No final de boca a acidez predominou e incomodou um pouco, mas foi abrandada com a diminuição da temperatura de serviço do vinho e com o uso de um aerador. O vinho apresenta uma boa estrutura e um final de boca médio longo.

O Rótulo

Vinho: Jean Bousquet Gran Reserva
Tipo: Tinto
Castas: Malbec
Safra: 2009
País: Argentina
Região: Vale de Tunpugato (Mendoza)
Produtor: Domaine Jean Bousquet
Premiações: Medalha de Ouro no Mundus Vini International Wine Ward 2010, Medalha de Prata no Concurso Internacional de Vinhos Orgânicos - França...
Graduação: 14,5%
Onde comprar: RM Express
Preço médio: R$ 45,00
Temperatura de serviço: 16 graus

Concha y Toro Gran Reserva Serie Riberas Cabernet Sauvignon 2007

Quem leu o primeiro post do blog dever recordar-se que o afloramento da minha paixão por vinhos deu-se após degustar vinho da vinícula chilena Concha y Toro, então nada mais justo que degustar um rótulo desta gigante chilena para comemorar esta data tão especial.

O vinho escolhido foi o Concha y Toro Gran Reserva Serie Riberas Cabernet Sauvignon 2007, ano este que produziu uma das melhores safras chilenas, então posso dizer que a escolha não poderia ter sido melhor e que finalizei os comemorativos do primeiro aniversário do blog com chave de ouro.

O contra rótulo traz o texto: “Da majestosa Cordilheira dos Andes – coluna vertebral da América do Sul – descem uma série de cordões transversais que, no Chile, abrem espaço às correntezas de água cristalina que escorrem pelas descidas irregulares e vales até chegar finalmente ao mar. Estes rios de grande longitude refrescam os diversos cultivos e vinhedos no seu cultivo. Os vinhedos de Cabernet Sauvignon, plantados na solada ladeira sul do rio Tinguiririca, entregam um vinho de grande equilíbrio, com aromas de groselha, ameixa e chocolate”.

Depois de escolher o rótulo ficou a tarefa de escolher um belo prato para harmonizar, visto que a grande maioria dos vinhos da Concha y Toro são muito gastronômicos e com certeza o vinho escolhido não foi uma excessão a esta regra.

Procura daqui, procura dalí e findei por incubir o Filé Mignon a la Provence a grande responsabilidade de harmonizar com o potente Cabernet Sauvignon escolhido. Um prato de preparo relativamente simples, mas muito saboroso.

O vinho é muito atrativo, sua garrafa e rótulo são belíssimos e aumentam o charme da bebida. Visualmente mostrou cor rubi com sinais de evolução, lágrimas abundantes finas e lentas. Seu bouquet mostrou-se muito intenso e rico, com notas de ameixa, chocolate amargo, especiarias (café), tostado e discretos aromas de pimentão e pimenta preta. Em boca repetiu, sobretudo, no início, o chocolate e amadeira e ao fim, um delicado toque de café. O rótulo mostrou-se simplesmente fantástico, com bom equilíbrio entre acidez, taninos e álcool, que em momento algum agrediu. Tem potência, mas também taninos muito elegantes, mostrando um bom equlíbrio. Seu final é persistente e como eu já citei é muito gastronômico. No meu entender está em seu ápice, mas ainda tem grande potencial de guarda, arriscaria mais 5 anos.

A harmonização ficou perfeita, a acidez do tomate, a pimenta (presente em todos os componentes do prato) e as ervas que temperaram a carne elevaram o prato o fez suportar bem a grande potência do vinho.

O Rótulo
Vinho: Concha y Toro Gran Reserva Serie Riberas
Tipo: Tinto
Castas: Cabernet Sauvignon (90%) e Carmenére (10%)
Safra: 2007
País: Chile
Região: Vale Colchágua
Produtor: Concha y Toro
Enólogo: Marcio Ranírez
Pontuações: 90 pts Guía Descorchados
Graduação: 14,5%
Onde comprar: RM Express
Preço médio: R$ 55,00
Temperatura de serviço: 16-18 graus