quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Antecipando tema da #CBE

Vinhos rosé da Provence são irrecusáveis!!!
 
Por Jorge Lucki, trasmitidos em 02.01.2013 e 15.01.2013, respectivamente.


 
 
 

 

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Combinando vinhos gelados com aperitivos de verão


Branco, rosé ou do tipo espumante, vinhos
 combinam com petiscos típicos do verão
Foto: Shutterstock
Bebidas típicas de verão, cerveja, caipirinha e chope começam a dividir espaço (acredite) com sabores bastante apreciados nos dias frios: os vinhos. Servidos geladinhos, eles combinam perfeitamente com os aperitivos tão apreciados em restaurantes e bares durante a estação.
 
Delicadas, as iguarias não são geladas em freezer ou congelador, mas devem ficar na geladeira, numa temperatura de 15 ºC, com variações que devem ser verificadas nos rótulos. Para não ter erro e aproveitar toda a refrescância da bebida, é preciso que seu corpo seja leve. “O verão combina, principalmente, com vinhos brancos por causa de seu bom frescor, que propicia uma excelente acidez, e, no geral, é bem equilibrado”, analisa Casé Oliveira, sommelier do restaurante Félix Bistrot, de São Paulo.
 
O melhor de tudo é que os produtos brasileiros não ficam a dever para os importados, combinando sabor e economia para o bolso. “Os espumantes nacionais são muito bons e têm preços acessíveis. Hoje, alguns estão entre os melhores do mundo”, avalia Vitor Fernandes, sommelier e professor do curso de sommeliers do Sindicato de Hotéis e Restaurantes de São Paulo (Sinthoresp).
 
Por isso, aprenda, a seguir, como harmonizar com petiscos os três tipos de vinhos que são a cara do verão.
 
Branco

Quem está se aventurando pela primeira vez no mundo dessa bebida, o ideal é separar o vinho branco - queridinho de muitas mulheres - entre seco, geralmente mais jovem e fresco, e doce, que são aqueles mais suaves. Ambos harmonizam muito bem com frutos do mar e embutidos como salame e presunto.
 
Rosé

Este tipo de vinho utiliza a mesma uva dos tintos, contudo as frutas são retiradas no meio do processo de fabricação, o que garante sua cor rosada. Leve e bem estruturado - normalmente com notas de especiarias e frutas como morango ou cereja -, é perfeito para ser apreciado em ambientes quentes. Além disso, sua harmonização é muito fácil, pois combina com frutos do mar e canapés, além de sanduíches e bruschettas.
 
Espumante

Normalmente consumido pelos brasileiros, o espumante é o vinho branco com gás carbônico - aquele que faz espuma ao ser aberto. Uma versão bem menos explosiva é o frisante, bebida com uma quantidade menor de gás. Na estação mais quente do ano, os tipos brut rosé, moscatel e prosecco são muito indicados, pois harmonizam com uma grande variedade de alimentos como ostras, queijos e canapés.
 
Fonte: Portal Terra

Novo teste para vinhedos afetados por fumaça

Cientistas australianos desenvolveram uma forma para descobrir se as uvas forma prejudicadas por fumaça - uma ferramenta vital para os produtores que estão sofrendo com os incêndios no país.
 
 
A pesquisa feita pelo Instituo Australiano de Pesquisa de Vinhos (AWRI) resultou em um novo método que consegue medir a quantidade de glicosil nas uvas, que são criadas pelos fenóis voláteis da fumaça. "O método é confiável suficiente para utilizar como ser usado como diagnóstico", relata o artigo. "Com base na concentração de glicosil fenólicos, as uvas ou até mesmo vinhos podem ser avaliados expostos ou não à fumaça, e a intensidade relativa de exposição".
 
Esse tipo de testes já existe, mas nem sempre se mostra eficaz - às vezes vinhos mostram sabores esfumaçados, apesar de ter baixos níveis de compostos relevantes quando testados, enquanto o uso de estágio em barricas de carvalho e chips também pode interferir com a análise de sucesso.
 
Fonte: Decanter

sábado, 26 de janeiro de 2013

Consumo de vinho nacional irá crescer 20%

A indústria nacional de vinhos está otimista com o crescimento de vendas de seus produtos para os próximos períodos. De acordo com o diretor executivo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Carlos Raimundo Paviani, a expectativa para 2013 é de um crescimento de 20% para a comercialização, em volume, de vinhos finos (compostos de uvas de melhor qualidade), para cerca de 27 milhões de litros e alta de 6% a 7% de vinhos de mesa — mais populares.
 
— Neste ano a economia brasileira vai crescer mais e a ascensão social deverá continuar ocorrendo. Esses fatores impulsionarão o consumo das bebidas — disse o executivo.

Os números de 2012 ainda não foram fechados, mas se aguarda quase estabilidade nas vendas de vinhos finos ante 2011, que somaram 19,5 milhões de litros. Já para 2013 a expectativa é de que o acordo de cooperação firmado no ano passado entre o setor vitivinícola, os supermercadistas e as importadoras eleve o consumo de vinho nacional.

— Se o acordo de cooperação for realmente cumprido, podemos chegar a um crescimento da categoria de vinhos finos entre 25% a 27% neste ano — ressaltou Paviani.

Com relação à produção, o Ibravin prevê uma safra igual à de 2012, quando houve uma produção de 690 milhões de quilos de uvas.

— Pode ser até que haja uma quebra de 10%, em função da chuva no sul no ano passado. Mas a qualidade será muito boa e teremos uma sanidade excepcional, já que o clima está mais seco, com mais dias de sol — explicou Paviani.
 
Fonte: Meu Vinho e Google Imagens

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Grand Theatre Bordeaux 2008

Presenteei esse vinho ao amigo Juberlan há alguns meses e sempre que programávamos de degustá-lo imprevistos surgiam e por pouco não acontecia o mesmo desta vez, mas felizmente deu certo.
 
No último sábado o Juberlan nos convidou para jantar e preparou um carne de sol no forno, farofa de jerimum, arroz e um pirão de macaxeira, tudo estava maravilhosamente gostoso e que harmonizaram muito bem com esse Bordeaux.
 
O Grand Theatre Bordeaux é um corte das uvas cabernet sauvignon, cabernet franc e merlot, produzido pelo Univitis, um dos principais grupos de produtores de vinhos da região de Bordeaux. Por aqui já passaram dois vinhos deste mesmo grupo: o Grand Theatre A.O.C. Bordeaux Moelleux Blanc 2009 e o Grand Theatre Pinot Noir 2010.
 
Vamos ao vinho! Visualmente mostrou uma cor rubi clara, com halo alaranjado/atijolado, mostrando evolução, lágrimas lentas e de pequena quantidade. No nariz seu bouquet mostrou-se rico em fruta madura, com notas de especiarias e algum tostado. Em boca taninos muito macios e acidez em boa intensidade, apesar dos seus quase 5 anos de vida, álcool na medida certa deixando o vinho suave e certa frescor. Repetiu a fruta e foi possível perceber alguma pimenta e leves toques de menta. Final de boca de média intensidade e muito agradável. Para mim no seu auge, mas ainda suportaria mais algum tempo na garrafa. Vinho de excente custo versus benefício.
 
Agradeço ao amigo Juberlan pela sua hospitalidade e pela amizade; que possamos repetir muitas vezes momentos como estes, onde não só degustamos um vinho e comemos uma boa comida, como também compartilhamos e celebramos alegrias como a da aprovação de Júlio na Escola Técnica.

O Rótulo

Vinho: Grand Theatre
Tipo: Tinto
Castas: Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Merlot
Safra: 2008
País: França
Região: AOC Bordeaux
Produtor: Univitis
Graduação: 12,5%
Onde comprar: RM Express
Preço médio: R$ 35,00
Temperatura de serviço: 16º

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Australianos criam vinho com propriedades benéficas mais potentes

As propriedades benéficas do vinho já são bastante conhecidas, porém bioquímicos australianos acreditam ter criado um novo vinho, que, eles garantem, cura uma série de outros males.
 
O bioquímico Greg Jardine disse que descobriu compostos produzidos durante o processo de vinificação que agem como antiinflamatórios e podem combater condições como artrite e fadiga crônica.
 
Estudos anteriores garantem que pequenas quantidades de vinho diariamente podem prevenir doenças cardíacas e até ajudar a aumentar o tempo de vida. Porém Jardine sempre foi contra o consumo de álcool. "Nós pegamos os antioxidantes, que existem em pequena quantidade no vinho, e aumentamos seu nível para que eles possam ter um efeito mais significante", explicou ele.
 
Jardine disse que carregar o vinho com antioxidantes normalmente torna ele intragável, mas também fazendo os antioxidantes mais solúvel em gordura, e mais facilmente absorvido pelo organismo. Porém sua tecnica os tornou surpreendentemente mais palatável. "Então, é um golpe duplo", disse ele.
 
Ele conta que seu vinho é feito usando o processo normal de vinificação, porém foram tomadas medidas para melhorar alguns processos que normalmente ocorrem em um nível muito menos intenso. "Não fizemos nada além do processo de vinificação, nossas garrafas possuem nada mais que vinho tinto".
 
A farmacologista Lindsay Brown, que testou os compostos de Jardine na Universidade de Southern Queensland, disse que parece ser eficaz na melhoria da saúde de ratos aleijados com artrite. "Impede totalmente a inflamação e o inchaço e a rigidez da perna", contou.
 
Fonte: Revista Adega

Vai se beber mais e melhor

De acordo com o estudo apresentado pela organização da Vinexpo, feira que se realizará em Bordeaux, França, de 16 a 20 de junho, o consumo de vinhos e de vinhos espumantes deve crescer mais rapidamente entre 2012 e 2016 do que aquilo que aconteceu entre 2007 e 2011.

De acordo com a agência noticiosa AFP, no consumo de vinhos espumantes a tendência é ainda mais acentuada, esperando-se para quase o dobro entre os dois períodos estudados.

Em 10 anos, o crescimento no volume de consumo mundial de vinho é um pouco superior a 10%, ou seja, cerca de 1% por ano. O crescimento do consumo é impulsionado principalmente pela China e pelos Estados Unidos, primeiro consumidor do mundo em valor e volume.

Nos dois países prevê-se um crescimento de dois dígitos entre 2012 e 2016, de 12% a 40%, respetivamente. Segundo o diretor geral da Vinexpo, Robert Beynat, para além de se ir beber mais, vai, sobretudo, passar a beber-se melhor, uma vez que, quanto mais "um país progride no consumo, melhor compra".

No valor das vendas para o cliente final prevê-se um aumento de mais de 28% entre 2007 e 2016, de acordo com o estudo em parceria com a empresa International Wine e Spirits Research.

Devido à persistência da crise econômica, o crescimento será mais lento entre 2012 e 2016 (8,66%) do que entre 2007 e 2011 (15,30%).
 
Fontes: Meu Vinho e Google Imagens

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Cuvée Laurent Brut Rosé Prestige

É impossível ver um vinho rosé da região da Provence, França e não ficar encantado com sua cor delicada e que muito difere dos rosés das demais regiões do mundo.
 
O Cuvée Laurente Brut Rosé Prestige é produzido pela Les Vins Bréban, uma empresa familiar baseada em Brignoles no centro da Provence, e comercializa há 3 gerações vinhos de Domaines e Châteaux, engarrafados ou na vinícola ou na unidade de engarrafamento em Brignoles. A gama da Les Vins Breban oferece cerca de 50 vinhos diferentes representativos da Provence e oriundos des Côtes de Provence, Coteaux Varois en Provence, Coteaux d’Aix en Provence, Bandol, vinhos do país do var, vinhos de Corsega, bem como vinhos espumantes, cujos 80% são rosés.
 
O espumante é produzido a partir da Grenache, varietal tradicional da Provence, originados de vinhas no Var. Para a produção deste rosé todos os cuidados são tomados, iniciando pela escolha da melhor data para a colheita. A finalização do processo ocorre com fermentação por 30 dias em tanques  e logo depois é filtrado e então engarrafado.
 
O vinho mostrou uma bela cor salmão com reflexos alaranjados e uma perlage delicada, fina e constante. No nariz um bouquet muito complexo e elegante, observando-se notas de frutas maduras (morango, pêssego, nectarina) e delicadas nuances de pão tostado. Em boca mostrou-se muito suave, refrescante e uma cremosidade muito delicada; repetiu a fruta e das notas de pão. Final de boca seco, refrescante e de boa persistência.
 
Degustei com minha amada e a harmonização ficou por conta da culinária japonesa. Um espumante de excelente custo versus benefício e que vai muito bem com o calorão que está fazendo por aqui.

O Rótulo

Vinho: Cuvée Laurent Brut
Tipo: Espumante Rosé
Castas: Grenache
Safra: Não safrado
País: França
Região: Côtes de Provence (Provence)
Produtor: Les Vins Bréban S.A.
Graduação: 12,5%
Onde comprar: Lacomex
Preço médio: R$ 35,00
Temperatura de serviço: 6º - 8º

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Vacina para gripe? Que nada, vou de vinho tinto

Pesquisadores descobriram que um ou dois copos de vinho por dia podem ajudar a combater o resfriado comum. Eles descobriram que uma quantidade moderada de vinho provém uma proteção com cerca de 200 tipos de vírus que podem causar o resfriado.
 
A pesquisa publicada no Jornal de Epidemologia analisou mais de quatro mil pessoas em universidades espanholas, que fizerem um diário sobre seus hábitos alimentares, e estilo de vida durante um ano. Segundo os resultados, pessoas que bebem até duas taças de vinho por dia, têm 40% menos chances de pegar um resfriado.
 
Os cientistas explicam que o efeito pode ser causado pelos flavonóides presentes em alta quantidade na bebida, principalmente no vinho tinto, que ajudam o corpo a produzir anticorpos naturais. O estudo diz que alguns flavonóides ajudam especificamente contra vírus nasais. "Esta descoberta pode explicar a maior resistência à infecção viral entre os bebedores de vinho", acrescentou um dos pesquisadores.
 
No entanto, outros especialistas acham que a explicação pode ser que os bebedores de vinho ficam resfriados, mas não notam os sintomas, porque as substâncias presentes no vinho diminuem a resposta do corpo. Um desses ingredientes é o resveratrol, que diminui os processos inflamatórios no corpo. Como resultado, o consumo de vinho pode amortecer a inflamação no nariz e vias respiratórias que ocorre quando o sistema imunitário está combatendo uma infecção por vírus da gripe.
 
Fonte: Revista Adega

Toro Loco 2011, qual o por que deste nome?

Creio que todo mundo que gosta de vinho e que lê notícias relacionadas à bebida com certa frequência já ouviu falar sobre o vinho Toro Loco, um varietal espanhol com a cepa tempranillo.
 
O Toro Loco certamente foi um dos vinhos mais comentados em 2012, pois recebeu medalha de prata na tradicional International Wine & Spirits Competition, em uma degustação as cegas que o colocou à frente, segundo site do importador no Brasil, de vinhos até 10 vezes mais caros.
 
O valor do vinho na Espanha é de cerca de R$ 12,00 e chegou ao consumidor brasileiro por R$ 25,00. O valor do vinho e sua premiação fizeram do mesmo um sucesso de aparições na mídia formal e informal e também de vendas.
 
A Wine, empresa que importa o vinho já vendeu, em velocidade recorde, dois lotes inteiros do vinho e, enquanto durarem os estoques da vinícola, este sucesso de vendas tende a se repetir. 

Meu rótulo foi adquirido findo todo o primeiro alarde e marketing expressivo e inteligente da Wine, quando o segundo lote foi posto à venda. Ele chegou a minha residência dois dias depois do prazo, que creio eu não por falha da importadora, mas por falha da transportadora e pelo imenso volume de entregas na ocasião (últimas semanas de 2012).

O Toro Loco é produzido em uma província de Valência (Utiel-Requena) pela ENV Coviñas. Seu rótulo é bem clean e vem com a cabeça de um touro e fundido a ela um saca rolhas, onde a cabeça faz jus à primeira parte do nome, mas a segunda fica dúbia, visto que um saca rolhas não combina com a tampa em screw cap, porém talvez seja esse o significado de loco, pois só um louco abriria um vinho com uma vedação em screw cap com um saca rolhas.

O rótulo foi degustado no último dia 11 e para acompanhar preparei uma fraldinha pouco condimentada e batatas levemente cozidas e posteriormente assadas no forno: deu certo, mas poderia ter sido um desastre se eu tivesse optado por mais condimentos ou molhos ricos em gordura ou acidez.

Vamos ao Loco! Visualmente o vinho mostrou uma cor rubi clara, com reflexos púrpura bem suave e lágrimas grossas, discretas e tão lentas que algumas nem chegaram a escorrer, permanecendo nas paredes da taça. No nariz mostrou aromas de média intensidade, com notas de ameixa e menta. Em boca mostrou corpo médio, com taninos muito suaves, quase imperceptíveis e acidez muito discreta. Repetiu a fruta e mostrou notas doces em final de boca, as quais ficaram mais intensas com a evolução em taça. Final de boca de média intensidade. Passou longe das características marcantes da casta com que é produzido.

É de fato um vinho bem suave e fácil de beber e creio que essa seja sua proposta principal; não tem nenhum potencial de guarda, não me arriscaria a manter um na adega até 2014. Discordo quando alguns o descrevem como um vinho com cara de novo mundo, isto é verdade apenas em parte, pois mesmo os mais joviais e simples (os reservas do Chile ou da Argentina) são mais tânicos e ácidos que ele, mas ele se aproxima destes mesmo reservas pela facilidade de degustação, simplicidade e valores.

Um vinho jovial e simples, vendido a um preço justo, mas que deixa a desejar quando comparado a outros rótulos do novo e velho mundo na mesma faixa de preço. Eu particularmente não repetiria a compra.


O Rótulo
 
Vinho: Toro Loco
Tipo: Tinto
Castas: Tempranillo
Safra: 2011
País: Espanha
Região: Utiel-Requena
Produtor: ENV Coviñas
Graduação: 12,5%
Onde comprar: Wine
Preço médio: R$ 25,00
Temperatura de serviço: 16º

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Vinho tinto durante refeições diminue efeito do colesterol ruim da carne vermelha

Um grupo de cientistas da Universidade Hebráica de Jerusalém descobriu que tomar vinho tinto junto com carne vermelha, pode evitar que o aumento do colesterol causado pela carne vermelha.
 
divulgaçãoA carne vermelha possui compostos que se acumulam no sangue, ajudando a formar o colesterol ruim, que pode danificar os vasos sanguíneos e aumentar o risco de doença cardíaca. Porém, os antioxidantes presentes no vinho tinto, conhecido como polifenóis, impedem que o estômago absorva esse composto, que não chega ao sangue.
 
Por quatro dias, eles alimentaram 14 voluntários saudáveis com uma série de refeições de costeletas de peru, e evitaram carnes e peixes. Outro grupo menor seguiu a mesma dieta, porém com um copo de vinho acompanhando todas as refeições.
 
Depois dos quatro dias os níveis de colesterol modificado, responsável pelo endurecimento das artérias e placas que conduzem à doença cardíaca, tinha aumentado em 97%. Enquanto o grupo que tinha tomado vinho, não tiveram modificações significantes no colesterol.
 
Professor Ron Kohen, responsável pelo projeto, disse que isso pode explicar porque o vinho tinto é responsável por diminuir o risco de doenças coronárias. "Carne é rica em gordura poliinsaturada e colesterol. Nossos resultados mostram uma explicação entre o consumo de carne e aumento de riscos de doencças cardiacas. E alimentos ricos em polifenóis, como o vinho, diminuem esses efeitos prejudicias", explicou ele.
 
Fonte: Revista Adega

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Passeio Enológico por Portugal: Burmester

Em abril de 2012 eu e Fernanda tivemos a oportunidade de participar de uma evento organizado pela Adega Alentejana em prol dos vinhos portugueses, sobretudo os produzidos no Alentejo.
 
Degustamos com donos de vinícolas e enólogos, passamos por 13 stands e pudemos degustar mais de 40 diferentes rótulos, um verdadeiro passeio pela cultura vitivinícola de Portugal e hoje, 8 meses depois chegou a hora de falar dos vinhos degustados no último stand que visitamos, que foi o da Burmester com seus belos vinhos do Porto.

O vinho do Porto é um vinho generoso. Adiciona-se 20% de aguardente vínica ao mosto das uvas durante a fermentação, geralmente no segundo ou terceiro dia. Esta aguardente vínica mata as leveduras e a fermentação é interrompida. Como nem todo o açúcar foi transformado em álcool, o vinho fica doce. Por sua vez a graduação alcoólica sobe até aos 20% devido à adição da aguardente vínica.

A doçura do vinho varia em função do instante em que é adicionada a aguardente vínica. Se for no início da fermentação o vinho fica mais doce. No final da fermentação, o vinho será mais seco. O vinho do Porto é produzido nas quintas ao longo do vale do rio Douro e seus afluentes. Alguns vinhos estagiam nas próprias quintas. Outros são transportados em caminhões pipa até às famosas caves de Vila Nova de Gaia. Ambos envelhecem lentamente por décadas em cascos de carvalho de diferentes dimensões: as pipas (geralmente com 550 litros), os tonéis (até 15.000 litros) e os balseiros (até 30.000 litros).
 
A história de produção e exportação de vinhos do porto pela Burmester remotam para década de 50 do século XVIII. O nome da família e que dá nome ao vinho é oriundo da pequena cidade de Moelln, no norte da Alemanha, derivando do título Burgomestre, que significa chefe de município.
 
No final do milênio, o Grupo Amorim adquiriu a CASA BURMESTER, e recentemente foi adquirida pelo Grupo Sogevinus SGPS, S. A.
 
Burmester Porto Ruby

Esse, apesar de ser de uma linha mais simples, agradou muito. Ele já foi comentado no blog. Confira nossas impressões clicando aqui.
 


O Rótulo
 
Vinho: Burmester Ruby
Tipo: Porto
Castas: Touriga Franca e Tinta Roriz
País: Portugal
Região: Douro
Enólogo: Pedro Sá
Produtor: Burmester
Graduação: 20%
Onde comprar: RM Express
Preço médio: R$ 45,00
Temperatura de serviço: 12º



Burmester Porto Tawny

É um vinho do Porto clássico, através do qual o Porto se tornou conhecido a nível mundial. Inicialmente de cor tinta, este vinho é obtido por lotação de diferentes colheitas, primeiro envelhecido em balseiros de carvalho e posteriormente efectuado um blending de 4 anos. O seu envelhecimento e consequente oxidação em madeira de carvalho faz com que a sua cor passe de tinta a alaranjada (tawny).

Visualmente msotrou uma cor rubi alaranjada, com boa formação de lágrimas. Aromas de fruta madura (laranja, morango), e toques delicados de baunilha. Em boca muito equilibrado e elegante, com muita fruta e boa intensidade.


O Rótulo

Vinho: Burmester Tawny
Tipo: Porto
Castas: Tinta Amarela, Tinta Barroca, Tinto Cão e Tinta Roriz
País: Portugal
Região: Douro
Enólogo: Pedro Sá
Produtor: Burmester
Graduação: 20%
Onde comprar: RM Express
Preço médio: R$ 45,00
Temperatura de serviço: 12º
 

Burmester Jockey Club Porto
 
É um Tawny com cerca de 7 anos, resultante da cuidadosa selecção e lotação de vinhos longamente envelhecidos, representando um tributo ao espírito e paixão dos homens Burmester pelo desporto e pela natureza.

Visualmente o vinho mostrou uma cor alaranjada e brilhante muito bonita. No nariz mostrou um bouquet com frutas maduras, castanha, baunilha e leve toque de caramelo. Em boca mostrou boa estrutura, muito equilibrado e adocicado, com boa acidez e toques picantes.
 
 
O Rótulo
 
Vinho: Burmester Jockey Club
Tipo: Porto
Castas: Tinta Barroca, Tinta Roriz, Touriga Franca e Touriga Nacional
Safra: Não safrado
País: Portugal
Região: Douro
Enólogo: Pedro Sá
Produtor: Burmester
Graduação: 20%
Onde comprar: RM Express
Preço médio: R$ 80,00
Temperatura de serviço: 12º


Burmester Latle Bottled Vintage 2005

Tal como o Vintage, o Late Bottled Vintage é produzido pelo método tradicional ficando, por isso, mais rústico e vigoroso. Envelhecido em enormes balseiros nas caves em Vila Nova de Gaia para preservar a sua cor retinta e sabor a fruta fresca, mostra-se fechado e frutado. É engarrafado entre a 4ª e a 5ª Primavera após a vindima, formando, ao longo do tempo, algum depósito em garrafa.

Por forma a apreciar todo o seu corpo, fruta e potentes taninos - uma vez que o tempo em madeira acelerou a sua evolução - aconselha-se o seu breve consumo.

Cor ruby bem viva e intensa e boa formação de lágrimas. No nariz mostrou aromas em boa intensidade e bem delicados, com frutos tropicais bem presentes, somando-se a estes aromas de cacau chocolate, menta e tostado. Em boca mostrou-se muito intenso, com boa acidez e o chocolate frutos e tostado aparecendo em bom equilíbrio.
produto

O Rótulo
 
Vinho: Burmester Latle Bottled Vintage
Tipo: Porto
Castas:Tinta Barroca e Touriga Franca
Safra: 2005
País: Portugal
Região: Douro
Enólogo: Pedro Sá
Produtor: Burmester
Graduação: 20%
Onde comprar: RM Express
Preço médio: R$ 80,00
Temperatura de serviço: 12º
 
 
Burmester White Porto 10 Anos

Visualmente mostrou uma cor amarelo dourada. No nariz um bouquet complexo e exuberante, dominado pelos aromas de frutos secos harmoniosamente combinados com notas de especiarias e intenso toque amadeirado. Em boca mostrou-se macio e sedoso no paladar, equilibrado e com vibrante estrutura. Final longo e persistente.


O Rótulo
 
Vinho: Burmester White 10 anos
Tipo: Porto
Castas: Tinta Amarela, Tinta Barroca, Tinta Roriz e Touriga Franca
Safra: Não safrado
País: Portugal
Região: Douro
Enólogo: Pedro Sá
Produtor: Burmester
Graduação: 20%
Onde comprar: Templo dos Vinhos
Preço médio: R$ 120,00 (375ml)
Temperatura de serviço: 12º
 

Burmester Tawny Porto 20 anos

Esse rótulo é primoroso e se pudesse teria bebido toda a garrafa. Vininho de uma elegância e suavidade incrível. Confira o que achei dele clicando aqui.
 
produto
O Rótulo
  
Vinho: Burmester Tawny 20 anos
Tipo: Porto
Castas: Tinta Amarela, Tinta Barroca, Tinta Roriz e Touriga Franca
Safra: Não safrado
País: Portugal
Região: Douro
Enólogo: Pedro Sá
Produtor: Burmester
Graduação: 20%
Onde comprar: RM Express
Preço médio: R$ 175,00 - R$ 230,00 
Temperatura de serviço: 12º
 

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Vinho tinto: o dopping invisível

Segundo uma pesquisa da Universidade de Kingston, em Londres, vinhos tintos podem ajudar atletas e jogadores a melhorar seu desempenho, pois aumentam a quantidade de testosterona no organismo. A pesquisa também descobriu que a bebida pode ajuda-los a burlar testes anti-dopping.
 
A equipe do professor da escola de Ciencia da Universidade, Declan Naughton, descobriu que o vinho reduz o nível de testosterona liberada pelo corpo, o que aumento a quantidade de testosterona no corpo e distorce os resultados dos testes feitos com amostras de urina. A testosterona é uma hormônio natural presente em homens e mulheres. Ele pode aumentar a massa muscular, a resistência e acelerar a recuperação. E pode ser usado por alguns atletas em forma de remédios e complementos, para aumentar sua capacidade fisíca.
 
"Pesquisas anteriores mostraram o efeito que anti-inflamatórios podem ter sobre as enzimas", explicou o professor Naughton. "Uma vez que muitos destes suplementos são derivados de plantas, decidimos pesquisar o efeito que determinados alimentos e bebidas podem ter sobre enzimas envolvidas na excreção de testosterona. Escolhemos o chá verde e vinho tinto, porque ambas têm uma enorme variedade de moléculas naturais e nós queriamos ver se eles afetariam a quantidade de testosterona excretada na urina", explicou do professor.
 
Ele explicou também que o efeito pode variar de um individuo para o outro, por causa de fatores como peso, dieta e o tipo de exercicio praticado por cada um. Os resultados também mostraram que o efeito é o mesmo para os extratos de vinho que são colocados em alguns suplementos vitamínicos.
 
Fontes: Revista Adega e Google Imagens.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Barton & Guestier Cuvée Réservée Chardonnay Brut

Barton & Guestier é a primeira marca de vinhos finos franceses exportada no mundo. Elabora mais de quarenta vinhos procedentes das principais regiões vinícolas: Bordeaux, Borgonha, Beaujolais, Vale do Loire, Rodano, Languedoc e exporta cerca de dois milhões de caixas de vinho por ano. Aqui no blog já comentamos um Pinot Noir e um Côtes du Rhône deste produtor, ambos agradaram bastante, sobretudo o último.
 
Encontrei esse espumante com um preço bem atraente e não tive dúvidas em trazer para casa e foi esse o espumante que escolhi para degustar em família no último jantar do ano no dia 31 de dezembro. A ideia era que ele pudesse harmonizar com todos os pratos e também com a sobremesa; deu certíssimo.
 
O vinho mostrou uma cor amarelo palha com reflexos dourados, perlage fina e elegante, de boa persistência. No nariz aromas intensos, com presença de notas de pêssego e maça, seguidos de inebriantes notas de frutos secos (amêndoas) e delicadas nuances de fermento. Em boca mostrou boa refrescância e acidez, com repetição do fruto seco e boa cremosidade. Final de boca seco, longo e refrescante.

Espumante muito elegante e agradável, com excelente custo versus benefício. Ideal para acompanhar frutos do mar, cozinha oriental (japonesa) e para fins de tarde na praia ou na piscina.

O Rótulo

Vinho: Barton & Guestier Cuvée Réservée
Tipo: Espumante
Castas: Chardonnay
Safra: Não safrado
País: França
Região: Vale do Loire
Produtor: Bodega Barton & Guestier
Graduação: 12,5%
Onde comprar: DLP
Preço: R$ 41,00
Temperatura de Serviço: 4-6º

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Mudanças climáticas modificam vinho francês

"Em 20 anos a Inglaterra estará produzindo Grenache do Chateauneuf-du-Pape," fala Herve Lethielleux, sócio da boutique parisiense de vinho L'Etiquette, sobre a mudança climática que está afetando o equilíbrio entre o clima, solo e outros fatores importantes para a produção de vinhos na França.
 
divulgaçao"Se você olhar para Tasmânia, era muito dificil produzir uvas 25 a 40 anos atrás, hoje é claramente muito mais adequado", diz Gregory Jones, climatologista pesquisa da Universidade Oregon, sobre a região produtora de vinho na Austrália.
 
Os produtores franceses estão sentindo os efeitos da crescente concorrência de outros países, as temperaturas mais elevadas nos últimos anos fizeram com uvas tivessem menos acidez e maior teor de açúcar. Que produz vinhos com maior álcool e mais frutado - alguns acham mais enjoativo. "À medida que você fica mais velho você não quer essas bombas de fruta extremamente alcoólicas", diz Juan Sanchez, proprietário do Le Derniere Goutte, uma loja de vinhos de Paris.
 
Na França, onde o vinho é uma parte importante da cultura social ", bombas de fruta alcoólica" também são contra-intuitivo para o paladar típico. Combinado normalmente com a comida, o vinho é geralmente destinados a acrescentar em vez de dominar. "Você quase não quer comer com esses tipos de vinhos, eles são como uma refeição em si", explica Sanchez.
 
A mudança ambiental está começando a apertar um sistema que tem sido fundamental para o vinho europeu por séculos. "A Europa é historicamente relacionada a caracteristicas regionais baseadas em variedades de vinhos e estilos particulares", diz Jones, que também é especialista no estudo da estrutura de clima e adequação para a viticultura."Aqueles que têm a capacidade de adaptação diante das mudanças climáticas vão ser muito mais capazes de se adaptar através de uma gama de futuros climáticos diferentes", acrescenta.
 
Fonte: Revista Adega

sábado, 5 de janeiro de 2013

O berço dos vinhos tropicais

Por Andréia Debom
Fotos Fabiana Lavoratti

Que imagem você tem do sertão do nordeste brasileiro? Solo árido, sol, caatinga, jegues? Agora, olhe para a foto ao lado. A imensidão de terras, antes pincelada de cinza, agora tem o verde das plantações como cor predominante. É o Vale do São Francisco, uma área de terras banhada pelo grandioso Rio São Francisco e situada entre os Estados da Bahia e Pernambuco. Milagre? Não. É a tecnologia da agricultura irrigada. Nessas terras férteis as frutas são destaque. Há uma mistura de cores, aromas e sabores. Acerola, caju, manga, melancia e uva. Sim, a videira, planta que reina absoluta na Serra Gaúcha e que é a base para o sustento de muitas famílias também frutifica neste oásis nordestino. Nessas terras são plantadas variedades para consumo in natura e também para elaboração de vinhos finos, que inclusive têm recebido prêmios nacionais e internacionais nos últimos anos. O último deles foi para um tinto da variedade Syrah elaborado pela Vinícola Ouro Verde, empresa do grupo Miolo. O Testardi conquistou o primeiro lugar na categoria Tinto Nacional na degustação Top Ten promovida durante o Expovinis 2012, maior salão do vinho realizado na América Latina.
 
 
Terroir diferenciado

Cada garrafa de vinho traz uma história, e nenhuma é igual a outra. O Brasil possui nove regiões vitícolas. Cada uma delas elabora produtos com tipicidades distintas, já que os fatores naturais e humanos se diferem. É o chamado terroir. O Vale do São Francisco se caracteriza por apresentar vinhos tropicais, produtos leves, sem pretensões de guarda, fáceis de beber e com boa relação qualidade/preço. Esta região está integrada pelos municípios de Casa Nova, na Bahia; e Petrolina, Lagoa Grande e Santa Maria da Boa Vista, em Pernambuco. Por lá, a produção de vinhos iniciou por volta dos anos de 1980, por meio da vinícola Botticelli, e foi reforçada no início dos anos 2000 com a chegada de grandes investidores, entre eles os grupos Miolo, da Serra Gaúcha, e Dão Sul, de Portugal.

Atualmente, existem seis vinícolas, uma na Bahia e cinco em Pernambuco, que produzem cerca de sete milhões de litros de vinhos finos por ano, em 700 hectares de vinhedos. A atividade emprega cerca de 6 mil pessoas, direta e indiretamente, chegando a 30 mil se for incluída a produção de uvas de mesa. A região está situada entre os paralelos 8 e 9 do Hemisfério Sul, em clima tropical semiárido. Está a 350m de altitude, com média anual de temperatura de 26ºC, índice de pluviosidade de aproximadamente 550 mm, concentrada entre os meses de janeiro a abril.

Um dos fatores que mais chama a atenção no Vale do São Francisco é a capacidade de a colheita acontecer durante o ano todo, caso único no mundo. Numa mesma vinícola é possível observar todos os ciclos do vinhedo, desde o plantio até o momento em que as uvas são colhidas. “Por se tratar de uma região de clima quente, com alta luminosidade e água em abundância para a irrigação, as empresas vinícolas fazem um planejamento da época em que pretendem colher. Depois, realizam a poda de produção das videiras em diferentes períodos, adotando, com isso, o sistema de escalonamento para a poda dos lotes, o que proporciona períodos diferentes de colheita. Entre uma safra e outra, reduzem a irrigação para 15% a 20%, nos períodos secos, por cerca de 20 a 30 dias (este corresponde ao período de inverno em regiões temperadas). Em seguida, podam, aplicam cianamida hidrogenada para homogeneizar a brotação, aumentam a irrigação para 100% do coeficiente de cultura e um novo ciclo é iniciado”, explica o pesquisador das áreas de viticultura e enologia da Embrapa Semi-Árido, Giuliano Elias Pereira. O pesquisador também destaca outra característica importante das empresas: a possibilidade de escalonamento da produção. Com isso, não são necessárias grandes estruturas para vinificação em função da não concentração da produção em um período curto.

As variedades mais utilizadas para a elaboração de vinhos tintos finos são Syrah, Tempranillo e Cabernet Sauvignon. A estas cepas se soma as variedades Alicante, Aragonês, Tannat e Rubi Cabernet. Mas há outra que tem se destacado nas pesquisas da Embrapa Semi-árido: é a Petit Verdot. “Acredito no potencial desta uva. Ela pode ser a uva emblemática desta região, já que Syrah podemos encontrar em várias partes do mundo”, diz o pesquisador. Para vinhos brancos, Chenin Blanc e Moscato Cannelli se destacam, além da Sauvignon Blanc, Verdejo e Viognier. Para os espumantes, ganham espaço as variedades Itália, Chenin Blanc e Syrah. “Os vinhos apresentam características interessantes. Os brancos são leves, com aromas florais, fáceis de serem consumidos. Os tintos são variados, desde vinhos leves, jovens, até vinhos mais encorpados, que passam por algum período em barricas”, pontua Pereira. Os espumantes naturais são, na maioria, secos ou demi-sec, além do moscatel.

O sistema de condução mais utilizado é a latada, seguido pelo espaldeira. No entanto, outras formas estão sendo testadas pela Embrapa Semi-Árido. Uma deles é o lira modulável, um sistema de condução usado com sucesso em diversos países, cujos trabalhos realizados são obrigatoriamente manuais. A lira modulável, que pode ser mobilizada em determinados períodos do ciclo vegetativo da videira, pode ser um alternativa para a região, pelo fato de permitir a mecanização dos tratos culturais nos vinhedos. O estudo está sendo feito em parceria com o INRA Supagro de Montpellier, da França, e conta com a participação do especialista Alain Carbonneau, que está realizando estudos comparativos entre o uso da espaldeira e da lira modulável em uvas brancas e tintas, com diferentes porta-enxertos, no intuito de avaliar a melhor combinação que permitirá melhorar a tipicidade dos vinhos e reduzir os custos de produção.
 
Poda das Videiras
No vale é possível encontrar, na mesma época, vinhedos em floração...
... em fase de amadurecimento da fruta...
... e com as uvas maduras.
Após a colheita acontece a retirada das folhas e posteriormente a irrigação.
Vinícola Ouro Verde

De um lado da estrada, terra árida, jegues e bodes andando tranquilamente. De outro, vinhedos imensos, repletos de frutos. Na companhia dessas vinhas, mandacarus e cactos. O Vale do São Francisco é mesmo surpreendente. Na terra onde tudo frutifica, percebe-se que muitas pessoas depositam suas expectativas. Alguns desses personagens são peças chave para a construção desse sucesso. Pessoas como o empresário gaúcho Eurico Benedetti. Há mais de 10 anos ele está à frente da Vinícola Ouro Verde, localizada no município de Casa Nova, na Bahia. Entusiasta do potencial da região para vinhos tropicais, Benedetti também incentiva o enoturismo. Tanto é que no ano passado, em parceria com o empresário Luiz Rogério Rocha Pereira, apostou num passeio turístico denominado Vapor do Vinho, por meio do qual os turistas passeiam pelo Rio São Francisco e Barragem do Sobradinho em uma embarcação que serve vinhos e espumantes e ao final param na Vinícola Ouro Verde para conhecer a empresa e participar de um curso de degustação de vinhos. A vinícola, inaugurada em 2008, ainda não possui um restaurante para os turistas, mas a construção de um está nos planos do empresário. Somente em 2011 a empresa recebeu 16,3 mil visitantes.
 
Instalações da Vinícola Ouro Verde, onde são elaborados os produtos da marca Terranova.
A história da Vinícola Ouro Verde iniciou em 2002, quando Benedetti, que no Rio Grande do Sul é empresário do setor moveleiro, decidiu adquirir a Fazenda Ouro Verde. Na época, a propriedade produzia uvas de mesa para consumo in natura. Ir para o nordeste seria uma forma de ampliar os negócios da família no setor vitivinícola, já que no Rio Grande do Sul a família sempre teve ligação com o vinho. Logo depois da compra da área, iniciaram os testes para verificar o potencial das uvas e posterior elaboração de vinhos. Os resultados obtidos mostraram que com as uvas moscatéis se poderia elaborar vinhos espumantes frescos, mas seria necessária alta tecnologia para vinificação, já que a região é muito quente, o que acaba sendo um problema para o vinho. Feitos os investimentos, hoje o espumante, especialmente o moscatel, caiu no gosto dos consumidores, sendo o carro-chefe das vendas da empresa.

E se os espumantes têm apresentado resultados positivos, os tintos também. Prova disso é que o vinho Testardi Syrah 2010 foi destaque neste ano na degustação Top Ten que acontece durante a Expovinis. O vinho foi elaborado por meio de fermentação integral dentro de barricas novas de carvalho e envelheceu em barricas de carvalho por 12 meses. Nas brancas, a Chenin Blanc tem respondido positivamente, entre outras. Outras cepas vitiviníferas estão em testes. “Esta região tem muito potencial. Aqui não se desenvolvem fungos, praticamente não tem umidade. E isso representa muito para o vinho. Os vinhos finos daqui carregam características dessa região e podem ser trabalhados sem problemas. Na Serra Gaúcha temos 120 anos de cultura; aqui, estamos aprendendo a trabalhar”, destaca Benedetti, que salienta também a qualidade do suco que pode ser feito com uvas do Vale.

A Vinícola Outro Verde produz anualmente dois milhões de litros entre vinhos e espumantes, em 200 hectares próprios, e mais 520 mil litros de vinho para brandy. Até 2018, a empresa do grupo Miolo, que produz a linha Terranova, tem estimativa de produzir cinco milhões de litros de vinhos e 4,8 milhões de litros de vinhos para brandies, ampliando os vinhedos para 400 hectares.
 
Vinícola Vinibrasil

Produzir uvas no calor dos trópicos brasileiros. A ideia poderia ser vista como um tanto estranha. Não para um grupo português, que viu nas terras banhadas pelo Velho Chico uma oportunidade de ampliar seus negócios e se internacionalizar. Em 2002, o Grupo Dão Sul, um dos maiores de Portugal, depois de fazer várias pesquisas, inclusive no Rio Grande do Sul, decidiu investir em vinhedos no Vale do São Francisco, especificamente no município de lagoa Grande, em Pernambuco.

“Quando chegamos nesta região já havia alguns estudos que afirmavam que aqui poderíamos cultivar uvas finas, mas não havia nada que nos indicasse a variedade da uva, o que tipo de porta-enxerto. Por isso, o primeiro projeto que fizemos foi um campo experimental. Pegamos algumas variedades que tinham potencial para a região, e eram comercialmente viáveis para nós, e plantamos”, conta o enólogo da Vinibrasil, Ricardo Henriques. Hoje esta área para experimentos, de quase 6 hectares, tem 25 variedades, além de um banco genético com mais 50. As 15 cepas que mais se adaptaram estão implantadas em 200 hectares, entre elas Cabernet Sauvignon, Syrah, Aragonês, Touriga Nacional, Alicante Bouschet e Moscato Canelli.

A tecnologia empregada para a irrigação das vinhas e elaboração do vinho rendeu à empresa, em 2006, o Prêmio Finep de Inovação Tecnológica. Além da distinção na área técnica, os vinhos da empresa receberam alguns destaques importantes, entre eles o de ser o melhor tinto brasileiro no Concurso Internacional de Vinho do Brasil, em 2003; o primeiro vinho brasileiro a receber 83 pontos pela revista Wine Spectator, uma das mais importantes do setor mundialmente, em 2004; e o melhor tinto brasileiro na degustação Top Ten, na Expovinis 2006.

A capacidade da vinícola é de 1,8 milhão de litros por ano. Desse total, mais da metade do que é produzido é de vinhos brancos, tintos e rosés. A outra parte, 40%, é espumante. “Mas nosso objetivo, já neste ano, é aumentar a quantidade de espumantes, já que o mercado, especialmente o brasileiro, tem respondido bem a este produto”, conta o enólogo.
 
Ricardo Henriques, enólogo da Vinibrasil.
Vinho na Chapada Diamantina baiana
 
Além do Vale do São Francisco, a Bahia investe em pesquisas para ampliar a área da vitivinicultura no Estado. Um bom exemplo é a cidade de Morro do Chapéu, distante pouco mais de 400 quilômetros de Casa Nova. Os vinhedos experimentais, localizados a 1.200 metros de altitude – no Vale do São Francisco a altitude é de 350 metros – foram implantados em fevereiro de 2011, uma parceria entre a Secretaria Estadual da Agricultura, Embrapa, Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola, Associação de Produtores do município e prefeitura. “Em Morro do Chapéu a altitude compensa a latitude, fazendo com que as videiras respondam diferentemente. As avaliações estão sendo feitas em diversas variedades implantadas, onde serão determinadas aquelas que serão divulgadas aos produtores, como aptas a serem utilizadas comercialmente”, explica o pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, Giuliano Elias Pereira. Outro fator positivo é que nesta região a temperatura pode chegar aos 12ºC. Mesmo assim, é necessária a irrigação, já que o verão é quente. O vinhedo experimental, pouco mais de um hectare, possui 10 variedades plantadas. Entre os destaques está a Sauvignon Blanc e a Malbec. A previsão é de uma colheita por ano.

As primeiras uvas do Morro do Chapéu nem foram colhidas, mas a possibilidade de ter o vinho como um produto local anima os moradores. Tanto é que diversas pessoas estão envolvidas no projeto, seja na organização e acompanhamento ou na torcida para que ele dê certo. Uma delas é Odilésio Gomes. Empresário do setor hoteleiro e presidente da associação de produtores, ele vê na vitivinicultura uma chance de desenvolver a agricultura familiar no município que já é produtor de outras frutas. “Temos que adequar a vocação desta terra para a cultura certa. A viticultura irá dar esse aproveitamento”, diz Gomes.

A ideia de plantar vinhas em Morro do Chapéu surgiu em 2010, logo após a visita do francês Cristian Jojô (presidente da Associação de Produtores de Vinhos e Champanhes da França). A convite do Superintendente da Política do Agronegócio, Jairo Vaz, ele fez uma análise prévia de solo e clima e destacou o potencial para a cultura. Depois disso, iniciaram as tratativas entre governo, Embrapa e associação de produtores para de iniciar o projeto de plantio do vinhedo experimental. “Depois de avaliar o potencial enológico das uvas e dos vinhos esta região poderá ser uma referência em termos de vinhos finos de altitude”, afirma o pesquisador da Embrapa, Giuliano Pereira.

Além de Morro do Chapéu, outra cidade na Chapada Diamantina, Mucugê, possui um vinhedo experimental. Por lá, as uvas serão colhidas em 2013.
 
Diversas variedades estão em testes.
Pesquisas em busca de uma identidade regional

O desenvolvimento da vitivinicultura no Vale do São Francisco, entre outros municípios da região, como Morro do Chapéu, por exemplo, tem apoio fundamental da Embrapa Uva e Vinho – Semi-Árido, localizada em Petrolina. Sob a coordenação do pesquisador Giuliano Elias Pereira, são desenvolvidas pesquisas que permitam estudar os fatores envolvidos na enologia tropical, determinar a composição físico-química e metabólica de uvas e vinhos, além de desenvolver técnicas e processos tecnológicos de vinificação que permitam a obtenção de vinhos com qualidade e tipicidade.
 
Pesquisador Giuliano em degustação de vinhos experimentais.
Na Bahia, políticas de incentivo ao setor
 
A agricultura irrigada trouxe desenvolvimento para o Vale do São Francisco. Novos empregos foram criados e a população tem melhores condições de vida. Nesse contexto, a produção de uvas e vinhos também tem papel importante, já que muitas famílias tiram do trabalho suado nos vinhedos seu sustento. Na Bahia, por exemplo, a Vinícola Ouro Verde emprega 155 pessoas. Mas a expectativa da Secretaria Estadual da Agricultura é aumentar esses números e levar para o Estado novos empreendimentos. Para isso, as empresas que quiserem elaborar vinhos ou sucos de uvas na Bahia podem ter descontos de ICMS de até 81%, inclusive a isenção do pagamento de ICMS para a aquisição de máquinas e equipamentos. “Além desses incentivos fiscais, temos outras vantagens, como a facilidade na logística, já que o porto de Salvador está próximo e possibilita também a exportação, e o clima. Aqui não falta água e não há risco de granizo”, destaca o secretário da Agricultura, Eduardo Salles. Ele e o superintendente da Política do Agronegócio, Jairo Vaz, trabalham para buscar no Rio Grande do Sul empresários interessados em comprar terras e construir duas vinícolas. “O Sul é exemplo de trabalho. Os gaúchos conhecem a tecnologia para produção de vinhos, por isso, queremos que venham para a Bahia. Outro atrativo é o preço das terras. Enquanto que no Vale dos Vinhedos um hectare pode chegar a R$ 500 mil, na Bahia o valor médio é de R$ 3 mil ao hectare. “Aqui os valores são muito atraentes. Com a tecnologia da irrigação colhe-se o ano inteiro. Se no Rio Grande do Sul se produz uma garrafa de vinho a cada real investido, aqui são 10 garrafas a cada real investido”, enfatiza o superintendente. Na Bahia, além do grupo Miolo, outras vinícolas gaúchas, como a Vinícola Valduga, estão em tratativas para investimentos no Vale do São Francisco.

 
Fonte: A Vindima