quinta-feira, 30 de abril de 2015

Não é preciso parar de beber vinho por causa do dólar alto

Tomar vinho está mais caro. Não é impressão. A alta do dólar, que começou logo depois da eleição, atingiu em cheio a bebida. Os rótulos do Novo Mundo, negociados na moeda norte-americana por aqui, foram os que mais subiram e a conta inclui chilenos e argentinos. Em 2015, de janeiro até a terça-feira, o aumento do dólar foi de 10,73%, mas no mesmo período alguns vinhos subiram até 35%.
 
É o caso do Montes Chardonnay, da chilena Montes, que em janeiro custava R$ 54 no Varanda Frutas e ontem era vendido a R$ 73,40. O aumento foi de 35%. O dólar já está baixando (a queda neste mês foi de 9,15%), porém os vinhos mantêm a alta. Na World Wine, o californiano Château St. Jean subiu de R$ 167 no ano passado para R$ 198 neste ano, aumento de 18,6%. Na casa Santa Luzia, o argentino Domaine Bousquet Grande Reserve Malbec subiu 23,3% este ano – de R$ 77 para R$ 95.
 
Mas ninguém precisa ficar de taça vazia por isso. O Paladar preparou um manual de sobrevivência para tempos de variação cambial, que começa com estratégias de compra (veja abaixo) e termina com uma belíssima seleção de tintos e brancos de até R$ 50, todos de importação própria dos supermercados onde são vendidos.
 
ILUSTRAÇÃO: Marcos Müller/Estadão
A alta do dólar rola como uma bola de neve: bate primeiro nas importadoras que repassam o aumento aos restaurantes e ao varejo. Ambos repassam a alta ao consumidor. O resultado? Bebe-se menos ou pior.
 
Quem mantém a faixa de gasto com vinho acaba comprando rótulos piores pelo mesmo preço. Outros trocam garrafas por taças nos restaurantes. E há quem deixe de tomar vinho.

Para tentar manter as vendas, as importadoras que têm estoque conseguem “manipular o câmbio”, segurando a cotação por conta própria. Mas desta vez não adiantou, diz Celso La Pastina, da World Wine. “Não repassamos todo o aumento, ainda assim o consumidor está gastando menos”, explica. Ciro Lilla, da Mistral, também adotou a estratégia do congelamento do câmbio e diz que sente diferença na qualidade do que vende. “Há tamanha variedade que o consumidor pode escolher um vinho mais barato".
 
Na Casa Flora, os contratos estão sendo renegociados. “Estamos tentando não repassar o custo todo para o cliente”, diz Adílson Carvalhal Jr., o diretor financeiro da importadora. O empresário, que preside o conselho deliberativo da Associação Brasileira de Exportadores e Importadores de Alimentos e Bebidas, Abba, diz que muitas importadoras já estão reduzindo o portfólio e comprando só os rótulos que têm venda garantida. Isso, a médio prazo, deve reduzir a diversidade dos vinhos disponíveis no mercado. Na Casa Santa Luzia, que tem importação própria e altos estoques, “o aumento para o consumidor acontece de maneira sutil”, diz o gerente Pedro Henrique Lemos.
 
FOTO: Reuters
Nos restaurantes. A alta do dólar já pode ser sentida nas cartas de vinhos. Alguns restaurantes aumentaram os preços e mudaram a seleção mais de uma vez neste ano. E já notaram que os clientes estão em busca de rótulos mais baratos. “O tíquete médio caiu de R$ 250 para R$ 150”, afirma a sommelière do Viccolo Nostro, Lerizandra Salvador. Ela já trocou a carta duas vezes em 2015 e anda vasculhando importadoras em busca de boas oportunidades.
 
Para oferecer os tais achados, bons e baratos, o restaurateur Ipe Moraes, da Adega Santiago, Taberna 474 e Casa Europa, faz degustações às cegas semanais com seus sommeliers e pede para que sugiram preços. Os que se destacam na relação custo-benefício entram na carta.
 
Belarmino Iglesias, do grupo Rubaiyat, conta que aumentou os preços após quatro importadoras que abastecem sua carta de 800 rótulos terem feito reajustes. “Procuramos repassar pouco. O mercado está difícil e o bolso do consumidor, sensível”, afirma. No novato Ovo e Uva, já deu para notar mudanças. “A maioria dos consumidores tem uma verba e procura dela, ou troca a garrafa pela taça”, diz o sócio João Renato.
 
Para os restaurantes, o vinho pode representar de 30% a 50% do faturamento, dependendo da faixa em que se encaixa. “Quanto mais sofisticado, maior a participação da bebida na receita do restaurante”, explica Marcelo Traldi, professor do Centro Universitário Senac.
 
Para beber bem, você vai ter que mudar o jeito de comprar

1. Abra o olho ao escolher vinhos do Novo Mundo. Norte-americanos, sul-africanos, neozelandeses e australianos, negociados em dólar, tiveram maior aumento de preços que os europeus.
 
2. Atenção aos novos preços de vinhos chilenos e argentinos. No Brasil, tintos e brancos dos dois países sempre foram sinônimo de boa relação entre custo e benefício, mas seus preços também são regulados pela moeda americana por aqui.
 
3. Mire nos europeus, que acabaram subindo menos que os rótulos do Novo Mundo. Mas, atenção: há muito vinho espanhol, português, francês e italiano de pouca qualidade sendo desovado no País. Para evitar ciladas, ao escolher um vinho europeu, busque os de bons produtores: eles costumam zelar pela qualidade de seus rótulos em todas as faixas de preço.
 
4. Novos tempos impõem a descoberta de pequenos produtores. É esta a oferta que deve aumentar nos próximos meses, nas lojas e restaurantes. Aventure-se.
 
5. Prepare-se para uma redução de rótulos disponíveis. A tendência das importadoras em tempo de grande variação do dólar é reduzir o portfólio e apostar só nos de venda garantida. Alguns vinhos podem sumir.
 
6. Nos restaurantes, em vez de deixar de tomar vinho, opte por uma taça – neste caso, procure lugares que tenham Enomatic (aquela máquina que conserva bem os vinhos já abertos), que têm maior oferta de rótulos em taça. Mas é claro, se tiver mais gente na mesa e todos forem beber, é mais negócio pedir uma garrafa do que várias taças.
 
7. Em caso de dúvida, vá nas uvas nativas ou populares de uma região. Se for um vinho da Argentina, um Malbec é mais garantido que um Petit Verdot, por exemplo. No Uruguai, prefira um tinto de Tannat.
 
8. Não tenha medo de aproveitar as promoções. Muitas vezes o vinho é mais barato não porque a qualidade é inferior, mas porque o estabelecimento tem estoque de muitas garrafas de determinado rótulo.

Por Isabelle Moreira Lima
Fonte: Estadão

Brasil sediará, em 2016, Congresso Mundial do Vinho

O Brasil sediará, em 2016, o Congresso Mundial do Vinho, que ocorrerá em Bento Gonçalves (RS), no período de 24 a 28 de outubro. A decisão deve ser anunciada oficialmente em julho, na Alemanha, durante o evento deste ano. O evento é conhecido por definir as diretrizes para o setor, como as recomendações para boas práticas de produção de uva e vinho até condições adequadas para a conservação da bebida.
 
O Congresso é realizado pela Organização Mundial da Vinha e do Vinho (OIV) e no ano passado aconteceu na Argentina, com a presença de mais de cem brasileiros, entre representantes do setor e de órgãos federais, como a Embrapa Uva e Vinho e o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin).
 
Para Helder Borges, chefe da delegação brasileira e da Coordenação-Geral de Vinhos e Bebidas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a realização do evento no país possibilitará maior participação do setor nacional e da área científica brasileira nas discussões internacionais. “É um encontro que induz o desenvolvimento de novos projetos científicos e serve para mostrar ao mundo vitivinícola a nossa realidade”.
 
Fonte: Cenário MT

Vinho tinto reduz risco de câncer

Um copo de vinho pode fazer muito mais do que te ajudar a relaxar após um longo dia. Segundo cientistas, ele promove benefícios surpreendentes desde que tenha sua quantidade limitada.
 
 
1. Promove a longevidade
 
Pesquisadores da Escola Médica de Harvard confirmaram que o resveratrol, um composto encontrado na pele das uvas vermelhas, possui benefícios anti-envelhecimento, estimulando a produção de uma proteína que protege o corpo contra doenças causadas pelo envelhecimento.
 
2. Melhora a memória
 
O resveratrol também ajuda a melhorar a memória a curto prazo. Após 30 minutos de teste, os estudiosos descobriram que os participantes que tomam suplementos dessa substância tiveram um aumento significativo na retenção de palavras e mostraram um desempenho mais rápido no hipocampo (a parte do cérebro associada com a formação de novas memórias, aprendizagem e emoções).
 
3. Reduz o risco de doença cardíaca
 
Um estudo de 2007 sugere que compostos achados em taninos do vinho tinto auxiliam na saúde cardiovascular. Os vinhos produzidos em áreas do sudoeste da França e da Sardenha, onde as pessoas tendem a viver mais tempo, têm particularmente altas concentrações deste composto. Uma pesquisa da Harvard School of Public Health afirma que bebedores moderados são menos propensos a ter um ataque cardíaco.
 
4. Promove a saúde dos olhos
 
Um estudo islandês descobriu que os bebedores moderados têm 32% menos probabilidade de desenvolver catarata do que pessoas que não bebem.
 
5. Diminui o risco de câncer
 
A proteína na casca da uva pode matar células de câncer, de acordo com cientistas da Universidade da Virgínia. O resveratrol ajuda a matar as células cancerosas, bloqueando o desenvolvimento de uma proteína-chave que os alimenta.
 
6. Melhora a saúde dental
 
Uma pesquisa recente aponta que antioxidantes (chamados de polifenóis) encontrados no vinho podem retardar o crescimento de bactérias na boca e, potencialmente, auxiliam a prevenir as cáries. Para testar a teoria, investigadores trataram as bactérias responsáveis.
 
7. Diminui o colesterol
 
Participantes saudáveis que receberam um suplemento de uva no vinho tinto tiveram uma queda de 9% no LDL (responsável por entupir artérias). Já as pessoas com colesterol elevado que tiveram o mesmo suplemento apresentaram baixa de 12% em LDL.
 
8. Ajuda a se defender do resfriado comum
 
Graças aos antioxidantes presentes no vinho tinto, foi constatado que aqueles que bebiam mais de 14 copos de vinho por semana eram 40% menos propensos a pegar um resfriado comum.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Degustamos com exclusividade as edições limitadas do Nosotros Sofita e Nosotros Francis

"A linha Nosotros celebra o esforço de todas as pessoas que trabalham no dia a dia para criar estes vinhos. É considerado a 'seleção das seleções' da bodega".

No fim do mês de março tive o prazer e a honra de degustar alguns dos principais rótulos da competente Susana Balbo, dentre os quais as edições limitadas do Nosotros Sofita e do Nosotros Francis. De cada um dos vinhos foram produzidos cerca de 4 mil garrafas e, segundo representante da Dominio del Plata no Brasil, apenas duas garrafas de cada vinho vieram ao país, duas das quais foram abertas com exclusividade em almoço para formadores de opinião no Restaurante La Cuisine Bistrô.
 
Nosotros Sofita
 
O nome “Sofita” é uma homenagem em memória de uma amiga querida, nascida na Lituânia. "Ela
era culta e elegante; morreu repentinamente em 2010. Gostava muito de flores, razão pela qual Susana, escolheu a uva cabernet franc para representá-la”. O desenho cheio de flores, que estampa o rótulo foi desenhado por sua filha, Ana Lovaglio e completa a homenagem a amiga.
 
O Nosostros Sofita é um blend de Malbec, Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon colhidas manualmente nos vinhedos de Agrelo a 1080 metros de altitude.  Após a colheita e o processo de seleção de uvas é realizada uma maceração a frio com leveduras nativas. Em seguida parte das uvas fermenta em barricas de carvalho de 500 litros e "toneis" de concreto em formato de ovo, com o objetivo de preservar características frutadas e agregar taninos ao líquido. Por fim o vinho matura por 18 meses em barricas de carvalho francês de primeiro uso e mais três anos em garrafa.

Na taça o vinho apresentou cor rubi violácea brilhante, com lágrimas finas, rápidas e abundantes. No nariz mostrou aromas de frutas negras, violetas, rosas, pimenta, especiarias, chocolate, café torrado, baunilha e tostado. Em boca um vinho intenso e elegante, com taninos redondos em perfeita harmonia com a acidez e os quase 15% de álcool. Final de boca longo com notas de fruta madura, café e cedro aparecendo no retrogosto.

O Rótulo

Vinho: Nosotros Sofita
Tipo: Tinto
Castas: Malbec 70%, Cabernet Franc 25% e Cabernet Sauvignon 5%
Safra: 2010
País: Argentina
Região: Agrelo, Luján de Cuyo
Produtor: Dominio del Plata
Enólogo: Susana Balbo
Graduação: 14,8%
Onde comprar: Não é comercializado no Brasil
Preço médio: Sem valor no mercado nacional
Temperatura de serviço: 18°
 
Nosotros Francis
 
O nome deste outro vinho também é uma homenagem e um breve resumo do porque deste nome nos foi contado pela Susana. “Um casal de amigos perdeu o único filho, vítima de um câncer de cérebro. Depois de sete anos, quando eles já não imaginavam que teriam outros filhos, chegou Francis.” Assim como no Sofita o desenho que estampa o rótulo do Francis foi feito por Ana Lovaglio.
 
A produção do Francis segue o mesmo padrão do Sofita e no seu blend além das castas presentes no Sofita com com emblemática uruguaia: Tannat, dando ao vinho mais intensidade e potência.
 
Visualmente o vinho mostrou cor rubi violácea profunda e brilhante e cheio de lágrimas que escorrem tingindo as paredes da taça. No olfato um vinho que mostra toda sua jovialidade, com notas de fruta frescas, intercaladas com sutis aromas de especiarias, pimenta seca, baunilha, chocolate amargo e madeira. Em boca um vinho potente, estruturado, que ainda vai amaciar com o passar dos anos. Repetição das notas olfativas e final de boca longo.
 
O Rótulo

Vinho: Nosotros Francis
Tipo: Tinto
Castas: Malbec 50%, Cabernet Sauvignon 30%, Cabernet Franc 10% e Tannat 10%
Safra: 2011
País: Argentina
Região: Vale de Uco
Produtor: Dominio del Plata
Enólogo: Susana Balbo
Graduação: 14,5%
Onde comprar: Não é comercializado no Brasil
Preço médio: Sem valor no mercado nacional
Temperatura de serviço: 18°
 
 
Quem visitar a Argentina não pode deixar de passar pela Domínio del Plata e deleitar-se por toda linha de vinhos da vinícola e coroar a degustação com os 3 vinhos Nosostros.

Colecionar condenado por falsificação contesta sentença, será que é brasileiro?

O colecionador de vinhos Rudy Kurniawan, preso desde maio de 2012 por ter vendido garrafas falsas em um leilão, contesta sua condenação. Segundo a sentença, o indonésio comprava estoques do vinho Burgundy e mudava seus rótulos para deixá-los mais caros. Jerry Mooney, um de seus advogados, confirmou que um apelo foi feito para a corte de Nova York no início de abril. Atualmente, o indonésio cumpre pena de dez anos por suas falsificações. Se a apelação for aprovada, poderá ocorrer um novo julgamento. O governo deverá ter uma resposta até o dia 10 de julho. No documento de apelação, os advogados afirmam que a busca do FBI na casa de Rudy, em Los Angeles, em 2012, foi ilegal, pois os oficias não possuíam um mandado de busca. Para verificar a casa, um oficial bateu na porta de Kurniawan fingindo ser um vizinho em busca de um animal de estimação perdido. No dia seguinte, o FBI invadiu a casa do colecionador, obrigando-o a ficar fora da residência durante as buscas e prendendo-o em seguida. Pelo documento, os impactos atribuídos às vítimas de Kurniawan também seriam exagerados: “Os preços pagos pelas garrafas de vinho falsificado exageraram bastante o impacto financeiro real sobre os compradores. Isso não quer dizer que a conduta de Rudy deva ser ignorada”.
 
Fonte: Revista Adega

terça-feira, 28 de abril de 2015

Provamos uma das 5075 garrafas da edição limitada do Espumante Salton Lucia Canei

Participamos hoje, há poucos minutos, de mais um WINEBAR trasmitido diretamente da bela Vinícola Salton, com os principais lançamentos do ano da empresa, com destaque especial para o Espumante Salton Lucia Canei.
 
Esposa de Antônio Domenico Salton, imigrante italiano e patriarca da família de empreendedores, Lucia Canei, à matriarca da família, ganha uma homenagem da vinícola: um espumante rosé Natural Brut, que leva seu nome. O produto foi elaborado a partir do método Champenoise, com uvas Pinot Noir e produção numerada e limitada, de 5.075 garrafas.
 
A poderosa embalagem, daquelas que seduzem e motivam para colecionar, remete à mulher doce, mas de pulso forte e grande sensibilidade, de influência decisiva para os Salton. “Nenhum negócio era fechado sem o aval da ‘nonna’. Por isso, aplicamos características de força no rótulo, representada pela flor do Cardo, de beleza e delicadeza singulares, porém protetora, em função de seus espinhos”, explica a gerente de projetos da vinícola, Daniela Salton.

Primeiro espumante da vinícola a não utilizar cápsula para o fechamento, o novo rosé é envasado em garrafa verde-escura, com design diferente, do tipo ‘sino’. As informações contidas no gargalo dão sofisticação à embalagem, que é clean, apenas com uma aplicação metálica na base, contendo o nome do produto e uma flor de cardo.

Mas, a beleza não fica só na garrafa e rótulo, ele também está presente na medalha presa pela gaiola, a qual apresenta as iniciais em baixo relevo da matriarca e na rolha, que possui uma espécie de rede no ápice e as iniciais do produto na base. A rede do topo deu uma ideia de continuidade a gaiola.

É uma das mais belas garrafas que passou pela taça do Vinhos de Minha Vida e vai para coleção junto com outras belas garrafas, algumas inclusive da própria Salton, como a das garrafas  do Salton Gerações Paulo Salton e Salton Gerações Antonio Domenico Salton.
 
Visualmente o vinho apresentou uma linda cor rosa salmão bem clara, com boa formação de espuma e perlage fina e abundante, gerando uma coroa de espuma branca e delicada. No nariz aromas delicados e intensos de frutas vermelhas, flores (cravo, flor de laranjeira e rosa), frutas secas, amêndoas e pão. Em boca mostrou-se leve, elegante, com boa cremosidade e excelente acidez, conferindo-lhe frescor. Final de boca de boa persistência no paladar com repetição da fruta e notas de mel e leveduras aparecendo no retrogosto.

Excelente trabalho da Salton neste espumante. Parabéns a toda a equipe envolvida neste projeto.
 
Por aqui eu e Fernanda abrimos a garrafa 127 e harmonizamos com fondue de camarão com molho de queijo e rosé e arriscamos também com fondue de chocolate com frutas (morango, uva e banana).


O Rótulo

Vinho: Salton Lucia Canei
Tipo: Espumante Rosé
Casta: Pinot Noir
Safra: Não Safrado
País: Brasil
Região: Vale do Rio das Antas, Serra Gaúcha
Produtor: Salton
Enólogo: Lucindo Copat
Graduação: 11,5%
Garrafa: 127 de 5075
Onde comprar: Salton
Preço médio: R$ 150,00
Temperatura de serviço: 6° - 8°


Notas:

1. O vinho foi gentilmente enviado pela Vinícola Salton para Degustação no Winebar.

2. Post produzido com impressões pessoais e informações da Vinícola Salton.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Vinho produzido por Angelina Jolie e Brad Pitt é falsificado por chineses

A parceria entre a família Perrin de Chateau Beaucastel e o casal de atores Angelina Jolie e Brad Pitt começou em fevereiro de 2013, com a fabricação do Provence rosé Miraval 2012. Na ocasião, as primeiras garrafas foram vendidas em poucas horas. O mesmo ocorreu com a safra 2013, que, no ano passado, chegou a ter lista de espera para a compra das 200.000 garrafas produzidas. Em 2015, o vinho, que é uma mistura de Grenache, Carignan, Syrah e Rolle, recebeu proteção anticontrafação, para impedir o plágio dos rótulos, na forma de uma marca gravada no pé da garrafa de vidro. A medida é uma resposta dos produtores à ação de falsificadores. Um dos produtores, Marc Perrin, disse que identificaram fraudes na China: “Notamos evidências de garrafas falsas sendo produzidas e distribuídas na China, assim, tivemos que agir rápido para combater as falsificações”.

Fonte: Revista Adega

Winebar apresenta lançamentos da Salton

Amanhã (dia 28/04/2015), às 20h, teremos mais um evento AO VIVO no WINEBAR. Mais uma vez, direto na Vinícola Salton, estaremos com Lucindo Copat, enólogo-chefe, degustando os lançamentos 2015 da vinícola.
 
 
Está curisoso para saber um pouco mais sobre os rótulos que serão degustados? Então não deixe de acompanhar o WINEBAR e o Vinhos de Minha Vida.

China ultrapassa França em área dedicada a vinhedos

A China tornou-se o segundo maior país do mundo em extensão de vinhedos, perdendo apenas da Espanha e conquistando a vice-liderança que pertencia à França.
 
 
A Organização Internacional dos Vinhedos e do Vinho (IOVW, na sigla em inglês) informou que a China possui agora 799 mil hectares de terras destinadas à produção de vinho. A liderança pertence à Espanha, com 1,02 milhão de hectares.
 
Produção
 
Apesar do feito chinês, a França continua como o maior produtor mundial de vinho, produzindo anualmente 46,7 milhões de hectolitros (mhl).
 
A França também é o país que mais exporta vinho no mundo, com vendas externas totalizando mais de 7,7 bilhões de euros (R$ 24,3 bilhões) em 2014.
 
Os Estados Unidos permanecem como o maior consumidor de vinho, com 30,7 mhl ─ 13% de todo o vinho produzido mundialmente - consumidos no ano passado, seguido da França e Itália. O consumo global de vinho caiu 2,4 mhl em 2014, para 240 mhl.
 
A China é um dos países do mundo onde as áreas destinadas ao cultivo de uvas mais crescem. No ano passado, os vinhedos chineses correspondiam a 11% do território mundial destinado ao cultivo de uvas usadas na produção de vinho. Em 2000 essa proporção era de 4%.
 
Os maiores importadores mundiais de vinho são Alemanha, Reino Unido e os Estados Unidos. O comércio total global da bebida foi estimado em 26 bilhões de euros (R$ 82,2 bilhões) em 2014, acrescentou a IOVW.
 
Fonte: BBC Brasil

Vacas japonesas têm vinho na dieta

Perto de Évora há uma herdade que cria animais cuja carne é considerada uma das melhores do mundo. Entre Portugal e Espanha, as wagyus são tratadas como estrelas.
 
 
"Já lá vem o rebuçadinho." As pastagens permanecem altas na Herdade da Pereira, próximo de Évora, mas Manuel Silveira e Nuno Rosado entendem que continua a ser necessário fornecer algum suplemento para a alimentação do gado. O rebuçadinho em causa é cevada, cultivada em hidroponia (técnica que permite efetuar cultivo sem a existência de solo) e servida em tiras verdejantes, como se fossem tapetes.
 
Um alimento diferente para 24 vacas representantes de uma raça única: a japonesa waryu, considerada património nacional daquele país e cuja carne pode chegar aos 120 euros o quilo.
 
Para tal fama contribui não só a forma como são tratadas em Évora como também os cuidados que recebem em Burgos (Espanha), para onde vão após os oito meses. Aí ouvem música clássica, recebem massagens e na alimentação os responsáveis da Altube Garmendia juntam vinho e cerveja. Um dos segredos para a qualidade do produto, explicam os produtores de Évora. Aqui, na Herdade da Pereira, a aproximação do trator com a cevada provoca a reação imediata na vacada que corre na sua direção. Os animais não estão esfaimados. Mas a cevada é-lhes irresistível.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Maior feira de vinhos da América Latina quer democratizar acesso à bebida no Brasil

Democratizar o acesso ao vinho para o mercado de massas brasileiro é um dos principais objetivos do setor vinícola na 19ª edição da feira ExpoVinis Brasil, a maior do setor na América Latina, que começou nesta quarta-feira (22/4) em São Paulo.
 
 
"Gostaríamos de receber um tratamento diferente das autoridades para que o vinho possa ser realmente democratizado no Brasil e não ser quase que somente identificado com as classes altas, para quebrar as barreiras culturais", disse a gerente de organização da ExpoVinis Brasil 2015, Ana Ishida.
 
O brasileiro consome apenas 5% do vinho de seus países vizinhos, somente 2,2 litros per capita anuais, volume que dobrou na última década, indicou Ishida.
 
A carga tributária brasileira, de acordo com Ishida e produtores de Espanha, Portugal, Chile, Argentina e França, é apontada como um dos principais problemas para introduzir o vinho em grande escala no Brasil, apesar de ser consumido anualmente por 30 milhões de pessoas, quase um sétimo da população. A tarifa de importação do vinho é de 86%, enquanto o produtor brasileiro paga uma taxa de 68%. O Chile domina 40% do mercado nacional, e é seguido por Portugal e Argentina.
 
A feira, que vai até hoje (24/4), espera receber mais de 10 mil visitantes, e oferece seis mil rótulos de vinhos de Espanha, Chile, Argentina, Brasil, África do Sul, Alemanha, Austrália e Estados Unidos.
 
Um dos expositores com maior presença nos supermercados populares do Brasil é a adega RPB, que conseguiu introduzir o malbec em pequenas cidades e mostrou na feira sua marca Ricordi.
 
Quem está na feira querendo conquistar o público brasileiro é a espanhola Pago Casa del Blanco, de Castilla La Mancha, que apresentou os vinhos Quixote, D-Mente e "Veo-Veo". "Nosso vinho é totalmente artesanal e acreditamos que pode atrair novos públicos, como o brasileiro, visualmente e por sua qualidade", comentou o enólogo Joaquín Sánchez.
 
Chilcas, uma vinícola chilena, apresentou o carmenere Las Almas, enquanto um dos espumantes mas cotados da mostra foi o português Terras do Demo, da cooperativa Tavora, inspirada no escritor Aquilino Ribeiro. Pelo lado italiano, era muito procurado o Chianti e pelo francês o Bordeaux. Entre os brasileiros, se destacaram os espumantes do Rio Grande do Sul, principalmente a adega Salton, além da Rio Sol.
 
A Rio Sol, do enólogo português João Santos, foi uma das empresas que mais chamou a atenção dos visitantes estrangeiros, por ser um vinho brasileiro de altíssima qualidade, produzido em Petrolina, no interior de Pernambuco, no paralelo 8, com calor todo o ano e sistema de irrigação israelense.
 
Fonte: Globo Rural

Vinho não tem validade: é possível trocar?

O consultor Luiz Ribeiro gosta muito de vinhos e passa vários minutos no supermercado escolhendo novas opções para experimentar. Na páscoa, Ribeiro comprou uma garrafa de um vinho português para degustar durante o almoço. Ao experimentar, no entanto, o consultor teve uma surpresa desagradável: o vinho estava com gosto de vinagre.
 
"Vinho não tem prazo de validade e a maioria estraga por ter sido guardado de forma errada. Eu joguei fora, não fui atrás e tentar trocar", afirma.
 
Segundo o advogado Fellipe Guedes da Silveira, do escritório Della Mea, França Jr & Guedes da Silveira, o consultor poderia ter ido ao supermercado trocar o produto. "Via de regra, nos casos em que o consumidor que adquire um produto impróprio para o consumo, os fornecedores têm 30 dias para sanar o problema optando o consumidor pela a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso ou a restituição imediata da quantia paga. No caso de produtos não duráveis, porém sem validade expressa, como o vinho por exemplo, se o problema não for verificado imediatamente, mas apenas após abri-lo, o prazo para reclamação tem início na data em que o consumidor detectar o problema", explica o especialista.
 
De acordo Código de Defesa do Consumidor, quando algum produto apresentar prazo de validade vencido, ou ainda, quando estiverem deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação, ele está impróprio para consumo"Nestes casos, o fornecedor é responsável, podendo o consumidor optar pela substituição do valor pago, ou o abatimento proporcional do preço", orienta Silveira.
 
Quem vender ou expor à venda produtos em condições impróprias ao consumo é considerado crime contra as relações de consumo, com pena de detenção, de dois a cinco anos.
 
Fonte: Terra

Top 10 Expovinis

A 19ª edição da Expovinis – Salão Internacional do Vinho – que acontece até amanhã no Pavilhão Azul da Expo Center Norte, anunciou a lista dos 10 vinhos selecionados por um júri especializado formado por profissionais como Manoel Beato, sommelier-chefe do grupo Fasano, Jorge Carrara, da revista Prazeres da Mesa, e Jorge Lucki.
 
 
Confira a lista completa!
 
O Top Ten da Expovinis 2015
 
• Espumante Nacional: Aracuri Brut Chardonnay 2013/Aracuri Vinhos Finos (Produtor)
• Tinto Velho Mundo (II): A Sirio Rosso IGT 2007/Azienda Agricola Sangervasio (Produtor)
• Tinto Novo Mundo: Renacer Malbec 2011/Bodega y Viñedos Renacer (Produtor)
• Branco Importado: Casas del Toqui Terroir Selection Sauv. Blanc Gran Reserva 2014/Bodegas de Los Andes Comércio de Vinhos(Importador)
• Rosado: Saint Sidoine Côte de Provence Rosé 2014/Cellier Saint Sidoine (Produtor)
• Fortificados e Doces: Alambre Moscatel de Setúbal 20 Anos José Maria da Fonseca/Decanter (Importador)
• Tinto Velho Mundo (I): Pêra Grave Reserva Tinto 2011/Luxury Drinks Portugal (Importador)
• Espumante Importado: Champagne Georges de la Chapelle Nostalgie/Champagne Georges de la Chapelle (Produtor)
• Branco Nacional: Vigneto Sauvignon Blanc 2014/Vinícola Pericó (Produtor)
• Tinto Nacional: Valmarino Cabernet Franc Ano XVIII 2012/Vinícola Valmarino (Produtor)
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quarta-feira, 22 de abril de 2015

Para celebrar o Malbec World Day abri um típico exemplar mendoncino

O Malbec World Day é celebrado no dia 17 de abril e para comemorar a data abri um Malbec típico do terroir mendoncino: o Septima Malbec 2013.
 
As comemorações da data iniciaram-se em 2011 e deste então os festejos só têm aumentado, inclusive no Brasil. Este ano, por exemplo, inúmeras lojas e importadoras ofereceram promoções de rótulos com a casta, isto sem falar nas ações que ocorreram em algumas capitais do país.
 
O vinho que abri no dia 17 é produzido pela Bodega Septima, a qual faz parte do Grupo Codorníu. Em dezembro de 1999, o Grupo Codorníu materializou seu desejo histórico de estar presente na Argentina, comprando 306 hectares de vinhedos em Luján de Cuyo, província de Mendoza. Em julho de 2000 começa a construir a bodega Septima. Hoje em dia, Septima é uma bodega moderna e com vinhedos plantados aos pés dos Andes, a 1050 m de altura sobre o nível do mar. O nome Septima corresponde a diferentes e curiosos motivos: é a sétima bodega do grupo, é o número da sorte na cultura latina, tem fácil pronúncia e também é o sétimo dia da semana, dia do repouso e do descanso.
 
O Septima Malbec faz parte da gama clássica e tradicional da Bodega Septima, representada por varietais intensos, os quais seguem a filosofia de trabalho que a caracteriza: mínimo tratamento e interferências na vinificação e envelhecimento, com utilização moderada de madeira e respeito pelos aromas primários.
 
Visualmente mostrou cor rubi violácea e lágrimas vermelhas finas e rápidas. No nariz aromas de fruta preta madura, chocolate, baunilha e tostado; o álcool a 14% sobressaiu-se um pouco, mas sem incomodar. Em boca apresentou bom corpo, com taninos firmes mostrando adstringência no início e boa acidez. Final de boca de média intensidade com notas de café e tostado aparecendo no retrogosto.
 
Um típico exemplar malbec de Mendoza, ideal para acompanhar embutidos, queijos duros e um boa e suculenta carne.

O Rótulo

Vinho: Septima
Tipo: Tinto
Castas: Malbec
Safra: 2013
País: Argentina
Região: Mendoza
Produtor: Bodega Septima
Enólogos: Paula Borgo e Mercedes Willink
Graduação: 14%
Onde comprar em Recife: Pão de Açúcar
Preço médio: R$ 43,00 (31,00 na promoção)
Temperatura de serviço: 16°

Champagne resistiu 170 anos debaixo de água

Nas histórias para crianças, muitas vezes há tesouros perdidos no fundo do mar. Neste caso, a realidade imitou a ficção, quando um grupo de mergulhadores encontrou 168 garrafas de champagne nas profundezas do mar Báltico, nos destroços de um barco que afundou em 1840, há 170 anos.
 
A descoberta foi feita em 2010, mas só agora se conhecem os resultados das análises sensoriais e químicas levadas a cabo por uma equipe liderada por Philippe Jeandet, professor de bioquímica alimentar na Universidade de Reims, capital da região francesa de Champagne, a amostras do conteúdo das garrafas encontradas no fundo do mar Báltico.
 
Na escuridão e baixas temperaturas que se fazem sentir a 150 metros de profundidade, a famosa bebida, usufruiu das condições ideais para envelhecer e chegar de meados do século XIX ao século XXI com grande qualidade.
 
Pelo menos, é essa a opinião de Philippe Jeandet, que embora só tenha provado duas gotas do precioso néctar, o classifica como "muito jovem, com bastante frescura e uma nota floral ou frutada". Disse ainda terem ficado impressionados "por constatar que o champagne que testámos, estava perfeitamente conservado, seja do ponto de vista da composição química, seja do aroma".
 
Foi quase um trabalho de detetive para a equipe de investigadores. Como os rótulos desapareceram por ação da água, foram as rolhas a fornecer a informação sobre as marcas encontradas. Uma delas, a Veuve Clicquot Ponsardin, ainda existe, o que permitiu uma comparação de resultados.
 
A conclusão surpreendeu o próprio Jeandet, uma vez que não há assim tantas diferenças entre a forma como foram produzidas as garrafas encontradas no Báltico e o champagne que é consumido atualmente, ou seja, já nessa época se devia "controlar a qualidade do vinho muito bem", indica.
 
As análises químicas revelaram que o champagne atual tem um teor alcoólico mais elevado, mas os níveis de açúcar são inferiores. A explicação pode estar no clima que era mais frio em meados do século XIX e na adição de açúcar no final do processo, habitual nessa época. "O vinho do Báltico que analisámos contém 140 gramas de açúcar por litro, em comparação com os cerca de 6 a 8 gramas, que se usam hoje", contou Jeandet.
 
Os investigadores detectaram também vestígios de metais e madeira no produto antigo, o que se explica pelo modo de produção e pelos recipientes usados. Usava-se o ferro nos recipientes da uva e o vinho envelhecia em carvalho. Por outro lado, as vinhas eram tratadas com sulfato de cobre, enquanto hoje se usam fungicidas orgânicos.
 
Pela localização dos destroços do barco, ao largo da costa da Finlândia, os investigadores acreditam que se destinasse à Rússia czarista. O que se sabe é que, depois de tantos anos juntas, as garrafas acabaram por ter destinos diferentes: algumas foram leiloadas e vendidas por mais de 100 mil euros, cada uma, outras estão em museus e instituições históricas.
 
Afinal, não é uma bebida qualquer que é capaz de surpreender um perito em Champagne, como Jeandet, que descreveu a prova dizendo que "Foi incrível. Nunca tinha provado um vinho assim na vida. O aroma ficou na minha boca por três ou quatro horas depois de prová-lo".

terça-feira, 21 de abril de 2015

Alguns termos para axuliar os iniciantes a escolher seus vinhos

Lá está você em frente a uma prateleira de vinhos no supermercado e o atendente do setor, solícito, aproxima-se oferecendo ajuda. Você tasca logo um "este vinho é suave?" e ele, alguém com certo conhecimento do assunto, possivelmente lhe diz que não, que é um vinho seco. Antes que você coloque sua pior cara de enfado e saia atrás de uma boa, velha e conhecida cerveja, saiba que não é o primeiro nem o último a passar por isso.
 
A linguagem do vinho é estranha? Sim, mas não se trata de caso único. Como qualquer outro ramo, temum jargão específico. Por isso, o vinho (como a informática, a música ou o futebol) criou um vocabulário muitas vezes incompreensível para a maioria das pessoas. Mas nada que não possa ser dominado com um pouco de prática e repertório.
 
"Suave", tecnicamente falando, é um vinho “não-seco". Isto é, um vinho doce que recebeu uma dose de açúcar após a fermentação da uva. É, na maioria das vezes, um vinho de menor qualidade, pois os vinhos doces tiram seu dulçor do açúcar residual da própria uva.
 
A linguagem do vinho tem seus truques e armadilhas. Ao provar um vinho leve, macio, delicado, e não-doce, diga que ele é leve, macio e delicado. Pronto. É algo fácil de avaliar e você não corre o risco de parecer pedante — ou soar como quem diz uma besteira. Só não tenha medo de falar sobre isso.
 
Com algumas dicas e termos muito usados, você não vai se intimidar no próximo papo em torno de uma garrafa.
 
 
1. Varietal
 
É um vinho feito geralmente com apenas uma variedade de uva. Se a legislação local permitir, pode-se adicionar uma pequena percentagem de outra uva. O hábito de nomear a variedade no rótulo surgiu com os produtores do novo mundo, ou seja, fora da Europa. Nos países europeus, a legislação de Denominação de Origem Controlada (a sigla AOC ou DOC que você vê nos rótulos franceses, italianos, etc.) restringe o uso de variedades por região. Mas isto muda para cada país. O exemplo mais famoso seria a Borgonha. Seus brancos são quase todos de chardonnay (há uvas quase abandonadas, como a aligoté) e seus tintos, de pinot noir.
 
2. Região
 
Um dos fatores mais importantes para definir a qualidade de um vinho. As regiões vinícolas europeias são estabelecidas há séculos. Porto, Bordeaux, Rioja e Chianti, por exemplo, têm o nome e a história associados ao vinho. Recentemente, países como Chile e Argentina vêm apostando mais neste diferencial. A Argentina, com suas macro-regiões Salta, Patagônia e Mendoza, especialmente esta última, faz um trabalho interessante neste sentido. Antes detectava-se pelo rótulo que o vinho era de Mendoza, uma região imensa. Hoje, é comum ler que o vinho tem origem em Tupungato, Vale de Uco, Lujan de Cuyo ou Maipú, entre outras. O Chile não fica atrás e declara onde nascem seus vinhos. Limari, Aconcagua, Casablanca, Leyda ou Maipo são cada vez mais mencionados entre os amantes do vinho chileno.
 
3. Terroir
 
É a combinação única dos fatores climáticos, geológicos e culturais que aparecem no vinho. Aquele rótulo que vem de um local frio, chuvoso, onde se cultivam vinhedos por mais de mil anos, será bem diferente de outro que veio de um deserto ensolarado, onde as vinhas começaram a ser plantadas no começo do século XX. Ao provar um pinot noir chileno e outro da Borgonha, feitos com a mesma variedade de uva, você notará uma diferença clara. Uma corrente importante nega a relevância do terroir nos vinhos fora da Europa. Cada vez mais, contudo, os bons produtores provam a força de seu terroir, seja no Chile, Argentina, Uruguai ou Austrália.
 
4. Madeira
 
Apesar de outros tipos de barrica serem usadas na fabricação do vinho, a enorme maioria delas é feita de carvalho. Sua origem pode ser basicamente francesa, americana ou do leste europeu. Cada uma destas origens dá características específicas ao vinho. E o enólogo é quem decide qual usar, em qual proporção e por quanto tempo. Ele pode utilizar uma percentagem de barricas de carvalho francês e guardar uma pequena parte do vinho em barricas de carvalho americano. Diz a lenda que o americano aporta mais aromas de baunilha, por exemplo. Quanto mais velho e rodado o barril, menos ele interfere no aroma e no sabor. Sua função é apenas oxigenar por meio dos poros da madeira. Mas não só isso. Cada barril recebe uma tostagem em seu interior antes de ser usado. O grau da tosta também interfere no resultado final, e muito. Basta procurar aromas de café, chocolate e caramelo no vinho tinto ou de creme de leite, manteiga e baunilha, nos brancos. Se os encontrar, grande serão as chances de o vinho ter passado algum tempo por madeira.
 
 
Tipos básicos de vinho
 
5. Tranquilo
 
Quando as pessoas pensam em vinho, quase sempre têm em mente o vinho tranquilo, isto é, aquele que não é nem espumante, nem doce. Ele pode ser branco, rosé ou tinto. Geralmente, trata-se do vinho que bebemos com a refeição.
 
6. Vinho de Sobremesa
 
Um vinho de sobremesa deve ser doce o suficiente para não parecer aguado ao lado de uma sobremesa. Há três maneiras básicas de produzir vinhos de sobremesa. Todas elas consistem em deixar parte do açúcar da uva (que viraria álcool durante a fermentação) permanecer na garrafa.
 
Na colheita tardia, a uva colhida muito madura, quase passa e murcha, tem menos água e uma maior concentração de açúcar natural. Em seu processo de fermentação, as leveduras não conseguem finalizar a transformação do açúcar, tamanha a quantidade, em álcool. E, como a fermentação não se completa, o resultado é um vinho doce, também denominado Late Harvest.
 
Botritizado é o vinho atacado por um fungo benigno que, ao atingir a casca da uva, faz uns furinhos. Nesse processo, há evaporação e um efeito parecido com o explicado no item anterior. São alguns dos mais valorizados vinhos de sobremesa do mundo. Mas é também o acompanhante mais cotado do foie gras.
 
Outra maneira comum de manter o açúcar da uva no líquido é interromper a fermentação com a adição de álcool (normalmente um álcool de uva), matando assim as leveduras. É o vinho fortificado. O exemplo mais famoso é o vinho do Porto. Em geral, tem um grau alcoólico maior. É uma grande companhia para queijos em geral.
 
7. Espumante
 
São os vinhos com "bolinhas" ou "borbulhas", como se diz em Portugal. O vinho espumante é gaseificado naturalmente. Quase todas as regiões vinícolas produzem espumantes. A mais famosa delas é a de Champagne, na França, por isso ocorre de as pessoas intitularem champagne qualquer espumante. Não cometa este erro. Até porque, entre os espumantes mais interessantes do mundo, estão as Cavas da Espanha, os Franciacorta italianos e, vale destacar, os ótimos espumantes brasileiros.
 
Os espumantes podem ter seis classificações conforme o teor de açúcar: Doux (doce), Demi-Sec (meio-seco), Sec (seco), Extra-Sec (extra-seco), Brut (bruto), Extra-Brut (extra-bruto) e o "Nature" (Pas Dose).
 
Não se engane quem leu o começo do artigo. Este Sec é doce, sim. Se você quer provar um espumante que não seja doce, tente Brut, Extra-Brut ou "Nature". Eu avisei que a linguagem do vinho tinhas uns truques e armadilhas...
 
Fonte: GQ Brasil

sábado, 18 de abril de 2015

Venda de espumantes cresce 15% em janeiro e fevereiro

Cada vez mais é frequente a associação de verão, praia, piscina e descontração, próprias da estação que recém terminou, com as borbulhas dos espumantes brasileiros. É o que mostram os números de comercialização do produto nos meses de janeiro e fevereiro deste ano. Na esteira da campanha promocional lançada pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), e de ações das próprias empresas, foram comercializados 1,2 milhão de litros da bebida, o que significa um aumento de 15,2% em relação aos primeiros dois meses de 2014. O destaque é para os moscatéis, com aumento de 31% e a venda de mais de 310 mil litros. Na comparação com a média dos últimos cinco anos (2010 a 2014), o índice de crescimento é ainda mais significativo: 35,7% para os espumantes de forma geral e mais de 50% na venda de moscatéis.
 
Para o gerente de Promoção do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Diego Bertolini, o resultado mostra a tendência de expansão das vendas dos vinhos espumantes para além das festas de final de ano. Bertolini destaca o aumento da comercialização de moscatéis como uma amostra de que novos consumidores estão sendo atingidos com as campanhas promocionais desenvolvidas pelo Ibravin e reforçadas pelas empresas com outras ações de marketing como venda em taças, distribuição de ice bags(sacola térmica que possibilita consumo na praia ou piscina) entre outras. "Enxergamos os moscatéis como a porta de entrada para o mundo do vinho. Por isso, o foco em rádios com perfil jovem e outras iniciativas em parceria com as empresas surtiram efeito", acredita.
 
O presidente do Sindicato da Indústria do Vinho, do Mosto de Uva, dos Vinagres e Bebidas Derivados da Uva e do Vinho (Sindivinho/RS), Gilberto Pedrucci, elenca três aspectos que considera decisivos para os bons resultados alcançados pelo setor na venda de espumantes. O empresário destaca o custo benefício da bebida em relação aos produtos importados, a quebra da sazonalidade no consumo e o reconhecimento de publicações como o Guia Descorchados 2015. "O fato das pessoas estarem consumindo o produto em diferentes períodos do ano e o reforço na imagem dos espumantes brasileiros com avaliações excelentes em publicações e concursos internacionais contribuem para consolidar essa posição do Brasil e a competitividade dos produtos", avalia.
 
O diretor de vendas Cléber Slaifer concorda com a avaliação do presidente do Sindivinho de que está ocorrendo uma diluição do consumo do produto mais uniformemente durante o ano.Slaifer afirma que tanto a empresa como as demais vinícolas que trabalham de forma mais direcionada com espumantes estão colhendo os frutos de um trabalho iniciado há alguns anos. Para ele, é necessário dar continuidade com ações mais pontuais, em outras regiões do país. "Precisamos associar o ganho de imagem enorme que estamos tendo com o espumante com a parte comercial. Fazer com que as campanhas cheguem na ponta,que é o consumidor", propõe.
 
Daniel Panizzi, gerente comercial de uma vinícola de pequeno porte, afirma que, apesar de ainda existir uma concentração maior de vendas nos meses de novembro e dezembro, nos últimos anos tem crescido o faturamento da empresa também nos meses seguintes. "Mesmo com uma certa retração que estamos observando no mercado, o mês de fevereiro foi excelente em vendas", informa. Localizada no município de Pinto Bandeira, a vinícola também trabalha com enoturismo e, segundo o gerente, o fluxo tem se mantido estável.
 
Franco Perini enfatiza que a campanha "Espumantes do Brasil. Esse é o clima do verão” teve relação direta com os resultados de vendas da empresa em que ocupa o cargo de diretor comercial. Segundo ele, a decisão de focar num novo perfil de consumidor surtiu o efeito desejado, e a iniciativa deve se repetir em outras ações. "Foi uma campanha assertiva, que tem gerado ótimos resultados e que pode servir de exemplo de promoção de vinhos com o público jovem e que ainda não está no mundo do vinho", propõe. Perini também sugere que sejam feitas campanhas voltadas ao consumidor final, em situações de consumo diversificadas.
 
Fonte: IBRAVIN

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Nosotros: a obra prima de Susana Balbo

Degustei toda linha Nosostros da Domínio del Plata durante evento promovido pela Importadora Cantu no Restaurante La Cuisine Bistrô e nas linhas deste post irei falar sobre o Nosotros, um vinho premium que reflete toda a excelência da casta Malbec.
 
O vinho é especial e fruto de um trabalho primoroso de Susana Balbo e toda sua equipe. O Nosotros é um blend nascido de várias rodadas de degustação de vinhos provenientes dos terroirs de Agrelo, Anchoris, Altamira e Los Aboles.
 
Após concluída a seleção dos vinhos o produto final amadureceu por 18 meses em barricas de carvalho francês criteriosamente selecionadas nos melhores lotes por Susana Balbo e posterior afinamento em garrafa por mais 2-3 anos em temperatura controlada entre 13° e 15°.
 
Visualmente o vinho mostrou, apesar dos 6 anos de vida, uma cor rubi violácea denotando jovialidade, lágrimas abundantes finas e rápidas. No nariz um vinho de grande complexidade aromática, no qual pude perceber aromas de cereja, cassis, ameixa, violeta, pimenta, chocolate, café, baunilha e tostado. Em boca apresentou-se exuberante: potente, encorpado, mas sedoso; seus taninos simplesmente magníficos, aveludados e adocicados. Os sabores repetiram-se de forma fiel, com grande integração entre madeira e fruta. Final de boca persistente e inesquecível.
 
Vinho memorável e que vai ficar guardado nas minhas memórias. E, antes que eu esqueça, o belo desenho que estampa o rótulo foi desenhado a mão pela própria Susana Balbo.
 
Para harmonizar uma bela carne vermelha, mas me perdoem esse aí eu beberia gole a gole, apreciando cada gota do vinho sem nenhum acompanhamento.
 
Deste primoroso exemplar da casta malbec foram produzidos apenas 12.000 garrafas e segundo a própria Susana Balbo um vinho com estimativa de guarda de 30 anos, que podem se tornar 50 anos se a cada 10 anos forem trocadas suas rolhas.
 

O Rótulo
 
Vinho: Nosotros
Tipo: Tinto
Castas: Malbec
Safra: 2009
País: Argentina
Região: Agrelo e Anchoris - Luján de Cuyo; Altamira - Valle de Uco; e Los Aboles - Tunuyán
Produtor: Dominio del Plata
Enólogo: Susana Balbo
Graduação: 14,5%
Onde comprar em Recife: Cantu
Preço médio: R$ 577,00
Temperatura de serviço: 16°

Vinhos brancos que passam por madeira ficam sem tanino?

Eles têm tanino, sim, mas é um tipo diferente. Há a aspereza, mas tanino de madeira é mais leve e ligeiro.



Fonte: CBN

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Viñedo de Los Vientos Tannat 2012

O Uruguai não é um produtor de vinhos aclamado, pura injustiça, pois produz excelentes vinhos, como é o caso do carnudo Viñedo de Los Vientos Tannat, um exemplar que expressa todo potencial da casta ícone do país.
 
A história da Viñedo de Los Vientes remota para o anos de 1920 com a chegada, proveniente de Alexandria, de Angelo Fallabrino juntamente com sua família. O empreendimento segue com Alejandro, filho do patriarca que destacou-se como uma das pessoas mais inovadoras da indústria vinícola do Uruguai nos anos 70 e 80. Com a morte de Angelo e Alejandro assume o comando da vinícola um dos três filhos de Alejandro: Pablo Fallabrino.
 
Viñedo de los Vientos, por sua localização próxima ao litoral, é acariciado permanentemente pelas brisas marinhas provenientes do Estuário do Rio de la Plata. A amplitude térmica entre o dia e a noite nesta região é outro fator que influi amplamente no desenvolvimento e crescimento da fruta, tendo dias de até 42ºC e noites com somente 15ºC.
 
A colheita das uvas é realizada a mão, em recipientes plásticos de uns 15 kg cada um, estes são levados à esteira transportadora, onde é realizada a seleção dos grãos. Desde lá se dirigem à prensa e passam diretamente a cubas de aço inoxidável para o começo da elaboração.
 
Visualmente o vinho mostrou cor rubi escura intensa e brilhante, com tingimento das paredes da taça provocado pelas suas lágrimas. No nariz aromas de fruta negra madura, pimenta do reino, chocolate amargo e notas de tostado bem integradas ao conjunto. Em boca volumoso, com taninos firmes, carnudos e bem acompanhados pele excelentes acidez. Final de boca seco e longo, com a fruta e o tostado aparecendo no retrogosto.
 
Levei esse vinho para casa dos amigos Juberlan e Rejane e harmonizamos com uma picanha na brasa.


O Rótulo
 
Vinho: Viñedo de Los Vientos
Tipo: Tinto
Castas: Tannat
Safra: 2013
País: Uruguai
Região: Atlántida
Produtor: Viñedo de Los Vientos
Graduação: 13,5%
Onde comprar: WINE
Preço médio: R$ 60,00 (R$ 34,00 na promoção)
Temperatura de serviço: 16°
Pontuações: 92 Pts DS

Custos de importação elevam preços de vinhos em até 150%, é pouco ou quer mais?

A carga tributária sobre os vinhos importados no Brasil está estimada em 82,25%, fora os impostos indiretos que incidem sobre salários e o selo fiscal. A informação é do advogado tributarista Carlos André Ribas de Melo, sócio de Milman e Barros Advogados.
 
Em entrevista exclusiva, o advogado, que também é membro do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda, explica que custos como os de frete internacional, armazém alfandegário, desembaraço aduaneiro, rotulagem, selo fiscal, análises químicas e frete interno, entre outros gastos, podem majorar em até 150% os vinhos importados. Nesta entrevista, ele detalha o custo Brasil na importação de vinhos e analisa alternativas que poderiam reduzir o preço dos produtos importados nas prateleiras nacionais.
 
 
Marcelo Copello – Você pode nos explicar, passo a passo, como funciona o imposto sobre o vinho no Brasil? Quais os impostos e o percentual de cada um? No preço final de um vinho, quanto é imposto?
 
Carlos André – A tributação sobre o vinho, quando falamos de países não integrantes do Mercosul, é de 27% de Imposto de Importação, 7,60% de Cofins, ICMS médio de 26%, PIS de 1,65%, além de IPI, que é calculado com valor fixo por unidade, de acordo com a capacidade de líquido no recipiente e tipo de vinho alvo da importação, estimando-se em média que esse custo de IPI represente em média mais 20% do total. Temos assim uma carga tributária direta estimada de 82,25%, sem falar nos tributos indiretos que incidem sobre salários, prestadores de serviços, etc. Ainda há o selo fiscal, instituído em 2010, que é exigido em cada garrafa e que muitos importadores discutem em juízo.
 
MC – No Brasil o vinho paga mais imposto que a cerveja e outras bebidas? Por quê?
 
CA – Na verdade, o custo de importação da cerveja estrangeira é tão alto quanto o do vinho. E a tributação da cerveja nacional se assemelha à do vinho nacional, sendo por volta de 60%. A questão é que a política fiscal sobre as bebidas alcoólicas considera diversos fatores, como a graduação de álcool, por exemplo. Como apreciador de vinho, e por tudo que tem sido divulgado até hoje pela ciência, penso que os já comprovados efeitos benéficos do consumo moderado de vinho à saúde deveriam ser considerados nesta política fiscal.
 
MC – Além dos impostos, a burocracia para importar vinhos no Brasil é grande, o que acaba virando custo. Quais são os principais entraves burocráticos que oneram a importação?
 
CA – A importação toda tem uma complexidade grande. Os custos de frete internacional, armazém alfandegário, desembaraço aduaneiro, rotulagem na padronagem rigorosa do país, selo fiscal na garrafa, análises químicas (sempre demoradas) do Ministério da Agricultura e frete interno nas grandes distâncias do país, entre outros, podem elevar o custo total da importação para até 150%, dependendo do volume e da quantidade de carga que se está importando. Uma questão bastante sem sentido é exigir, na importação, que aquele vinho que já vem com certificado de análise química do país de origem, o que é obrigatório para ingresso no Brasil, por exigência de nossa legislação, seja novamente objeto de análise pelo Ministério da Agricultura brasileiro. De cada lote retira-se um litro de líquido (na prática, duas garrafas de 750 ml). Isso explica por que vinhos raros não são importados no Brasil, pois como de um vinho de milhares de reais vai se entregar, para análise, duas garrafas ao governo?
 
MC – Existem caminhos alternativos, dentro da lei, para evitar impostos ou burocracias? E qual seria a melhor maneira de conviver com a grande diferença entre tarifações nos estados?
 
CA – O que ocorre é que as empresas importadoras acabam tendo que se tornar experts em planejamento tributário, o que não significa recorrer a caminhos alternativos, mas sim, de acordo com o imenso arcabouço legislativo-tributário que disciplina esta atividade, fornecer ao empreendedor ferramentas que possam lhe auxiliar em, por exemplo, decidir por onde importar, por qual estado da federação ou estado trará seus produtos, fazendo essa análise de acordo com sua política de comercialização e com sua área de atuação, para verificar como serão onerado suas atividades. Isto porque o ICMS, imposto estadual, onera muito o custo do vinho e varia de estado para estado, havendo alguns com alíquotas reduzidas na importação e outros não, sem esquecer que essa alíquota reduzida inicial pode ser uma armadilha, pois na comercialização para outro estado aplica-se a chamada “substituição tributária”, gerando um recolhimento de ICMS adicional que pode chegar a 20% ou mais.
 
 
MC – Quais as dicas para quem quer começar a importar vinhos?
 
CA – Sei que isto, para qualquer empreendedor, é um clichê, mas a dica para quem quer começar a importar vinhos é: coragem, perseverança e sorte! Digo isto porque, geralmente, o novo importador é movido pela coragem de investir em um vinho que ainda não existe em nosso país e que, pelo menos neste meio, deve necessariamente tratar de algo que o importador conheça profundamente e, sobretudo, goste, a ponto de arriscar seu tempo e dinheiro em uma empreitada desta natureza. Já a perseverança diz respeito a enfrentar o que se convencionou chamar de “custo Brasil”, isto é, toda a burocracia a que qualquer empreendedor está sujeito ao abrir uma empresa em nosso país. E mais: o importador ainda enfrenta desafios adicionais, relacionados aos trâmites aduaneiros. Por, infelizmente ainda temos que creditar isto à sorte, o importador também tem riscos adicionais. Mesmo que alguns possam ser mitigados com uma boa negociação junto ao produtor, como variação cambial, outros são absolutamente imprevisíveis e, contratualmente, incapazes de proteção, como uma abrupta variação da alíquota do Imposto de Importação enquanto, em tese, por exemplo, os vinhos estão sendo transportados por via marítima. Como este imposto incide no momento do desembaraço aduaneiro do produto no país, é certo que isso por vezes tem grande impacto no posicionamento de preço no mercado, alterando seu preço de venda ou fazendo com que o importador tenha que eventualmente suportar as perdas decorrentes, sem poder repassar ao preço final.
 
MC – Hong Kong tinha impostos altos para importação de vinhos. Lá, foi feito um trabalho de redução progressiva até chegar a zero. Por conta disso, hoje este é um dos mercados de vinho mais dinâmicos do mundo, gerando uma série de negócios paralelos, como publicações, eventos, feiras, além de um comércio intenso, que aquece a economia. Este modelo, de alguma forma, poderia nos servir como exemplo?
 
CA – Sincera e humildemente falando, Hong Kong não pode servir ainda, pelo menos para nós, como referência neste e em qualquer outro tipo de assunto que envolva comércio. Lá, o valor das importações e exportações supera seu PIB, e é um Estado praticamente livre de tributos, o que me autoriza afirmar que este não é um exemplo para o Brasil, pelo menos por enquanto. Não creio que modelos de outros países venham a ser, em um futuro próximo, considerados pelos nossos poderes Executivo e Legislativo, já que o déficit público atinge níveis cada vez mais alarmantes e, no final das contas, quem suporta toda esta gastança somos nós, os contribuintes.
 
MC – Por que, ao contrário de diversos outros países, no Brasil vinho não é reconhecido como alimento? Caso venha a ser, o que mudaria com isso?
 
CA – Há um projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados, de autoria do deputado Edinho Bez, do PMDB de Santa Catarina, que propõe que o vinho seja considerado alimento, por suas propriedades organolépticas e benefícios à saúde trazidos por conta dos polifenóis, sendo relevante destacar o resveratrol. Desde que, é claro, seja consumido moderadamente, o que todo amante de vinho certamente faz. Mas é importante mencionar que, em termos práticos, se fosse aprovado este projeto, o ICMS diminuiria para, em média, 7%, comparado aos 26% antes apontados. E as alíquotas de PIS e Cofins também se reduziriam a menos da metade das atuais. Isso poderia, dado o efeito cascata, até chegar ao consumidor e gerar até uns 40% de redução no preço final de comercialização do vinho na gôndola.
 
Por Marcelo Copello
Fonte: Veja Rio
Entrevista publicada originalmente na revista BACO

terça-feira, 14 de abril de 2015

Um Malbec para você abrir no Malbec World Day

Você gosta de vinhos produzidos com a uva Malbec? Então não pode deixar de abrir um bom Malbec para comemorar o Malbec World Day. Durante evento em Recife com a Enóloga argentina Susana Balbo provei vários Malbec e hoje irei falar de um que é uma excelente opção para você abrir para brindar a uva: o BenMarco Malbec 2013.
 
O Malbec World Day acontece no próximo dia 17. A data comemora o dia mundial da Malbec e o evento é organizado pela Wines of Argentina - WofA e conta com ações em vários lugares no mundo inteiro. Para saber mais sobre a data clique aqui.
 
A linha de vinhos BenMarco tem vinhos que priorizam os aromas primários da uva no vinhedo e o frescor da fruta. São vinhos de alta concentração, expressivos e um verdadeiro tributo de Susana Balbo ao estilo de vinho tradicional argentino.
 
O BenMarco Malbec é produzido com uvas provenientes de três diferentes terroirs: Agrelo - Luján de Cuyo; Altamira - Valle de Uco e El Dique - Rivaldavia, que juntos atribuem ao vinho caráter opulento, mineral e autero e elegante.
 
Visualmente mostrou cor púrpura com lágrimas abundantes, rápidas e que tingiram as paredes da taça. No nariz vinho aromas de fruta negra madura, violetas, pimenta, café e aromas provenientes da passagem do vinho por barricas de carvalho francês e amercicano (baunilha e coco). Em boca um vinho carnudo (com repetição da fruta madura), estruturado, com taninos potentes, porém redondos em em perfeita harmonia com acidez e álcool. Final de boca longo com o café e notas de tostado aparecendo no retrogosto.
 
O vinho foi harmonizado com risoto de cordeiro, o que proporcionou o apareccimento de novos sabores ao vinho, como alfazema, nozes e toques metálicos.
 
O Rótulo
 
Vinho: BenMarco
Tipo: Tinto
Castas: Malbec
Safra: 2013
País: Argentina
Região: Agrelo, Luján de Cuyo; Altamira, Valle de Uco e El Dique, Rivaldavia
Produtor: Dominio del Plata
Enólogo: Susana Balbo
Graduação: 14,1%
Onde comprar em Recife: Cantu
Preço médio: R$ 81,00
                                                                                               Temperatura de serviço: 16°