quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Mundo caminha para escassez de vinhos

Um estudo conduzido pelo departamento de pesquisa do banco Morgan Stanley diz que o mundo está enfrentando uma escassez de vinhos, explicada pelo aumento da demanda e queda na produção global.
 
Segundo a pesquisa, 300 milhões de caixas de vinho deveriam ter sido produzidas a mais no ano passado para atender a demanda global. O estudo diz que este é o maior deficit registrado nos 40 anos em que são feitas as medições.
 
Para os autores do estudo, Tom Kierath e Crystal Wang, a queda na produção é motivada principalmente pelas condições climáticas desfavoráveis na Europa e pela prática do "arrachage", como é chamada em francês uma prática que consiste em destruir parte das vinícolas para evitar a superprodução e o achatamento de preços.
 
A produção de vinhos na Europa caiu cerca de 10% no ano passado e 25% desde o pico de 2004. Ao mesmo tempo, a produção de vinho no chamado "novo mundo" do setor - Estados Unidos, Austrália, Argentina, Chile, África do Sul e Nova Zelândia - vem crescendo continuadamente.
 
"Com o cenário de aperto na Europa, os maiores exportadores do novo mundo devem se beneficiar com a demanda crescente dos mercados de exportação", afirmam os pesquisadores.
 
PREÇOS ALTOS
 
No ano passado, a produção de vinho também tinha caído a seu menor nível em mais de quatro décadas. A produção global da bebida vem declinando desde que atingiu um pico em 2004, quando a oferta superou a demanda em 600 milhões de caixas.
 
Ao mesmo tempo, o consumo vem aumentando desde 1996. Atualmente, são consumidas 3 bilhões de caixas de vinho por ano, produzidas por mais de um milhão de produtores em todo o mundo.
 
Os autores preveem que o atual cenário resultará em um aumento significativo da demanda de exportação e aumento dos preços. Ainda segundo o estudo, os franceses se mantêm no topo da lista dos maiores consumidores de vinho (12% da produção total), com uma pequena margem de diferença em relação aos americanos (também de 12%).
 
O estudo ainda diz que os Estados Unidos, juntamente com a China - quinto maior mercado de vinhos do mundo - são vistos como os países que mais impulsionam o consumo da bebida globalmente.
 
Fonte: BBC Brasil

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Vinho para gatos? Não sei mais o que faltam inventar...

Já vi que a falta de ter o que fazer é algo que alguns seres humanos não gostam, pelo menos não os japoneses. Eu que não gosto de gatos prefiro ficar com os R$ 9,00 para fazer melhor uso deles. Quer entender melhor o que estou falando? Então não deixe de ler até o final.
 
No Japão, a companhia B&H Lifes, do seguimento de alimentos para animais, criou o vinho para gatos. A bebida não alcoólica consiste em suco de uvas cabernet, vitamina C e erva de gato.
 
De acordo com os criadores, o vinho foi desenvolvido para os momentos de comemoração entre os felinos e seus donos. As garrafas de 180ml custam em torno de R$ 9 cada e possuem um ano de validade.
 
Nyan Nyan Nouveau ("nyan" em janonês significa "miau) é o nome da invenção e sua produção é limitada, apenas 1000 garrafas foram feitas.

Fonte: The Drinks Business

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Falsificação de vinhos Domaine de la Romanée-Conti

Na semana passada, uma ação da rede policial europeia, Europol, realizada em vários países investigou uma suspeita de falsificação dos vinhos do Domaine de la Romanée-Conti. Durante a busca, mais de 20 instalações, entre casas e armazéns de vinhos, foram vasculhadas pela polícia. A ação foi coordenada pela Europol juntamente com o orgão investigativo Eurojust, motivadas por uma denúncia feita pela própria Domaine de la Romanée-Conti no final do ano passado.
 
De acordo com o promotor de Dijon, na França, sete prisões foram feitas. Segundo ele, os principais acusados seriam dois homens, pai e filho, que trabalhavam no setor de vinho na Itália. Eles foram presos. Estima-se que 400 garrafas de Domaine de la Romanée-Conti foram falsificadas por uma rede criminosa e vendidas por cerca de R$ 6 milhões. Porém, o promotor de Dijon fez uma advertência: “Nesta fase do inquérito, não é possível dizer com precisão quantas garrafas foram lançadas no mercado”.
 
Testes foram realizados para averiguar a suspeita de falsificação dos vinhos colocados à venda no mercado francês. Resultados mostraram que as garrafas tinham origem mista e de muita má qualidade. “As primeiras operações com vinhos falsificados ocorreram na Itália e levadas para Rússia, Hong Kong, Belize e Suíça. As falsificações foram identificadas através de empresas e contas bancárias”, disseram a Europol e Eurojust em uma declaração conjunta. A investigação ainda está em curso.
 
Fonte: Revista Adega

sábado, 26 de outubro de 2013

Vinhas mais antigas da França não produzem grandes vinhos

Jean-Pascal Pedebernade e suas vinhas antigas
Vinhas velhas são uma febre no mundo do vinho. Não à toa, pois geralmente vinhas mais antigas costumam estar mais adaptadas ao local e produzem uvas de melhor qualidade. Porém, não é isso que diz o proprietário de algumas das vinhas mais antigas da França, classificadas como monumentos históricos.
 
Segundo Jean-Pascal Pedebernade seus 2 mil metros quadrados de vinhas que datam de 1830 não são capazes de produzir grandes vinhos. “Essas vinhas de outros tempos são preservadas como eram originalmente. Mas essa parcela não resulta em grandes vinhos, não é uma parcela de alta qualidade”, aponta, dizendo que seu avô beberia esse vinho como um vinho simples, para matar a sede.
 
Tanto é que Pedebernade não faz um rótulo “single vineyard” (vinho de vinhedo único) dessa parcela onde estão plantadas 21 variedades distintas. Em vez disso, ele vende as uvas para uma cooperativa local, que o mistura para fazer um rosé ou um tinto sob a denominação Saint-Mont.
 
Esses vinhedos são de antes da filoxera (praga que devastou os vinhedos do mundo em meados do século XIX), ficam na vila de Sarragachies e não são enxertados. Foram necessárias 10 pessoas para colher as 1,3 tonelada de uvas da parcela na semana passada.

Winebar intenso

No último dia 22 participamos de mais uma edição do winebar, uma degustação virtual de vinhos, comandada pelo Daniel Perches e Alexandre Frias.
 
Por aqui convidei Fernanda e os amigos Juberlan e Rejane, mas chegamos atrasados, pois não me dei conta do horário de verão, uma pena, pois a troca com os blogueiros e demais participantes é sempre muito positiva.
 
Foram degustados três rótulos da linha Intenso da gigante brasileira Salton: sendo dois tintos, caracterizados como premium e um espumante, enquadrado como fino superior.
 
A empresa foi formalmente constituída em 1910, quando os irmãos Paulo, Ângelo, João, José, Cézar, Luiz e Antônio deram cunho empresarial aos negócios do pai, o imigrante Antonio Domenico Salton, que vinificava informalmente, como a maioria dos imigrantes italiano. Os irmãos passaram a se dedicar à cultura de uvas e à elaboração de vinhos, espumantes e vermutes, com a denominação "Paulo Salton & Irmãos", no centro de Bento Gonçalves.
 
Um século depois, a Salton é reconhecida como uma das principais vinícolas do país. Na extensa lista de conquistas destes maios de 100 anos de história comemora o fato de ser familiar e 100% brasileira.
 
Vamos aos vinhos!
 
Salton Intenso Malvasia Natural Brut
 
Elaborado com a casta Malvasia, originária da Grécia e comumente utilizada na produção de vinhos licorosos. Particularmente encontrada nas regiões italianas de Piemonte, Silícia e Puglia.
 
Visualmente mostrou uma cor amarelo palha bem clara, boa formação de espuma e perlage de boa intensidade e duração. No nariz, muito delicado com notas de flores e frutas brancas. Em boca repetiu a fruta e mostrou frescor e boa acidez. Final de boca seco com leve amargor.
 
Harmonizamos com queijo gorgonzola e torradas com pasta de tomate seco e peito de peru.
 
 
O Rótulo

Vinho: Salton Intenso Natural Brut
Tipo: Espumante
Castas: Malvasia
Safra: Não safrado
País: Brasil
Região: Serra Gaúcha
Produtor: Salton
Graduação: 12%
Onde comprar: Salton
Preço médio: R$ 28,00 (Enviado para degustação pela Salton)
Temperatura de serviço: 6º - 8º
 
 

Salton Intenso Teroldego - Marselan 2011
 
Um tinto diferente elaborado com a teroldego, proveniente da Itália e com a Marselan, proveniente da França. É produzido exclusivamente para o mercado externo e no Brasil só é possível adquirí-lo através da loja virtual da Salton.
 
Vinho de cor rubi violácea, como boa formação de lágrimas. Bouquet com a fruta vermelha em evidência e notas sutis de chocolate e café. No paladar repetiu a fruta e mostrou taninos macios e boa acidez. Final de boca com notas adocicadas e média persistência.
 
Harmonizamos como carne de sol e queijos parmesão e gouda Rembrandt.
 

O Rótulo
 
Vinho: Salton Intenso Teroldego-Marselan
Tipo: Tinto
Castas: Teroldego e Marselan
Safra: 2011
País: Brasil
Região: Serra Gaúcha e Campanha
Produtor: Salton
Graduação: 12,8%
Onde comprar: Salton
Preço médio: R$ 28,00 (Enviado para degustação pela Salton)
Temperatura de serviço: 16º - 18º
 
 
Salton Intenso Merlot - Tannat 2011
 
Pra mim o melhor da noite foi este corte de duas castas bem conhecidas: merlot e tannat. O vinho amadureceu por 6 meses em barricas de carvalho francês e de carvalho americano.
 
Visualmente o vinho apresentou cor  rubi escura e intensa, com halo púrpura e lágrimas grossas e lentas, daquelas que sujam a parede da taça. No nariz presença de fruta escuras, frutos secos, chocolate amargo e suaves notas de tostado. Em boca taninos presentes e elegantes, boa acidez e bom equilíbrio com o álcool. Final de boa de boa intensidade com a fruta, o chocolate e o tostado aparecendo no retrogosto.
 
Vinho de excelente custo versus benefício e com grande potencial gastronômico. Repetimos a mesmo harmonização do corte Teroldego-Marselan.
 

O Rótulo

Vinho: Salton Intenso Merlot-Tannat
Tipo: Tinto
Castas: Merlot (50%) e Tannat (50%)
Safra: 2011
País: Brasil
Região: Serra Gaúcha e Campanha
Produtor: Salton
Graduação: 13,5%
Onde comprar: Salton
Preço médio: R$ 28,00 (Enviado para degustação pela Salton)
Temperatura de serviço: 16º - 18º
 
Agradeço ao Alexandre Frias e ao Daniel Perches por mais um convite e a Salton pelo envio dos vinhos. Belo winebar com bons rótulos nacionais, com preços muito acessíveis. 

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

WINEBAR com champagne Maxime Blin

 
Nesta próxima sexta-feira, dia 25/10, às 20h (19h em Recife e demais cidades fora do horário de verão), você irá conhecer um dos grandes champagnes presentes no Brasil, Maxime Blin. Produzidos pelo jovem enólogo Maxime Blin, ele estará conosco neste próximo WINEBAR, falando um pouco da região, seus projetos e provando um de seus grandes champagnes, o Champagne Maxime Blin Brut Rosé.
 
Não deixe de acompanhar o WINEBAR ao vivo e de conferir as nossas impressões por aqui.

Wine Run Vale do São Francisco

Pela primeira vez, Vale São Francisco sedia edição da meia-maratona da Wine Run
 
 
Depois de duas edições na Serra Gaúcha, a Wine Run aposta em um novo cenário que promove o enoturismo brasileiro, o Vale São Francisco. A meia-maratona entre vinhedos será realizada entre os dias 15 e 17 de novembro, no município de Casa Nova, Bahia, especificamente nas fazendas Grand Valle e Ouro Verde.
 
A meia-maratona é composta por três categorias, individual, dupla ou trio e possibilita a participação de pessoas de todas as idades (acima de 18 anos). As corridas realizadas em dupla são divididas em trechos de 15,7 km e 5,3 km ,e as corridas em trio ficam entre 9,6 km, 6,2 km e 5,2 km.
 
A organização da maratona disponibiliza aos participantes um kit de atleta, medalha de participação, buffet da arena de chegada, guarda volumes, translado de ônibus, cronometragem com chip, simpósio técnico e palestras temáticas. Abaixo a programação completa:
 
Programação do evento
 
15 de Novembro, Hotel Oficial - Quality Petrolina
 
- 15 às 22 horas - Entrega de Kit
- 17h30 - Simpósio Técnico
- 18 horas - Palestra, Suco de Uva - "Efeitos benéficos do Suco de Uva para desportistas"
- 19 horas - Palestra, Vinho - "Degustação de vinho, introdução e conhecimento"
- 20 às 23 horas - Jantar de massas - Quality Petrolina
16 de Novembro
 
- Traslado de ônibus (para atletas) - Locais de embarque: Quality Petrolina (PE) e Grande Hotel Juazeiro (BA)
- 06h15 - destino Largada, horário único de saída dos pontos de embarque
- 07 horas - destino Posto de Revezamento 1 e Posto de Revezamento 2 - horário único de saída
A organização não se responsabiliza pelo deslocamento dos atletas que não estiveram nos pontos de embarque no horário estabelecido
- Largada: 8 horas na Fazenda Grand Valle (Fazenda Fortaleza) município de Casa Nova, Bahia
- Chegada: Fazenda Ouro Verde (Vinicola Miolo) município de Casa Nova, BA
- 10 às 13 horas - Festa do Espumante na Arena de Chegada, na Fazenda Ouro Verde (Vinicola Miolo)
- Luau no Rio São Francisco
- 17 horas - Por do Sol e Lual no Rio São Francisco passeio a bordo de catamarã (voz, violão e espumante), com limite de 50 pessoas
- Forró Borbulhante
21 às 23 horas, Happy Hour - Armazém Café, Juazeiro, aberto ao público

sábado, 19 de outubro de 2013

Barton & Guestier Passeport Côtes-du-Rhône 2011

Já degustei vários rótulos deste tradicional produtor francês, mas este, que é produzido na região do Rhône, foi sem sombra de dúvida, um dos melhores, senão o melhor desta vinícola que já tive a oportunidade de degustar. Na taça: potência e elegância a um excelente custo versus benefício.

O Vale do Rhône é a região vinícola mais antiga da França. O rio que lhe empresta o nome nasce nos Alpes suíços, atravessa o centro da França e encontra o mar Mediterrâneo na cidade de Marselha. Ao longo dos seus quase 200 km de extensão (de norte a sul) diferentes tipos de solos e estilos de vinhos podem ser encontrados. Devido a essa diversidade, costuma-se dividir o vale em duas partes: Norte (Setentrional) e Sul (Meridional).

A principal uva tinta dessa região é a Syrah. Ela origina vinhos de cor intensa, robustos e de longa guarda. Os aromas mais marcantes são de: Framboesa, Violeta, Pimenta e Couro. Podemos dizer que a grande maioria de seus vinhos tem um caráter "masculino".

Visualmente o vinho mostrou uma cor rubi intensa e profunda, lágrimas densas e lentas. No nariz um bouquet muito rico e intenso, com notas de cereja, groselha, especiarias e tabaco. Em boca mostrou-se concentrado e bem estruturada, com taninos potentes, porém já domados - macios. Final de boca equilibrado mostrando um bom equilíbrio e repetindo a especiaria e a fruta.

Degustei com Fernanda e harmonizamos como uma boa pizza de costela suína prensada e queijo gruyère, dando um bom casamento.


O Rótulo

Vinho: Barton & Gustier Côtes-du-Rhone
Tipo: Tinto
Castas: Syrah e Grenache
Safra: 2011
País: França
Região: Côtes-du-Rhône
Produtor: Barton & Gustier
Graduação: 14%
Onde comprar em Recife: DLP
Preço médio: R$ 36,00
Temperatura de serviço: 16º

Rótulos induzem consumidores a comprar e pagar mais por vinhos

Há alguns meses a Fabiana Gonçalves, do Escrivinhos, propôs um tema bem diferente para a Confraria Brasileira de Enoblogs: "abra um vinho sobre o qual você não tem muitas referências, mas que 'foi com a cara' dele pelo seu visual". Você já fez isso? Saiba que não está só e que existe algo por trás disto lhe influenciando. Segundo David Schuemann, há técnicas para fazer com que o vinho aparente ser mais caro e sofisticado, adicionar tons dourados é uma delas. Ou seja, muitas vezes, quando compramos pelo visual, estaremos comprando gato por lebre.
 

Livro de David Schuemann
Você compra um pelo rótulo? Você pagaria mais por um rótulo mais bem trabalhado? O design lhe influencia? Segundo o designer David Schuemann, da empresa CF Napa Brand Design, o rótulo pode “enganar” o consumidor e levá-lo a comprar um determinado vinho ou acreditar que ele vale mais do que outro, por exemplo.
 
“Um rótulo bem cuidado por nos faz o consumidor pensar que uma garrafa é muito mais cara do que realmente é”, diz Schuemann em seu livro 99 Bottles of Wine, onde mostra os segredos por trás da produção dos rótulos que ativam nosso subconsciente.
 
“Sempre fazemos um vinho parecer US$ 10 mais caro do que é. Então ele parece ter um melhor custo-benefício. Adicionamos laminas de ouro ao rótulo ou uma estampa dourada. Colocamos textura”, afirma ele sobre as técnicas para dar essa sensação de maior valia ao vinho.
 
Segundo ele, em geral, as pessoas associam designs minimalistas com safras melhores e sabores sofisticados. “Rótulos mais caros tendem a ter uma cor creme ou branca no fundo com um logo simples. Talvez um toque de ouro ou metal”, aponta.
 
Porém, para enófilos menos sofisticados, a garrafa precisa se sobressair na prateleira. “Fazemos rótulos mais coloridos e gritantes para vinhos abaixo de US$ 10. Eles são mais extravagantes de uma forma mais inteligente. E ainda colocamos um tampo dourado para mostrar a qualidade”, revela.
 
Nenhum aspecto da garrafa é deixado de lado, mesmo a lâmina de revestimento do gargalo. Em vinhos baratos, as cores ajudam os iniciantes a saber quais sabores esperar. “Tampões vermelhos indicam cerejas, verdes ou amarelos querem dizer manteiga ou sabores tropicais”, afirma.
 
E o rótulo também pode enganar seu paladar. “Fazemos pesquisas em que colocamos o mesmo vinho em diferentes garrafas e quanto mais as pessoas gostam do rótulos, mais gostam do vinho”, conta.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Geração Y vai mudar a cara do vinho no mundo

O mercado norte-americano tem se focado nos consumidores jovens, especialmente na tão falada Geração Y, que representam as pessoas mais jovens a ter idade legal para beber (21 anos nos Estados Unidos). Segundo um estudo de Ronan Stafford, um analista do Canadean Wine Report, essa geração consumiram 25,7% do volume dos vinhos nos Estados Unidos em 2012.
 
“A Geração Y está transformando a mercado de vinho e eles querem aventura e demandam mais transparência e autenticidade dos enólgos”,diz Rowan Gormley, CEO da Nakes Wines, que acredita que um terço dos seus consumidores pertencem a esse grupo.
 
“Historicamente, a publicidade do vinho foi feita para gerações mais velhas, mas essa geração está mudando isso. Eles não se importa com um vinho pretencioso, eles querem algo autentico e que fale com eles. Essa é uma grande oportunidade de marketing”, diz Melissa Saunders, proprietária da importadora Communal Brands.
 
Segundo Chris Fehrnstrom, diretor de marketing da Constellation Brands, há 62 milhões de pessoas da Geração Y com idade legal para beber e, nos próximos dois anos, haverá mais 8 milhões. Ele diz que dos consumidores frequentes de vinho, aqueles que bebem pelo menos um vez por semana, a Geração Y representa 30%. “Eles estão adotando o vinho muito mais rapidamente do que qualquer outra geração”, diz o diretor.
 
Segundo os especialistas, essa geração tem outros hábitos e não dão tanto valor para os críticos de vinho na hora de escolher os rótulos que vão comprar. “Eles estão escolhendo vinhos por causa das histórias que estão por trás deles”, acredita Gormley. Ele diz ainda que esse grupo tem um poder aquisitivo menor do que o das gerações anteriores e, portanto, vão se focar em vinhos de melhor custo-benefício, e o limite seria US$ 20, mesmo nos vinhos de celebração.
 
Segundo Fehrnstrom, essa geração está mudando a forma de consumo, levando o vinho para lugares além da casa e do restaurante. “Mesmo em jogos de futebol ele é consumido”, diz. Além disso, avisa que os enólogos estão se adaptando ao paladar mais adocicado dessas pessoas.
 
Para Melissa Saunders, as embalagens também estão fadadas a mudar. Ela diz que essa geração é mais consciente ecologicamente. “Veremos mais vinhos em latas de alumínio, em caixas e outras formas inovadoras”, acredita. “Essa geração quer saber a história do vinho. Você vai ver garrafas com muito mais informações”, finaliza.
 
Fonte: Revista Adega

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

8º Concurso do Espumante Brasileiro

O 8º Concurso do Espumante Brasileiro avalia nesta semana, de 16 a 18 de outubro, em Garibaldi, 259 amostras de 68 empresas de MG, PE, PR, RS e SC

68 degustadores, entre enólogos e jornalistas especializados, degustam hoje e amanhã, 259 espumantes de 68 vinícolas brasileiras das regiões produtoras de Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. É o 8º Concurso do Espumante Brasileiro, que integra a Fenachamp 2013, em Garibaldi (RS), numa promoção da Associação Brasileira de Enologia (ABE). Em 2011, 231 amostras foram inscritas por 70 vinícolas. A divulgação dos resultados e entrega da premiação ocorre no dia 18, às 19h, em coquetel que será realizado no CTG Sentinela da Serra, no Parque da Fenachamp.
 
Conforme o regulamento, participam somente espumantes naturais, provenientes de uvas vitis viníferas, em duas categorias: Espumantes de segunda fermentação (charmat e tradicional) e Espumantes de primeira fermentação (moscatel). Os espumantes inscritos já estão em comercialização.
 
O 8º Concurso do Espumante Brasileiro seguem normas da Organização Internacional da Uva e do Vinho (OIV) e da União Internacional de Enólogos (UIOE) e, por isso, premiará os espumantes melhores classificados por categoria, respeitando o limite de 30% dos inscritos. As degustações serão realizadas na sede da Câmara de Indústria e Comércio (CIC) de Garibaldi.
 
Fonte: Conceitocom Impressa e Eventos

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Uvas pisadas produzem vinhos mais refinados

Técnica em Portugal, chamada de 'pisa a pé', é feita em piscinas de granito com 60 ou 70 centímetros de altura. Prática requer ritmo e coordenação específicos. É importante esmagar as cascas das uvas sem agredir a semente.
  

 
Fonte: CBN

Um californiano de excelente custo x benefício

Sempre que vou a uma loja de vinhos fico passeando pelos corredores em busca de rótulos de países que passam pouco pelo blog ou que ainda não passaram, sempre na expectativa de encontrar um vinho com bom preço e que tenha boas referências.
 
Há alguns meses encontrei o Delicato Cabernet Sauvignon, um californiano produzido pela vinícola de mesmo nome. Os vinhos americanos com esta casta sempre me chamam atenção pelo equilíbrio e, mesmo quando ainda jovens, sem potência exagerada.
 
A Delicato Family Vineyards é uma das maiores produtoras do Estado da Califórnia. É uma vinícola familiar e muito hospitaleira, localizada ao longo da movimentada autoestrada Interstate 5, de onde se pode avistar o complexo em forma de barril.

Incrustada no sul do condado de Monterey, uma região com solos vulcânicos e baixa retenção de água. Invernos frios e verões quentes, mas com temperaturas amenas durante a noite. Tudo isso propicia um amadurecimento lento das uvas.
 
A propriedade possui 12.640 hectares, com mais de 5500 hectares plantados para 21 diferentes variedades de uvas, incluindo Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah / Shiraz, Sauvignon Blanc, Chardonnay, Pinot Noir, Barbera, Gewürztraminer, Riesling Branco, lagrein e Valdiguié, para citar apenas algumas.
 
Visualmente apresentou cor rubi escuro, brilhante, com halo levemente púrpura e boa formação de lágrimas. No nariz aromas de frutas como amoras e ameixas maduras, notas de café, baunilha e tostado. Em boca taninos redondos e elegantes, acidez em boa intensidade e álcool na medida certa. Repetição da fruta e boa integração com o tostado da madeira. Final de boca de boa intensidade com notas frutadas e especiadas aparecendo no retrogosto.
 
Harmonizou muito bem com carne de sol, mas poderia tranquilamente ser degustado como aperitivo. Mostrou-se um vinho de excelente custo versus benefício, bom para o dia a dia.


O Rótulo

Vinho: Delicato
Tipo: Tinto
Castas: Cabernet Sauvignon
Safra: 2010
País: Estados Unidos
Região: Californiano
Produtor:  Delicato Family Vineyards
Graduação: 13,5%
Onde comprar em Recife: DLP
Preço médio: R$ 35,00
Temperatura de serviço: 16º

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Seis boas razões para decantar um vinho

Todo vinho pode (ou deve) ser decantado? Nem sempre, mas a maior se beneficia de algum tempo em contato com o ar
 
O decanter é uma das peças mais enigmáticas no arsenal de um enófilo. Muitos sequer sabem exatamente para o que ele serve. A maioria se pergunta sempre quais vinhos devem/podem ser decantados e obtêm as respostas mais variadas. Diante disso, um dos editores da revista WineSpectator, Matt Kramer, resolveu dar seis boas razões (bem humoradas) para que você decante praticamente todos os vinhos antes de beber. Aqui vão:
 
• Poucos vinhos ficam piores ao serem decantados. A maioria dos vinhos hoje, de todos os tipos, são consumidos muito jovens. E todos esses vinhos jovens se beneficiam de alguma exposição ao ar.
 
• Há um punhado de vinhos que provavelmente são melhores quando não decantados, que são os vinhos velhos, cujos aromas são delicadas e evanescentes. Decantar tais vinhos, deixando-os expostos ao ar durante horas, é tão arriscado levar sua avó para fazer bungee jump. Diga a ela: "O ar vai fazer -lhe bem".
 
• Todos os vinhos mudam com a exposição ao ar. Mas nem todos os vinhos mudam para melhor, especialmente durante um período longo. Assim, o bom senso deve prevalecer. A maioria dos vinhos se beneficiam de, digamos, 15 ou 20 minutos de exposição ao ar antes de servidos. Depois disso, vale a "regra da avó".
 
• Com taças de vinho cada vez maiores hoje, a decantação é um problema menor. Os bojos das melhores taças de vinho agora são tão generosos que, realmente, com algumas giradas do líquido, leva-se pouco tempo para que o vinho em seu copo seja exposto a um vórtice de ar parecido com um tornado.
 
• Além de separar algum sedimento (o que é muito raro nos dias de hoje) do vinho, a única razão para decantar é que o vinho em um belo decanter é uma visão linda. E isso é certamente uma razão boa o suficiente.
 
• Não menos importante, usando um decanter, você elimina o que poderia ser chamado de " hipnose do rótulo”. Muitos enófilos têm a síndrome do cavalo diante dos faróis de um carro. Eles ficam paralisados pela visão do rótulo. Eles não conseguem tirar os olhos – e seus paladares – dele.
 
Fonte: Revista Adega

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Mesmo metabolizado, componente do vinho tinto continua eficaz contra o câncer

Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Leicester, no Reino Unido, mostra que o resveratrol, uma substância química encontrada no vinho tinto, continua eficaz no combate ao câncer, mesmo após ser metabolizado no corpo e convertido em outros compostos.
 
Essa é uma descoberta importante, pois o resveratrol é metabolizado muito rapidamente e, com isso, acreditava-se que ele não seria capaz de ser utilizado em ensaios clínicos, pois as concentrações caiam drasticamente. Segundo o estudo publicado recentemente na revista Science Translational Medicine pelos cientistas do Departamento de Estudos sobre o Câncer e Medicina Molecular de Leicester, o resveratrol pode ainda ser levado às células depois de ter sido metabolizado em sulfatos de resveratrol. Enzimas celulares são, assim, capaz de dividir esses sulfatos em resveratrol mais uma vez, o que significa que os níveis de resveratrol nas células são maiores do que se pensava anteriormente. Os resultados parecem mostrar o resveratrol pode ser mais eficaz quando produzido dessa forma, porque as concentrações alcançadas são superiores.
 
As pesquisas da equipe do professor Karen Brown foram feitas em ratos, mas esse é o primeiro sinal claro que o resveratrol pode ser formado a partir de sulfato de resveratrol em animais, e os pesquisadores acreditam que isso pode ajudar a mostrar como o resveratrol é capaz de ter efeitos benéficos em animais.
 
O estudo também mostrou que o resveratrol gerado a partir de sulfato de resveratrol é capaz de retardar o crescimento de células cancerígenas, fazendo com que elas passem a digerir os seus próprios componentes internos, impedindo-as de se dividir. "Há fortes evidências, criadas a partir de modelos de laboratório, de que o resveratrol pode trazer uma série benefícios – como de proteger contra uma enormidade de cânceres e doenças do coração. Há muitos anos sabe-se que o resveratrol é rapidamente convertido em sulfato e metabolitos glucoronidos em humanos e animais, ou seja, as concentrações plasmáticas de resveratrol rapidamente tornam-se muito baixas após a administração.
 
Sempre foi difícil entender como o resveratrol é capaz de ter atividade em modelos animais quando as concentrações presentes são tão baixas, e isso fez com que algumas pessoas se tornassem céticas sobre se ele pode ter algum efeito em seres humanos”, comentou Brown.
 
“Há tempos, os pesquisadores levantaram a hipótese de que o resveratrol pode ser regenerado a partir de seus principais metabolitos em animais, mas isso nunca foi provado. O nosso estudo foi o primeiro a mostrar que o resveratrol pode ser regenerado a partir de metabolitos de sulfato em células e que este resveratrol, em seguida, pode ter uma atividade biológica que pode ser útil para grande variedade de doenças. O mais importante, fizemos todo o nosso trabalho com concentrações clinicamente alcançáveis e, por isso, estamos esperançosos de que nossos resultados se reproduzem em seres humanos”, atesta.

Lidio Carraro Grande Vindima Tannat 2008: O CARA do Circuito Brasileiro de Degustação

O Circuito Brasileiro de Degustação trouxe gratas surpresas e impressionou, mostrando que muitos
vinhos nacionais além de personalidade possuem qualidade. Degustei cerca de trinta diferentes rótulos, dos quais alguns excelentes, como foi o caso Lidio Carraro Grande Vindima Tannat 2008, exemplar que ganhou a primeira posição de forma absoluta e disparada no meu TOP 5.
 
A Lidio Carraro é uma vinícola boutique que elabora excelentes vinhos sem passagem por barricas. O Tannat é a menina dos olhos da empresa. Uma particularidade deste vinho é a longa maturação das suas uvas. "Em uma parcela especifica de vinhedo, parte delas atinge uma pós-maturação e adquire características que conferem sua originalidade”, afirma Patrícia Carraro, a diretora de marketing da vinícola.
 
O vinho me foi apresentado pelo Juliano Carraro, filho do Lidio e Diretor Comercial da Vinícola, após degustamos o Faces Tinto (Vinho oficial da Copa do Mundo 2014), tintos da linha Dádivas e tintos da linha Agnus. Todos os vinhos possuem uma qualidade surpreendente e o Tannat dispensa comentários.
 
Vamos ao líquido! Visualmente mostrou uma cor vermelho rubi intenso, profundo e brilhante, com lágrimas densas e preguiçosas, que sujaram a parede da taça. No nariz intenso e rico em aromas, com notas de ameixa seca, geleia de frutas negras, café, chocolate, couro, terra molhada e notas balsâmicas. Em boca: vigoroso, porém elegante; taninos firmes e bem presentes, acidez viva e incríveis 16% de álcool em perfeita harmonia. Final de boca redondo com larga persistência e repetição das notas  olfativas.
 
Vinho de sabor profundo, estruturado e suculento, contudo muito elegante e redondo. Bom para beber agora ou guardado por vários anos, uma vez que possui elementos de sobra para continuar melhorando por muitos anos mais, tendo uma estimativa de guarda de 20 anos. Sem sombra de dúvida foi o melhor vinho do Brasil que já tive a oportunidade de degustar.
 
Até o evento nenhuma loja da Veneza pernambucana comercializava os vinhos, uma pena.
 

O Rótulo

Vinho: Lidio Carraro Grande Vindima
Tipo: Tinto
Castas: Tannat
Safra: 2008
País: Brasil
Região: Encruzilhada do Sul
Produtor:  Lidio Carraro
Graduação: 16%
Onde comprar: Vinhonet
Preço médio: R$ 250,00
Temperatura de serviço: 16º

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Vinho gaúcho ganha destaque no Exterior

Pelas sinuosas estradas do Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves, cruzam nesta época do ano picapes com alguns dos mais renomados pesquisadores e consultores do mundo em cultivo de uva. Italianos, portugueses, chilenos e brasileiros cumprem uma jornada em vinícolas e seus parreirais, avaliando a qualidade de solo e brotos neste início de safra e indicando quais uvas darão os melhores vinhos.
 
Sotaques estrangeiros também ecoam nas cavas. Americanos e japoneses percorrem os gélidos corredores onde as garrafas repousam para selecionar alguns exemplares e levarem a seu país, para quem sabe fechar um contrato comercial nas semanas seguintes. Há ainda os críticos e jornalistas estrangeiros, que às dezenas degustam amostras das safras mais recentes para dizer aos seus leitores o que esperar do vinho gaúcho produzido em 2013. O mundo está curioso.
 


Nos últimos anos, o Rio Grande do Sul vem ganhando reputação no seletíssimo mundo do vinho fino, feito com uvas especiais. Com o auxílio de especialistas, renovação de equipamentos e aposta em ofensivas comerciais, as vinícolas conseguem, passo a passo, colocar o vinho no mesmo hall da fama alçado pelos espumantes no início dos anos 2000.
 
— No final dos anos 90, as vinícolas passaram e substituir os parreirais de uvas comuns por uvas para vinhos finos. Foi um processo lento, exigiu altos investimentos, mas que agora atrai a atenção do mundo — explica Juarez Valduga, diretor da Casa Valduga e presidente da Associação dos Produtores do Vale dos Vinhedos (Aprovale).
 
Em 2013, os vinhos e espumantes brasileiros já colecionam 80 prêmios internacionais. A grande maioria foi vencida pelos borbulhantes, mas os vinhos despontaram em algumas das principais competições, como o Concurso Mondial du Merlot, na Suíça, e o San Francisco International Wine Competition, nos Estados Unidos.
 
As medalhas chamaram a atenção da imprensa internacional. Nas últimas semanas, críticos e jornalistas publicaram reportagens sobre o terroir brasileiro. Veículos como o Le Monde, principal diário da França, e a Revista Decanter, mais importante do mundo da enologia, elogiaram a variedade merlot do Rio Grande do Sul, descrevendo-a como à altura dos melhores vinhos chilenos ou argentinos, cuja fama internacional é conhecida. O crítico Steven Spurrier, celebrizado no filme O Julgamento de Paris, disse em artigo que o vinho brasileiro é leve e afável a paladares de jovens.
 
— Muitos dos vinhos do Rio Grande do Sul já alcançaram a qualidade dos europeus. Nos últimos anos, foram-se definindo as melhores uvas para cada tipo de solo e aprimorados os processos de fermentação e amadurecimento. Esse reconhecimento não é gratuito — afirma o sommelier e consultor italiano Rabachino Roberto, um dos participantes da Avaliação Nacional de Vinhos, que ocorreu no final de semana passado em Bento Gonçalves.
 
O ganho de reputação fermenta a venda das vinícolas. No primeiro semestre deste ano, as exportações subiram 1,7% em relação ao mesmo período do ano passado, conforme o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin). No mercado interno, a participação do vinho nacional fino cresceu suavemente sobre o importado, passando de 22,4% para 22,7%.
 
— Com a proximidade da Copa e das Olimpíadas, o mundo está interessado em conhecer os produtos brasileiros, é uma janela importante para o vinho. As exportações podem crescer 30% ao ano até 2016 — projeta Andreia Gentilini Milan, diretora de promoção comercial do Ibravin.
 
Todo o marketing, entretanto, não conseguiria despertar os paladares mais exigentes não fossem pelas inovações trazidas pelas vinícolas nos últimos 15 anos. Após perder mercado para chilenos e argentinos desde os anos 70, os produtores brasileiros, com apoio de instituições como a Embrapa, reagiram com pesquisa de solo e novas técnicas de cultivo. Descobriram, por exemplo, a propensão das terras gaúchas a dar bons merlot, o que possibilitou escapar da concorrência dos cabernet sauvignon chilenos e os malbec argentinos. Também melhoraram as condições de cultivo de uvas como chardonnay, base para espumantes que hoje são comparados aos champanhe franceses.
 
— Tivemos uma nova geração de enólogos que, após estudarem no exterior, trouxeram ao Brasil novas variedades de uvas e visão de mercado, somando ao conhecimento dos mais experiente. Hoje há expansão do cultivo para novas regiões e vinhos de qualidade indiscutível — analisa Christian Bernardi, diretor da vinícola Gran Legado e conselheiro da Associação Brasileira de Enólogos.

Por: Erik Farina
Fotos: Bruno Alencastro

Fonte: Zero Hora

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Winebar com vinhos brasileiros da Salton

Mais uma vez o blog irá participar do Winebar: uma degustação a vivo com a participação de vários wine bloggers do país e que é um projeto do Alexandre Frias do Diário de Baco e o Daniel Perches do Vinhos de Corte.
 
O Winebar será no próximo dia 22, com os vinhos brasileiros da Vinícola Salton. A transmissãoacontecerá diretamente da Serra Gaúcha, na sede da Salton, onde o sommelier Vinícius de Miranda Santiago, nos apresentará os lançamentos da linha Salton Intenso.
 
 

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Borboletas de penitenciária ajudam indústria do vinho de Washington

Os “domadores de borboletas”, um grupo de presos que criam borboletas monarca na penitenciária estadual de Washington, nos Estados Unidos, vão colaborar com a indústria do vinho do estado. Eles fazem parte de um projeto de pesquisa da Washington State University e sua borboletas terão a tarefa de ajudar os produtores de vinho a contar ácaros e insetos das folhas para fornecer informações atualizadas sobre as pragas e seus predadores.
 
"Esta é uma iniciativa relativamente nova", disse David James, professor de entomologia que esteve envolvido com o programa desde o início. Os presos foram treinados neste verão para reconhecer, identificar e enumerar todos os artrópodes em folhas de uva, incluindo aranhas e os ácaros, que são de particular interesse para os produtores.
 
Segundo ele, uma pesquisa detalhada sobre os ácaros de videira foi feita em 2001-2002, mas "muita coisa pode acontecer em 10 anos ou mais, especialmente na indústria da uva em rápida expansão Washington". “O problema com ácaros é que eles são muito pequenos e, para fazer um levantamento, você precisa coletar um monte de folhas e passar muitas horas olhando para o microscópio, e contando”, diz.
 
Até o momento, o trabalho dos presos encontrou pequenas populações de aranha e ácaros, em um número saudável, e uma diversidade de insetos predadores, que mantêm as populações de ácaros sob controle.
 
“Embora a pesquisa ainda esteja em estágio inicial, os sinais são bons. Estamos criando conhecimentos entomológicos valiosos que irão beneficiar indústria da uva de Washington”, aponta James.
 
O próximo passo será começar a criação de borboletas nativas menores e mais delicadas, como parte de um projeto de integração de plantas nativas e polinizadoras nos vinhedos.

sábado, 5 de outubro de 2013

Posso levar um vinho para o restaurante?

Entenda como funciona a “taxa de rolha” e como se deve proceder caso queira degustar um vinho trazido de casa para o restaurante.

Por Arnaldo Grizzo


Talvez você já tenha presenciado essa cena. Você está em um restaurante e, de repente, na mesa a lado, senta-se alguém que trouxe consigo uma garrafa de vinho e pede para o sommelier abri-la. Isso pode parecer estranho, já que a maioria dos restaurantes oferece uma carta de vinhos, mas não é tão incomum assim.
 
Grande parte dos restaurantes aceitam que os clientes levem seus próprios vinhos para serem degustados com os pratos do cardápio. A maioria, contudo, cobra um valor extra por isso. É a chamada de “taxa de rolha”, que convencionalmente é tida como o valor cobrado pelo “serviço do vinho” do restaurante, ou seja, deixar o vinho na temperatura certa – caso ele não tenha chegado previamente acondicionado –, oferecer taças adequadas, decantar se for necessário etc.
 
Então quer dizer que posso passar no supermercado e levar um vinho para qualquer restaurante? Não. Existe uma etiqueta a ser seguida caso você queira mesmo levar uma garrafa para seu restaurante predileto. O primeiro passo é saber se ele aceita que você faça isso. Todo estabelecimento que se preze costuma ter essa política. Outros, porém, proíbem-na terminantemente.
 
O restaurante aceita? Ok, o próximo passo vem com o bom senso. Quem leva seu próprio vinho ao restaurante é porque acredita que aquela garrafa é especial e vai harmonizar com os pratos oferecidos no cardápio. Ou então, quer comemorar uma ocasião especial com um rótulo singular, que não está listado na carta de vinhos do lugar – por exemplo, vinhos de safras específicas ou garrafas raras e dificilmente encontradas no mercado.
 
A partir daí, segue a primeira regra: nunca leve um rótulo que é oferecido na carta de vinhos do restaurante. Depois, é de bom tom, quando quiser levar sua própria garrafa, ligar no estabelecimento, fazer uma reserva e comunicar ao maître ou ao sommelier a sua intenção. Nesse momento, aproveite para perguntar se ele não tem mesmo esse vinho na carta e qual seria o preço da taxa de rolha. Valores razoáveis vão de R$ 20 a R$ 50 por garrafa, mas cada um pode cobrar o que bem entender. Há lugares que sequer fazem essa cobrança e outros que colocam preços proibitivos acima dos R$ 100 – o que indica que, na verdade, ele não quer que você leve sua garrafa. Muitas vezes, ainda, o valor da rolha corresponde ao vinho mais barato da carta do restaurante.
 
Pagar menos pelo vinho?
 
Lembre-se: o intuito de levar seu vinho para o restaurante não deve ser o de pagar menos pelo vinho – apesar de sabermos que alguns cobram margens abusivas sobre a bebida –, mas de apreciar a comida do menu com algo que você acredita que vai harmonizar bem.
 
Desse modo, a ideia não é passar no supermercado, comprar um garrafa barata e levar. Antes de pensar em trazer seu vinho ao restaurante, é preciso verificar se ele é compatível com os vinhos da carta, sendo de bom grado levar garrafas especiais de maior valor do que as que são oferecidas pelo estabelecimento. Além disso, caso seja um restaurante com chef conceituado, deve-se estudar o menu para poder combinar o vinho com a comida, pois é preciso lembrar que os grandes restaurantes costumam montar suas cartas baseadas nas receitas e suas possíveis harmonizações.
 
Vale a pena levar seu próprio vinho?
 
Então, caso você tenha uma garrafa guardada para uma ocasião especial e queira abri-la ao lado de um determinado prato de seu restaurante predileto, vale a pena ligar e conversar com o maître para combinar como será o serviço e qual será o valor cobrado. Também é válido deixar uma gorjeta maior ao sommelier nesses casos, seja a taxa de rolha cobrada ou não.
 
No entanto, não é de bom tom levar diversas garrafas. O limite deve ser, no máximo, uma por prato consumido na ocasião. Na verdade, caso esteja pensando em levar um vinho, mas há disposição para degustar outro durante a mesma refeição, é interessante pedir algum da carta do restaurante, para ser gentil. Ou seja, a regra básica é ter bom senso e boa educação.
 
Para você não esquecer!

Dicas para levar seu vinho ao restaurante

1 - Primeiramente, informe-se se o restaurante aceita que você leve seu vinho de casa.
2 - Faça reserva e pergunte o valor da taxa de rolha.
3 - Tenha certeza de que o vinho que pretende levar não é oferecido na carta do estabelecimento.
4 - Nunca leve um vinho abaixo do valor dos vinhos da carta.
5 - O vinho, a priori, deve ser escolhido para harmonizar com a refeição servida.
6 - Seja discreto ao trazer o vinho. Leve-o embalado em bolsa específica para transporte e entregue-o diretamente ao maître ou sommelier antes mesmo de ir tomar seu lugar à mesa.
7 - Considere a possibilidade de consumir um vinho da carta do restaurante. Por exemplo: um espumante de entrada ou um vinho de sobremesa ao final.
8 - Cobrada taxa de rolha ou não, deixe um valor de gorjeta equivalente ao que seria dado caso tivesse sido consumido um vinho da carta.


Fonte: Revista Adega

Merlot brasileiro vem conquistando o mundo

Uma bela casta tinta originária de Bordeaux que seduz homens, mulheres, jovens e iniciantes.
 
Perfeito e muito versátil para as comidas, com sua estrutura média (quando está bem elaborado) pode facilmente acompanhar massas, pizzas e carnes mais leves.
 
Além de Bordeaux, sua terra natal, é possível encontrar boas produções em outras partes do mundo. Gosto de alguns belos estilos do vinho do nordeste da Itália que possuem boa acidez por conta da latitude onde se encontram; os bons vinhos da Califórnia, que foram afetados pela imagem do filme “Sideways” (“Entre umas e outras”), e tiveram suas vendas substituídas pelo Pinot Noir; além dos vinhos do Chile e da Austrália com maior volume de produção e uma boa qualidade para o dia-a-dia .
 
Dentre todos, o que mais tem me chamado a atenção ultimamente é o Merlot do Brasil, pelo fato de sua colheita ser feita em forma antecipada em relação ao Chile e à Argentina, aonde o tempo normalmente atrapalha (chove na colheita, então deve ser colhida antes).
 
Este fator de colheita mais cedo, simplesmente afeta em forma positiva os níveis de acidez dos vinhos (colhendo a uva antes, ela está um pouco menos madura e mais ácida) e a fruta se expressa em aromas e sabores menos maduros e cozidos que seus vizinhos, além do nível de álcool ser menor (na faixa dos 13° – 13,5°), sendo muito bem vindo. Hoje percebo uma tendência neste sentido, de pessoas que procuram vinhos mais fáceis de beber e com pouca madeira, álcool e corpo, mais com boa expressão frutada e acidez para acompanhar a excelente gastronomia do Brasil, tanto regional como dos imigrantes dos mais diversos países que vivem aqui.
 
Por tanto, prove vinhos brasileiros da casta Merlot. Alguns bons produtores têm desde os vinhos mais baratos até os mais caros: Aurora, Miolo, Salton e Pizzato são alguns dos clássicos vinhos que já estão inclusive sendo exportados a alguns países. Arrisque-se também com outros produtores menores, o importante é que na garrafa esteja mencionada o nome Merlot, e que de preferência diga Vale dos Vinhedos (neste caso pagará um pouco mais por cada garrafa). Se preferir vinhos mais fáceis de beber procure os que são produzidos na Serra Gaúcha.
 
Também se quiser avaliar como estes vinhos evolucionam bem com a idade, arrisque comprando algumas garrafas mais velhas como 8, 10 ou mais anos. Digo arriscar porque dependendo de como a garrafa foi armazenada na loja ou negócio, ela pode estar com algum defeito, mais normalmente irá se deparar com belas surpresas similares ou melhores que alguns Merlot franceses da região de Saint Emilion ou Pomerol.
 
Saúde e se surpreenda com o Brasil, sempre!
 
Por Eugenio Echeverria
Fonte: Exame.com

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

8ª Seleção de Vinhos

A 8ª Seleção de Vinhos de Farroupilha teve 163 produtos inscritos por dez vinícolas. O período de inscrições e coleta de amostras ocorreu entre 11 e 20 de setembro junto às empresas participantes. Elas inscreveram amostras em treze categorias, que compreendem: vinhos de mesa tintos e brancos, secos e suaves; vinhos finos secos tinto, branco e rosado; vinho branco fino seco moscatel tranquilo; espumantes moscatel e brut; vinho frisante moscatel e suco de uva integral/natural ou adoçado. São produtos já disponíveis ao mercado consumidor, ou seja, engarrafados, à exceção da categoria vinho branco fino seco moscatel tranquilo, que aceita amostras também a granel, em virtude do objetivo de se destacar a condição do município de maior produtor de uvas moscatéis do país.
 
O número de amostras inscritas, que ficou próximo ao registrado na última edição do concurso, apresenta-se em torno de 35% superior à primeira edição do concurso, realizada em 2006. Para o presidente da Associação Farroupilhense de Produtores de Vinhos, Espumantes, Sucos e Derivados (Afavin), Ricardo Chesini, a participação, mais uma vez, é satisfatória. “Há várias edições, o concurso registra um número alto de amostras, a tendência é que se mantenha nesse patamar, que representa ao final dos trabalhos cerca de 50 premiações concedidas aos produtos farroupilhenses”, salienta.

A Análise Sensorial, para avaliação dos produtos, ocorre na próxima semana, no período de 1 a 3 de outubro, das 9h às 12h, no Seminário Apostólico Nossa Senhora de Caravaggio, em Farroupilha. O trabalho será desempenhado por grupo com cerca de 30 degustadores convidados, composto por enólogos, representantes de instituições de ensino e pesquisa, profissionais da indústria vinícola e enófilos. Serão premiadas até 30% das amostras inscritas em cada categoria. A revelação dos vencedores ocorre no dia 23 de novembro, em jantar-baile, no clube Santa Rita.

A promoção da 8ª Seleção de Vinhos de Farroupilha é da Afavin em parceria com a Prefeitura de Farroupilha, através das Secretarias Municipais de Agricultura e de Desenvolvimento Econômico e Turismo.
 
Fonte: Sabores do Sul