segunda-feira, 29 de abril de 2013

Livros Para Degustar - Parte II

Por Carolina Almeida

Se o seu foco é comprar os vinhos "certos" e ter informações relevantes sobre eles para decidir o que escolher, são diversos os guias que publicam avaliações de vinícolas e vinhos atualizados anualmente
 
 
Para quem quer montar seu próprio banco de dados, a série de três volumes, "Espumante: o Prazer é Todo Seu" (11), "Vinho branco: o Prazer é Todo Seu" (12) e "Vinho tinto: o Prazer é Todo Seu" (13), de Sergio Inglez de Sousa, pode ajudar no projeto. Elaborado a partir de 100 fichas de degustação, contendo todas as informações necessárias para entender o vinho, iniciantes e iniciados vão conseguir apreciar as peculiaridades de cada um dos vinhos e apreciá-los de maneira mais apurada.
 
Finalmente, Luiz Gastão Bolonhez, editor de vinhos de ADEGA, e Marcel Miwa, também colaborador da revista, acreditam que seria impossível montar uma biblioteca digna sem o compêndio sobre vinhos de Jancis Robinson, "The Oxford Companion to Wine" (14), que sempre que possível procura atualizar seu guia. Quando foi lançado, em 1994, possuía três mil entradas. Agora, em sua edição atual, o livro conta com quase quatro mil. O guia foi escrito de forma acessível - e pode ser lido por qualquer pessoa, desde que tenha inglês fluente - explicando sobretudo temas econômicos, históricos, científicos, sociais ou culturais que fazem parte do mundo do vinho. "Para os mais detalhistas, esse livro é de suma importância", destaca Bolonhez.
 
Nosso editor de vinhos também recomenda livros de bolso para serem consultados a qualquer hora. Entre as opções, está o extraordinário "Wine Report" (15), organizado anualmente por Tom Stevenson. O autor de vários livros de vinho dirige um grupo de especialistas selecionados de acordo com seus conhecimentos e locais de atuação no mundo vinícola, que relatam os fatos mais importantes das regiões de maior prestígio do mundo vitivinícola.
 
Existem alguns guias internacionais que ganharam fama por dar notas a diversos vinhos do mundo inteiro. Um dos mais tradicionais é o "Parker's Wine Buyers Guide" (16). Usando o famoso ranking de 100 pontos, a sétima edição do guia de maior prestígio no mundo avalia oito mil vinhos de diversas regiões, além de dar dicas de como e onde comprar a bebida. Nessa mesma linha estão o "Ultimate Guide to Buying Wine" (17), da revista Wine Spectator, que é um guia de 10 mil rótulos de 40 países com dicas sobre os melhores vinhos; o "Descorchados" (18), o mais importante do Chile, que classifica os vinhos (chilenos) degustados pelo autor Patricio Tapia; e, por fim, o famoso guia italiano, Gambero Rosso.
 
Muitas obras contam histórias - em sua maioria não ficcionais - relacionadas ao mundo do vinho, com enredos surpreendentes que conquistam os leitores, mesmo que eles não sejam enófilos.
 
Narrativas e histórias
 
Neste segundo universo de obras estão algumas das mais interessantes do mundo do vinho. Dentre elas, a que mais se destacou e cativou os especialistas, inclusive Dirceu Vianna Júnior, foi "A História do Vinho" (19), também de Hugh Johnson. O autor afirma que "quanto mais estuda o vinho, mais percebe como ele se entrelaça com a história da humanidade desde os primórdios". Por isso, descreve em sua obra as crenças ligadas ao vinho e o aperfeiçoamento das técnicas vinícolas, chegando até o século XIX, quando surgiram os primeiros grandes vinhos.
 
Por falar em Hugh Johnson, outro título que também chamou a atenção de alguns especialistas, como a sommelière Alexandra Corvo, é "Confissões de uma Amante de Vinhos" (20), de Jancis Robinson, co-autora do "Atlas Mundial do Vinho". Este livro, como resume o tradutor Luiz Horta, é "uma aula de vinhos e de como pouco a pouco a vida de quem os ama acaba por se confundir com eles". Para a sommelière, ainda há outro livro interessante sobre esse mundo tão intrigante: "A Arte de Fazer um Grande Vinho" (21). Nele, Edward Steinberg conta como Angelo Gaja, produtor que revolucionou o panorama do vinho italiano, transformou seu Barbaresco em um dos mais míticos vinhos do mundo.
 
Contando mais um pouco de história está o emocionante "Vinho e Guerra" (22), de Don e Petie Klastrup. O livro acompanha a saga de tradicionais famílias de vinicultores franceses que, durante o período da II Guerra Mundial, impediram os nazistas de se apossarem de seu maior símbolo: o vinho. O livro retrata fielmente a importância do vinho na cultura francesa.
 
Outro clássico da literatura não ficcional é "O Vinho mais caro da História" (23). Nele, o jornalista Benjamin Wallace conta como um Château Lafite 1787, que teria pertencido a Thomas Jefferson, foi leiloado a 156 mil dólares. Várias teorias a respeito de sua procedência, inclusive a de fraude, montam um cenário de romance policial em torno do vinho.
 
Fonte: Revista Adega

domingo, 28 de abril de 2013

Celebrando com Casa Valduga 130

No último dia 26 o Vinhos de Minha Vida fez aniversário: o blog completou 2 anos de vida e, tenho muito a agradecer pela audiência e pelas conquistas.
 
O blog teve um crescimento importante no número de visualizações de página, observando-se um volume 600% maior que o número de visitas do primeiro ano. Além disto, o blog figurou diversas vezes nos mais populares do Enoblogs, para ser mais exato por dez vezes, sendo que em duas destas no topo da lista. Melhoramos também nossa classificação no Alexa: hoje na 1.602.142, que era a de 8.814.436 há um ano.
 
Hoje já são mais de 400 posts publicados, com 190 vinhos comentados, sendo Chile, Portugal, Argentina e França os rótulos que mais apareceram por aqui.
 
No ano passado escolhi um tinto da Concha y Toro para comemorar: relembre. E para este ano escolhi o premiado espumante 130, produzido pela Casa Valduga, o qual foi lançado em 2005 para comemorar os 130 anos da chegada ao Brasil dos primeiros Valduga, vindos de Rovereto, província de Trento (Itália).
 
O espumante é elaborado pelo método Champenoise, que consiste em elaboração do vinho base, engarrafamento e refermentação do vinho em garrafas de espumante com temperatura controlada na cave em 12ºC. Permanece após a refermentação em garrafa por 36 meses ocorrendo autólise de leveduras, remuage em pupitres, degorgement, arrolhamento e rotulagem.
 
Os atributos começam já no visual da garrafa, que apresenta um formato diferente do convencional e uma bela cor marrom. O rótulo é delicado e elegante e forma um belo conjunto com a garrafa.
 
Vamos ao líquido. Visualmente mostrou cor amarelo dourado (pérola), perlage belíssima, intensa e persistente. Bouquet delicado, intenso e elegante, com presença de frutas secas, notas de fermentação e de tostado. Em boca mostrou cremosidade e muita refrescância. Repetiu as notas de fermento e tosta. Final de boca refrescante com a fruta e o tostado aparecendo no retrogosto.
 
Degustei esse excelente rótulo na companhia de Fernanda, minha maior incentivadora e meus pais. A harmonização ficou por conta de canapés de camarão ao molho pesto, camarão empanado e cebola empanada, tudo delicioso e caiu muito bem com esse belo espumante que sem sombra de dúvida é um dos melhores custo versus benefícios do Brasil.
 
O Rótulo
 
Vinho: Casa Valduga Brut 130
Tipo: Espumante
Castas: Chardonnay e Pinot Noir
Safra: Não safrado
País: Brasil
Região: Vale dos Vinhedos
Produtor: Casa Valduga
Enólogo: Marcio Ranírez
Graduação: 13%
Onde comprar em Recife: DLP
Preço médio: R$ 55,00
Temperatura de serviço: 4º - 6º
Premiações:  Concours Mondial de Bruxelles | Brazil (Ouro), Top Ten - Expovinis | Brasil (Ouro), III Concurso Internacional de Vinhos do Brasil (Ouro), Effervescents du Monde - França 2009 (Ouro), International Wine Challenge - Londres | Inglaterra (Grande Menção), International Wine Challenge | Londres 2010 (Grande Menção),  Concurso Mundial de Bruxellas | Brasil (Prata), Concurso Internacional de Vinhos do Brasil (Prata), International Wine Challenge | Londres (Bronze).

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Que vinho o brasileiro está tomando?

Em 2012, a Wine Intelligence realizou uma ampla pesquisa para mapear e caracterizar o gosto do consumidor brasileiro. Os resultados, divulgados ontem pela Fecomercio-SP, mostraram que, em nosso país, o vinho tinto ainda está em vantagem em relação aos outros tipos. Cerca de 90% dos entrevistados na faixa etária de 18 a 59 anos disseram beber vinho tinto, e 65% consomem os brancos.
 
 
A pesquisa também avaliou a frequência de consumo de vinhos importados pelos brasileiros. A maioria, 33%, bebe rótulos importados de uma a três vezes por mês, seguida de outros 25% que disseram consumir tais vinhos uma vez a cada dois ou três meses. Já outros 21% informaram que optam por beber vinhos de fora do país uma vez por semana.
 
Ainda segundo dados da Wine Intelligence, aqueles entre 18 e 24 anos bebem com maior frequência, sendo o estado de São Paulo o maior consumidor de vinhos - a capital paulista responde por 29% do consumo e interior do estado por 21%. Seguindo São Paulo está o Rio de Janeiro, com parcela correspondente a 19%. E, atrás dos estados estão as cidades de Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre e Salvador, cada uma delas com 7%.

Mais uma, para ninguém ter dúvida

Vinho tinto inibe danos da carne vermelha ao coração

Por suas grandes quantidades de colesterol e gordura "ruim", a carne vermelha é vista com maus olhos por médicos e nutricionistas. Porém, um novo estudo científico afirma que, quando consumida com vinho tinto, a carne não traz danos à saúde.
 
De acordo com o artigo publicado no Journal of Functional Foods, o vinho tinto evita o acúmulo do LDL no sangue, impedindo danos nos vasos e diminuindo o risco de problemas cardíacos. Os investigadores demonstraram que os polifenóis, compostos antioxidantes presentes no tinto, evitam a absorção do colesterol.
 
Ron Kohen, professor do Instituto de Investigação sobre Drogas da Universidade Hebrea pontuou que os resultados podem ajudar a explicar porque o vinho tinto reduz o risco de doenças do coração. "A carne é rica em ácidos graxos poli-insaturados e colesterol. Nossos resultados poderiam proporcionar uma explicação para a associação frequente entre a carne e um risco maior de desenvolver doenças cardiovasculares. A inclusão de produtos ricos em polifenóis como parte integrante da refeição diminui significativamente os efeitos nocivos", explicou Kohen.
 
Por fim, o estudo é um avanço para a definição do chamado "paradoxo francês", expressão utilizada para explicar a contradição existente na população francesa, grande consumidora de alimentos com gorduras saturadas e, ao mesmo tempo, um dos países com menores índices de problemas cardíacos.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Eis o cara: Colomé Malbec Estate 2009 #malbecworldday

Chegamos ao nosso último vinho recebido pela Wines of Argentina para comemoração do Malbec World Day: o Colomé Malbec Estate 2009, rótulo este que foi o preferido por mim e pelos amigos Eli e Juberlan.

 
O vinho leva o nome da Bodega que o produz, a qual foi fundada em 1831,  e possivelmente é uma das adegas mais antigas da Argentina. Seus vinhedos se localizam entre 2.300 e 3.111 metros de altura, na região alta dos Vales Calchaquis considerada a área vitivinícola de maior altura no mundo.
 
A Bodega foi fundada pelo governador espanhol de Salta, Nicolás Severo de Isasmendi e Echalar. No ano 1854, sua filha Ascensión, unida em matrimonio com José Benjamín Dávalos, introduziu em Colomé as videiras francesas Malbec prefiloxera e Cabernet Sauvignon. Três vinhedos de 4 hectares cada um, os quais datam daqueles tempos, ainda produzem uvas que formam parte do vinho Colomé Reserva.
 
Colomé pertenceu às famílias Isasmendi-Dávalos ao longo de 170 anos. Em 1969, a família Rodó adquiriu a estância e adega, e a conservou durante 13 anos. Raúl Dávalos, descendente direto da família Isasmendi-Dávalos, recuperou a antiga granja da família no ano 1982 e a conservou até que o Grupo Hess (Donald e Úrsula Hess) a adquiriu em 2001. A partir de então plantaram vinhedos até chegar aos 140 has atuais distribuídos em 4 Estâncias.
 
A condução dos parreirais é feita de forma orgânica e biodinâmica, com colheita 100% manual e a produção das videiras é direcionada a um baixo rendimento, pois o primordial é a qualidade e não a quantidade.

O Colomé Estate Malbec amadureceu por 15 meses em barricas de carvalho  francês novas (20%) e de segundo uso (80%) para 80% do vinho.
 
Visualemente o vinho mostrou uma cor rubi escura e profunda, com halo púrpura e boa formação de lágrimas. No nariz inicialmente um pouco fechado, mas com a aeração mostrou todo seu esplendor com notas de ameixa, fruta em compota, alcaçuz, caramelo, chocolate amargo, especiarias, couro e notas harmoniosas de tostado. Em boca um vinho potente e elegante, com um equilíbrio ímpar, onde se observou taninos potentes, mas ao mesmo tempo finos e em harmonia com a boa acidez e com o álcool, que em nenhum momento se mostrou; repetição em boca a fruta, o chocolate e a pimenta, tudo muito bem integrado com a madeira. Final de boca seco e levemente adocicado, com excelente persistência e com a fruta, o chocolate e a pimenta aparecendo no retrogosto deixando um gostinho de quero mais.

O Colomé, assim como o Saurus e o Mendel, foi degusto em dois momentos: no dia 17, onde foi harmonizado com queijos de massa dura e costela bovina e, no dia 21 onde foi desafiado a harmonizar com feijoada. Nos dois momentos a acidez deu conta dos pratos.

Vinho dos 3 E´s: elegante, equilibrado e esplendoroso. Bom para beber agora o para ser guardado na adega por mais alguns anos, difícil é conseguir guardá-lo.

Excelente Malbec World Day e excelente vinhos selecionados para o Wine Bar. Que venham os próximos!
 
O Rótulo

Vinho: Colomé Estate
Tipo: Tinto
Castas: Malbec (85%), Tannat (8%), Cabernet Sauvignon (5%) e Syrah (2%)
Safra: 2009
País: Argentina
Região: Alto Vale Calchaquí, Salta
Produtor: Bodega Colomé
Enólogo: Thibaut Delmotte
Graduação: 14,5%
Onde comprar: Decanter
Preço médio: R$ 103,00
Temperatura de serviço: 16º - 18º
Pontuações recebidas: 92 RP e 90 WS - "smart buy"

terça-feira, 23 de abril de 2013

Cultivo da Malbec na Argentina dobrou nos últimos 12 anos

No dia 17 de abril foi comemorado, na Argentina e em algumas cidades do mundo, o Dia Mundial do Malbec. Para a comemoração, o Instituto Nacional de Vitivinicultura argentino encomendou pesquisas sobre a uva, e os resultados mostraram que a hegemonia da Malbec está cada vez maior, apesar de o país estar diversificando a oferta e exportando vinhos de outras variedades também. Nos últimos 12 anos, de 2000 a 2012, a superfície de cultivo da uva aumentou 107%.


A febre pela Malbec, e pelos vinhos a que ela dá corpo, é tanta que e algumas vinícolas as exportações chegaram a crescer em taxas entre 20 e 30% ao ano (especialmente nos últimos três anos). Rogelio Rabino, enólogo da Finca Sophenia, afirma que um dos motivos do sucesso é o fato de a Malbec ser uma variedade "muito plástica, capaz de produzir vinhos para todos os mercados.
 
 

Fonte: Revista Adega

"Manchas "de Vinho II - By Amelia Fais Harnas


segunda-feira, 22 de abril de 2013

Livros para Desgustar - Parte I

Por Carolina Almeida

O mundo do vinho é brilhante e complexo. Cada região tem a sua peculiaridade, assim como cada safra. A história do vinho permeia também a história das civilizações e a evolução não só econômica como sócio-cultural de diversos povos, tanto orientais quanto ocidentais. Através de uma interpretação do Antigo Testamento, alguns cristãos acreditam que a primeira vinha foi plantada por Noé. Os gregos, por sua vez, colocam-na numa ligação íntima com seus deuses mitológicos. Não importa qual seja o ponto inicial, o vinho desperta curiosidade em muitas pessoas.
 
Falar de vinho é, fundamentalmente, falar de história. A cada ano, e em cada região, um novo contexto se forma a partir do cultivo das uvas. Não é a toa que existam tantos livros, guias e atlas a respeito de uma das bebidas mais antigas da humanidade.
 
Há algumas décadas, no Brasil, os livros que tratavam deste assunto eram poucos. Mas, com uma demanda em ascensão, a especialização de algumas regiões e o crescente apreço do brasileiro pela bebida, apareceu também um mercado para a aprendizagem, o que possibilitou a chegada de muitos clássicos.
 
De maneira geral, os livros podem ser desmembrados em dois grandes grupos: Os atlas e guias de vinhos, e os livros que narram histórias ou fatos ligados ao mundo da bebida. Assim, ADEGA, com ajuda de diversos especialistas, vai enumerar aqui algumas obras essenciais para ter uma biblioteca interessante em casa.
 
Guias e Atlas

 
Nos livros mais teóricos, o mais indicado pela maioria dos especialistas foi o "Atlas Mundial do Vinho" (1), de Hugh Johnson e Jancis Robinson. Quem conhece minimamente a bebida já sabe que ao citar Hugh Johnson e Jancis Robinson estamos falando de autoridades mundiais sobre vinho. Com mapas e fotos de excelente qualidade, Johnson e Robinson estudam e analisam as particularidades geográficas, climáticas e agrícolas das regiões vinícolas, buscando identificar como tais fatores influenciam no sabor e qualidade do vinho.
 
O melhor é que o livro não se fixa apenas nas principais regiões, mas também onde o vinho ainda está começando a aparecer. Adão Morellatto, consultor na área de vinhos, afirma que a obra o ajudou a sustentar suas opiniões e a "entender o vinho como mercado e não como produto".
 
Sílvia Mascella Rosa, repórter especial de ADEGA, aconselha que leitores iniciantes utilizem outro atlas, que se assemelha ao de Hugh Johnson, mas possui uma leitura mais fácil. "Vinhos do Mundo Todo" (2) foi elaborado por uma equipe internacional de especialistas, que contaram as curiosidades e informações de cada região, como suas cepas, vinhedos, vinhos e produtores. Além disso, o guia contém fotografias, mapas e imagens de vinhedos que passam pela França e África do Sul, e vão até o Brasil e a América Latina.
 
Muitos iniciantes têm dificuldades em encontrar um livro que explique o básico, mas que também não deixe de lado questões mais complexas. Neste caso, segundo o sommelier Manuel Luz, um possível título a se recorrer é o "Os Segredos do Vinho" (3), de José Oswaldo Amarante, um dos maiores especialistas do Brasil. Nesta obra, ele ensina os passos básicos para comprar, armazenar e degustar os vinhos, além de dar dicas de harmonização. Amarante também consegue explicar a produção de vinhos em detalhes e desvendar a preparação dos tintos, brancos, espumantes e rosados. Para completar, oferece informações sobre a produção e o consumo mundial da bebida.
 
O livro "Vinhos" (4) , de Andre Domine, também tem o intuito de ajudar aqueles que querem comprar um vinho e aprender a conhecê-lo. Ele reúne tudo o que vale a pena saber sobre vinhos num único volume. As 926 páginas, ricas em ilustrações, servem como referência e guia de vinhos de todos os países e regiões vitivinícolas do mundo. Foi uma das indicações do especialista José Ruy Sampaio, que classificou o autor como "um alemão cheio de minúcias".
 
No outro extremo, quem é sommelier e quer conhecimentos mais aprofundados sobre o assunto pode seguir o conselho de Didú Russo. "A Arte de Degustar" (5), de Enrico Bernardo, parece ser um dos mais interessantes nesta área. A proposta principal do autor é transmitir sua paixão e conhecimento para quem se interessa pelo vinho. Através de palavras e métodos claros, ele explica como reconhecer um Cru, apreciá-lo, defini-lo e julgá-lo.
 
O Master of Wine Dirceu Vianna Junior classificou o "Art and Science of Wine" (6) como o livro que lhe deu mais prazer. Escrito por duas figuras importantíssimas, Hugh Johnson e James Halliday, o livro é leitura obrigatória para quem quer saber sobre os sabores do vinho. De maneira não muito técnica, ele explica todo o processo de fabricação da bebida, desde a escolha da uva, como é cultivada, até as fases de elaboração, dando aos leitores uma visão mais próxima da vinicultura e dos produtores de vinho.
 
A literatura sobre vinhos no Brasil já é bastante relevante, com diversos autores produzindo obras sobre os mais variados aspectos da bebida báquica. Mas, ler em outras línguas aumenta suas possibilidades.
 
Ainda nos guias, dois livros nacionais de grande destaque são "Tintos e Brancos" (7), de Saul Galvão - um dos maiores nomes da enogastronomia no Brasil, falecido em 2009 -, e "Vinhos, o essencial" (8), de José Ivan dos Santos. O primeiro título, obra indispensável para qualquer enófilo, traz aos leitores uma visão ao mesmo tempo abrangente e detalhada da produção vinícola mundial. Mas o grande mérito do livro é orientar a escolha baseada na relação preço/qualidade, com boas dicas de vinhos a preços acessíveis. Já Santos consegue tornar seu livro essencial para quem gosta de vinho e quer aprender ou aprofundar-se na arte da degustação.
 
Uma alternativa aos guias clássicos é o livro de Joanna Simon, estudiosa apaixonada pelas relações entre enologia e culinária e colaboradora do "Sunday Times". Na obra "Vinho e Comida" (9), ela apresenta as melhores combinações entre vinhos e refeições, além de revelar de que modo a culinária e os vinhos foram evoluindo e culminaram na criação de grandes clássicos. Sílvia Mascella Rosa e Aguinaldo Záckia Albert, ambos colaboradores de ADEGA, aconselham a consulta deste livro. Livro similar a esse, mas produzido por brasileiros, é o "Comida e Vinho: Harmonização essencial" (10), de José Ivan Santos e José Maria Santana. O livro percorre as diferentes texturas dos alimentos e dos vinhos, não procurando estabelecer regras, mas conjuntos possíveis e agradáveis.

Fonte: Revista Adega

sábado, 20 de abril de 2013

Mendel Malbec 2009 #malbecworldday

Hoje vamos falar sobre o segundo vinho enviado pela Wines of Argentina para comemorar o Malbec World Day; trata-se do Mendel Malbec 2009 que, assim com o Saurus, foi degustado em dois momentos distintos, primeiro na noite do dia 17 de abril e dois dias após.

Bons amigos,  bons vinhos, boa comida e boa conversa!
O vinho é produzido pela vinícola Mendel, a qual surgiu da união de Roberto de La Mota, um dos mais respeitados e experientes enólogos argentinos, com a família argentina Sielecki, comprometida em obter vinhos da mais alta qualidade que expressem o caráter singular de seus vinhedos e os incomparáveis atributos do terroir de Mendonza.
 
Para isso, foram selecionados os melhores lotes de seus antigos vinhedos respeitando de forma rigorosa cada detalhe da elaboração do vinho, desde a seleção das parcelas de vinhedo e colheita da uva, até a fermentação em pequenos tanques e envelhecimento em barricas de carvalho francês.
 
Os vinhedos da Malbec são antigos: possuem cerca de 85 anos (plantados em 1928) e estão localizados em Pedriel, Finca de los Andes e em Mayor Drummond - Finca M, entre 900 e 1100 metros acima do nível do mar, nas melhores e mais altas terras irrigadas de Luján de Cuyo.

O Mendel foi o favorito de Fernanda e para os outros três que participaram da degustação foi o melhor no nariz e nesse aspecto eu diria que ele é primoroso.

Visualmente mostrou uma cor rubi intensa e profunda, com tons violetas e uma verdadeira chuva de lágrimas de cor rubi clara, finas, rápidas e que escorreram sujando as paredes da taça. A análise olfativa do líquido mostrou aromas fantásticos e me fez recordar a minha infância; o vinho mostrou notas de ameixa, violetas, especiarias (pimenta e café), tabaco, couro e leves e sutis nuances de baunilha e tostado. Em boca mostrou taninos potentes e que ainda amaciarão com os anos e uma excelente acidez, mesmo após 4 anos de vida, álcool a 14,3 sem incomodar. Final de boca de média persistência com a repetição da fruta e da pimenta. Creio que o vinho ainda evoluiria bem por mais uns 5-6 anos.


O Rótulo

Vinho: Mendel
Tipo: Tinto
Castas: Malbec
Safra: 2009
País: Argentina
Região: Luján de Cuyo, Mendoza
Produtor: Mendel Wines
Enólogo: Roberto de La Mota
Graduação: 14,3%
Onde comprar: Expand
Preço médio: R$ 85,00
Temperatura de serviço: 16º - 18º
Pontuações recebidas: 91 RP e 87 WS

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Saurus Barrel Fermented 2008 #malbecworldday

A Wines of Argentina - WoA, responsável por divulgar o vinho argentino pelos quatro cantos do mundo, iniciou em 2011 o Malbec World Day, realizando ações em várias cidades do mundo, tendo como ator principal a Malbec.

Dentre as ações em torno do Malbec World Day no Brasil está o Wine Bar, que realizou dois programas especiais sobre o tema, um no dia 10 de abril e outro no dia 17 do mesmo mês.
 
Para o segundo Wine Bar 17 blogueiros da Confraria Brasileira de Enoblogs - CBE receberam da WoA 3 garrafas de malbecs de diferentes regiões vitivinícolas da Argentina.

Boa parte das ações que aconteceram no Brasil em comemoração ao Malbec World Day, as quais se encerrão no dia 1° de maio com a publicação sobre um Malbec nos blogs participantes da CBE, foram muito bem organizadas por 2 Wine Bloggers: Alexandre Frias do Diário de Baco e Daniel Perches do Vinhos de Corte.

Os vinhos que recebemos foram: o Mendel Malbec 2009, Colomé Estate 2009 e Saurus Barrel Fermented 2008 e foi essa a ordem que escolhi para abrir as garrafas junto com minha noiva e os amigos Eli e Juberlan.


Para harmonizar optamos por uma costela bovina preparada no bafo pela Costelaria Boi no Bafo e queijos curtidos (Gouda Rembrant, Vincent Holandês, Parmesão curado e Prima Dona), tudo caiu muito bem com todos os vinhos.

Começo a falar sobre os vinhos na ordem inversa a degustada e escrevo essas linhas voltando a taça o Saurus Barrel Fermented e como de costume escrevo abaixo algumas linhas sobre a vinícola.

A bodega  foi fundada em 2002 e ganhou rapidamente credibilidade e elogios, e hoje é referência da região. Ela está fixada em San Patrício del Chañar, província de Neuquén, Patagônia, uma nova zona vitivinícola da Argentina, onde existem incomparáveis condições de terroir e que fazem desta uma região especial para o cultivo de variedades de uva destinadas a elaboração de produtos de alta qualidade.

O nome do vinho é  uma analogia a um osso de dinossauro encontrado durante as obras de escavação para implantação dos vinhedos e da vinícola: portanto, eis a razão do nome do vinho “Saurus”.

O vinho é elaborado de forma minuciosa, onde os cachos são mantidos em câmaras frias (0 grau C) até a seleção dos grãos em mesa vibratória. Crio-maceração com cachos inteiros por 6 dias. Fermentação alcoólica em tanques de aço inox por 5 dias e fermentação malolática em barricas de carvalho. Foi posto para maturar em barriacas de carvalho (30% carvalho francês e 70% carvalho americano) em 31.03.2008 e finalizado o envelhecimento em 03.12.2008, sendo engarrafado em 06.02.2009. O vinho está com 5 aninhos e suporta bem pelo menos mais cinco; a vinícola cita potencial de guarda de 8 anos.

Visualmente mostrou uma cor rubi brilhante, com matizes de cor púrpura e lágrimas finas, abundantes e rápidas. No nariz inicialmente muito fechado com o álcool aparecendo, mas após uns 40 minutos de aeração mostrou fruta madura (ameixa), floral (violeta), notas de chocolate e especiadas e um tostado muito delicado e elegante. Em boca foi que se mostrou diferente dos malbecs tradicionais: taninos macios, aveludados, acidez refrescante e álcool aparecendo um pouco mais. Repetição em boca da fruta e do floral e notas balsâmicas sutis. Final de boca ligeiramente adocicado, de boa intensidade e com notas de pimenta e tostado aparecendo no retrogosto. Mesmo sendo diferente esse malbec sujou a taça, algo muito comum aos vinhos com esta casta.

O conjunto garrafa (imponente e pesada), rótulo (rico em detalhes) e rolha (nome da vinícola gravado e também mês e ano do engarrafamento) são um atrativo a parte e fazem você bater o olho no vinho assim que entra no ambiente onde ele está.

Um bom vinho, ideal para se degustar sem nenhuma pressa e pra mim ficou com a segunda colocação entre os vinhos da noite. Para acompanhar um bom pernil de javali ou uma codorna, onde formariam, sem sombra de dúvida, um par perfeito.
 
O Rótulo

Vinho: Saurus Barrel Fermented
Tipo: Tinto
Castas: Malbec
Safra: 2008
Garrafa n°: 5.804 (15.000 produzidas)
País: Argentina
Região: Neuquén, Patagonia
Produtor: Bodega Família Schroeder
Enólogo: Leonardo Puppato
Graduação: 14%
Onde comprar: Decanter
Preço médio: R$ 112,00
Temperatura de serviço: 16º - 18º
Pontuações recebidas: 88 Wine Enthusiast

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Beber vinho moderadamente durante a gravidez não afeta o bebê

Contrariando tudo o que é falado sobre a mulher não poder ingerir bebidas alcoólicas durante a gravidez, um novo estudo publicado na Revista Internacional de Obstetrícia e Ginecologia afirma que beber uma taça de vinho por dia não faz mal à saúde do bebê.
 
De acordo com a pesquisa da Universidade College London, realizada com mais de 10 mil crianças nascidas entre 2000 e 2002, a ingestão do equivalente a 175 ml de vinho não está relacionada com o mau desenvolvimento dos bebes.
 
A equipe se baseou em informações de crianças de até sete anos, analisando seu comportamento emocional e social, assim como o desempenho cognitivo em exercícios de matemática e leitura, por exemplo.
 
As crianças foram divididas em quatro grupos: aquelas cujas mães bebiam, mas pararam durante a gestação; nunca beberam; beberam moderadamente ou beberam bastante. E, para a surpresa dos pesquisadores, aquelas nascidas de mães que beberam uma taça de vinho durante a gravidez não apresentaram mais problemas emocionais ou mentais do que aquelas nascidas de mães abstêmias.
 
Fonte: Revista Adega

Cornellana Estate Grown Reserva Carménère 2010

Ganhei esse vinho dos amigos Macílio e Ana e o mesmo foi degustado no último sábado após o belo Don Pascual Roble Tannat 2008. Digo sem nenhuma dúvida que esse foi o varietal Carménère que mostrou notas herbáceas de forna mais intensa que já degustei e isso incomodou bastante na análise olfativa do vinho.
 
O Cornellana é produzido pela vinícola chilena Viña La Rosa, uma das mais antigas do país. Foi iniciada quando um dos mais importantes empresários de mineração do Chile – Don Francisco Ignácio Ossa y Mercado – resolveu adquirir uma propriedade para seu primeiro filho, Gregorio Ossa cerda. Em 1824, a propriedade foi comprada do primeiro presidente do Chile, Manuel Blanco Encalada, dando início à “Hacienda y Viña La Rosa” com videiras importadas da Europa no período pré-filoxera. Hoje, a sexta geração da família possui na Viña La Rosa 864 hectares de vinhedos no Vale de Cachapoal, a duas horas e meia de carro de Santiago. Uma das características marcantes desta vinícola é o apoio a iniciativas de responsabilidade social como retorno à generosidade da terra e de sua comunidade.
 
O vinho possui vedação com rolha sintética, belo rótulo e garrafa. Cor rubi escuro e halo violáceo. Lágrimas abundantes finas e rápidas. Aroma inicialmente alcoólico, com notas intensas de pimentão e leves toques de madeira, muito ao longe. Taninos suaves, boa acidez e álcool sobressaindo um pouco, mas sem agredir; Final de boca seco com o pimentão e leve tostado aparecendo no retrogosto.


O Rótulo

Vinho: Cornellana Estate Grown
Tipo: Tinto
Castas: Carmánère
Safra: 2010
País: Chile
Região: Cachapoal Valley
Produtor: Viña La Rosa
Graduação: 14%
Onde comprar em Recife: Pão de Açúcar
Preço médio: Esse foi presente
Temperatura de serviço: 16º

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Degustação de vinhos Vista Calma

Na noite da última terça eu e os amigos Juberlan e Eli fomos conferir, na Ingá Vinhos Finos - Casa Forte, os vinhos Vista Calma produzido pela Fanília Falasco.

A Família Falasco possui mais de 70 anos de trajetória no mundo vitivinícola. Atualmente a terceira geração conduz a empresa que se iniciou em 1939 com Octavio Rufino Falasco e que continuou com seu filho Aroldo Santos Falasco. Atualmente, Jorge Daniel Falasco é quem está a frente do projeto, mantendo a tradição familiar na elaboração e comercialização de vinhos.
 
A Família comanda duas bodegas: Los Haroldos e Balbo, que juntas somam cerca de 3.000 hectares de vinhedos nas principais sub-regiões de Mendoza.
 
Os vinhos da linha Vista Calma são elaborados pela Bodega  Los Haroldos e são enviados a Bodega Balbo, onde são pelo engarrafamento e venda dos produtos.
 
Ao todo estavam disponíveis para degustação treze rótulos, sendo todos os varietais (linha de entrada da marca Vista Calma), em um total de nove rótulos, dois da linha Roble e dois da linha Reserva.
  
 
Cito abaixo todos os nove rótulos que degustei com breves descrições; os rótulos que mais chamaram a atençãoforam o Vista Calma Reserva Malbec 2011 e o Vista Calma Reserva Cabernet Sauvignon 2010.
  • Vista Calma Varietales Sauvignon Blanc 2012 - Vinho amarelo claro com tons ligeiramente esverdeados. Aroma predominante de frutas tropicais, leve toque herbáceo e notas adocicadas. Em boca repetiu a fruta e mostrou acidez discreta. Final de boca de adocicado e rápido.
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  • Vista Calma Varietales Torrontés 2012  - Creio que tenha sido a maior decepção da noite. Vinho de cor amarela muito clara, quase transparente. Aroma essencialmente frutado com notas doces em grande intensidade. Em boca acidez também discreta, com a fruta aparecendo no retrogosto. Final de boca doce e enjoativo.
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  • Vista Calma Varietales Chardonnay 2012 - Visualmente mostrou cor amarela com nuances esverdeadas. No nariz notas de abacaxi, maracujá e pão (fermento). Em boca mostrou alguma untuosidade e cremosidade, repetiu a fruta e apresentou boa acidez. Final de boca sedoso com as notas de fermento aparececendo no retrogosto.
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  • Vista Calma Varietales Malbec Rosado 2012 - Bela cor rosa, lembrando um pouco casca de cebola e os rosés da Provance. No nariz notas de morango e cereja em conserva. Em boca refrescante e fácil de beber. Final de boca suave e assim com o Torrontés e o Sauvignon Blanc, mostrou notas doces no retrogosto.
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  • Vista Calma Varietales Merlot 2012 - Na taça mostrou cor rubu escura com halo violeta e boa formação de lágrimas. No nariz perecebi notas especiadas e de ameixa. Em boca seus taninos estavam redondos e suaves e em equilíbrio com acidez e álcool.
  • Vista Calma Varietales Tempranillo 2012 - Cor roxa e matizes violáceas. Aromas de amora madura. Taninos discretos e acidez em boa intensidade. Final de boca rápido com notas adocicadas aparecendo no retrogosto.
  • Vista Calma Roble Malbec 2011 - Cor púrpura/violeta profunda, lágrimas finas e rápidas. No nariz aromas de cereja, framboesa e delicado tostado, proveniente dos 6 meses de estágio em barricas de carvalho. Em boca mostrou taninos redondos e boa acidez, tudo bem integrado com a madeira. Final de boca seco com o tostado aparecendo de forma elegante no retrogosto.
  • Vista Calma Reserva Malbec 2011 - Cor rubi profunda com matizes violáceas, lágrimas em boa quantidade. No nariz aromas de ameixa, notas especiadas e muita integração com a madeira. Em boca taninos volumosos e potentes, boa acidez e álcool na medida.
  • Vista Calma Reserva Cabernet Sauvignon 2010 - Esse foi o cara da noite, pela segunda vez um cabernet sauvignon de uma vinícola me agrada mais que o malbec. Cor rubi intensa e profunda. Aroma intenso e elegante, com muitas notas de fruta madura e muita madeira, mas sem incomodar, notas de pimenta, baunilha e nuances de café. Em boca mostrou muita estrutura, potente, guloso, repetiu a fruta, a madeira e o café. Final de boca seco, com a madeira e o café aparecendo no retrogosto.
O ponto alto da degustação foram os vinhos da linha reserva e o ponto baixo foi o curto período de tempo para a degustação, não possibilitando a análise com maior calma dos rótulos e também a degustação de todos. Também inverteria a ordem de degustação, deixando por último o Reserva Cabernet Sauvignon, que lá apareceu na penúltima posição.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Anuário vinhos do Brasil 2013 será lançado no ExpoVinis Brasil 2013

Em formato de revista premium, a publicação traz dados e avaliações de cenário a respeito do universo do vinho brasileiro. Versão para iPad será apresentada em primeira mão na feira.

Estatísticas, dados de safra e de produção, entrevistas, avaliações de cenário além de um raio-x das diferentes regiões brasileiras de produção da uva e do vinho são alguns dos conteúdos que recheiam a edição 2013 do Anuário Vinhos do Brasil. A publicação será apresentada ao mercado durante o Circuito Brasileiro do Vinho e expovinis 2013, pelo jornalista Marcelo Copello, palestrante do evento e diretor da Baco Multimídia, editora parceira do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) no desenvolvimento do anuário.
 
A versão 2013 dá continuidade ao sucesso da edição 2012, com conteúdo bilíngue. Segundo o diretor executivo do Ibravin, Carlos Raimundo Paviani, “a primeira edição do Anuário Vinhos do Brasil possibilitou reunir em uma única publicação informações sobre a produção de vinhos, o mercado, as inovações e as perspectivas do setor, sendo um importante instrumento de apresentação institucional e promocional do setor vitivinícola.
 
O anuário também se mostrou como uma importante ferramenta para o projeto Wines of Brasil, realizado entre o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), que promove o vinho fino brasileiro engarrafado pelo mundo. A edição 2013 foi apresentada em primeira mão na feira internacional do setor de maior prestígio, a ProWein, realizada na Alemanha, em março passado.
 
O Anuário aborda a constante evolução do vinho nacional, que amplia suas fronteiras para o exterior com notável reconhecimento, muitas vezes traduzidos em prêmios. Rico em dicas e serviços para o leitor, e totalmente traduzido para o inglês, ele é uma grande ferramenta de trabalho, referência para o trade e consumidor final. “É um grande raio-x da vitivinicultura brasileira”, aponta o gerente de Marketing do Ibravin, Diego Bertolini.
 
Ao passar pelas páginas da publicação, o leitor navegará pelas mais importantes regiões vinícolas brasileiras, por meio de um descritivo de cada uma delas, como Serra Gaúcha, Serra do Sudeste, Campos de Cima da Serra, Campanha, Planalto Catarinense, Vale do São Francisco, Paraná, São Paulo e as novas fronteiras Minas Gerais e Goiás, com informações sobre as castas mais plantadas, rótulos, rotas do vinho, além do enoturismo e gastronomia, mostrando o que cada região tem de melhor a oferecer. “O anuário traz um exclusivo panorama do mercado vitivinicultor brasileiro, com números atualizados e com a consolidação de dados e resultados dos estados produtores, fotos, infográficos, tendências e padrões de consumo”, diz jornalista e expert Marcelo Copello, diretor editorial da publicação.
 
Uma estratégia diferenciada de distribuição fará com que o anuário chegue ao maior numero possível de formadores de opinião, seja no Brasil ou Exterior. Na edição 2012, a publicação marcou presença em vários eventos e degustações internacionais, sendo ainda distribuída em mais de cem postos oficiais do país, por meio de parceria com Ministério das Relações Exteriores (MRE).

 Para o segundo semestre, a Baco planeja o lançamento das edições 2012 e 2013 do anuário para iPad. Desta forma, o importante conteúdo do anuário ganha uma nova plataforma de acesso, possibilitando sua consulta a um número maior de leitores.
 
Segundo a diretora de Promoção do Ibravin, Andreia Gentilini Milan, 2013 será um ano de muitas portas abertas para o setor vitivinícola brasileiro. “A Copa tem despertado a atenção dos grandes compradores para os nossos vinhos e, como consequência, esperamos ganhar visibilidade e reconhecimento em importantes mercados como Estados Unidos, Alemanha e Inglaterra”, explica. “Nesse sentido, o Anuário Vinhos do Brasil será uma importante ferramenta para disseminar o que a nossa indústria está fazendo para se preparar para estes mega eventos.
 
Fonte: ExpoVinis

segunda-feira, 15 de abril de 2013

"Manchas" de Vinho I - By Amelia Fais Harnas

A artista Amelia Fais Harnas faz quadros/pinturas usando vinho tinto e cera. As obras são uma verdadeira obra de arte e passarão a figurar aqui no blog a partir de hoje.
 
The Winemaker, n° 3, 2012 - Damiani Vino Rosso on Cotton.
 

Don Pascual Roble Tannat 2008

Encontrar rótulos do Uruguai aqui em Recife é bem difícil, principalmente bons rótulos. Então, para quem gosta de conhecer vinhos de países pouco conhecidos e  estiver em lojas especializadas não deixe de adquirir  e degustar calmamente os vinhos dos nossos vizinhos.

O Don Pascual Roble Tannat é produzido pelo Eslabelcimiento Junió, que é uma empresa conduzida pela família Deicas, que é proprietária de 100% das ações da sociedade. Tanto o fundador Juan Carlos Deicas como seus filhos Fernando e Mariela e a terceira geração da família, recentemente integrada à empresa, trabalham com esforço e dedicação.

Antes de ser propriedade da Família Deicas, as terras do Estabelecimiento passaram por diferentesdonos, entre eles se destacou Dom Francisco Juanicó, que em 1830 rompeu as tradições da região e construiu uma cave subterrânea que permitiu a elaboração de vinhos de grande qualidade. Quase um século e meio depois, em 1979 passou a pertencer a Família Deicas, a qual abriu as portas da vinícola para o mundo. Na década seguinte, a firma começa a reconversão dos seus vinhedos utilizando variedades nobres européias.

O Don Pascual Roble nasceu em 1996 e seu nome é uma homenagem a Pascual Harriague, responsável pela introdução da Tannat no Uruguai.

Tannat é uma uva tinta da família da Vitis vinifera originária do sul da França, onde é usualmente utilizada em assemblage com merlot. É a grande uva adotada pelo Uruguai, que possui uma extensa área de vinhedos dessa casta.

A tannat dá origem a vinhos de muito caráter, bastante corpo e estrutura, muito tanino, com grande intensidade de cor, aromas deliciosos de frutas escuras e chocolate, com ótima concentração.

Abri o vinho no último sábado quando recebi em minha casa os amigos Juberlan, Rejane, Macílio, Ana, Eli e Simone e ainda na companhia da minha noiva e pais.

Na taça o vinho mostrou uma cor rubi escura com halo mostrando discretos sinais de evolução; lágrimas em boa quantidade escorrendo lentamente pelas paredes da taça. No nariz aromas muito delicados: fruta vermelha madura, pimenta, chocolate, tostado e algum mineral. Em boca mostrou taninos sedosos/aveludados (os cinco anos de vida possivelmente os abrandaram), boa acidez e álcool em boa medida, tudo muito bem integrado a fruta e a madeira. Final de boca seco, de boa intensidade e com o tostado e a especiaria aparecendo no retrogosto. Creio que ele esteja em seu auge, mas ainda pode suportar bem 2-3 anos em garrafa.

Vinho muito equilibrado e harmônico e que acompanhou bem petiscos os queijo (sanduiche de salame e provolone, queijos temperados, pão italiano com geleia de damasco e framboesa, provoleta). Excelente custo versus benefício. 


O Rótulo

Vinho: Don Pascual Roble
Tipo: Tinto
Castas: Tannat
Safra: 2008
País: Uruguai
Região: Juanicó
Produtor: Estabelecimiento Juanicó
Graduação: 13%
Onde comprar em Recife: RM Express
Preço médio: R$ 40,00
Temperatura de serviço: 16º

domingo, 14 de abril de 2013

O primeiro australiano do blog: Lindemans Bin 45 Cabernet Sauvignon 2009

Há alguns meses adquiri o Lindemans Bin 45 e estava mantendo o mesmo na adega para degustá-lo em um momento especial, não pelo seu valor, mas por nunca haver degustado antes um vinho australiano, então na última sexta abri a garrafa para comemorar mais um ano de vida e agradecer tudo que tenho recebido.
 
A Austrália está produzindo sofisticados vinhos e hoje é o 4º maior exportador de vinhos, perdendo somente para Itália, França e Espanha.
 
A história dos vinhos australianos teve início em 1836, quando os ingleses se instalaram perto da cidade de Adelaide, no Vale Barossa. Durante mais de cem anos os vinhos australianos produzidos eram fortes e doces, além de vinho do porto, que eram destinados ao mercado inglês. Nos anos 60 houve um grande avanço tecnológico na produção de vinhos no país, que começou a produzir e exportar vinhos de excelente qualidade, produzidos com ingredientes nobres.
 
Lindemans Wines é uma das vinícolas mais antigas da Austrália, fundada pelo médico inglês Dr. Henry J. Lindeman em 1843, que tinha por fundamento o seguinte pensamento: “O único propósito do vinho é trazer felicidade”. Essa marca tornou-se mundialmente famosa por produzir vinhos de relação qualidade-preço (classificado como ótimo “custo-benefício” pela revista Wine Spectator), sendo um dos australianos favoritos dos americanos.
 
O Lindemans Bin 45 Cabernet Sauvignon 2009 mostrou uma cor rubi com halo levemente alaranjado, mostrando uma evolução e, uma boa formação de lágrimas. No nariz um bouquet rico em fruta escura madura e leves toques de baunilha e tostado, proveniente da passagem de 6 meses por barricas de carvalho francês. Em boca mostrou taninos redondos, boa acidez e álcool na medida;  fruta em compota, notas adocicadas, mas sem ser enjoativo e também notas de menta, chocolate e madeira. Final de boca levemente adocicado de média intensidade com a fruta aparecendo no retrogosto.
 
Corroboro a Wine Spectator: é um vinho de boa relação qualidade-preço, o Lindemans é um vinho muito equilibrado, fácil de beber e foi um bom início ao mundo vitivinícola australiano. Acompanha desde uma pizza a uma carne pouco condimentada.
 
Vinho degustado na tranquilidade do lar, na companhia agradável de minha noiva  e no momento especial do meu aniversário.

O Rótulo

Vinho: Lindemans Bin 45
Tipo: Tinto
Castas: Cabernet Sauvignon
Safra: 2009
País: Austrália
Região: Southern Flinders Ranges (South Austrália)
Produtor:  Lindemans Wines
Graduação: 13,5%
Onde comprar em Recife: DLP
Preço médio: R$ 40,00
Temperatura de serviço: 16º

sábado, 13 de abril de 2013

Malbec Gran Reserva 2004

Em dias de celebração a casta Malbec vou abrir uma excessão aqui no blog e vou falar sobre um perfume e não sobre um vinho, trata-se do Malbec Gran Reserva 2004, produzindo por uma gigante da perfumaria.
 
A fragância Malbec ganhou uma versão exclusiva, limitada (foram produzidos 200 mil vidros) e numerada em homenagem ao dia dos pais de 2012.
 
O Malbec Gran Reserva 2004 celebra 8 anos de sucesso da marca Malbec. “A inspiração para criar
Malbec Gran Reserva 2004 veio da maceração e da transformação que esse processo provoca nos vinhos. Quando maceramos uma bebida, ressaltamos o que ela tem de melhor, a sua alma. E foi exatamente o que imaginamos para esta nova criação, que ressaltasse a essência de Malbec”, revela o perfumista, Napoleão Bastos.
 
O perfume é uma fragância encorpada e marcante, originada a partir de uma essência cuidadosamente macerada por 8 anos em barris de carvalho francês. Seus aromas são levemente adocicados e lembram cassis, limão, violeta, chocolate, café, madeira e âmbar
 
Além dessa linha gran reserva a empresa produz o Malbec tradicional e o "assemblage" Duo que une a Malbec e a Nebbiolo.
 
Para quem gosta de vinhos e perfumes vale a pena conferir, mas lembre-se de não exagerar no perfume quando for degustar vinhos.
 
O Produto
 
Perfume: Malbec Gran Reserva
Fragância: Malbec
"Safra": 2004
País: Brasil
Produtor: Boticário
Ondo Comprar: Rede de lojas próprias
Preço Médio: R$ 120,00

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Em 2050, mundo ficará dividido entre salvar pandas e produzir vinho


Por causa do aquecimento global, provavelmente ficará mais difícil cultivar videiras na região de Bordeaux (França), na Califórnia (Estados Unidos) ou no Chile até 2050, revelou estudo publicado nesta segunda-feira (8) nos Estados Unidos, o que anuncia uma migração dos cultivos para áreas mais frias, habitadas por animais protegidos como o panda.

As condições climáticas hoje são ideais nestas regiões para as videiras, mas o aquecimento e as menores precipitações poderiam implicar uma redistribuição significativa das regiões produtoras de vinho no mundo.

"A superfície de terras propícias para o cultivo da videira vai diminuir em muitas regiões tradicionalmente produtoras de vinho, como a de Bordeaux ou o vale do Ródano, na Toscana, na Itália", na Califórnia ou no Chile, declarou Lee Hannah, principal autor do estudo.
 
 
"Mas se encontrarão cada vez mais lugares favoráveis em regiões mais ao norte [do planeta], na América do Norte e na Europa", acrescentou. "Quando começamos o estudo, pensávamos que entraríamos no mundo da ficção científica, mas, agora, estamos convencidos de que se apoia em dados científicos", acrescentou Hannah.

Assim, a superfície de terras propícias para o cultivo da videira na Europa será, segundo o estudo, em média 68% inferior em 2050 devido ao aquecimento global causado pelas emissões de gases de efeito estufa.

A pesquisa se baseia em quatro modelos científicos diferentes: em sua versão mais otimista, a redução da superfície só chegaria a 39% na Europa, mas o pior cenário prevê uma queda de 86% desta superfície.

"Embora nos baseemos em cifras otimistas que envolvem as emissões de gases de efeito estufa, isto atenua as mudanças, mas nosso relatório mostra que haverá repercussões, apesar de tudo", acrescentou Hannah

Locais mais afetados

As chuvas e os eventuais períodos de seca serão muito importantes para continuar cultivando videiras em muitas regiões tradicionais. As terras de Chile, Califórnia, Austrália e regiões da Europa meridional serão as mais afetadas por estas mudanças. Ao contrário, o norte da Europa, dos Estados Unidos e da Nova Zelândia poderiam se tornar importantes produtores de vinho.

As mudanças climáticas previstas se somam aos impactos que o cultivo da videira já implica, para o qual é necessário limpar os terrenos que recebem nutrientes e produtos altamente tóxicos para combater fungos. E isto pode prejudicar tanto a flora quanto a fauna.

"Ironicamente, a China, que é a região do mundo com maior crescimento na produção de vinho, parece ter as melhores terras para videira no habitat dos pandas", observou Hannah, preocupado com a sobrevivência desta espécie em vias de extinção.

Fonte: Uol Notícias

terça-feira, 9 de abril de 2013

Está chegando o dia

 
Em sua terceira edição, o Malbec World Day, uma celebração argentina para a sua uva mais famosa e premiada, será celebrado nas cidades de Nova York, São Paulo, Londres, Shangai e Mendoza.
 
Mas no Brasil as comemorações terão um tempo ainda maior, englobando diversos canais de comunicação e o envolvimento de jornalistas, blogueiros, formadores de opinião e consumidores.
 
Uma das ações será através do Winebar, onde será possível acompanhar ao vivo duas degustações com vinhos selecionados pela Wines of Argentina. Através do site www.malbecworldday.com.br as pessoas poderão acompanhar a transmissão, mandar perguntas e sugestões. Os vinhos serão provados simultaneamente por diversos jornalistas e blogueiros no Brasil inteiro e comentados ao vivo, em real time. A ação acontecerá em 2 dias diferentes, com temas também distintos.
 
O programa Desafio ao Vinho, comandado por Daniel Perches e que vai ao ar todas as quintas-feiras pela TV Geração Z e pela TVUOL também faz parte das atividades. No dia 11 de abril terá uma edição especial com o tema "Malbec combina com tudo.". Durante o programa, convidados especiais vão desafiar os vinhos Malbec e falar um pouco sobre esta uva, com abordagens e temas diferentes. Assim como o Wine Bar, serão 2 programas distintos.
 
Outra ação que acontecerá e mobilizará consumidores, blogueiros e formadores de opinião, testará suas capacidades fotográficas no Instagram, através do Instavinho (www.instagram.com/instavinho) e que premiará as melhores fotos de Malbecs.
 
E por último, blogueiros do Brasil todo participarão de mais um evento, desta vez evento através da CBE (Confraria Brasileira de Enoblogs) que publica mensalmente vinhos a partir de um tema. Em Abril o tema ficou por conta da Malbec, que vai ser avaliada por 17 blogs do Brasil.
 
 
Dia 10/04
Transmissão ao Vivo Winebar
Horário: 21h
Tema: A diversidade de Mendoza
 
Dia 11/04
Desafio ao Vinho especial Malbec World Day
Horário: 12h
Tema: Malbec combina com tudo?
 
Dia 17/10
Transmissão ao Vivo Winebar
Horário: 21h
Tema: A diversidade do Malbec
 
Dia 18/04
Desafio ao Vinho especial Malbec World Day
Horário: 12h
Tema: Malbec não é tudo igual.

Fontes: Malbec World Day e  EnoDeco

Marqués del Nevado Gran Reserva Petit Verdot 2009

Há poucos dias encontrei o Marqués del Nevado Gran Reserva Petit Verdot em uma loja especializada aqui em Recife, o vinho me chamou a atenção pela sua garrafa e também por ser um varietal com a Petit Verdot, o que é pouco comum, tanto que este será o primeiro varietal com esta cepa a ser comentado aqui no blog.

O vinho é produzido pela Bodegas y Viñedos Korta Bucarey Ltda, que faz parte de um projeto ambicioso da Família Korta e foi iniciado em 1997. O vinhedo está localizado 200km ao sul de Santiago, no paralelo 35° sul.

O vale onde a Bodega tem localizado os seus vinhedos é chamado de "Família Sagrada". O Projeto inclui a produção exclusiva de cepas tintas. As características da zona, particularmente a adição térmica, permitem a produção de vinhos tintos com uma estrutura e concentração excelentes.

A Petit Verdot é uma casta tinta que pertence às clássicas Bordeaux. Geralmente é utilizada em cortes, uma vez que quando usada sozinha resulta em vinhos muito ácidos e tânicos.
 
Apesar de ser uma das cepas de Bordeaux, a Petit Verdot é pouquíssimo conhecida mundo a fora e ainda muito pouco utilizada em vinhos monovarietais.
 
A Petit Verdot é, dentre todas as uvas bordalezas, a que mais tempo leva para chegar à maturação. Normalmente ela é usada para dar estrutura e cor aos cortes de Bordeaux e tem sido, ultimamente, uma das maiores febres mundo a fora. Muitos países investiram nessa casta e, hoje, é possível encontrar varietais na Argentina, Chile, Austrália e, principalmente, Espanha.
 
Seus vinhos costumam ser muito escuros, densos, com aromas de fruta negra madura e boa carga floral, com destaque para violetas. No palato apresentam sempre muita força, personalidade e pungência. Nunca espere, por exemplo, um Petit Verdot elegante, mas sim sempre potência e força.

O Marqués del Nevado Gran Reserva Petit Verdot tem passagem de 12 meses por barricas de carvalho francês e americano. Visualmente mostrou uma cor rubi escura e profunda, halo violeta e lágrimas abundantes finas e rápidas. No nariz aromas intensos de fruta madura, menta, eucalipto, chocolate amargo e tostado. Em boca mostrou muita potência, taninos vivos e acidez intensa, com a tríade (taninos - acidez - álcool) em bom equilíbrio; repetiu a fruta madura, o tostado e o chocolate e mostrou ainda toques sutis de especiarias; final de boca seco e de média intensidade.

Um vinho com 4 anos de vida e que ainda suporta mais alguns em garrafa. Não é um vinho fácil, mas muito interessante, potente e equilibrado. Considero que foi um bom início com um varieltal Petit Verdot e que é uma boa pedida para quem gosta de conhecer novas castas e novos vinhos.

Degustei com picanha suina e bovina e ele ficou um pouco acima. Ele acompanhará bem carnes como carneiro, javali e queijos curtidos e de sabor forte.
 

O Rótulo
 
Vinho: Marqués del Nevado Gran Reserva
Tipo: Tinto
Castas: Petit Verdot
Safra: 2009
País: Chile
Região: Vale do Lontué
Produtor: Bodegas y Viñedos Korta Bucarey Ltda
Graduação: 14%
Onde comprar em Recife: DLP
Preço médio: R$ 33,00
Temperatura de serviço: 14-16º