quinta-feira, 31 de março de 2016

Produza seu próprio vinho no Chile

Para os amantes de vinhos, visitar vinícolas ao redor do mundo não chega a ser uma novidade. Geralmente, esses lugares oferecem passeios pelos vinhedos, e até degustação de rótulos famosos. No entanto, imagine você mesmo produzir o próprio vinho. Essa é a proposta da luxuosa Viña Vik, uma vinícola chilena que abre suas portas para celebrar o início da colheita das uvas.
 
 
A programação é exclusiva para esta época do ano, quando se inicia a produção de um dos mais celebrados rótulos da América do Sul, o Vik. Serão três dias de atividades, que ainda incluem hospedagem no meio das plantações. As vinícolas ficam nos arredores do Hotel Viña Vik, na cidade de San Vicente de Tagua Tagua, no Vale de Millahue, a cerca de 200 quilômetros de Santiago.
 
O primeiro dia começa com uma degustação de boas vindas e uma colheita noturna, onde os visitantes - munidos de capacete com lanterna frontal, tesouras e luvas -, escolherão os melhores cachos com o acompanhamento de guias enólogos (o especialista em vinhos). Depois disso, são acompanhados até a adega do local, onde podem ver de perto o processo de maceração do suco de uva. Por último, os hóspedes são encaminhados até a sala onde as barricas de carvalho são armazenadas para envelhecimento. Ainda é possível degustar do suco em seu primeiro estágio, diretamente dos barris.
 
A uva colhida pelos visitantes só serão transformadas em vinho depois de quatro anos de armazenamento. No entanto, é possível adquirir aquele rótulo mediante licitação. A safra 2016 da garrafa Magnun 6 litros custará nada menos de U$$ 700!
 
A hospedagem na vinícola ainda inclui todas as refeições e passeios como cavalgadas, caminhadas, aulas de ioga e até roteiros de bicicleta pelas idílicas paisagens da região. O hotel ainda dispõe de piscina e spa.
 
Para mais informações sobre o passeio, mande e-mail para reservations@vinavik.com.

Alta nos preços fazem o vinho voltar a ser artigo de luxo no Brasil

Dando uma olhada na lista dos “100 Top Values” da revista norte-americana “Wine Spectator”, fica claro que o vinho voltou a ser artigo de luxo, no Brasil. Depois de experimentar um período de popularização, nos últimos 15 anos, os preços foram às alturas, a qualidade caiu vertiginosamente, e, hoje, só mesmo quem tem muito dinheiro vem “investindo” neste produto. A moda foi passageira e, até mesmo as postagens de rótulos nas redes sociais, mostrando o dono ou a dona do perfil se deliciando com a mais nobre das bebidas, minguaram – pior, deram lugar a análises políticas.
 
A escalada dos preços afastou o consumidor e está claro nos números do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin). Eles mostram a interrupção de um período de crescimento, que vinha desde 2006, com uma queda vertiginosa de 30% só no primeiro bimestre deste ano. Em 2015, o setor ficou estável (as vendas até cresceram míseros 0,9%), mas o valor importado caiu 10% - o que, na prática, representa uma piora dos rótulos trazidos para o país – e a participação de Argentina, Itália, França e Portugal caiu para os mesmos percentuais de dez anos atrás.
 
 

Lei Seca Americana

Uma das proibições mais falhas e conhecidas de todo o mundo foi a Lei Seca Americana, que vigorou por mais de uma década a partir dos anos 20. Com interesses políticos em jogo, essa lei trouxe impactos para toda a sociedade, mas afetou, principalmente, a indústria de vinhos e cervejas. Algumas das consequências dessa lei são sentidas até hoje. Por isso, conheça toda a história por trás dessa proibição:
 
A proibição
 
A época da Lei Seca Americana também é conhecida como a época da Proibição Americana ou Proibição nos Estados Unidos. Foi um período que durou dos anos 1920 a 1933, e que proibia produção, transporte ou venda de álcool em todo o território norte-americano.
 
O dia 16 de janeiro de 1920 foi marcado como o último dia da década em que norte-americanos puderam comprar suas bebidas de maneira legal. Mas mesmo antes da proibição, cerca de 18 estados norte-americanos já tinham adotado uma política bastante restritiva em relação às bebidas alcoólicas.
 
O panorama político e mundial
 
Não era a primeira vez que tentava-se proibir bebidas alcoólicas, mas, até então, não nenhum resultado concreto tinha sido obtido. Nos anos 20, entretanto, a situação mudou, graças ao panorama político e mundial: a Primeira Guerra, que aconteceu de 1914 a 1918, plantou a semente que, alguns anos mais tarde, resultou na Lei Seca Americana.
 
Isso porque muitos lobistas contra o álcool usavam dois argumentos principais: que as matérias-primas utilizadas poderiam servir como alimento para soldados, especialmente no caso das leveduras e cevada, e que boa parte das indústrias de bebidas eram alemãs. Como a Alemanha começou a despontar como a principal inimiga de boa parte do mundo naquele momento, a Lei Seca Americana ganhou um caráter nacionalista e, por vezes, xenófobo.
 
As consequências
 
A Lei Seca Americana, apesar de bastante rígida, possuía uma brecha: ela não proibia o consumo de álcool. Com isso, a principal consequência de sua implantação foi o estímulo ao contrabando de bebidas, a sua produção ilegal e, em último caso, a formação de quadrilhas e gangues.
 
Foi nessa época que a máfia viu seus lucros aumentarem muito, o que permitiu que ela se institucionalizasse. Os criminosos e contrabandistas lucravam com o interesse das pessoas em continuar consumindo álcool mesmo com a imensa propaganda proibicionista. Isso estimulou também a corrupção, principalmente em relação à fiscalização.
 
A Lei Seca Americana e os vinhos
 
Antes da proibição ser estabelecida, muitos produtores esperavam que os vinhos não fossem totalmente banidos, especialmente por serem culturalmente importantes em muitos lugares. Apesar disso, a proibição incluiu todo tipo de bebida alcoólica em território norte-americano, e os produtores de vinho também se viram com problemas, afinal, não poderiam vender nos Estados Unidos — e nem exportar, já que a simples produção era proibida.
 
Graças à proibição, muitas pessoas também começaram a fazer seus próprios vinhos em casa, e a bebida também não deixou de ser servida nos mais de 30 mil bares ilegais que apareceram em todo o país. Com o consumo ilegal a todo vapor, o famoso mafioso Al Capone, atuando em Chicago, foi um dos principais beneficiados da Lei Seca Americana, já que ele era responsável pelo contrabando e venda de vinhos na região.
 
Já com o fim da Lei Seca, a produção de vinho norte-americano só retornou dois anos depois, em 1935, com extensivas pesquisas para que os produtores pudessem recuperar parte do tempo perdido em relação aos outros produtores do mundo.
 
A Lei Seca Americana foi, na verdade, uma lei instituída devido às pressões de lobistas que eram a contra a indústria de bebidas. Por ter sido implantada de maneira falha, entretanto, a lei trouxe consigo brechas e construiu o ambiente perfeito para contravenções e contrabandos, sendo considerada um dos maiores fiascos da história recente.
 
Fonte: SmartBuy Wines

Negócios das vinícolas brasileiras na ProWein 2016 crescem 60%

As vinícolas brasileiras que participaram da ProWein 2016, maior feira de vinhos do mundo, realizada anualmente na Alemanha, fecharam um total de USD 800 mil em negócios, conforme relatório do Wines of Brasil. O montante é 60% superior ao verificado na edição do ano passado, quando o volume chegou a USD 500 mil. O Wines of Brasil é um projeto setorial desenvolvido pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).
 
De 13 a 15 de março, em Düsseldorf, as 10 vinícolas presentes no evento (Aurora, Basso, Don Guerino, Casa Valduga, Lídio Carraro, Miolo, Pizzato, Perini, Peterlongo e Salton) mantiveram um total de 176 contatos, com representantes da Alemanha, Áustria, Austrália, Angola, Aruba, Bélgica, Bulgária, Canadá, Dinamarca, Estados Unidos da América, Espanha, França, Holanda, Itália, Japão, Malta, Nigéria, Polônia, República do Chipre, República Tcheca, Reino Unido, Rússia, Romênia, Suíça, Suécia e Países Nórdicos. A perspectiva é de que nos próximos 12 meses os negócios a serem fechados cheguem a USD 1,6 milhão.
 
De janeiro a dezembro de 2015, as vinícolas brasileiras exportaram um total de 1.591.770 litros de vinhos finos e espumantes para 35 países.
 
Esta foi a 12ª participação do Wines of Brasil na ProWein. Para a analista de Promoção do projeto, Mônica Tartaro, a feira mais uma vez mostrou sua grande importância para o Brasil e suas empresas vinícolas. “Desde o primeiro dia, o movimento foi muito intenso no estande Brasil. Notou-se um interesse crescente pelo vinho brasileiro, com destaque para os espumantes, por todos que visitaram o espaço”, avalia Mônica.
 
Nesta edição, a novidade ficou por conta de uma mesa coletiva onde foram mostrados somente rótulos premiados ou medalhados, remetendo aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, que ocorrem este ano no país. Com a sinalização Celebrate with Brasil – Get to Know our Champions! (Celebre com o Brasil – Conheça Nossos Campeões!), o público pôde apreciar esses vinhos e obter mais informações sobre as regiões produtoras, os diferentes estilos e detalhes de cada rótulo por meio de cartões entregues aos visitantes.
 
No Brazilian Happy Hour, um bartender elaborou drinks especiais para cada dia com vinhos e espumantes brasileiros. Destaque para o drink que levou as cores do Brasil: verde, amarelo e azul. Alguns importadores das vinícolas solicitaram receitas para serem utilizadas em ações no exterior. As receitas já se encontram disponíveis com o Wines of Brasil para utilização das vinícolas. “Com isso, objetivou-se mostrar ao trade e à imprensa internacional mais opções de utilização da bebida para aumento de vendas e penetração no mercado”, afirma a analista.

Wines Road Show acontece no próximo dia 04

No próximo dia 04 (segunda-feira) acontece no Hotel Unique o TOP Italian Wines Road Show “Gambero Rosso”. O consagrado evento internacional, conhecido pela rigidez e seriedade, que apresenta os melhores vinhos italianos do mundo. O cronograma inclui a degustação de cerca de 300 vinhos e seminários conduzidos pelos melhores sommeliers do Gambero Rosso.
 
Sessenta e cinco vinícolas participam do Tour, entre elas a Allegrini, uma das vinícolas italianas mais premiadas e reconhecidas no mundo e que em 2016 foi eleita a vinícola do ano. Representada no Brasil pela Inovini, divisão de vinhos da importadora Aurora, a Allegrini possui vinhos que são frutos exclusivamente das uvas cultivadas nos vinhedos da propriedade.
 
 

segunda-feira, 28 de março de 2016

Vinho francês está ameaçado pela mudança climática

As mudanças climáticas estão afetando a produção de vinho na França e na Suíça, tornando mais difícil a ocorrência das condições ambientais favoráveis para a obtenção de uvas de melhor qualidade. Um estudo feito pela Nasa em parceria com a universidade de Harvard identificou que o intervalo de tempo das safras tem se reduzido, com a ocorrência de colheitas antecipadas com maior frequência. A mudança, atrelada a ausência do clima seco no final de safra, bagunça as condições ideais para a fabricação de vinho.
 
Vinhedos franceses estão tendo colheitas antecipadas como consequência
das mudanças climáticas globais.
Os pesquisadores analisaram dados de colheitas de uvas para a fabricação de vinho entre os anos de 1600 e 2007. Enquanto em safras antigas, datadas entre 1600 e 1980, as colheitas antecipadas ocorriam em anos mais quentes e secos, de 1981 a 2007 o aquecimento global teria promovido colheitas adiantadas mesmo em anos sem seca. O estudo foi publicado na revista Nature Climate Change.
 
A descoberta é importante porque os vinhos de maior qualidade são tipicamente associados a colheitas antecipadas em vinhedos localizados em regiões mais frias, como a França e a Suíça. Contudo, a antecipação das colheitas não estão gerando melhor safras devido à ausência da seca. "Há cada vez mais evidências de que a mudança climática tem causado colheitas antecipadas nessas regiões", diz Ben Cook, pesquisador do Instituto Goddard da para Estudos do Espaço, da Nasa. "Nossa pesquisa sugere que mudanças nas condições climáticas são as causas desses adiantamentos", completa.
 
Indicadores de qualidade do vinho mostram que os melhores anos para a colheita da uva são aqueles de verão quente, com chuvas acima da média no início do cultivo e seca no final da safra. "Calor e umidade permite que as videiras cresçam cedo no início da safra, enquanto as condições mais secas do final possibilitam maior produção de frutos," diz a ecologista Elizabeth Wolkovich, do Departamento de Biologia Evolucionária da Universidade de Harvard.
 
Vinhos piores
 
Na análise que abrange 400 anos de colheitas de uva para vinho na Europa Ocidental, os pesquisadores levaram em consideração dados climáticos, de variações de safras, precipitação e umidade do solo. Os números obtidos foram comparados com classificações de qualidade de safras de vinho nas regiões de Bordeaux e Borgonha, na França.
 
Os resultados indicam uma mudança fundamental no papel da seca e da umidade para o tempo de colheita e a obtenção de vinhos de qualidade. Apesar de as temperaturas quentes estarem associadas a colheitas antecipadas e vinhos de alta qualidade, o impacto da seca praticamente desapareceu nas últimas décadas. A ausência do período seco, consequência das mudanças climáticas de larga escala, inviabilizariam a obtenção dos melhores vinhos.
 
"A qualidade do vinho depende também de uma série de fatores que vão além do clima, incluindo variedades de uva, solos, gestão da vinha etc", diz Cook. "No entanto, nossa pesquisa sugere que as condições climáticas sob as quais o vinho é produzido mudaram. Isso é fundamental para os produtores de vinho da França, Suíça e outras regiões vitícolas", completa.

O vinho medieval de Ourém

Vivemos numa sociedade de consumo regrada e infinitamente padronizada, uma sociedade que vive recheada de normas, modelos e regulamentos que gostamos de impor a nós próprios, limitando não só a inovação como rejeitando ao mesmo tempo algumas das tradições que nos chegam do passado. Gostamos de etiquetas, de regras bem definidas e sem campos cinzentos que possam perturbar a paz dos modelos artificiais que construímos.
 
 
Apesar de alguma dispersão, o mundo do vinho vive também ele preso a modelos e regras, muitas delas de criação recente e em negação com o passado. Uma dessas regras recentes garante que não existem pontos de contato entre os vinhos tintos e brancos, que os dois campos devem estar bem separados e que os dois mundos não se devem tocar e ainda menos conjugar. Mesmo se a tradição de um passado remoto nos garante que o modelo funciona, que existem razões para o fazer e que existem tradições que devem ser mantidas.
 
Tradições nacionais e europeias de mistura entre uvas tintas e uvas brancas que uma pequena região portuguesa teimou em manter e que acabou em força de lei graças à tenacidade e teimosia de um pequeno punhado de produtores, que não hesitaram em lutar pela manutenção de um vinho histórico que remonta à criação do reino de Portugal. Vinhos palhetes que sobreviveram às modas e ao passar do tempo, vinhos que descendem dos tempos medievais quando os vinhos tintos ainda se chamavam “vermelhos” e os vinhos brancos eram considerados os favoritos da nobreza.
 
São os vinhos medievais de Ourém, os antigos palhetes de Ourém, vinhos nascidos dos ensinamentos providenciados pela emérita Ordem de Cister do Mosteiro de Alcobaça… mas também vinhos nascidos do engenho do homem, da necessidade e vontade de simplificar um processo custoso e caro que o ardil humano conseguiu abreviar de forma satisfatória. Vinhos brancos pintados com uvas tintas, vinhos de gênese acelerada e consumo ainda mais rápido que satisfaziam o desejo pelo vinho novo pronto a ser vendido e bebido poucas semanas após a vindima.
 
Depois de vindimadas as uvas brancas, hoje obrigatoriamente da casta Fernão Pires, estas são prensadas em lagares sendo os mostos acondicionados logo após o esmagamento em tonéis de madeira que são mantidos em falta de modo a não exceder os 80% de capacidade total. Tonéis onde as uvas brancas vão fermentar em regime de bica aberta, sem contato com as películas. Depois de vindimadas as uvas tintas, hoje quase invariavelmente da casta Trincadeira, estas são desengaçadas procedendo a uma fermentação com curtimenta em velhas dornas de madeira ou, embora menos habitualmente, em lagares por um período de tempo que, consoante os anos e as condições de vindima, pode variar entre os quatro e os dez dias. Quando ambas as fermentações se aproximam do final, o mosto tinto não prensado e ainda com as películas, representando cerca de 20% do volume total do tonel, é acrescentado no tonel ao mosto branco, terminando as fermentações em conjunto para o casamento total dos dois vinhos.
 
Uma prática histórica que, entre outras razões, nasceu da necessidade de apressar tanto a elaboração do vinho como o momento de consumo. Quanto menos tempo os mostos se demorassem na adega, menos impostos teriam de ser pagos à Ordem de Cister, que diligentemente cobrava taxas pela utilização dos lagares divididas em períodos mínimos de 24 horas. Mas também porque, ao combinar uvas muito maduras de castas brancas vindimadas muito tarde para acrescentar grau alcoólico com uma percentagem muito pequena de uvas tintas, o vinho seria bebível muito mais cedo, despontando muito mais cedo para consumo caseiro ou para a venda nas muitas tabernas e mercearias da região.
 
A vontade de beber cedo os vinhos era tão grande, e a capacidade de resistência aos aromas e sabores dos vinhos novos era tão diminuta, que os tonéis antigos dos vinhos medievais de Ourém são conhecidos por terem não uma torneira no fundo mas sim várias aberturas espalhadas em diferentes posições e alturas nos tampos de modo a permitir retirar vinho logo após os primeiros momentos quando a coloração das uvas tintas entretanto acrescentadas ainda não era evidente no fundo do tonel… mas já perceptível e notória no seu topo. Por isso os tonéis antigos se encontram tão manchados e furados, numa espécie de homenagem à impaciência e à gula por um vinho novo.
 
Curiosamente, e porque as manchas do vinho que escorria das aberturas dos tampos ficavam marcadas nos tonéis depois de abertos, tornando fácil deduzir quando alguém se tinha ‘servido’ do vinho, muitos tonéis têm igualmente aberturas nos tampos do fundo onde por vezes os audazes atacavam na esperança de ninguém se entreter com a inspeção  das “traseiras” dos velhos tonéis.
 
Histórias extraordinárias de um vinho único e especialmente interessante que seria o sonho de qualquer candidato a marketeer mas que no século XX quase foi extinto devido ao abandono do campo, à falta de entusiasmo na preservação das tradições e à falta de uma legislação comunitária e padronizada que não se encaixa facilmente nestes detalhes históricos que quase ultrapassam a imaginação. Por sorte e entusiasmo de alguns produtores que não deixaram cair o vinho em esquecimento, o vinho medieval de Ourém acabou por ser certificado e defendido há cerca de dez anos, ganhando um estatuto especial que teoricamente o livrará desse fim que parecia estar já anunciado. Cabe-nos a nós provar e beber os vinhos, descobrir a sua originalidade e defender mais um vinho que demonstra a incrível diversidade e riqueza dos vinhos portugueses.
 
Por Rui Falcão
Fonte: Fugas e Vinhos

quinta-feira, 17 de março de 2016

Produtores de vinho de altitude promovem seminário


Produtora Carolina Rojas Ferraz.







Três dos maiores especialistas nacionais sobre denominação de Origem dos Vinhos estão em São Joaquim nesta quinta-feira, dia 17, e sexta-feira (dia 18) para ministrar palestras dentro da programação da 3ª Vindima de Altitude. O Seminário Denominação de Origem dos Vinhos de Altitude de Santa Catarina será conduzido pelos técnicos da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) José Fernando da Silva Protas, Jorge Tonietto e Mauro Zanuz.

A realização é da Vinho de Altitude – Produtores Associados, em parceria com Embrapa, Epagri e Sebrae SC. Essa é a primeira etapa do processo que deve durar cerca de três anos para a conquista de um selo de garantia da procedência dos vinhos produzidos na altitude catarinense. “Depois dos 15 primeiros anos de plantio, a denominação de origem será o grande salto para consolidar as características e a qualidade dos nossos vinhos: o consumidor vai saber exatamente o que está comprando e isso certamente vai estimular as vendas e os negócios da vitivinicultura do Estado”, afirma Acari Amorim, presidente da Vinho de Altitude.
 
 O estudo minucioso será coordenado pela Embrapa, com o apoio do Sebrae SC e Epagri, envolvendo ainda outras instituições públicas e privadas. Serão analisadas características como clima, geografia e solo, que garantem os diferenciais do vinho catarinense de altitude como cor, aroma e sabor.
 
Ao todo, a produção de uvas de altitude – acima de 900 metros do nível do mar – conta com mais de 600 hectares plantados. Em 2016, a safra, que acontece entre os meses de março e maio, deverá ser cerca de 1,2 milhão de toneladas. As principais uvas produzidas são Cabernet Sauvignon, Merlot, Chardonnay e Sauvignon Blanc. Das 35 vinícolas na área de atuação da Vinho de Altitude – Produtores e Associados, 20 já comercializam cerca de 150 rótulos, alguns premiados no Brasil e exterior. Juntas, produzem 1,2 milhão de garrafas/ano e possuem faturamento anual de cerca de R$ 200 milhões.
 
A 3ª Vindima de Altitude acontece até 27 de março, sempre aos finais de semana (de sexta a domingo). É uma realização da Vinho de Altitude – Produtores e Associados e Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet, com patrocínio da Souza Cruz, Tractebel, Bragagnolo e Zanotti. Conta com o apoio do BRDE, Sebrae/SC e do Governo do Estado de Santa Catarina, por meio da Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte, Santur e Epagri.
 
Fonte: Economia SC

Polícia recupera carga de vinho e prende dono de restaurante

Um empresário dono de um restaurante no Batel foi preso na tarde da última segunda-feira (14) suspeito de vender vinho roubado. Os policiais do 8º Distrito Policial (DP) chegaram até o empresário depois de seguir uma Kombi que transportava a carga roubada. Além do dono do restaurante, o motorista que levava os vinhos também foi preso.

A carga, com mais de 1000 caixas de vinho e avaliada em mais de R$ 20 mil foi roubada em Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, no dia 14 de janeiro por indivíduos armados.

Durante a investigação e após denúncias anônimas, os policiais foram até um galpão no bairro Xaxim, em Curitiba. Lá eles encontraram a carga roubada que tinha como destino uma grande rede de supermercados da capital.

“Assim que localizamos a carga, monitoramos o local durante todo o dia, quando em dado momento no período da tarde, saiu deste barracão um veículo carregado com o vinho. Os policiais acompanharam o carro que se deslocou até o restaurante no Batel”, explicou o delegado-chefe do 8ºDP, Cassiano Aufiero.

O dono do restaurante e o motorista que transportou a carga foram presos em flagrante autuados pelo crime de receptação qualificada. Se condenados, os dois podem pegar até oito anos de prisão. As investigações continuam no sentido de identificar o destino do restante da carga bem como identificar outros envolvidos.

Fonte: Bem Paraná

terça-feira, 15 de março de 2016

Tributação de produtos vitivinícolas é tema de seminário em Farroupilha

Alterações na alíquota do ICMS, seus efeitos para o produtor e as novas obrigações fiscais são alguns dos assuntos do Seminário sobre Tributação no Setor Vitivinícola, que ocorre em Farroupilha, quarta-feira (16) a partir das 14h. O evento, promovido pelo Instituto Brasileiro do Vinho - IBRAVIN e pelo Martinelli Advogados tem entrada gratuita e inscrições limitadas.

Para o coordenador do Comitê de Tributação e Competitividade do Ibravin, Gilberto Pedrucci, a realização de um seminário para atualizar as questões tributários vem em boa hora, devido às diversas mudanças que ocorreram em impostos federais e estaduais e à complexidade do tema. "É fundamental que o vinicultor fique a par de todas as mudanças para que o empreendimento seja viável sob o ponto de vista econômico", acredita.          

Na abertura, o diretor executivo do IBRAVIN, Carlos Raimundo Paviani, falará sobre os reflexos na cadeia produtiva de questões em juízo, com a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de 10% para 6%. Em Seguida Kelly Lissandra Bruch, consultora jurídica do Instituto, esclarecerá dúvidas sobre o crédito de 50% previsto pelo Fundo de Desenvolvimento de Vitivinicultura (FUNDOVITIS), em vigor no estado desde 1997.

Um dos temas centrais da programação será as recentes mudanças no Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). Os advogados Gustavo do Carmo e Liziê Reeiman, apresentarão painel sobre o impacto da Emenda Constitucional n° 87 no setor.

"A EC 87/15 altera a sistemática de cobrança para o consumidor final que está localizado em outro estado. Com as mudanças, será adotada alíquota interestadual e caberá ao estado de localização do destinatário o imposto correspondente", esclarece Liziê Reiman.

O seminário é direcionado a profissionais de vinícolas e empresas produtoras de suco de uva, além de contadores que atual no segmento.

As inscrições podem ser feitas até o final do dia de hoje (15) pelo e-mail graziela@ibravin.org.br ou pelo telefone (54) 3455.1806.

sábado, 12 de março de 2016

Vinícolas brasileiras apresentam seus produtos na maior feira de vinhos do mundo

Dez vinícolas integrantes do projeto Wines of Brasil participam da maior feira de vinhos do mundo, a ProWein, de 13 a 15 de março.

Durante os três dias, o público que passar pelo evento anual realizado em Düsseldorf, na Alemanha, poderá conferir os destaques dos portfólios de vinhos e espumantes das vinícolas Aurora, Basso, Don Guerino, Casa Valduga, Lídio Carraro, Miolo, Pizzato, Perini, Peterlongo e Salton em um grande estande com imagens remetendo ao Rio de Janeiro e a paisagens de algumas das seis regiões produtoras brasileiras.
 
Além das mesas individuais de cada vinícola, o espaço do Brasil terá ainda a mesa coletiva Celebrate With Brasil - Get To Know Our Champions (Celebre com o Brasil – Conheça Nossos Campeões), onde os visitantes terão a oportunidade de degustar 20 rótulos premiados de 14 empresas (as 10 citadas acima além de Cave Geisse, Garibaldi, Nova Aliança e Sanjo).

Rio Sol Brut: o Espumante produzido com syrah às margens do Velho Chico

Já provou um espumante 100% syrah? E um espumante 100% syrah produzido no Paralelo 8, às margens do Rio São Francisco em pleno sertão nordestino? Se suas respostas foram não e ainda por cima você torceu o nariz, posso te garantir que não sabe o que está perdendo.
 
O espumante em questão é o Rio Sol Brut, produzido na Vitivinícola Santa Maria, um projeto da Vinibrasil que nasceu em 2002. Um empreendimento pioneiro e que tem tudo de novo: a região (sertão nordestino), o clima (semi-árido) e a latitude (paralelo 8). Tal como foi classificado por Jancis Robinson, este vinho não é do "Novo Mundo", mas sim de uma nova categoria chamada "Nova Latitude".
 
A Syrah foi a casta que melhor se adaptou ao Vale do São Francisco. O método de produção: o Charmat, com primeira fermentação em tanques de inox e segunda fermentação em autoclaves por 30 dias e mais 30 dias de contatos com as leveduras.
 
Na taça apresentou cor amarelo palha com reflexos dourados, boa formação de espuma e perlage fina e persistentes.
 
No nariz mostrou boa intensidade de aromas, sendo marcante a presença de flores brancas seguidas notas de frutas cítricas e topicais e leve toque de frutas secas.
 
Em boca um borbulhante leve, refrescante e fácil de beber. Apresentou um palato equilibrado e com repetição das notas olfativas. Final de boca de média persistência e agradável frescor.
 
O Rótulo Vinho: Rio Sol Brut
Tipo: Espumante
Casta: Syrah
Safra: Não safrado 
País: Brasil
Região: Vale do São Francisco
Produtor: Vini Brasil e Dão Sul
Graduação: 12%
Onde comprar: Wine in Pack
Preço médio: R$ 40,00
Temperatura de serviço: 8°
Premiações: Medalha de Prata no Concurso Internacional de Vinhos do Brasil 2009

quinta-feira, 10 de março de 2016

Salton e a nova linha Brazil Intenso com foco no mercado externo


A Vinícola Salton acaba de lançar uma linha de vinhos e espumantes exclusiva para exportação. Da apresentação ao sabor, fortes características nacionais caracterizam a coleção Brazil Intenso como um produto nativo do país tropical.

A seleção de novos produtos traz os espumantes Intenso Moscatel, elaborado com a uva moscatel, e Intenso Brut Glera, feito com a uva glera (também conhecida como Prosecco), além de dois vinhos, um tinto Brazil Intenso Tannat e um branco Brazil Intenso Chardonnay, produzidos a partir de uvas de sabores marcantes. “Nosso principal objetivo é fortalecer a identidade de nossos produtos, fazendo com que o consumidor reconheça as características dos vinhos e espumantes brasileiros”, detalha Cesar Baldasso, coordenador de Exportação da Salton.

Os rótulos trazem figuras que simbolizam importantes cenas da cultura brasileira em formato de mosaico com as cores da bandeira nacional. A estátua do Cristo Redentor e o Pão de Açúcar, referências internacionais como pontos turísticos cariocas, são retratados nos rótulos dos espumantes. No vinho tinto, a imagem do boiadeiro remete ao Pantanal e, no branco, estão estampadas as silhuetas de duas baianas em trajes locais.

Durante a escolha dos elementos que ilustram os rótulos de cada produto, uma pesquisa com o público internacional foi realizada, visando atender as expectativas dos consumidores nos locais em que a nova coleção será lançada. A linha tem foco na distribuição em supermercados e lojas especializadas, com possibilidade de inserção na carta de vinhos de alguns restaurantes. Hoje, a Salton tem fortes relações comerciais na América do Norte e Ásia, atendendo também algumas regiões da Europa e abrindo novos mercados na América do Sul.

segunda-feira, 7 de março de 2016

Beber Vinho Antes de Dormir pode Ajudar a Emagrecer

Já está mais do que comprovado que beber vinho com moderação, claro, pode trazer incontáveis benefícios à saúde. Mas, você sabia que o vinho pode ser um aliado para combater os quilos extras e que você ainda pode emagrecer dormindo? Como conseguir esta façanha? Parece milagre, mas não é. É só tomar uma taça de vinho antes de ir para a cama.
 
 
De acordo com um estudo feito pela Washington State University, o resveratrol presente no vinho, principalmente na casca e na semente da uva roxa, consegue transformar o excesso de gordura branca em marrom, que é mais fácil de ser eliminada pelo organismo.
 
Esta substância atua como antioxidante, além de estar presente em muitas frutas, sobretudo nas de cores escuras, principalmente, nas cascas. Como exemplo, além das uvas, tem-se resveratrol na amora, morango e até na maçã.
 
A pesquisa foi publicada no International Journal of Obesity e durante a condução do estudo, ratos foram submetidos a uma dieta altamente calórica. Uma parte deles, no entanto, recebeu diariamente uma dose concentrada de resveratrol, a outra não. O grupo que recebeu a substância engordou 40% menos que o outro, que ganhou somente a dieta.
 
"Os polifenóis em frutas aumentam a oxidação de gorduras na dieta de modo que o corpo fica sobrecarregado", afirmou Min Du, professor e cientista da Washington State University.  Segundo ele, converter gordura branca em gordura marrom auxilia na queima lipídios e ajuda a manter o corpo em equilíbrio e prevenir a obesidade e disfunção metabólica.
 
Mas o que o vinho tem a ver com a perda de peso? Embora, o resveratrol esteja presente em diversas frutas, no vinho há uma grande quantidade da substância pesquisada: revesratrol. Desta forma, quanto mais escuro é a bebida, maior é a quantidade.
 
O resveratol não auxilia apenas na perda de peso, mas está associado também a outros benefícios para a saúde, como na diminuição do colesterol LDL e no aumento dos níveis de lipoproteínas de alta densidade, o colesterol HDL, tendo assim importante papel na redução do risco de doenças cardiovasculares, como o infarto.

Descoberta a garrafa de vinho mais antiga do mundo

Uma equipe de arqueólogos descobriu a mais antiga garrafa de vinho do mundo – e ela vem da Madeira.


A garrafa, ainda selada e com o vinho bem preservado no interior, data de cerca de 1679 e foi encontrada quando os arqueólogos escavavam, junto à Torre de Londres, a garrafeira de um militar britânico do século XVII.
 
É provável que a garrafa recém descoberta deste vinho da Madeira do século XVII tenha sido feita com uvas colhidas em princípios ou meados da década de 70 de mil e seiscentos, tendo sido então embarcado da Madeira para as colônias britânicas nas Caraíbas.
 
A garrafa teria depois regressado a Inglaterra, atravessando novamente todo o Atlântico. No século XVII, o vinho da Madeira não era fortificado – não lhe era adicionado aguardente, como hoje se faz.
 
Provavelmente o dono teria experimentado outra garrafa da mesma colheita, não gostou do sabor e a pôs de lado. Isto supõem-se porque uma garrafa aberta com quase todo o vinho no interior foi encontrada ao lado da garrafa fechada.
 
O vinho pertencia ao artilheiro-mor de Inglaterra, um oficial de artilharia da Torre de Londres, cuja casa foi demolida nos anos 70 do século XVII e reconstruída na década seguinte.
 
Foi durante a demolição que a velha garrafeira foi desativada e enchida de terra. As duas garrafas foram abandonadas neste local, onde se mantiveram-se até hoje.
 
Originalmente, o vinho tinha provavelmente 10 ou 12% de álcool e um conteúdo de açúcar muito baixo. Contudo, passados 320 anos, o seu nível de álcool desceu até aos seis por cento, mas o seu gosto e textura parecem ter-se mantido inalterados.

domingo, 6 de março de 2016

Adega do LulaLarápio em Atibaia

Confira as fotos da famosa adega que o pobre metalúrgico Lula, vítima das elites, transportou do Palácio do Planalto para o sítio de Atibaia em 37 caixas.
 
Uma coleção invejável de rótulos de vinhos, organizados por origem e tipo de uva. Há também dezenas de garrafas de uísque importado, licores e, claro, muita cachaça.
 
 
 
 
Fonte: O Antagonista

sexta-feira, 4 de março de 2016

Papa do vinho branco, Denis Dubourdieu é homem do ano da 'Decanter'

Um cientista, proprietário de vinhedos e produtor de vinhos que também é agrônomo e professor de enologia. Às designações acima, todas a respeito do francês Denis Dubourdieu, pode-se acrescentar "homem do ano" da revista inglesa Decanter, uma das maiores honrarias (se não a maior) do mundo do vinho.
 
Considerado um dos maiores especialistas em vinificação de brancos, ele administra as propriedades da família em Bordeaux (entre elas Château Reynon, Doisy-Däene e Clos Floridène) com o auxílio da mulher e dos dois filhos, além de prestar serviços como consultor para inúmeras vinícolas como Château d’Yquem, Cheval Blanc e Margaux (Pavillon Blanc).
 
Nascido em 1949, é professor de enologia na Universidade de Bordeaux desde 1987, responsável por formar gerações de enólogos, publicou mais de 200 artigos científicos, e fundou o Institut des Sciences de la Vigne et du Vin em 2009, um prestigioso centro de pesquisa.
 
Seus estudos têm se concentrado principalmente em leveduras, aromas e colóides. Pesquisa também as causas da oxidação prematura em tintos e brancos, as notas vegetais e de pimentão verde típicas da submaturação, as moléculas responsáveis pelos aromas da Sauvignon Blanc e outras variedades, a estrutura molecular de vinhos com podridão nobre, e as melhores práticas no vinhedo e durante a fermentação para assegurar os vinhos mais aromáticos na taça. Por essas e por outras, foi citado em mais de 7 mil artigos ao redor do mundo.
 
Em uma entrevista à publicação inglesa, Dubourdieu se mostrou um amante da inovação. “Um dos maiores prazeres de ser um produtor de vinhos é que sempre há espaço para experimentação. A última coisa que você quer de um piloto de avião é inovação, mas na vinificação você pode se divertir experimentando diferentes técnicas”, afirmou.
 
Entre suas muitas alcunhas - o Professor de Bordeaux, o Papa do Vinho Branco - é também conhecido como o socialista do vinho, pelos preços que pratica em seus rótulos.
 
Por: Isabelle Moreira Lima
Fonte: Paladar

quinta-feira, 3 de março de 2016

Ménage à Trois Midnight Dark Red Blend 2013

Há algum tempo provei um vinho Californiano potente e redondo: o Ménage à Trois Midnight Datk Red Blend, produzido em Napa, mais precisamente em Yountville. O nome do vinho é uma brincadeira que a vinícola Folie à Deux fez, por produzir vinhos com 3 uvas.

Para este vinho os enólogos queriam criar um produto verdadeiramente desinibido, um corte mais profundo, mais escuro e mais ousado do que nunca.  Então para este Ménage à Trois, eles decidiram que 'mais é mais', e elaboraram uma mistura de não três, mas quatro uvas: Merlot, Cabernet Sauvignon, Petite Sirah e Petit Verdot. Para completar os sabores do vinho o mesmo foi amadurecido em carvalho francês e americano. O resultado é um vinho que deixa uma impressão indelével. É misterioso e escuro, suave e sensual, exatamente como da meia-noite.
 
Na taça apresentou uma linda cor granada, brilhante e com intensa formação de lágrimas finas e rápidas.
 
No nariz mostrou aromas intensos e complexos, com notas de ameixa, canela, noz moscada e cravo, seguidos de notas de coco, baunilha, fumaça e tabaco.
 
Em boca  apresentou-se encorpado com taninos maduros, redondos e aveludados acompanhado de alta acidez e álcool a 13,9% pedindo uma harmonização. Repetição das notas olfativas  e final de boca longo e com as especiarias e as notas defumadas aparecendo no retrogosto.
 
Um corte diferente dos que estamos acostumados a encontrar por aqui. Um vinho de coloração escura, mas sedoso. Vale a experiência!
 
O Rótulo
 
Vinho: Ménage à Trois Midnight Dark Red Blend
Tipo: Tinto
Castas: Merlot, Cabernet Sauvignon, Petit Verdot e Petit Sirah
Safra: 2013
País: Estados Unidos
Região: Califórnia
Produtor: Folie à Deux (Ménage à Trois)
Graduação:  13,9%
Onde comprar: ? -  Importado pela Cantu
Preço médio: ?
Temperatura de serviço: 14° a 16°
 

Luis Duarte e suas centenas de vinhos

Luis Duarte não sabe direito quantos rótulos de vinho já criou. Algo entre 300 e 400, ele chuta, em seus mais de 30 anos de carreira. Sua onipresença em vinícolas portuguesas chegou a irritar o crítico responsável por vinhos lusitanos de uma importante publicação.
 
 
Em visita a Portugal para degustar a safra de seu primeiro ano no cargo, o tal crítico encontrou-se com Duarte pela manhã. Duas horas depois, em outra vinícola para o almoço. Na sequência, seguiram em carros separados para a terceira vinícola do dia e, por fim, jantaram juntos para a quarta degustação, de uma quarta casa. “Mas que diabos, está me perseguindo? Se soubesse que era você de novo nem teria vindo”, teria dito o crítico indignado, conta Duarte aos risos em São Paulo, antes de conduzir a degustação de algumas de suas criações em um restaurante em Pinheiros.
 
A anedota faz entender um pouco quem é este enólogo, um homem franco e direto. E que aos 50 anos não para. Exerce três diferentes papéis ao mesmo tempo: é empresário (produz seus próprios vinhos desde 2003, o Rapariga da Quinta); é consultor (criou rótulos para vinícolas como a Herdade da Malhadinha Nova e a Quinta do Mouro); e é funcionário (diretor-geral da Herdade dos Grous).
 
Sua história profissional está intimamente ligada à do Alentejo, que ajudou a transformar em importante celeiro vinícola. Nos anos 80, recém saído da primeira turma de enologia de Portugal, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, o hoje acumulador de títulos de melhor enólogo lusitano (eleito em 1997, 2007, e 2014) foi convidado a desbravar a região. Duarte havia ganhado uma bolsa de três meses em Champagne e a ideia era dar só uma olhadinha no local. Afinal, o que seria melhor para um jovem enólogo que um estágio na França?
 
Aparentemente, a resposta a essa pergunta seria uma terra quente sem grandes projetos de vinicultura até então. Dias depois da primeira visita, Duarte mudou-se para o Alentejo para, do alto de seus 18 anos, comandar o que seria uma das mais importantes vinícolas da região, a Herdade do Esporão.
 
Trabalhava todas as horas em que estava acordado, sem fins de semana, nos primeiros anos do Esporão. Em uma passagem inacreditável, conta que foi chamado para alistar-se no Exército uma semana antes de sua primeira vindima e, por não conseguir a dispensa do chefe, um tipo paternalista, caricato, ao mesmo tempo afetuoso e esquentado, nunca se apresentou ao exército. Por anos teve medo de ser preso como desertor.
 
Quando estava confortável no trabalho, uma reviravolta: o chefe paternalista vendeu sua parte e Duarte, então manda-chuva, passou a ter que responder a outro enólogo recém-contratado pela nova administração, o australiano David Baverstock. Duarte (franco e direto como já sabemos) não esconde que foi difícil engolir o novo chefe – hoje o australiano e o português são amigos íntimos. A nova realidade o fez mudar de casa após 18 anos, assumindo a adega da Herdade dos Grous.
 
Se não sabe direito quantos rótulos já criou, ele arrisca um número para quantas casas ergueu do zero: 15. “Estou fazendo agora uma para mim, será a décima sexta. Não conheço ninguém que tenha feito tantos projetos quanto eu. E quem permitiu isso foi a região. Se eu vivesse no Douro, onde está tudo pronto, não seria o caso. Foi um conjunto de sorte e de coincidência”, diz, de forma a confundir o interlocutor – seria modéstia ou orgulho?
 
Pouco depois, a dúvida aumenta: Duarte conta que é raro participar de concurso e não levar prêmios. “Tenho mais chances porque vou logo com dez, 15 rótulos. Não lembro de ir a concursos e voltar sem prêmios. Não digo isso com vaidade, mas faço muitos vinhos.”
 
Por: Isabelle Moreira Lima
Título Original: O Português pai de mais de 300 vinhos
Fonte: Paladar

Clube entrega kits harmonizados


A Harmonize, empresa que comercializa carnes nobres, exóticas, pescados, cervejas especiais e vinho, está lançando seu serviço de entregas com packs que incluem carnes nobres, harmonizadas com vinhos ou cerveja.
 
A cada mês, a empresa disponibiliza em seu site três opções de packs, que servem duas ou quatro pessoas, que variam de R$ 150,00 a R$ 360,00. Na primeira opção, o kit inclui 1kg de carne nobre como Angus Australiano e Kobe; exóticas, como o javali, queixada, faisão, porto montou; ou pescado + 1 garrafa de vinho, que pode ser substituída por 2 cervejas artesanais.
 
O pacote para quatro pessoas traz 2kg de proteína + 2 garrafas de vinho ou 4 cervejas. Em todas as opções, os itens acompanham material explicativo, fichas técnicas, dicas sobre manuseio adequado da carne e sugestões para preparo.
 
Além dos packs prontos e harmonizados, é possível ainda montar o seu próprio, escolhendo os itens avulsos. Nessa opção o valor final vai variar de acordo com o valor de cada item. Os pedidos são entregues em até 10 dias.
 
Os vinhos são selecionados e escolhidos a dedo pelo nosso sommelier, bem como as cervejas artesanais. Nosso catálogo conta atualmente com 250 rótulos.
 
O Club Harmonize está disponível para os moradores da Capital Federal.
 
SERVIÇO:
 
Club Harmonize
http://www.clubharmonize.com/

Uma garrafa de vinho em cada cinco é italiana

Em 2015, uma garrafa de vinho em cada cinco no mundo foi produzida na Itália, que exportou 5,4 bilhões de euros, um recorde, com um aumento de 575% ao longo de 30 anos, de acordo com um estudo publicado nesta quarta-feira.
 
A Itália tornou-se em 2015 o maior produtor mundial de vinho, seguido pela França, anunciou em outubro a Organização Internacional do Vinho (OIV), afirmando que a produção transalpina havia aumentado 10% no ano, para 48,9 milhões de hectolitros, quando a da França estagnou em 47,3 milhões.
 
De acordo com um relatório apresentado em Roma pela Coldiretti, a principal confederação italiana de agricultores, a Itália é agora o maior exportador de vinho.
 
"Trinta anos depois do escândalo do 'vinho de metanol'", que viu em 1986 o envenenamento de dezenas de pessoas por causa de um vinho de mesa adulterado, afetando a imagem de todo o vinho italiano, os tintos, brancos, rosés e espumantes "made in Italy" fizeram a sua revolução, "melhoraram em qualidade", graças a uma diminuição na primeira produção e aumento dos controles, para conquistar o mercado mundial, comemora Coldiretti.
 
Este salto de qualidade foi acompanhado por um aumento das denominações: 66% das garrafas vendidas no exterior são "classificada", em DOG/DOC (Denominação de Origem Garantia/Controlada) ou IGT (Indicação Geográfica Típica). A Itália é o primeiro país da Europa por número de vinhos "classificados" (73 DOCG, 332 DOC e 118 IGT).
 
Fonte: G1

quarta-feira, 2 de março de 2016

Fantinel Cabernet Sauvignon Friuli DOC Grave

A uva Cabernet Sauvignon está entre as minhas favoritas e sempre que encontro um varietal com esta casta, que foi produzido em um país que usualmente não faz vinhos exclusivamente com ela e vou lá e provo. Foi exatamente o que aconteceu com o Fantinel Cabernet Sauvignon Friuli DOC Grave
 
O vinho possui um estilo bem diferente dos encontrados nos cabernet do novo mundo, a começar pelo teor de álcool, apenas 12,5% de álcool, abaixo do 13,5% - 14% e até 15%, usualmente encontrados nos exemplares do Chile, da Argentina e dos Estados Unidos. Para produzir este rótulo a italiana Fantinel utiliza a técnica de apassimento, herdada pela família Fantinel dos antigos romanos.
 
O método de apassimento submete as uvas a um processo de secagem em suportes de madeira antes da fermentação, resultando em um tinto diferente e autêntico e normalmente com maior teor álcoolico, o que não é observado neste vinho.
 
Outro fato relacionado a produção Fantinel é que ele amadureceu por 6 meses em barricas de carvalho eslavo, usualmente utilizada no Piemonte, Toscana e Vêneto.
 
A madeira da Eslavônia é conhecida por ter fibras compactas e grãos apertados. Geralmente são barricas maiores, impactando menos sabores e taninos devido a menor superfície de contato em relação à quantidade de líquido.  Segundo Luca Speri, da Speri Viticoltori: “Com a barrica Eslava, a micro-oxigenação é mais demorada, e o vinho necessita de mais tempo para ficar pronto. Assim, vive mais na garrafa”. Além disso, as barricas podem ser usadas por mais tempo, até o terceiro ou quarto uso. Facilitando a rotatividade.
 
Na taça apresentou cor rubi intensa, brilhante e boa formação de lágrimas.
 
No nariz mostrou grande intensidade de aromas de fruta madura, destacando-se  a fambroesa, mirtilo, amora e jabuticaba, seguido de notas sutis de tostado.
 
Em boca  apresentou corpo médio com taninos macios e redondos, em sintonia com a acidez e o álcool. Repetição da fruta e final de boca de média intensidade.
 
Harmonizamos com hamburguer de maminha e ficou show!
 
 
O Rótulo
 
Vinho: Fantinel Friuli DOC Grave
Tipo: Tinto
Castas: Cabernet Sauvignon
Safra: 2012
País: Itália
Região: Friuli
Produtor: Fantinel
Graduação: 12,5%
Onde comprar: WINE
Preço médio: R$ 73,00
Temperatura de serviço: 16°

terça-feira, 1 de março de 2016

Grandes mulheres do mundo do vinhos

 O dia 8 de março passou a ser comemorado mais intensamente na década de 60, com o avanço do movimento feminista, ganhando força ao longo do século XX. A consagração do direito de manifestação pública veio com o apoio internacional, em 1975, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu oficialmente a data como o Dia Internacional da Mulher.

Poderosas, as mulheres tomam frente do mundo dos negócios e no mercado de vinho não poderia ser diferente. Para comemorar a data, a Inovini - divisão de vinhos da importadora Aurora - destaca algumas vinícolas do seu portfólio onde a presença feminina é, ou foi fundamental no comando dessas empresas. Da força da portuguesa Dona Antónia, que revolucionou a região do Porto com a Ferreira no século XIX, até a fibra da italiana Marilisa Allegrini, do consagrado grupo Allegrini, conheça a história de cada uma delas:
 
DONA ANTÓNIA FERREIRA (FERREIRA PORTO)

Referência desde 1751, a Ferreira foi fundada pela família que lhe dá nome e é há séculos sinônimo de vinho português de alta qualidade. Herdeira do fundador da Ferreira, Antónia Adelaide, a famosa Dona Antónia, aos 33 anos assumiu os negócios da família, mas não se limitou a gerir uma herança. Ela fortaleceu e aumentou a empresa graças ao seu espírito empreendedor e carisma, ainda hoje referências em Portugal.

A Ferreirinha também teve notoriedade por sua preocupação com os funcionários da vinícola e por sua atividade de assistência social. Em 1988, os seus descendentes decidiram criar um prêmio que perpetuasse a sua memória. Até hoje, o prêmio anualmente distingue mulheres portuguesas cujos valores pessoais e profissionais se identifiquem com o perfil da vida e obra da “Ferreirinha”, marcado pelo empreendedorismo e valores humanistas.

 
MARILISA ALLEGRINI (ALLEGRINI)
 
 
A família Allegrini desempenha o papel de protagonista na história do vinho do Vêneto desde o século XVI. Muito do que a Allegrini é hoje se deve à inteligência, trabalho árduo e visão de Giovanni Allegrini, o homem que formulou as bases do eficiente e inovador projeto agrícola da empresa e investiu em vinhedos com terroirs excepcionais. Os filhos de Giovanni – Franco, Walter (in memoriam) e Marilisa herdaram seu amor pela terra, consolidando e expandindo o projeto agrícola do pai.
 
A frente da vinícola, Marilisa Allegrini com muita paixão, capricho e trabalho, liberou a expansão do grupo Allegrini para além de Valpolicella. “Aventurando-se” na Toscana: em 2001, junto com seu falecido irmão Walter, ela fundou a Poggio al Tesoro, em Bolgheri. Já em 2006, adquiriu a San Polo, uma linda propriedade em Montalcino.
 
SILVIA FRANCO (NINO FRANCO)
 
 
Antonio Franco fundou a “Cantine Franco” em 1919 no município de Valdobbiadene, localizado na região pré-alpina do Vêneto e famoso por seus espumantes. A vinícola da família Franco se orgulha de ser uma das mais antigas produtoras de vinho de Valdobbiadene e, graças a uma cuidadosa e sábia gestão, vem crescendo e evoluindo ao longo de quatro gerações. Antonio fundou a casa, Nino a expandiu e rebatizou, e Primo, ajudado por sua mulher Annalisa e, atualmente, também por sua filha Silvia Franco, vem incrementando a performance da vinícola durante as três últimas décadas.
 
ALEXANDRA E STÉPHANIE DE NONANCOURT (LAURENT-PERRIER)
 
A Laurent-Perrier está na vanguarda da produção de Champagnes únicos e elegantes e vem dedicando sua história e know-how à construção dessa que é uma das casas mais respeitadas de Champagne e, também, a maior vinícola familiar da região. Laurent-Perrier é sofisticação, elegância, história e tradição, mas, acima de tudo, é Champagne de elevada qualidade! Hoje a vinícola está sob o comando das irmãs Alexandra Pereyre de Nonancourt e Stéphanie Meneux de Nonancourt, filhas de Bernard de Nonancourt, criador do estilo atual da casa e de seus produtos mais vanguardistas, como o Cuvée Rosé e o Cuvée Grand Siècle.
 
Atualmente, os esforços das duas poderosas irmãs estão focados em perpetuar os rigorosos padrões de seu pai, além da elegância e da independência da Casa, ao mesmo tempo em que preservam a visão epicurista da marca.
 
CAROLINA E YOLANDA GARCÍA VIADERO (VALDUERO)
 
A Valduero é uma bodega familiar e uma das primeiras da D.O. Ribera del Duero, fundada por Gregorio García Álvarez em 1984 no pequeno vilarejo de Gumiel de Mercado. A Valduero é uma bodega consagrada pelo público consumidor e especialistas, é o que atestam as diversas medalhas de ouro e prata conquistadas nos mais respeitados concursos internacionais.
 
Atualmente a vinícola é comandada pelas irmãs Carolina e Yolanda García Viadero (única mulher membro do Pleno del Consejo de la Ribera del Duero).
 
BEATRIZ PANIAGUA (FINCA CONSTANCIA)
 
Uma das mais jovens estrelas da constelação González Byass, a Finca Constancia é o ponto culminante de um projeto cujo protagonista é o vinhedo, em um conceito de château do século XXI. A adega foi construída em 2006 utilizando as técnicas mais modernas e tudo foi pensando para privilegiar a qualidade do vinho. Beatriz Paniagua é a enóloga da vinícola, que já recebeu numerosos prêmios, apesar da pouca idade, como os 91 pontos do vinho Finca Constancia Selección 2011.
 
 
Fontes: LEGNANI RP e INOVINI