terça-feira, 31 de março de 2015

Campanha já produz 25% dos vinhos finos do Brasil

Embora ainda seja a protagonista da produção de uvas e vinhos no país, a Serra vem ganhando a parceria de outra região gaúcha: a Campanha. Há produção de uvas e vinhos em Alegrete, Bagé, Candiota, Dom Pedrito, Hulha Negra, Itaqui, Maçambará, Quaraí, Rosário do Sul, Santana do Livramento e Uruguaiana.
 
De 1995 a 2012, segundo o Cadastro Vitícola da Embrapa Uva e Vinho, 1,3 mil  hectares passaram a ser ocupados por vinhedos. E a expansão segue: a Associação Vinhos da Campanha calcula que hoje são 2 mil hectares, fazendo com que a região se torne a segunda maior produtora de vinhos finos do país, com 25% do total.
 
Ao contrário da Serra, caracterizada por pequenas propriedades, na Campanha existem hoje cerca de 15 vinícolas em 11 municípios. São produzidos 12 milhões de litros por ano, e a meta é chegar a 20 milhões de litros em cinco anos, conforme a Associação de Vinhos da Campanha. A produção em larga escala é motivada, entre outros fatores, pelo valor mais acessível das terras.
 
Por ser uma área em que chove menos, tem suas particularidades, como a excelência do cabernet sauvignon e do tannat. Vem para somar — destaca o presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Moacir Mazzarollo.
 
Além do clima mais seco, pesa a favor da região o fato de dispor de terrenos mais planos, que permitem a mecanização nos vinhedos. Antigamente, uma máquina substituía 80 pessoas. Hoje, chega a 120.
 
Na Campanha, além de o solo ser plano, também é mais arenoso, facilitando a absorção e permitindo que uma ou duas horas depois de chover a máquina já possa voltar aos vinhedos — explica Fabrício Domingues, engenheiro agrônomo da Almadén.
 
Agora, as vinícolas da Campanha buscam o reconhecimento da Indicação de Procedência (IP) e, depois, da Denominação de Origem (DO) dos vinhos locais. Os atestados fazem com que os produtos ganhem valor no mercado. A Campanha não disputa mercado com a Serra. Nossos concorrentes são Argentina, Chile e Uruguai – enumera Giovâni Peres, presidente da Associação Vinhos da Campanha.
 
Enoturismo no radar
 
Além da produção crescente de vinhos, o enoturismo também desponta na Campanha como alternativa de negócio. A Guatambu Estância do Vinho, em Dom Pedrito, foi precursora na ideia. Abrangendo três opções de roteiros, a vinícola oferece turismo rural e a possibilidade de o visitante cavalgar pelos campos e vinhedos. A propriedade abriga ainda prédio de arquitetura espanhola com auditório, loja e salão de eventos para 200 pessoas. Desde junho de 2013 até fim do ano passado, recebeu cerca de 7 mil turistas.
 
Com plantio em 30 hectares, empresa Bueno Bellavista Estate
produz vinhos finos em Candiota (Foto Gilmar Gonçalves).
Mesmo sendo uma das vinícolas mais recentes da Campanha — os primeiros vinhedos foram plantados em 2011 —, a Bueno Bellavista Estate já é uma das mais badaladas da região. A fama do empreendimento se deve, principalmente, a um dos sócios proprietários: o narrador esportivo da TV Globo Galvão Bueno.
 
Hoje, a propriedade conta com 108 hectares, mas por enquanto só 30 deles têm vinhedos plantados. A última produção rendeu 150 mil quilos de uvas e deve aumentar neste ano. O processo de vinificação e engarrafamento é feito em Bento Gonçalves, na Miolo Wine, grupo ao qual o empreendimento pertence.
 
Um dos diferenciais da vinícola é o investimento nos vinhedos, destaca o agrônomo responsável, Edvard Khon. Enquanto o custo normal em um hectare é de cerca de R$ 60 mil, vai a R$ 100 mil na Bueno. O investimento total nos vinhedos já girou em R$ 3 milhões. São cuidados que levam o vinhedo para a longevidade, como a drenagem e a sustentabilidade — explica Khon.
 
A estratégia permite à Bueno ser uma das poucas nacionais a disputar espaço no mercado de vinhos premium. Os exemplares variam de R$ 40 a R$ 400.

Provei o melhor Torrontés da Argentina

“A criação de meus vinhos é a consagração de todos os meus esforços como enóloga. Poderia dizer que a Bodega é como um terceiro filho, um sonho que virou realidade”. Susana Balbo.
 
Quando você leu esta frase acima possivelmente teve um poco da dimensão do amor e dedicação que a Enóloga e proprietária da Domínio del Plata transmite a seus vinhos.
 
Sua experiência começou em Cafayate, Salta, logo após formar-se como enóloga em 1981, a cargo da Bodega Sucessión Michel Torino, onde especializou-se em Torrontés.
 
A Torrontés é uma casta branca Argentina fruto do cruzamento genético de duas variedades incorporadas durante o período colonial: uva Mission ou Criolla e moscatel de Alexandria, a primeira trasmitiu a Torrontés carga fenólica e a segunda grande carga aromática, sobretudo de flores brancas.
 
E foi esta casta tipicamente Argentina que deu a seu vinho Susana Balbo Signature Barrel Fermented o prêmio de melhor Torrontés da Argentina, um vinho que tive o prazer de degustar durante evento, em Recife,  para formadores de opinião com a própria Susana Balbo.
 
As parreiras que deram origem ao vinho foram levadas de Cafayate para Altamira, Valle de Uco, onde foram plantadas a 1050 metros de altitude. A colheita se deu de forma manual e o vinho foi vinificado a 6°, com maceração em prensa de baixa pressão por 6 horas, seguido de fermentação em barricas novas de carvalho francês e amadurecimento, por 3 meses, em barricas de carvalho.
 
O vinho visualmente apresentou cor amarelo palha bem claro e lágrimas finas e rápidas. No nariz complexo com aromas de flores brancas como jasmim, rosas e flor de laranjeira, notas cítricas (tangerina), damasco, mel, chocolate e leve toque de tostado. Em boca repetiu a complexidade olfativa e mostrou grande equilíbrio entre estrutura e acidez. Final de boca longo com notas de fruta, mel e tostado aparecendo no retrogosto.
 
O vinho foi harmonizado com camarões empanados.

O Rótulo

Vinho: Susana Balbo Signature Barrel Fermented
Tipo: Branco
Castas: Torrontés
Safra: 2014
País: Argentina
Região: Altamira - Valle de Uco, Mendoza
Produtor: Dominio del Plata
Enólogo: Susana Balbo
Graduação: 13,5%
Onde comprar: Cantu
Preço médio: R$ 132,00
Temperatura de serviço: 10° - 14°
Pontuações: 93pts Robert Parker e Descorchados

segunda-feira, 30 de março de 2015

Vem ai mais um filme para os amantes de vinho: O Vinho Mais Caro do Mundo

Começa a ser produzido e roteirizado por Michael Brandt e Derek Haas o filme O Vinho Mais Caro da História, adaptação do livro homônimo de Benjamin Wallace.
 
A trama se passa em 1985, quando uma garrafa de vinho Chateau Lafite Bordeaux (datada de 1787 e supostamente possuída pelo presidente dos EUA, Thomas Jefferson) foi vendida a um membro da família Forbes por 156 mil dólares.
 
Hardy Rodenstock, empresário de uma banda pop e colecionador de vinhos, descobriu uma caixa com várias garrafas do tipo em um porão na França, mas se recusou a revelar o local exato onde ele as encontrou. Após pagar 500 mil dólares pela descoberta, o bilionário Bill Koch pagou o dobro por uma investigação que confirmasse a fraude para que ele pudesse processar Rodenstock.
 
O Vinho Mais Caro da História ainda não tem previsão de lançamento, mas os amantes de cinema e vinho já podem aguardar um filme cheio de mistério.

Vinhos californianos têm níveis tóxicos de arsénio

Um estudo conduzido pela empresa BeverageGrades concluiu que o vinho de algumas produtoras californianas contém níveis "perigosos" de arsénio inorgânico. Elas negam. Corre agora um processo judicial.

Foi lançada uma ação judicial contra dezenas de produtoras vinícolas na Califórnia, Estados Unidos da América, pela alegada presença de níveis “perigosos” de arsénio inorgânico nas bebidas. A ação fala em conduta “negligente” e “enganosa”. A ação foi lançada a 19 de março, segundo o canal norte-americano CNN.
 
 
A ação não contempla alegações diretas de danos físicos em consumidores de vinho californiano, mas requer indemnizações às empresas contestadas e que estas especifiquem nos rótulos das garrafas os riscos do consumo de arsénio inorgânico. As notícias que começaram na semana passada geraram uma onda de medo entre os consumidores de vinho americano, levando a um elevado nível de partilhas nas redes sociais do nome das empresas postas em causa nas redes sociais.
 
Deverão os consumidores começar a procurar outras alternativas ao vinho californiano, ou será que a ação judicial serve apenas para atacar a credibilidade das produtoras?
 
A maioria das empresas em causa afirmou à CNN que o seu vinho era seguro para consumo. Outras, recusaram-se a comentar. O Wine Institute, uma associação de produtoras de vinho na Califórnia, afirmou que as acusações são “falsas e enganosas”, acrescentando que existe uma grande preocupação de que aquela a que chamam uma “campanha de publicidade irresponsável” possa “assustar o público” e levá-lo a pensar que “o vinho não é seguro para o consumo, o que é obviamente falso”. A associação representa mil vinícolas da Califórnia, incluindo 10 dos réus.
 
Segundo o processo, três laboratórios separados efetuaram testes de arsénico e confirmaram de forma independente que o vinho produzido pelas empresas acusadas continha níveis “perigosos” de arsénio inorgânico. Em alguns casos, os resultados apontavam para níveis muito superiores ao que é considerado aceitável.
 
Segundo os denunciantes, “apenas um copo ou dois destes vinhos” por dia podem, ao longo do tempo, “resultar em toxicidade arsénica perigosa para o consumidor”.
 
Um porta-voz da empresa de relações públicas que representa os denunciantes e a BeverageGrades, a empresa que realizou o estudo, afirmam que os seus dados têm por base um estudo científico. Contudo, recusam revelar a metodologia utilizada para formular os testes ou dar dados específicos.
 
Fonte: Onservador

sábado, 28 de março de 2015

Nova dieta diminui pela metade o risco da doença de Alzheimer

Uma nova dieta conhecida como MIND é capaz de diminuir significativamente o risco das pessoas desenvolverem a doença de Alzheimer. Este benefício pode ocorrer mesmo se a pessoa não seguir o método à risca. É o que aponta uma pesquisa publicada na edição de março da revista científica Alzheirme?s & Dementia: The Journal of the Alzheimer?s.
 
A pesquisa foi feita de 2004 até 2013 e contou com a participação de 923 voluntários. Ela concluiu que a dieta MIND baixou em 53% o risco de desenvolver a doença de Alzheimer em participantes que aderiram ao método rigorosamente. Já aqueles que seguiram a dieta de forma mais moderada tiveram diminuição do risco de Alzheimer em 35%.
 
A Dieta MIND é uma combinação entre a Mediterrânea e a DASH. MIND é a sigla em inglês para Intervenção Mediterrânea-DASH para Atrasos Neurodegenerativos. A dieta MIND possui 15 componentes, sendo que 10 são os alimentos saudáveis para o cérebro que devem ser consumidos e 5 são prejudiciais para o órgão e precisam ser evitados.
 
Os alimentos saudáveis para o cérebro são: vegetais de folhas verdes, outros vegetais, oleaginosas, frutas, grãos, cereais integrais, peixe, aves, azeite e vinho. Já os cinco grupos não saudáveis são: carnes vermelhas, manteiga e margarina, queijo, bolos e doces, frituras e fast-foods.
 
Com a dieta MIND orientação é que a pessoa coma no mínimo três porções de alimentos integrais, uma salada, outro vegetal e uma taça de vinho por dia. Além disso, na maioria dos dias ela deve ingerir oleaginosas como lanches e incluir feijão em uma das refeições. Ao menos duas vezes na semana a pessoa deve comer frango e frutas vermelhas e peixe uma vez por semana no mínimo.
 
Na dieta MIND é essencial que a pessoa limite a ingestão dos alimentos prejudiciais para o cérebro, especialmente a manteiga, menos de uma colher de sopa por dia, queijo e frituras ou fast-food, menos de uma porção por semana de cada um deles.
 
As frutas vermelhas são as únicas frutas que não podem faltar na dieta MIND, sendo que o mirtilo é um dos alimentos mais potentes em termos de proteção do cérebro e o morango também apresentou efeitos positivos sobre a função cognitiva.
 
Os resultados deste estudo precisam ser confirmados por outros pesquisadores com diferentes grupos de pessoas para ser possível comprovar os benefícios da dieta MIND na prevenção do Alzheimer.
 
As dietas DASH e Mediterrânea também têm a capacidade de prevenir a doença de Alzheimer. Contudo, apenas a dieta MIND apresentou benefícios consideráveis mesmo quando aderida de forma moderada.
 
Fonte: Região Noroeste

sexta-feira, 27 de março de 2015

Susana Balbo: da Argentina para o mundo, com escala em Recife

"A criação dos meus vinhos é a consequência de todos
os meus esforços como enóloga". Susana Balbo
A enóloga Susana Balbo esteve em Recife no meio desta semana para apresentar aos empresários dos ramos de vinhos e de gastronomia, sommeliers e a um seleto grupo de formadores de opinião, alguns dos seus principais rótulos.
 
Susana Balbo desembarcou na Veneza Pernambucana após participar, na última segunda, do lançamento, em São Paulo, do Descorchados: um guia de vinhos da Argentina, Chile e Uruguai, mas que a partir deste ano conta também com os espumantes brasileiros. Aqui na cidade os eventos foram promovidos pela Cantu Importadora sob a organização da Fabiana Gonçalves do blog Escrivinhos.
 
Tive o privilégio e prazer de participar, a convite da Fabiana Gonçalves, de uma das degustações guiadas pela renomada enóloga, que trouxe na bagagem alguns dos seus principais vinhos, alguns dos quais sequer chegaram ao mercado nacional e que foram degustados com exclusividade.
 
Susana Balbo foi eleita recentemente, pela publicação britânica The Drink Business como uma das mulheres mais influentes no mundo do vinho, no entanto este "título" com certeza não lhe foi dado por seus últimos anos de dedicação ao mundo do vinho, mas sim por toda sua trajetória de estudo e produção de vinhos, os quais já somam mais de 30 anos, quando tornou-se, lá no início da década de 80, a primeira mulher argentina a formar-se em enologia.
 
Durante o encontro ela nos presenteou com curiosidades da sua história pessoal, sua trajetória como enóloga, além, é claro, de detalhes técnicos dos vinhedos onde atualmente ela produz seus vinhos.
 
Uma curiosidade sobre essa mulher de família e de vida dedicada a vinicultura é que a mesma desejava, no auge da sua mocidade, fazer o curso de Física Nuclear, mas seu pai não permitiu e, dentre todas as profissões que lhe eram permitidas realizar ela escolheu, para felicidade de todos os amantes do vinho, a enologia.
 
Foto: Fabiana Gonçalves.
Desde os seus primeiros anos após concluir o seu curso de enologia a Susana trabalhou diretamente com a Torrontés, uma casta argentina que produz vinhos com aromas florais, toque levemente amargo em boca e elevada acidez. Como resultado de sua larga vivência com essa maravilhosa casta pudemos provar o melhor Torrontés da Argentina, eleito pelo guia Descorchados com 93 pontos, o Susana Balbo Signature, um vinho branco com fermentação e maturação em barricas de carvalho sobre o qual irei falar mais detalhadamente em um outro post.
 
O seu empreendimento, o Domínio del Plata, conta com uma grande equipe de produtores localizados nas melhores zonas de cultivo de Mendoza: Agrelo, Gualtallary, Los Arboles, Vistaflores, Altamira e Cafayate. Cada um dos produtores respeita os estandartes de qualidade e o terroir, contribuindo para que a paixão pela qualidade seja cumprida. Esta qualidade vem sendo atestada pelas altas pontuações que seus vinhos, de todas as linhas, vem conquistando nos mais variados guias e, por mais que muitos não gostem de pontuações elas fatalmente são uma íntima relação com a qualidade do produto, algo que me parece inquestionável quando degustamos produtos com a assinatura da Susana.
 
Os vinhos da Domínio del Plata estão divididos em duas grandes vertentes:  Susano Balbo Wines e BenMarco. A Susana Balbo Wines é composta pelas linhas: Crios, Susana Balbo Signature e Nosotros e a linha BenMarco é uma linha de vinhos engajada em preservar ao máximo as características do terroir, com vinhos feitos a "mão", como bem representam seus rótulos.
 
Quando a questionei se alguns dos seus rótulos era produzido exclusivamente para o mercado externo ela me respondeu: 98% do que produzo é para o mercado externo. É por essa e outras razões o que o nome Susana Balbo é o que é. São vinhos argentinos produzidos para o mundo e o por isso nós lhe agradecemos.
 
Como projetos futuros podemos esperar um espumante produzido com Torrontés e tendo a mão desta brilhante enóloga a frente deste trabalho já podemos imaginar o que vem por aí.
 
Termino este post dizendo que melhor que degustar excelentes vinhos é fazê-lo ouvindo e aprendendo com quem teve o esmero em produzir cada um deles.

Vale dos Vinhedos bate recorde de visitantes em 2014

Em meio a paisagens que assumem tons diferentes conforme as estações do ano, o Vale dos Vinhedos é uma atração por si só. Absolutamente tudo o que envolve o distrito é encantador aos olhos do turista, que cada vez mais vem optando pelo roteiro enoturístico sem restrições de épocas, fazendo do local uma opção atemporal de lazer, cultura e turismo.
 
O grande destaque vai para o aumento significativo de turistas no mês de dezembro, que a exemplo do anos de 2007, 2008 e 2010, superou o número de visitantes da época do inverno.
 
O ano de 2014 foi emblemático para o Vale dos Vinhedos em termos de turismo. Desde que a Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos, a Aprovale, começou a registar número de visitantes, em 2001, a cifra não era tão expressiva.
 
Com um aumento de 4% em relação ao ano passado, o roteiro enoturístico atingiu a marca de 294.966 turistas em doze meses. Destes, 32.802 desfrutaram das atrações do Vale no mês de julho, período dos vinhos encorpados e do inverno charmoso da Serra Gaúcha.
 
O destaque maior, no entanto, foi para o verão. Com o crescente consumo de espumantes brasileiros, o Vale dos Vinhedos também recebeu grande fluxo na estação das temperaturas elevadas e bebidas leves. Em dezembro, na abertura da vindima, estima-se que 36.860 visitantes de todas as partes tenham se rendido ao charme do roteiro. O período inteiro de safra da uva foi movimentado. Com atrações diversificadas, a Vindima atraiu um fluxo de 97.345 visitantes, uma movimentação bem maior que a vindima anterior, onde o Vale dos Vinhedos recebeu 76 mil visitantes.
 
Para o presidente da Aprovale, Márcio Brandelli, motivos para comemorar não faltam: "Esse crescente número de turistas, 4% a mais em relação ao ano passado, só tem a nos dizer que estamos no caminho certo. O público está se rendendo ao Vale dos Vinhedos não somente no inverno, época mais tradicional, mas também no verão, em busca de novas experiências com a cultura italiana de nossos principais produtores através da vindima", pontua Brandelli, que também destaca a meta para 2015: bater a marca dos 300 mil visitantes em um ano.
 
Desde os primeiros registros, em 2001, a Aprovale contabiliza a evolução do fluxo turístico no Vale dos Vinhedos. Timidamente, o roteiro recebeu naquele ano 45 mil visitantes. Em 13 anos, esse número cresceu 6,5 vezes, traduzindo positivamente o reconhecimento dos vinhos e espumantes brasileiros e consolidando o Vale dos Vinhedos como um dos principais roteiros enoturísticos do Brasil, reunindo paisagens bucólicas, gastronomia acolhedora e, é claro, vinhos de excelente qualidade.
 
Denominação de Origem
 
O interesse pelo Vale dos Vinhedos não se resume unicamente a turismo. Para os amantes e profissionais do vinho, o fato da localidade ser a única região do Brasil com Denominação de Origem (DO) de vinhos, atrai todos os nichos de público. O Vale dos Vinhedos responde por 20% da produção nacional de vinhos finos e 25% dos espumantes verde amarelo. As 25 vinícolas associadas elaboram uma média anual entre 12 a 14 milhões de garrafas, além de suco e outros derivados de uva.
 
Com a DO Vale dos Vinhedos, o limite de produtividade para os vinhos tanto para tintas quanto para brancas é de 2,5 kg por planta. Para espumantes a quantidade é de 4 kg de uva por planta.
 
A DO também estabelece que toda a produção de uvas e o processamento da bebida sejam realizadas na região delimitada do Vale dos Vinhedos. As regras de cultivo e de processamento são criteriosas com padrões de qualidade que certificam os produtos somente após comprovada a origem da matéria-prima: 100% da uva deve ser procedente da área demarcada.
 
Também precisam ser aprovados nas análises físico-químicas e na avaliação sensorial (degustação às cegas), realizada pelo Comitê de Degustação, composto por técnicos da Embrapa, técnicos de associados da Aprovale e da Associação Brasileira de Enologia (ABE).
 
Fonte: Bonde

quarta-feira, 25 de março de 2015

Vem mais tributo aí

A equipe econômica ainda tem na manga uma série de medidas tributárias para reforçar o caixa e garantir a realização do esforço fiscal de 2015. Técnicos do governo informaram, entre ações em estudo, estão o aumento da tributação do setor de bebidas quentes — como vinhos — e ajustes na cobrança do Imposto de Renda (IR) sobre lucros e dividendos. Segundo as fontes, essas seriam formas de aumentar a arrecadação para ajudar no cumprimento da meta de superávit primário (economia para o pagamento de juros da dívida pública) deste ano e, ao mesmo tempo, corrigir algumas distorções detectadas pela Receita Federal no mercado nacional.
 

No ano passado, o governo já havia determinado o aumento do preço de refrigerantes e cervejas. A alta entra em vigor em 1º de maio e deve acarretar em aumento de 5%, em média, no preço final das bebidas para o consumidor. A estimativa é que, com o aumento de impostos, a carga tributária cobrada do setor suba 10%.
 
No caso das bebidas frias, houve não apenas a elevação de impostos, mas também a mudança no modelo de cobrança de PIS/Pasep, que passou para 2,32%, e a de Cofins, que foi a 10,68%. O IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) será de 6% para as cervejas e de 4% para as outras bebidas.
 
 
As alíquotas são fixas e vão incidir sobre o preço do produto ao sair da fábrica. Assim, itens mais caros pagarão mais imposto.
 
Fontes: O Globo e Veja

Willian Hill Central Coast Cabernet Sauvignon 2011

Há alguns dias abrimos o Willian Hill Central Coast Cabernet Sauvignon 2011, vinho produzido pela vinícola de mesmo nome e que estava na adega desde 2013.
 
A Willian Hill Estate Winery foi fundada em 1978 e possui 56 hectares de vinhedos no terroir californiano, tendo a  linha Central Coast sido desenvolvida justamente para mostrar tudo que o principal terroir pode oferecer.
 
O vinho é um cabernet sauvignon com toques de merlot, petit sirah e pinot noir e amadurecimento em barricas de carvalho americano.
 
Visualmente o vinho apresentou cor rubi intensa com lágrimas finas e rápidas. No nariz o cabernet mostrou aromas de frutas negras maduras (amoras e ameixa), seguido de notas de azeitona, pimenta, chocolate, caramelo e cedro. Em boca mostrou taninos potentes, alta acidez e álcool a quase 14% sem incomodar. Final de boca longo a fruta e o tostado aparecendo no retrogosto.
 
Para harmonizar preparamos uma fraldinha com salada de tomate cereja.
 

O Rótulo

Vinho: Willian Hill Central Coast
Tipo: Tinto
Castas: Cabernet Sauvignon 80%, Merlot 13%, Petit Sirah 6% e Pinot Noir 1%
Safra: 2011
País:  Estados Unidos
Região: Central Coast
Produtor: Willian Hill Estate Winery
Enólogo: Ralf Holdenried
 Graduação: 13,7%
Onde comprar: WINE
Preço médio: R$ 55,00
Temperatura de serviço: 16°

terça-feira, 24 de março de 2015

O vinho ficará mais alcoólico - e mais caro

Dos 460 hectares de terra de que a vinícola Herdade do Esporão dispõe para o cultivo de uvas em Reguengos de Monsaraz, na região do Alentejo, em Portugal, uma área de pouco mais de 2% já é considerada a mais promissora para o futuro do negócio. Ali, a segunda maior produtora de vinhos do país desenvolve, em parceria com o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (Iniav), uma bateria de testes ampelográficos (ramo da botânica que identifica e classifica as variedades de uvas) para estudar 189 castas diferentes. O objetivo é avaliar o DNA de uvas como ­bragão, amor-não-me-deixes e müller-thurgau para saber quais podem se adaptar melhor às condições climáticas da região. A preocupação tem fundamento.
 
Com o aumento da temperatura do planeta em seis graus Celsius até 2050, a indústria do vinho será uma das primeiras a passar por uma grande transformação – desde o surgimento de novas regiões produtoras, como China e Tasmânia, até o aumento do preço da garrafa. “As mudanças climáticas vão chacoalhar a distribuição geográfica da produção de vinho, e isso levará à abertura de novas regiões para o cultivo dessas e de outras uvas pela primeira vez”, disse Lee Hannah, pes­quisador sênior na área de mudanças climáticas em biologia na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.
 
TUDO INVERTIDO - Enquanto na Austrália a produção de vinho pode sofrer uma queda de até 70% em 35 anos, na Tasmânia, ilha ao sul do país, ela cresce 10% ao ano. A ilha já tem 1500 hectares dedicados à vinicultura, cifra que deve triplicar até 2050 (Foto: Otávio Silveira)
A fim de preparar-se para essas mudanças, produtores de todo o mundo estão testando alternativas. Na vinícola do Alentejo, o trabalho dos enólogos é fazer microvinificações (produção de microlotes de vinho) dessas uvas para medir seu potencial. “No ano passado iniciamos as microvinificações de quatro castas a fim de validar as características dos vinhos resultantes”, diz a enóloga Sandra Alves, da Herdade do Esporão. A ideia é triplicar os testes este ano. “Queremos checar como essas uvas reagem ao estresse hídrico e térmico e se essa resposta natural pode ou não produzir bons vinhos.” Os resultados talvez indiquem que uvas autóctones (nativas de sua região), como a rabigato francês, ou até castas internacionais, como a feteasca alba, podem render melhores vinhos em temperaturas mais altas do que variedades como gouveio, verdelho ou chardonnay, que já são cultivadas pela vinícola.
 
Estudos coordenados pelo professor Lee Hannah e publicados no ano passado pela Academia Americana de Ciências revelam que 80% das terras usadas hoje para produção de vinho na França, na Itália e na Espa­nha serão impróprias para esse fim até meados deste século. A Austrália deve sofrer uma queda de 75% em sua produção, e a Califórnia pode enfrentar um declínio de 70%. Os pesquisadores utilizaram 17 modelos climáticos diferentes nas principais áreas vinícolas e concluíram que as grandes mudanças acontecerão sobretudo em regiões que se beneficiam de invernos frios e verões secos, como Bordeaux, na França, ou a Toscana, na Itália. O aumento da temperatura do planeta vai ocasionar o deslocamento das melhores condições para o cultivo de uvas para áreas mais frias, mais próximas dos polos. “As regiões que têm as condições mais adequadas para determinadas variedades de uvas, como a pinot noir e a chardonnay, devem mudar”, afirma o pesquisador. “Esperávamos ver mudanças significativas com as pesquisas, só não imaginamos que seriam tão significativas assim”.
 
FIM DA TRADIÇÃO - O sul da Inglaterra já desponta na produção de vinhos: alguns dos espumantes feitos lá têm desbancado Champanhe (a tradicional região francesa) em competições internacionais. Bordeaux, na França, e a Toscana, na Itália, devem diminuir a produção em 85%, colocando em risco vinhos icônicos, como o Brunello di Montalcino (Foto: Otávio Silveira).
MENOS CASTAS, MAIS ÁLCOOL
 
A grande verdade é que as mudanças climáticas vão criar um novo mapa da viniviticultura mundial. Assim como a Califórnia surgiu como produtora de vinho principalmente a partir da década de 1970, especialistas acreditam que outras regiões também podem se destacar. Um exemplo é a Tasmânia, ilha ao sul da Austrália, cuja produção de vinhos vem aumentando 10% ao ano desde 2009 – enquanto o país como um todo teve crescimento anual de apenas 1% na vinicultura durante o mesmo período. A ilha pode se tornar a maior produtora da Oceania se a temperatura seguir aumentando como previsto. Jancis Robinson, uma das maiores especialistas em vinhos no mundo e autora do Atlas Mundial do Vinho, já vê mudanças positivas em certas regiões por causa do aquecimento global.
 
Para ela, o aumento da temperatura permitiu produzir uvas com melhor amadurecimento em Central Otago, na Nova Zelândia, e na Colúmbia Britânica, no Canadá. Mas é possível que no futuro as prateleiras dos supermercados fiquem cheias de vinhos de países do norte da Europa (como Alemanha, Dinamarca, Inglaterra e Suécia), dos estados do noroeste dos Estados Unidos, do Canadá, da Rússia e até da China.
 
FIM DE PAPO - Vinhos da África podem sumir em 50 anos caso o aumento de 4,7 graus Celsius na temperatura do planeta se concretize. Na África do Sul, o único país do continente a produzir uvas viníferas, a produção deve cair 55% até 2050 (Foto: Otávio Silveira)
Se a procedência dos vinhos descrita nos rótulos deve mudar, as castas e até os blends (misturas de uvas que fazem um vinho) também se transformarão à medida que a temperatura do planeta sobe. Variedades com melhor adaptação ao calor, como tempranillo, syrah e garnacha, podem ter sua produção aumentada para substituir uvas que se dão melhor em climas frios, como pinot noir e cabernet franc. Alguns vinhos brancos, aliás, talvez tenham sua produção seriamente afetada e corram sério risco de desaparecer. Isso porque a casca das uvas de que são feitos não consegue resistir ao clima mais quente – podendo levar à extinção dos vinhos produzidos a partir de castas como gewürztraminer ou pinot gris.
 
Outro efeito colateral do calor é o aumento da porcentagem de álcool nas garrafas. Ao fazer fotossíntese, as parreiras produzem açúcar, que vira álcool durante o processo de fermentação. Graças à maior incidência de raios solares e ao efeito estufa, as uvas vão amadurecer mais rapidamente. Isso faz os frutos concentrarem mais açúcar, que será metabolizado em álcool. O resultado? Maior teor alcoó­lico, o que já vem sendo comprovado: vinhos produzidos hoje em Bordeaux, na França, contêm até 16% de álcool. No início da década de 1980, esse percentual era 3,5 pontos menor. Os vinhos feitos da uva zinfandel, principalmente na Califórnia, ficaram 30% mais alcoólicos desde 1990, segundo a Associação de Viticultores do Vale do Napa.
 
“Muitas das vinícolas da região subestimam os níveis alcoólicos de seus vinhos”, afirma James Lapsley, professor do departamento de viticultura e enologia da Universidade da Califórnia, que avaliou com um grupo de pesquisadores de outras áreas dezenas de vinhos produzidos ali. Eles identificaram disparidades entre o teor alcoólico indicado no rótulo e o que de fato havia na bebida. Existe um fator comercial que explica isso: vinhos mais alcoólicos são menos consumidos. “E, quanto mais quente a temperatura, menos álcool as pessoas desejam em suas taças”, diz Julian M. Alston, do departamento de agricultura e pesquisas econômicas da mesma universidade, que também participou dos estudos.
 
PARA OS FORTES - Os vinhos californianos feitos com a uva zinfandel, já considerados bastante alcoólicos por especialistas, devem ficar ainda mais fortes nas próximas décadas por causa do aumento da temperatura. Em 30 anos, o percentual de álcool deve subir 30% (Foto: Otávio Silveira).
CAROS E RAROS
 
Segundo Alston, que é também um dos editores do Journal of Wine Economics, publicado pela Universidade de Cambridge, os produtores tanto das novas quanto das velhas regiões viníferas terão de suar para produzir vinhos com o clima mais quente. “É preciso começar a investir agora para ter bons resultados em algumas décadas”, diz ele. Enquanto algumas vinícolas compram propriedades em regiões mais promissoras (como a Bodegas Torres, uma das maiores da Espanha, que acaba de garantir terras para começar a produzir na Tasmânia), outras investem em técnicas para mitigar o calor e proteger as uvas do Sol. Nos Estados Unidos, produtores contam com o custoso trabalho manual de agricultores (antes utilizados para separar as bagas contaminadas por fungos) para descartar as uvas muito maduras. “Cerca de 15% da produção de uvas que poderiam ser boas vai para o lixo”, afirma Alston. “É como abrir mão de 15% da sua produção em prol de um vinho de melhor qualidade”. Os custos, claro, são repassados às garrafas, tornando os vinhos mais caros.
 
Outra questão que pode elevar o preço da bebida são as chuvas torrenciais, cada vez mais comuns em muitos paí­ses. No ano passado, vinicultores da Borgonha, na França, foram surpreendidos por uma tempestade de granizo de três minutos de duração que afetou algo entre 50% e 90% da produção de uvas de algumas propriedades. “Além de alterar as temperaturas médias e os regimes de precipitação, o aquecimento global pode provocar eventos extremos como inundações e tempestades, muito prejudiciais às uvas”, afirma Alistair Nesbitt, do departamento de enologia do Plumpton College, na Inglaterra. Essas perdas exigem replantio e investimentos que podem até dobrar o preço dos vinhos nas próximas décadas. Um metro quadrado de parreiras, por exemplo, pode custar mais de US$ 25 mil em regiões da Europa e dos Estados Unidos.
 
Mas, para os amantes de vinho já preocupados com os problemas causados pelo aquecimento do planeta até 2050, as más notícias não param por aí. Previsões feitas pelo Imperial College, do Reino Unido, indicam que mesmo áreas consideradas promissoras para produzir vinhos na Inglaterra serão quentes demais para isso 30 anos mais tarde – em 2080. “Temos de torcer para que nossos estudos não sejam tão precisos”, diz Nesbitt. “Ou para conseguirmos controlar o aumento da temperatura do planeta nos próximos anos.” Do contrário, a taça de vinho no jantar terá de ser substituída por um copo d’água. Isso se houver água, é claro.
 
 
Por Rafael Tonon
Fonte Galileu

segunda-feira, 23 de março de 2015

Miguel Torres Gran Reserva Cabernet Sauvignon 2009

Sempre busco novos vinhos para aprimorar os sentidos e passar por novas experiências, mas esta não é uma tarefa fácil aqui em Recife, pois a oferta de vinhos acessíveis parece não variar muito. Para superar essa "barreira" uma alternativa que encontrei foi buscar por rótulos no e-commerce. Admito que comprar pela internet não é atrativa quando pensamos no quesito tocar, analisar, contudo é magnífica quanto a oferta e a comodidade de escolher seu vinho com alguns cliques e recebê-lo sem sair de casa.
 
Um dos vinhos que adquiri pelo comércio eletrônico no conforto da minha casa foi o Miguel Torres Gran Reserva Cabernet Sauvignon 2009, um rótulo produzido no Valle de Curicó - Chile, pela gigante e moderna Miguel Torres.
 
A vinícola está presente em 160 países, é muito respeitada pela inovação e liderança no mundo do vinho. Trazendo consigo a modernidade e o conhecimento da enologia espanhola, a vinícola Miguel Torres investiu em novas barricas de carvalho francês, tanques de aço inox com controle de temperatura, e inovou com estudos de solo, cultivo de diversas uvas nobres e elaboração de vinhos orgânicos no Chile. As características ambientais foram determinantes para a Miguel Torres apostar no país andino. Decisão, inclusive, que foi responsável por alavancar a produção e a qualidade dos vinhos até então elaborados naquela região.
 
A Miguel Torres chilena foi fundada em 1979 e conta com nada mais nada menos que 445 hectares, que resultam em uma produção anual de 44 milhões de garrafas.
 
O vinho é um 100% cabernet sauvignon. Sua maceração ocorreu por 22 dias, seguidos de fermentação por 8 dias e amadurecimento em barricas de carvalho francês por 15 meses.
 
Os encantos com o vinho iniciam pelo conjunto da embalage: garrafa, rótulo e "grade" dourada, que além de embelezar a garrafa dificulta a falsificação do produto.
 
Visualmente o vinho apresentou cor rubi escura e brilhante com lágrimas abundantes finas e rápidas. No nariz aromas intensos e equilibrados com a fruta (amoras), pimenta do reino, especiarias, notas herbáceas sutis, cedro e tostado. Em boca repetiu as notas olfativas e apresentou taninos potentes e redondos em bom equilíbrio com a acidez e o álcool. Final de boca longo com notas de fruta, pimenta e tostado aparecendo no retrogosto. Vinho intenso, elegante e potente. Um dos melhores cabernet sauvignon que já tive oportunidade de degustar.
 
Para harmomizar Fernanda nos preparou um delicioso Carré de Cordeiro Não precisa nem dizer que o conjunto vinho - comida ficou simplesmente perfeito.
 
O Rótulo

Vinho: Miguel Torres Gran Reserva
Tipo: Tinto
Casta: Cabernet Sauvignon
Safra: 2009
País: Chile
Região: Valle de Curicó
Produtor: Miguel Torres
Enólogos: Horácio Fuentes
Graduação: 14%
Onde foi comprar: WINE
Preço médio: R$ 80,00
Temperatura de serviço: 16º

sexta-feira, 20 de março de 2015

10 razões para um vinho ser caro

Vários fatores interferem no preço de um vinho. Aquilo que faz o preço subir, algumas vezes, eleva também a qualidade. Mas nem sempre na mesma proporção. E há fatores que influenciam no preço sem qualquer efeito sobre a qualidade, como marketing, por exemplo. A seguir uma relação de motivos para um vinho ser mais caro que o outro e a explicação de como isso pode ou não interferir na qualidade:
 
1. O preço da terra onde as uvas são plantadas
 
O primeiro fator que encarece um vinho é o preço da terra onde as uvas usadas para produzí-lo são plantadas. Um hectare plantado custa mais de 2 milhões de euros em Paulliac, um pedacinho muito especial de Bordeaux onde está o Château Latour e outros grandes châteaux, como o Pichon Longeville. Um vinho que sai dali não deve custar a mesma coisa de um que vem de um vinhedo cujo hectare custa 40 mil dólares no Chile. Isso aumenta a qualidade do produto? Em termos. As terras em Paulliac não são caras à toa. O terroir local, de fato, produz obras-primas. Mas há terroirs ótimos que não são tão famosos e, portanto, não tão valorizados. Em Bordeaux mesmo, na outra margem do Gironde, em Saint-Émilion, a terra é mais barata e os vinhos têm um custo melhor, apesar de também serem fantásticos. Essa super valorização da propriedade complica ainda mais quando a classificação dos vinhos é diretamente ligada à sua terra de origem, como é o caso da Borgonha onde um vinho recebe a classificação máxima, no caso grand cru, porque ele veio de um pedaço de terra classificada como grand cru. Na Côte d'Or, a área considerada mais nobre da Borgonha, um hectare pode custar 9,5 milhões de euros. Um vinho saído dessa terra, com certeza, será caríssimo. Mas não obrigatoriamente será melhor do que o vinho de um ótimo produtor em Mercurey, por exemplo, onde a terra é mais barata. Em resumo, fora casos especiais, evite comprar vinhos de denominações muito famosas. Aceite sugestões de seu vendedor para conhecer regiões menos exploradas.
 
2. O rendimento por hectare
 
Quanto menos frutos as videiras derem, mais bem nutridos serão esses frutos. Noventa e nove por cento da qualidade de um vinho depende da qualidade da uva. Para obter uvas com maior concentração de aromas, taninos, corantes, os produtores interessados em qualidade, e não quantidade, trabalham a vinha para que ela dê poucos frutos. Quando os cachos brotam, eles cortam fora vários deles e deixam poucos para que cresçam saudáveis. Com isso, conseguem um vinho melhor. Mas produzem menos. Um vinho feito a partir de um vinhedo que rende 5 toneladas de uva por hectare provavelmente será mais caro do que um que vem de um vinhedo que rende 20 toneladas. Quando a vinha é velha, como na foto, naturalmente ela rende menos frutos. Por isso, vinhos de vinhas velhas costumam ser tão bem cotados.  Isso aumenta a qualidade do produto? Sim. Salvo raras exceções em que o produtor escolhe por fazer um vinho menos concentrado por uma razão de estilo, quanto mais baixo o rendimento por hectare melhor o vinho.
 
3. O preço da mão-de-obra
 
A vinícola da foto é o Château Changyu, que fica na China, perto de Pequim. Uma réplica quase perfeita de um castelo de Bordeaux. Nem por isso, os trabalhadores que aparecem na foto ganham tanto quanto os trabalhadores franceses. Todo mundo sabe que há países em que a mão-de-obra custa muito mais do que em outros. Isso influencia no preço do vinho, é lógico. Isso aumenta a qualidade do produto? Não. Em Portugal, por exemplo, a mão-de-obra ainda é mais barata do que em outros países europeus, como França ou Alemanha. E os vinhos feitos por lá são maravilhosos. A mão-de-obra na Argentina é mais barata do que na Austrália e os vinhos dos dois países têm níveis parecidos. Portanto, vinhos vindos de países com custo de vida mais baixo costumam ter uma relação preço-qualidade melhor.
 
4. Colheita manual
 
Independentemente do custo local da mão-de-obra, o trabalho humano costuma custar mais caro do que o das máquinas. Talvez não na China, mas por aqui nem chega vinho chinês. Mesmo no Brasil, no Uruguai, na Argentina, na Grécia, onde a mão-de-obra é barata, colheita manual é um luxo. Um vinho feito a partir de uvas colhidas à mão costuma ser mais caro do que aquele cujas uvas foram colhidas por tratores. Isso aumenta a qualidade do produto? Sim. A colheita é o momento em que se faz a primeira seleção das uvas. Num mesmo pé de videira, às vezes, há um cacho maduro e outro verde. O homem colhe só o maduro. A máquina, na maioria das vezes, colhe também o verde. A tecnologia moderna aperfeiçoou o trabalho das máquinas. Mas ele ainda não se equipara ao humano. E o grau de amadurecimento da uva é vital importância para a qualidade do vinho.
 
5. Os custos de vinificação
 
Não só a mão-de-obra agrícola custa caro, o trabalho artesanal dentro da vinícola também . Portanto, os vinhos artesanais costumam ter o preço mais alto. Equipamentos, como câmaras climatizadas, tanques de fermentação com temperatura controlada, prensas pneumáticas, e matérias-primas, como certas leveduras selecionadas, também podem elevar o custo de produção. Tudo isso reflete no preço final do vinho. Isso aumenta a qualidade do produto? Sim, mas nem tente avaliar porque são muitos detalhes e você ficaria perdido. Apenas repare se no contra-rótulo há algo sobre seleção manual de bagos, produção artesanal ou temperatura controlada. Tudo isso é bom sinal.
6. A qualidade do barril onde ele descansa
 
Um detalhe da vinificação, no entanto, faz toda a diferença e costuma ser fácil de verificar: a passagem do vinho pela madeira. O carvalho é usado tanto para construir tonéis de fermentação quanto para fazer os barris onde o vinho irá amadureder. Só o fato de um vinho ser fermentado ou descansar em carvalho já faz com que ele tenha um custo maior do que aquele que só passa por inox ou cimento. Para construir tonéis e barricas, são usados carvalhos de três procedências distintas: francês, americano e do leste europeu. O primeiro é bem mais caro do que os dois últimos. Outra coisa que faz diferença no custo é o fato de a barrica ser nova ou usada. Uma barrica nova de 225 litros de carvalho francês custa cerca de 800 euros enquanto uma de carvalho americano custa 300 euros. Isso aumenta a qualidade do produto? Não obrigatoriamente, mas com certeza muda o seu caráter. Se um vinho será fermentado em madeira ou não, se ele passará por carvalho francês ou americano, se as barricas serão de primeiro, segundo ou terceiro uso, tudo isso são decisões que o enólogo tem de tomar pensando em primeiro lugar no que é mais apropriado para a matéria-prima que ele tem em mãos. Mas, sim, carvalho francês de primeiro uso boa parte das vezes é sinal de um vinho mais refinado, até porque o enólogo decidiu investir nele.
 
7. A qualidade da garrafa, do rótulo, da rolha e da cápsula
 
O que envolve o vinho também conta na hora de estabelecer um preço. Garrafas mais pesadas costumam ser mais caras, assim como cápsulas de chumbo custam mais do que as de plástico. Rolha de cortiça, recortada da casca da árvore, vale muito mais do que uma rolha de compensado ou de plástico. Já o screw cap (tampa de rosca) e a tampa de vidro não são baratos também. Todos esses insumos podem encarecer um vinho. Isso aumenta a qualidade do produto? Não, mas o uso de uma garrafa cara, uma cápsula boa, uma rolha de verdade costuma ser um indício de que o que tem dentro vale o investimento. Só cuidado com garrafas e embalagens especiais, comemorativas, rótulos gravados a ouro, que em geral acrescentam muito ao preço e nada ao produto.
8. A pontuação que ele recebe
 
Quando um vinho recebe mais de 90 pontos do crítico americano Robert Parker, seu preço pode não subir imediatamente, mas acaba subindo num prazo relativamente curto. Ter boa pontuação, seja do Robert Parker, da revista Wine Spectator, da crítica inglesa Jancis Robinson ou de outros críticos famosos, agrega valor à marca. Não há como negar. Isso aumenta a qualidade do produto? Não, mas os críticos não são idiotas, uma boa nota é sinal de que o vinho deve ser bom. Mas pode não ser do seu estilo seu preferido. Robert Parker, por exemplo, costuma gostar de vinhos potentes. Já Jancis Robinson, em geral, prefere os elegantes.
9. O mercado e o marketing
 
Todo mundo já ouviu falar numa coisa chamada "Lei da oferta e da procura", um princípio da economia que estabelece a relação entre a demanda por um produto e o seu preço. Quanto maior a demanda, e menor a oferta, maior o preço. No mercado de vinhos é difícil aumentar a oferta de um produto. Não há como aumentar a produção de um Romanée-Conti, por exemplo. Só pode levar esse nome o vinho feito a partir das uvas do vinhedo Romanée-Conti, que tem 1,8 hectares e ponto. Então, se você quer tomar um Romanée Conti, o Bill Gates e a rainha da Inglaterra também querem. Quem você acha que vai estabelecer o preço de mercado? Isso aumenta a qualidade do produto? Não, definitivamente. A demanda por um produto pode ser gerada por várias razões que vão além da sua qualidade. O Château Petrus, por exemplo, cujas safras mais baratas não custam menos de R$ 12 mil, deve ser de fato um ótimo vinho (nunca tomei), mas é tão mais famoso do que os outros cru classé de Bordeaux simplesmente por uma questão de marketing bem-sucedido. Na coroação da rainha Elisabeth, em 1953, os proprietários do château enviaram uma caixa de Petrus de presente e o vinho foi servido na festa. Mais tarde, eles enviaram uma outra caixa para o presidente americano John Kennedy, que adorou o vinho e saiu falando que era o seu vinho. Boom! A demanda explodiu.
 
10. Os malditos impostos
 
A gente sabe que muito do que se paga por um vinho no Brasil se deve aos impostos. Mas você tem ideia de quanto? A carga tributária sobre um vinho nacional é de cerca de 65% do preço. E no europeu, chega a quase 85% do preço. Isso faz o vinho caro. Os importados este ano vão ficar ainda mais caros, pois a alíquota do PIS/Cofins sobre importações, um dos vários impostos que incidem sobre eles, subiu de 9,25% para 11,75%. É bom lembrar também que dentro da zona de interesse do Mercosul não há imposto de importação. Só esse imposto é responsável por cerca de 20% da carga incidente. Isso aumenta a qualidade do produto? Não, obviamente.

Por Tânia Nogueira

Período de estiagem ajudou produtores de vinho no Sudeste

Antes dessa chuva toda, a estiagem na Região Sudeste ajudou muito os produtores de vinho. Em São Roque, no interior de São Paulo, o pessoal fica até com vergonha de dizer, mas, para eles, a falta de chuva tem sido boa.
 
“A uva gosta de estiagem, a uva gosta de pouca água na sua maturação”, diz Claudio Góes, diretor da vinícola Góes.
 
 
Está na época da colheita da uva para a produção de vinhos e os fabricantes cresceram os olhos quando viram a safra no pé.
 
A uva do vinho é bem diferente daquela que a gente compra para comer. Os bagos são bem pequenos, e isso significa que elas têm menos água e mais açúcar, o que dá um vinho melhor.
 
Essa é a primeira vez que os produtores do interior de São Paulo conseguem uma uva com tanta qualidade. Tanto que o tipo Cabernet Franc rendeu um vinho que trouxe um prêmio inédito para o estado.
 
Uva "fina" não gosta de chuva e esse já é o segundo ano seguido com tempo seco. A safra de 2014, por exemplo, já rendeu um vinho que foi reconhecido como o melhor da categoria dele na avaliação oficial dos vinhos nacionais.
 
“É o premiado Cabernet Franc da safra 2014. Já está prestes a ir para a garrafa, perfumado, tem uma leve passagem por madeira e agora ele já vai para garrafa e chega ao mercado nos meses de maio ou junho”, explica Claudio Góes, diretor da vinícola Góes.
 
“Como o índice pluviométrico diminuiu, vai diminuir a concentração de água dentro do fruto da videira. Consequentemente na fermentação alcoólica vai ter mais açúcar para a levedura comer e transformar em álcool. Então vai ter muito mais álcool no vinho depois”, conta o engenheiro químico Fernando Góes.
 
A safra 2015 começou a ser colhida agora. Como choveu pouco, o que se vê nas videiras promete um vinho ainda melhor.

terça-feira, 17 de março de 2015

Cientistas descobrem fórmula para vinho que não dá ressaca

Beber vinho e acordar sem ressaca (dependendo, é claro, das quantidades ingeridas)? Parece mentira, mas não é. Investigadores da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos da América (EUA), criaram uma levedura geneticamente modificada que, além de estimular os benefícios que o vinho representa para a saúde, permite diminuir os tóxicos que causam a ressaca.
 
Produtos fermantados, como a cerveja, o pão e o vinho, contêm estirpes de leveduras poliploides, o que significa que contém múltiplas cópias de genes no seu genoma.  O que o grupo de trabalho coordenado por Yong-Su Jin conseguiu foi desenvolver uma "faca do genoma" que é capaz de fazer "incisões" de grande precisão e permite aos cientistas indentificar os genes responsáveis por características muito específicas.
 
"Digamos que temos uma levedura que produz um vinho com ótimo sabor e que queremos saber porquê. Apagamos um gene, e depois outros, até desaparecer o sabor distintivo e aí saberemos que isolámos o gene responsável por essa característica", explica o professor.
 
Até aqui, era muito difícil manipular geneticamente estirpes poliploides porque uma vez que se alterava um gene numa cópia do genoma, uma cópia não alterada corrigia a que tinha sido modificada.
 
Esta técnica permitirá que os fabricantes de vinho alterem o processo de fermentação secundária que pode gerar os subprodutos tóxicos que levam à dor de cabeça do dia seguinte.

Fonte: Visão

Miolo Reserva Merlot 2012

Eis mais um vinho da série bom para o dia a dia e melhor ainda se for degustado na companhia de um amigo, batendo um papo descontraído no meio da semana e foi exatamente o que aconteceu: o amigo Juberlan ligou, fez o convite e fiz esse "sacrifício" em plena terça-feira no início do mês passado.
 
O vinho foi o Miolo Reserva Merlot 2012, um tinto produzido na região da Campanha Gaúcha, uma das que mais cresce e se destaca pela qualidade dos produtos. O vinho tem uma passagem por barricas de carvalho americano por 12 meses.
 
Visualmente mostrou rubi escura e brilhante e boa formação de lágrimas. No nariz aromas de fruta vermelha madura, seguidos de notas de especiarias, baunilha e tostado. Em boca mostrou taninos presentes com leve adstringência, repetição da fruta e do tostado. Final de boca seco e de média intensidade. Um vinho simples, mas bem feito e que cumpre seu papel.
 
Para harmonizar fomos de rotolone de queijo e peito de peru ao molho de tomate, um bom par para o vinho.
 
O Rótulo

Vinho: Miolo Reserva
Tipo: Tinto
Casta: Merlot
Safra: 2012
País: Brasil
Região: Campanha
Produtor: Miolo
Graduação: 13,5%
Onde foi comprada em Recife: RM Express
Preço médio: R$ 30,00
Temperatura de serviço: 16º

5 dicas facéis para quem quer aprender a tomar vinho

O universo dos bebedores de vinho parece, a princípio, meio misterioso para quem está de fora, pois existem tantas técnicas e análises para apreciação da bebida que ela acabou se tornando sinônimo de uma opção mais sofisticada, gourmet e, às vezes, complicada. Entender a formação de cada vinho, com o quê eles combinam, quais são as melhores uvas ou regiões onde elas são produzidas, qual o método de produção e etc é algo que leva tempo, mas ninguém precisa esperar para aprender tudo isso antes de começar a se arriscar. Existem algumas dicas simples que podem te ajudar a fazer não escolhas erradas e acabar se desencantando antes mesmo de ter a chance de conhecer a melhor forma de degustar o líquido. As dicas são de master sommelier Laura Maniec e o chef A.J. Schaller, ambos do Corkbuzz, casa especializada em vinhos de Nova Iorque.
 
 
1. Tudo que cresce junto harmoniza bem
 
Exemplo: vinhos de uvas cultivadas em regiões costeiras combinam bem com frutos-do-mar, assim como um Rioja vai bem com porco. Já os vinhos provenientes da Toscana caem super bem com pratos que tenham bastante tomate e azeite de oliva.
 
2. Pense no frescor e idade
 
A master sommelier Laura Maniec e o chef A.J. Schaller gostam de harmonizar comidas frescas com vinhos mais jovens, e comidas da terra com sabores mais fortes (como cogumelos) com vinhos como o Barolo ou Burgundy.
 
3. Não se atenha à cor
 
Vinho branco combina com frutos do mar e vinho tinto com carne, certo? Não necessariamente! Pense mais no peso e origem do que na cor, um tinto pouco encorpado, como um Pinot Noir, pode ir super bem com atum, por exemplo. Laura Maniec também recomenda um Grenache para acompanhar pratos de polvo.
 
4. Gordura e taninos formam um ótimo par
 
Os taninos são responsáveis por deixar o vinho seco. Eles derivam do talo e da casca da uva. Quanto mais grossa a casca, mais seco o vinho. Rótulos mais tânicos harmonizam bem com comidas que tenham muita gordura, e não apenas carne vermelha. Uma massa com bastante queijo e manteiga, por exemplo, fica uma delícia com um vinho tinto bem seco.
 
5. Considere o peso
 
Ao invés de se atrapalhar com tipos de vinho quando você não pode sequer pronunciar ou se lembrar de algumas das uvas, basta pensar sobre o peso. Use as informações que você sabe e peça a um sommelier ou alguém em sua loja de vinho local para te ajudar com o resto. Você está comendo uma refeição pesada de filé mignon e escalope de batatas? Então, você vai precisar de um vinho pesado, como um Cabernet ou Merlot. Vai comer um prato de peixe mais delicado? Você vai querer algo leve, como um Riesling.
 
Por Camila Gusmão

O Vinho que vem dos Pampas

Embora ainda seja disparada a protagonista na produção de uvas e vinhos do país, a Serra vem ganhando cada vez mais a parceria de uma região inserida no mesmo Estado: a Campanha. De 1995 a 2012, estima-se que a área ocupada pelos vinhedos tenha crescido 166%, aponta o Cadastro Vitícola da Embrapa Uva e Vinho, chegando a 1,3 mil hectares. A expansão, ao que tudo indica, não parou: a associação Vinhos da Campanha acredita que atualmente o terreno preenchido por parreiras já atinja  dois mil hectares.
 
 
Esse crescimento fez com que a região assumisse a posição de segunda maior região produtora de vinhos finos do país, abocanhando uma fatia de 25% do total. Ao contrário da Serra, os responsáveis pelos números do setor não são milhares de pequenas propriedades: na Campanha há apenas cerca de 15 vinícolas espalhadas por 11 municípios. A produção em larga escala — motivada entre outros fatores pelo baixo valor das terras na comparação com Bento Gonçalves, por exemplo — impera.
 
— A Serra implantou o setor vinícola e a Campanha, aproveitando muito do conhecimento já testado por aqui, surgiu como uma nova região produtora. Por ser uma região em que chove menos, tem suas particularidades, como a excelência do Cabernet Sauvignon e do Tannat. A Campanha vem para somar — destaca o presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Moacir Mazzarollo.
 
Além do clima mais seco, pesa a favor da região os terrenos mais planos, sem os costumeiros morros da Serra. O diferencial abre espaço para a possibilidade de mecanização nos vinhedos.
 
— A mão de obra está cada vez menos produtiva. Antigamente uma máquina substituía 80 pessoas, hoje substitui 120. Na Campanha, além do solo ser plano, ele também é mais arenoso, ou seja, absorve logo e permite que em uma ou duas horas depois de chover a máquina já pode voltar pros vinhedos — explica Fabrício Domingues, engenheiro agrônomo da Almadén, vinícola pioneira na região e que é considerada a maior da América Latina em terreno contínuo.
 
Depois do crescimento expressivo dos últimos anos, as vinícolas da Campanha buscam agora o reconhecimento da Indicação de Procedência (IP) e, depois, da Denominação de Origem (DO) dos vinhos locais. Essas indicações geográficas — que regiões da Serra como Vale dos Vinhedos, Pinto Bandeira e Altos Montes já possuem — atestam características e fazem os produtos ganhar valor no mercado.
 
— É importante que se ressalte sempre que a Campanha não disputa mercado com a Serra. Nossos concorrentes são os mesmos: os argentinos, os chilenos, os uruguaios — enumera Giovâni Peres, presidente da associação Vinhos da Campanha.
 
A produção atual de vinhos na Campanha, conforme a associação, é de 12 milhões litros anualmente. Em cinco anos, a estimativa é que o número pule para 20 milhões.

Por: Ana Demoliner
Foto: Gilmar Gomes
Fonte: Pioneiro

sábado, 14 de março de 2015

Casa Valduga Arte Tradicional Rosé, um espumante para acompanhar sushi na casa dos 30 pilas

Um outro dia Eu e Fernanda estávamos com vontade de comer uma comidinha japonesa e para acompanhar escolhemos um espumante baratinho, mas muito bem feito da gigante Casa Valduga, o Arte Tradicional Rosé.
 
O espumante é produzido pelo método tradicional, onde a segunda fermentação acontece em garrafa. Autólise de leveduras por 12 meses e remuage em pupitres.
 
Visualmente o líquido mostrou cor rosa salmão, límpido e brilhante, com boa formação de espuma e perlage fina, delicada, persistente e linda coroa. No nariz aromas de frutas como pêssego, damascos e cereja, seguido de notas florais e finalizado por notas de pão e fermento. Em boca repetiu as notas olfativas e apresentou bela acidez, que transmitiu uma belo frescor. Final de boca de média intensidade com notas de damasco e fermento aparecendo no retrogosto.
 
O Rótulo

Vinho: Casa Valduga Arte Tradicional
Tipo: Espumante Rosé
Castas: Chardonnay 60% e Pinot Noir 40%
Safra: 2013
País: Brasil
Região: Vale dos Vinhedos
Produtor: Casa Valduga
Graduação: 11,5%
Onde foi comprada em Recife: DLP
Preço médio: R$ 30,00
Temperatura de serviço: 6º