sexta-feira, 27 de março de 2015

Susana Balbo: da Argentina para o mundo, com escala em Recife

"A criação dos meus vinhos é a consequência de todos
os meus esforços como enóloga". Susana Balbo
A enóloga Susana Balbo esteve em Recife no meio desta semana para apresentar aos empresários dos ramos de vinhos e de gastronomia, sommeliers e a um seleto grupo de formadores de opinião, alguns dos seus principais rótulos.
 
Susana Balbo desembarcou na Veneza Pernambucana após participar, na última segunda, do lançamento, em São Paulo, do Descorchados: um guia de vinhos da Argentina, Chile e Uruguai, mas que a partir deste ano conta também com os espumantes brasileiros. Aqui na cidade os eventos foram promovidos pela Cantu Importadora sob a organização da Fabiana Gonçalves do blog Escrivinhos.
 
Tive o privilégio e prazer de participar, a convite da Fabiana Gonçalves, de uma das degustações guiadas pela renomada enóloga, que trouxe na bagagem alguns dos seus principais vinhos, alguns dos quais sequer chegaram ao mercado nacional e que foram degustados com exclusividade.
 
Susana Balbo foi eleita recentemente, pela publicação britânica The Drink Business como uma das mulheres mais influentes no mundo do vinho, no entanto este "título" com certeza não lhe foi dado por seus últimos anos de dedicação ao mundo do vinho, mas sim por toda sua trajetória de estudo e produção de vinhos, os quais já somam mais de 30 anos, quando tornou-se, lá no início da década de 80, a primeira mulher argentina a formar-se em enologia.
 
Durante o encontro ela nos presenteou com curiosidades da sua história pessoal, sua trajetória como enóloga, além, é claro, de detalhes técnicos dos vinhedos onde atualmente ela produz seus vinhos.
 
Uma curiosidade sobre essa mulher de família e de vida dedicada a vinicultura é que a mesma desejava, no auge da sua mocidade, fazer o curso de Física Nuclear, mas seu pai não permitiu e, dentre todas as profissões que lhe eram permitidas realizar ela escolheu, para felicidade de todos os amantes do vinho, a enologia.
 
Foto: Fabiana Gonçalves.
Desde os seus primeiros anos após concluir o seu curso de enologia a Susana trabalhou diretamente com a Torrontés, uma casta argentina que produz vinhos com aromas florais, toque levemente amargo em boca e elevada acidez. Como resultado de sua larga vivência com essa maravilhosa casta pudemos provar o melhor Torrontés da Argentina, eleito pelo guia Descorchados com 93 pontos, o Susana Balbo Signature, um vinho branco com fermentação e maturação em barricas de carvalho sobre o qual irei falar mais detalhadamente em um outro post.
 
O seu empreendimento, o Domínio del Plata, conta com uma grande equipe de produtores localizados nas melhores zonas de cultivo de Mendoza: Agrelo, Gualtallary, Los Arboles, Vistaflores, Altamira e Cafayate. Cada um dos produtores respeita os estandartes de qualidade e o terroir, contribuindo para que a paixão pela qualidade seja cumprida. Esta qualidade vem sendo atestada pelas altas pontuações que seus vinhos, de todas as linhas, vem conquistando nos mais variados guias e, por mais que muitos não gostem de pontuações elas fatalmente são uma íntima relação com a qualidade do produto, algo que me parece inquestionável quando degustamos produtos com a assinatura da Susana.
 
Os vinhos da Domínio del Plata estão divididos em duas grandes vertentes:  Susano Balbo Wines e BenMarco. A Susana Balbo Wines é composta pelas linhas: Crios, Susana Balbo Signature e Nosotros e a linha BenMarco é uma linha de vinhos engajada em preservar ao máximo as características do terroir, com vinhos feitos a "mão", como bem representam seus rótulos.
 
Quando a questionei se alguns dos seus rótulos era produzido exclusivamente para o mercado externo ela me respondeu: 98% do que produzo é para o mercado externo. É por essa e outras razões o que o nome Susana Balbo é o que é. São vinhos argentinos produzidos para o mundo e o por isso nós lhe agradecemos.
 
Como projetos futuros podemos esperar um espumante produzido com Torrontés e tendo a mão desta brilhante enóloga a frente deste trabalho já podemos imaginar o que vem por aí.
 
Termino este post dizendo que melhor que degustar excelentes vinhos é fazê-lo ouvindo e aprendendo com quem teve o esmero em produzir cada um deles.

Nenhum comentário:

Postar um comentário