quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Toro Loco 2011, qual o por que deste nome?

Creio que todo mundo que gosta de vinho e que lê notícias relacionadas à bebida com certa frequência já ouviu falar sobre o vinho Toro Loco, um varietal espanhol com a cepa tempranillo.
 
O Toro Loco certamente foi um dos vinhos mais comentados em 2012, pois recebeu medalha de prata na tradicional International Wine & Spirits Competition, em uma degustação as cegas que o colocou à frente, segundo site do importador no Brasil, de vinhos até 10 vezes mais caros.
 
O valor do vinho na Espanha é de cerca de R$ 12,00 e chegou ao consumidor brasileiro por R$ 25,00. O valor do vinho e sua premiação fizeram do mesmo um sucesso de aparições na mídia formal e informal e também de vendas.
 
A Wine, empresa que importa o vinho já vendeu, em velocidade recorde, dois lotes inteiros do vinho e, enquanto durarem os estoques da vinícola, este sucesso de vendas tende a se repetir. 

Meu rótulo foi adquirido findo todo o primeiro alarde e marketing expressivo e inteligente da Wine, quando o segundo lote foi posto à venda. Ele chegou a minha residência dois dias depois do prazo, que creio eu não por falha da importadora, mas por falha da transportadora e pelo imenso volume de entregas na ocasião (últimas semanas de 2012).

O Toro Loco é produzido em uma província de Valência (Utiel-Requena) pela ENV Coviñas. Seu rótulo é bem clean e vem com a cabeça de um touro e fundido a ela um saca rolhas, onde a cabeça faz jus à primeira parte do nome, mas a segunda fica dúbia, visto que um saca rolhas não combina com a tampa em screw cap, porém talvez seja esse o significado de loco, pois só um louco abriria um vinho com uma vedação em screw cap com um saca rolhas.

O rótulo foi degustado no último dia 11 e para acompanhar preparei uma fraldinha pouco condimentada e batatas levemente cozidas e posteriormente assadas no forno: deu certo, mas poderia ter sido um desastre se eu tivesse optado por mais condimentos ou molhos ricos em gordura ou acidez.

Vamos ao Loco! Visualmente o vinho mostrou uma cor rubi clara, com reflexos púrpura bem suave e lágrimas grossas, discretas e tão lentas que algumas nem chegaram a escorrer, permanecendo nas paredes da taça. No nariz mostrou aromas de média intensidade, com notas de ameixa e menta. Em boca mostrou corpo médio, com taninos muito suaves, quase imperceptíveis e acidez muito discreta. Repetiu a fruta e mostrou notas doces em final de boca, as quais ficaram mais intensas com a evolução em taça. Final de boca de média intensidade. Passou longe das características marcantes da casta com que é produzido.

É de fato um vinho bem suave e fácil de beber e creio que essa seja sua proposta principal; não tem nenhum potencial de guarda, não me arriscaria a manter um na adega até 2014. Discordo quando alguns o descrevem como um vinho com cara de novo mundo, isto é verdade apenas em parte, pois mesmo os mais joviais e simples (os reservas do Chile ou da Argentina) são mais tânicos e ácidos que ele, mas ele se aproxima destes mesmo reservas pela facilidade de degustação, simplicidade e valores.

Um vinho jovial e simples, vendido a um preço justo, mas que deixa a desejar quando comparado a outros rótulos do novo e velho mundo na mesma faixa de preço. Eu particularmente não repetiria a compra.


O Rótulo
 
Vinho: Toro Loco
Tipo: Tinto
Castas: Tempranillo
Safra: 2011
País: Espanha
Região: Utiel-Requena
Produtor: ENV Coviñas
Graduação: 12,5%
Onde comprar: Wine
Preço médio: R$ 25,00
Temperatura de serviço: 16º

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