segunda-feira, 15 de setembro de 2014

7 dicas para degustar um vinho

1. Temperatura faz toda a diferença

Frio em excesso inibe aromas. No tinto, amarga os taninos. Por outro lado, quando a garrafa está quente demais, o álcool se sobressai, a acidez desaparece, o vinho fica pesado.

O balde de gelo é a solução mais rápida e eficaz para gelar seu vinho, seja ele branco ou tinto. Enquanto o conteúdo de uma garrafa padrão, de 750 ml, leva 60 minutos para baixar de 30 para 20 graus em uma geladeira regulada a 2 graus, em um balde de gelo ela desce de 30 para 20 graus em apenas cinco minutos. Partindo dos mesmos 30 graus, são precisos apenas 14 minutos para a garrafa atingir os 10 graus. Os brancos podem ficar no gelo no mínimo uns 20 minutos. Respeite as temperaturas de serviço para apreciar seu vinho na sua plenitude: respeite os 16-18 graus para tintos encorpados, 14-16 para os leves, 12 para brancos encorpados e de 8 a 10 para brancos leves e espumantes.
 
2. Se quiser apreciar os aromas de um vinho, não use perfume forte
 
Em degustações profissionais, é regra não usar perfume para não encobrir os aromas do vinho. Ninguém tem como provar se você se encheu de Chanel Nº 5 ou não, mas as pessoas têm nariz, percebem. E pega mal. Na vida normal, essa regra é mais flexível. Mas, se você for a um wine bar ou a qualquer evento em que o vinho seja o centro das atenções, tente evitar perfumes fortes. Mesmo se vai beber sozinho e quer aproveitar ao máximo os aromas do vinho, escolha um perfume pouco intenso.
 
3. Entre um vinho e outro, nada de lavar a taça com água
 
É comum as pessoas passarem uma água na taça quando vão trocar de garrafa. Essa não é a melhor solução para se livrar dos aromas do vinho anterior. Além de não funcionar muito bem, pode deixar o vinho seguinte meio aguado. O ideal é avinhar a taça: colocar um pouquinho (bem menos que o da foto) do vinho que você vai beber, girar, fazer ele passar por toda a superfície e, em seguida, dispensar o líquido. Faça isso ao menos quando for mudar de um branco para um tinto.
 
4. Se sentir um cheiro ruim, espere um pouco, talvez passe
 
Alguma vez você já abriu uma garrafa de vinho e sentiu um cheiro podre, de enxofre? Certo de que aquilo estava estragado, deixou a garrafa de lado e foi beber outras coisa. De repente, veio alguém, bebeu o vinho e disse que estava ótimo? Aí você, cheirou, e não é que o desgraçado estava bom mesmo! Horrível, né? Fica parecendo que você não entende nada de vinho e é completamente Maria-vai-com-as-outras. Mas você não está louco. Um vinho pode estar horrível logo que abre e depois ficar bom. Esse mau cheiro pode ser do conservante SO2, enxofre ou algo parecido. Todo vinho leva SO2, ou pelo menos 99,99% deles. Só que em alguns, por razões diferentes, esse enxofre aparece mais quando a garrafa é destampada. É só esperar uns minutinhos que esse cheiro vai embora. Se você esperou 10 minutos e continua cheirando mal, é bem provável que a garrafa esteja contaminada com Brett (uma levedura selvagem) ou esteja bouchonnée (problema da rolha). Aí não há o que fazer a não ser trocar de garrafa. O brett deixa um cheiro de cachorro molhado no vinho, desagradável, mas na maioria das vezes não insuportável. Existe até o brett que é considerado bom, dá um aroma de terra, couro, cogumelos. Já o vinho bouchonné só vai piorando depois de aberto: fica com gosto de parede.
 
5. Se não sentir cheiro nenhum, insista, o vinho pode estar fechado
 
Por outro lado, você pode abrir a garrafa, colocar o vinho no copo, dar aquela fungadinha básica e nada! O vinho tem cheiro de coisa nenhuma. Ai começa a tomar e vai achando o vinho uma delícia. Às vezes, essa mudança de opinião pode ser atribuída à bebedeira, mas muitas vezes não. O vinho estava o que a gente chama de fechado e vai se abrindo. Não vamos entrar em detalhes de química, mas o que acontece é uma reação provocada pelo contato com o oxigênio. Se o vinho custou 30 paus e não tem cheiro de nada, é provável que ele continue assim. Mas, se é um vinho um pouco mais caro, mesmo um bordeaux de R$ 50, R$ 60, dê um tempo. Sirva as taças e peça para o pessoal agitar.
 
6. Um vinho não precisa ser perfeito
 
Há pessoas que têm o rosto todo certinho e, ainda assim, são sem graça. Outras que têm
"imperfeições" e são radiantes. Um nariz um pouco maior que o normal, um dente levemente para a frente, uma sobrancelha mais grossa são detalhes que não costumam tirar a beleza de um rosto harmônico. Pelo contrário, muitas vezes, acrescentam personalidade e charme. Com o vinho acontece exatamente a mesma coisa. Tem aquele vinho todo certinho, frutado, taninos redondos, acidez na medida, o álcool não se sobressai, mas, apesar de tudo isso, você toma e no dia seguinte esquece que ele existe. Outros têm um pouco mais de acidez, taninos levemente rugosos, aromas menos fáceis como os animais ou químicos e, sem saber bem por que, você se apaixona.
 
7. Seja seu próprio crítico
 
Exceto atrocidades, não existe vinho ruim ou vinho bom. Existe o vinho que você gosta. Experts boa parte das vezes não concordam entre si. Mesmo os mais famosos. Robert Parker dá uma nota para um rótulo, Jancis Robinson dá outra. A revista inglesa Decanter diz uma coisa, a americana Wine Spectador publica o oposto. Você adorar um vinho que eu odeio ou detestar um vinho que eu amo não quer dizer nada. Ouça o que os especialistas dizem, mas preste mais atenção a seu olfato e seu paladar.
 
Por Tânia Nogueira

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