sexta-feira, 4 de julho de 2014

Quantos vinhos placebo temos consumido?

É bem provável que a palavra placebo relacionada ao vinho, esteja sendo cunhada pela primeira vez agora. Placebo é como se denomina cientificamente um fármaco cuja eficácia (eventual) é meramente psicológica, tendo a medida exata da crença do paciente. A julgar por essa definição com o vinho não é diferente. Vinhos placebos, são todos aqueles que prometem um nível de prazer muito além das suas reais qualidades, mas convencem aos que nele acreditam muito mais pelo marketing e roupagem do que por seus reais valores técnicos e sensoriais. Nessa categoria encontramos vinhos cuja estrutura é forjada pelo uso de engaços, quando o correto seria a intensidade de extrato da casta, vinhos cujo frescor é simulado pela adição (correção) de ácido tartárico, um melhorador artificial de vinhos nos quais os aromas e sabores sugerem o aporte da madeira, quando tudo não passou de chipagem (madeira no vinho) sem o benefício real da micro-oxidação.
 
 
Convém acrescentar que esses artifícios são apenas alguns dos quais se valem produtores inidôneos, que buscam apenas vantagem comercial imediata, através do marketing infundado, tendo como alvo, consumidores que, desprovidos de um julgamento pessoal mais crítico, valem-se apenas da imagem midiática dos vinhos. Por isso é importante conhecer o essencial sobre o produtor que você elegeu. Saber como a crítica especializada séria o enxerga, qual o seu nível de compromisso com o consumidor, etc. Da mesma forma como você faria com qualquer outro produto do qual espera algo compatível com o investimento, leia as instruções. Só assim é possível separar o joio do trigo, nesse mar de oferta, sem incorrer em naufrágios.
Fonte: Tribuna do Norte

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