sábado, 8 de dezembro de 2012

Escolha o vinho para refrescar o calor

Confira dicas e quatro listas de rótulos para dias escaldantes

Ao contrário do que muita gente pensa, as temperaturas mais altas também podem combinar refrescantemente com o vinho. E não apenas o branco!
 
Lenine Marcato, enófilo por paixão e proprietário da butique de vinhos Grand Vin, em São Paulo, sempre leva um cooler quando vai à praia no litoral norte de São Paulo. Dentro, bebidas de alta refrescância. Mais ou menos a 8 graus centígrados, ele retira do recipiente saborosas garrafas de vinhos brancos ou rosés. Também podem saltar espumantes, nesse caso, um pouco mais frias, aos 4 a 5 graus. Copo de plástico, nem pensar. Usa taças de acrílico, que garantem a sensação e a graça de beber bem e no utensílio adequado.

“É tão refrescante quanto a cerveja e, para mim, com vantagem. Porque me deixa íntegro, sem aquela sensação de estufamento que normalmente a cerveja me dá”, explica Lenine, que além de empresário do ramo, é um entusiasta das coisas do vinho.

A exemplo do que ele se acostumou a ver na Itália, de onde vem sua família, e na França – os dois maiores produtores de vinho do mundo -- Lenine faz do vinho a bebida ideal para o alto verão. “O branco e o espumante são bebidas que refrescam, sem que se tenha que ingerir tanto quanto a cerveja”, opina. Ele lembra, porém, que o vinho – com graduação alcoólica entre 13 e 14 por cento, tem normalmente o dobro de teor da cerveja, o que torna o comedimento no consumo, além recomendável, necessário.
 
E é Lenine quem nos ensina aqui como combinar bem o verão com cada tipo de vinho – do branco ao tinto.

Branco, até debaixo do guarda-sol

Uma das opções preferidas do enófilo para debaixo do guarda-sol são os brancos da uva sauvignon blanc. “É um varietal frutado, muito refrescante, que pode ser levado em um cooler à temperatura de 8 graus. Combina perfeitamente com praia e sou capaz de passar o dia inteiro ali, comendo alguma coisa leve e bebericando um branco”, diz.

Lenine explica que o chardonnay é um vinho branco mais encorpado e untuoso e, por isso, não o recomenda para o “pé-na-areia”. Mas diz que mesclas das duas uvas podem ser muito adequadas para a praia. Outra variedade recomendada por ele a esses momentos é a torrontés, segundo ele, muito bem usada em vinhos na Argentina.

Os preços para esses brancos frescos e frutados estão acessíveis, a partir de R$ 18 a R$ 20, entre brasileiros, argentinos e chilenos. Os torrontés argentinos sobem um pouco, para a faixa dos R$ 40. E há opções mais sofisticadas com origem nesses países ou espanhóis, portugueses, italianos e franceses, a partir de R$ 40. (Vela a lista de 50 brancos sauvigmon blanc)

Espumante, também na areia

Da mesma forma, o enófilo recomenda levar espumantes para a praia (dos nacionais, cada vez mais bem avaliados, passando pelos proseccos -- italianos e brasileiros --, pelos espanhóis e portugueses, até os sofisticados champanhes franceses – o que demanda normalmente bolsos bem recheados). Nesse caso, o cooler pode ter a temperatura reduzida para os 4 a 5 graus centígrados. “É delicioso saborear um espumante brut na praia, usando, claro, uma taça de acrílico. Vale a pena provar”. Lenine recomenda o champanhe seco, que é seu preferido, mas explica que para quem prefere algo um pouco mais doce o demi-sec é muito boa opção.

“Há bons espumantes brasileiros a partir de R$ 20 a R$ 25. E outros argentinos e chilenos na faixa dos R$ 30. Combinam perfeitamente com o calor”. (Veja a lista de 44 espumantes  de até R$ 30,00)
 
Rosés, refrescância charmosa
Os vinhos rosé, caíram em descrédito nos anos 90, após notícias de adulteração no processo de produção, são outra recomendação de Lenine. “Isso não ocorre mais e os roses hoje são muito bem feitos, inclusive os brasileiros.” Nesse caso, variedades que nos tintos quase sempre são só recomendadas na companhia de refeições (como carbernet, merlot, pinot-noir, malbec e tempranillo, entre outros), combinam bem mesmo no calor da praia. E vale a mesma recomendação feita para os brancos e espumantes: levar uma caixa térmica com temperatura ao redor dos 8 graus e as sempre necessárias taças de acrílico. “As uvas usadas para o tinto perdem um pouco do tanino quando usadas para o rosé. E isso lhe dá mais suavidade e refrescância para o calor”, diz. Ele observa, ainda, que os roses, além de saborosos, são muito bonitos e charmosos devido à cor. (Veja a lista de 28 rosés)

Tintos, sem medo do calor

O enófilo não aconselha levar ao guarda-sol o clássico vinho tinho – embora ele próprio admita que já bebericou certa vez uma garrafa de pinot noir – um tinto mais suave -- com o pé na areia. “Mas para um jantar em pleno verão, com carne, frango ou mesmo peixes bem condimentados, como o bacalhau, os tintos vão muito bem e também refrescam”, explica. Para Lenine, ao refrigerar o tinto a uma temperatura de 14 graus, ele se tornará um acompanhamento muito agradável e refrescante para refeições no, às vezes, tórrido calor brasileiro. Também nesse caso, ele sugere os merlot brasileiros (Veja lista de 35 merlor braseileiros). A partir de R$ 20, os malbec argentinos, a partir de R$ 25 e os pinot-noir chilenos, também a partir de R$ 25.

“O preço deixou de ser impeditivo para o consumo de vinho. É bebida saudável e que consumida com moderação dá maior conforto do que outras, como a cerveja ou a cachaça. Então, por que não?”, conclui.
 
Fonte: De Vinho

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