quarta-feira, 14 de maio de 2014

Beber vinho tinto é realmente bom para a saúde?

Um estudo da American Medical Association revelou que o resveratrol (um dos antioxidantes do vinho tinto) pode não ajudar, afinal, as pessoas a viverem mais tempo, nem a evitarem o cancro ou as doenças cardíacas.

Depois de analisarem a saúde de 800 habitantes de Chianti, especialistas concluíram que não há provas do que se pensava ser verdade: que o consumo moderado de vinho tinto tem benefícios para a saúde, nomeadamente cardiovasculares.

"O resveratrol dietético de dietas ocidentais não tem influência substancial sobre as doenças cardiovasculares, o cancro ou a longevidade em idosos residentes na comunidade", esclarece o estudo liderado por Richard Semba, da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins. Este estudo vem contrariar as pesquisas com animais, que sugeriam que o resveratrol, um polifenol também encontrado em algumas raízes de plantas asiáticas assim como em amendoins e frutas, pode ter efeitos benéficos na saúde.

 
Apesar dos resultados não serem comprovados em humanos, as conclusões da pesquisa têm contribuído para que, só nos EUA, o mercado de suplementos de resveratrol tenha chegado aos US $ 30 milhões por ano (cerca de 21.800.400€).
 
O estudo mais recente foi baseado nos níveis de resveratrol da urina de cerca de 800 pessoas em duas pequenas aldeias em Toscana, Itália. Os pesquisadores mediram a urina das pessoas para detetarem sinais de resveratrol, verificando se os níveis estavam ou não a contribuir para a melhoria da saúde da população. 34% das pessoas que fizeram parte da pesquisa morreram e os investigadores não encontraram uma correlação entre os níveis iniciais de mortalidade e de resveratrol nem ligações entre os níveis de resveratrol e o desenvolvimento de cancro ou doenças cardíacas.
 
"Estes dados são consistentes com outras pesquisas que dizem que o método de consumo de álcool não teve efeito sobre o resultado ou se houver um benefício para o vinho tinto não parece ser mediado pelo resveratrol especificamente", disse Blase Carabello, chefe de cardiologia no Mount Sinai Beth Israel.
 
Para Robert Graham, do Hospital Lenox Hill, o "paradoxo francês" ainda é um mistério. "Este estudo é um grande exemplo de como é difícil examinar o papel da 'bala mágica' para a saúde e longevidade, neste caso, o resveratrol", disse Graham, que não participou na pesquisa. "A receita para uma vida mais longa e mais saudável ainda está sendo desenvolvida", concluiu.  

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