quarta-feira, 15 de julho de 2015

Safra da uva 2015 é 16% maior em volume em relação ao ano passado

Foram colhidos mais de 700 milhões de quilos (700 mil toneladas) no Rio Grande do Sul. Qualidade da fruta para elaboração de vinhos, sucos e espumantes foi considerada boa.

Na safra 2015, o Rio Grande do Sul, estado que responde por cerca de 90% da produção da fruta para processamento no país, produziu 702,9 milhões de quilos de uva. Deste total, 632,5 milhões de quilos são de variedades americanas e híbridas - usadas na elaboração de vinho de mesa e suco - e 70,4 milhões de quilos de uvas Vitis vinifera, usadas para elaborar vinhos finos e espumantes. Em 2014, a safra registrada foi de pouco mais 606 milhões de quilos, sendo 540 milhões de americanas e híbridas e 66 milhões de quilos de uvas viníferas. O crescimento em relação à safra passada foi de quase 16% em volume. Os números foram apresentados na manhã desta quarta-feira (15), pelo diretor técnico do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Leocir Bottega, durante a XVI Jornada da Viticultura, em Ipê, na Serra Gaúcha.
 
Do total processado, 55% das uvas foram destinadas para a elaboração de sucos e derivados que resultaram em 190,9 milhões de litros. 45% do total colhido foram usados na elaboração de vinhos e derivados, resultando em 251 milhões de litros. A soma é de 441,8 milhões de litros de derivados da uva e do vinho nesta safra.
 
Para o secretário da Agricultura e Pecuária do RS, Ernani Polo, a safra deste ano é motivo de comemoração e mostra a força do estado na produção de uva e seus derivados. "É importante reconhecermos o trabalho de toda a cadeia produtiva, desde o viticultor, passando pela indústria, enólogos, entidades setoriais e governo. Juntos, caminhamos para fortalecer ainda mais a viticultura gaúcha", acredita.
 
O presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Moacir Mazzarollo, cita alguns aspectos que contribuíram para o resultado. Segundo o dirigente, que é viticultor no município de Veranópolis, na Serra Gaúcha, neste ano a brotação foi mais uniforme e os cachos eram maiores e mais cheios, fatores decisivos para o maior volume. Mazzarollo pondera que os períodos de chuva alternados com predominância de tempo seco prejudicaram alguns produtores, mas que a perda acabou sendo pequena. "Tínhamos uma expectativa de que superaríamos em até 10% a safra anterior, mas o resultado foi melhor do que o esperado", comemora.
 
Quanto à qualidade, Mazzarollo afirma que os relatos que tem colhido junto às cooperativas e demais empresas são de uvas com boa sanidade, cor e graduação dentro da média e até superior aos últimos anos. "Acredito que a redução na espera dos produtores para a entrega nas vinícolas foi fundamental para manter a qualidade da matéria-prima", conclui.
 
Olir Schiavenin, presidente da Comissão Interestadual da Uva, justifica a safra maior em relação ao ano passado em função do aumento de áreas plantadas, com mudas novas e formas mais adequadas de manejo. "A cada ano observamos um cuidado maior com a uva que resulta em maior produtividade e também reflete na qualidade do produto final", diz. Schiavenin acrescenta que os custos de produção obrigam os produtores a aumentar o volume para viabilizar a atividade. "Continuamos com problemas como da mão-de-obra, cada vez mais escassa e cara, da sucessão rural, entre outros pontos que precisam ser analisados e colocados na balança quando comemoramos um safra como esta, que foi boa em volume e qualidade", propõe.
 
Números por variedades
 
Entre as variedades que mais cresceram na safra 2015, destaque para a branca Chardonnay que passou de 5,8 milhões para 7,1 milhões de quilos, um crescimento de mais de 23%.
 
As tintas mais significativas em volume processado - Merlot e Cabernet Sauvignon - apresentaram resultados distintos, com leve crescimento da primeira, de 7,8 milhões para pouco mais 8 milhões de quilos nesta safra. Já a Cabernet Sauvignon teve redução de 1,1 milhão de quilos (menos 13,4% em relação à safra anterior).
 
Entre as variedades americanas e híbridas, a Isabel, que é utilizada para vinho de mesa e suco de uva, apresentou um crescimento de mais de 12%, passando de 228,5 milhões de quilos para 256,4 milhões nesta safra. Já a Bordô, bastante usada nos sucos, apresentou crescimento de quase 22%, passando de 113 milhões para 137,3 mi lhões de uvas processadas. 
 
Outro destaque entre as americanas e híbridas, que juntas cresceram mais de 17% em relação à safra passada, está a Niágara Branca, que saltou de 27,9 para 50,3 milhões de quilos neste ano, um crescimento de quase 80%.
 
Fonte: Segs

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