sábado, 4 de agosto de 2012

O Mapa do Vinho - Parte V

Alemanha

Está na nona posição do ranking mundial em produção de vinho. A Alemanha que exportou para o Brasil, na década de 90, os vinhos brancos adocicados da garrafa azul de baixa qualidade, também é responsável pela produção dos melhores vinhos brancos e de sobremesa do mundo. O clima frio explica a predominância dos brancos e a Riesling é a estrela absoluta.

Principais Regiões

São onze no total; nove delas ao longo do Rio Reno: Ahr, Baden, Franken, Hessiche, Bergstrasse, Mittelrhein, Mosel-Saar-Ruwer, Nahe, Rheingau, Rheinhessen, Pfalz e Württemberg.

Cada região (Anbaugebiet) pode ser dividida em: distritos (Bereiche); grupos de vinhedos (Grosslagen); e vinhedos únicos (Einzellagen).  Os melhores vinhos são da Einzellagen, são 2600 ao todo. No rótulo, as Einzellagen e Grosslagen são sempre precedidas do nome da aldeia onde se localiza o vinhedo. Exempo: o vinhedo (Einzellagen) chamado Mäuerchen associado ao nome da cidade Geisenheim aparecerá no rótulo desta maneira: Geisenheim Mäuerchen.



Principais uvas: Tintas - spätburgunder (parente da pinot noir), blauer, portugieser, dornfelder, trollinger; Brancas - riesling, sylvaner, scheurebe (cruzamento da sylvaner com a riesling), kerner, (trollinger e riesling), muller-thurgau.

A sigla A.P.(amtliche prüfung) no rótulo granate que o vinho foi produzido com uvas autorizadas e com o nível de açúcar mínimo exigido, além de garantir a região de origem.

O chamado Liebfraumilch atende a critérios pouco rigorosos, mesmo sendo um QbA.

Curiosidades

Os melhores vinhos alemães são os classificados QmP - Qualitäteswein Mit Prädikat. São elaborados com as uvas que possuem açúcar necessário para a produção do vinho, sem a necessidade de chaptalização (adição de açúcar). Para complicar um pouco mais o entendimento, os vinhos alemães de qualidade  (QbA) são classificados de acordo com o nível de açúcar do msoto (sumo da uva).

Outras informações que fazem parte dos rótulos indicam o grau de concentração de açúcar das uvas:

- Kabinett (reserva) - uvas de colheita normal, é a base dos QmP (baixo teor de álcool, pouco encorpado e seco).
-Spätless (colheita tardia) - uvas plenamente amadurecidas (alto nível de acidez, podem ser doces ou secos).
- Ausless (colheita selecionada) - uvas muito maduras, cachos selecionados, às vezes atacadas pelo fungo da podridão nobre, o Botrytis cinera (que resulta em vinhos de melhor qualidade).
- BA - Beerenauslese(colheita de bagos selecionados, um a um) - raros e caros, também podem usar uvas afetadas pelo podridão nobre.
- TBA - Trockembee Rebauslese (Colheita de bagos secos selecionados, mais de uva passa e seca: Troken) - ricos, mais doces e também os mais caros vinhos alemães.
- Eisweein (vinho de gelo) - uvas congeladas, colhidas de madrugada, e muito maduras. São exemplares raros e caros.

Grécia

Eis o décimo terceiro maior produtor de vinho. Para eles experiência não falta, visto que eles produzem vinhos desde 4.000 a.C e exportam há mais de 2.000 anos. São mais de 300 uvas nativas que, junto com as cepas internacionais, sãp plantadas em todo o continente e nas ilhas. Conhecida antes só pelo vinho resinoso do tipo Retsina, atualmente vem ganhando atenção da crítica e vários prêmios internacionais.

Principais Regiões

São 28 áreas, mas as mais significativas são: Macedônia, Peloponeseo e Ilhas Cyclades (Santorini e Páros).

Principais uvas: Tintas - agiorgitiko, mavrotragáno, mavroúdia, limnió, xtnómavro, syrah e cabernet sauvignon; Brancas - assyrtiko, moschofilero, malagoisá, chardonnay, sauvignon blanc, viognier.

Os tintos produzidos com a variedade nativa agiorgitiko, que significa São Jorge, costumam ser ricos e intensos. São uma boa porta de entrada do vinho grego.

Os Retsina mais rústicos, e de produção em massa, têm acentuado sabor de resina e pouco se percebe a fruta da uva savatiano.

Curiosidades

Há 2000 anos, para impedir a oxidação dos retsina exportados, selava-se as ânforas com resina de pinheiro. Daí surgiu a tradição deste curioso branco de gosto resinoso

Líbano

Outro ancestral do berço do vinho, tem pequeníssima produção concentrada no Vale do Bekaa, no centro do país. Alí são constantes os bombardeios nos vinhedos e a interrupção da produção. A influência francesa se faz sentir nas uvas e vinificação utilizados, que resultam em tintos de excelente qualidade nas poucas vinícolas que sobrevivem no país.

Principal Região

Vale do Bekaa

Principais uvas: Tintas - cabernet sauvignon, merlot, syrah, carignan e cinsault ; Brancas -  chardonnay, sauvignon blanc e clairette.

Os melhores exemplares encontrados no Brasil são de tintos, como o Kefraya e Musar, mas não são baratos.

Curiosidade

Durante a Guerra Civil dos anos 80, no Líbano, a família Hochar, produtora do Château Musar, transportava suas uvas em meio a tiroteios entre grupos rivais.

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