A colheita já é, na verdade, uma
etapa posterior a várias outras etapas iniciais, como o preparo do solo, o
controle de pragas nas videiras, a irrigação artificial, entre outras.
Na França, ao contrário do Brasil, as videiras não são plantadas em parreirais, com suportes: as videiras são como pequenos arbustos, que crescem livremente. Muitas delas, dependendo do chateau, são centenárias. Algumas têm mais de 500 anos! Existe uma relação entre a idade da planta e a qualidade do vinho: quanto mais velha, mais enraizada está a videira, e mais chance de sugar nutrientes do solo ela possui. Por consequência, melhor será a qualidade da uva.
Na França, ao contrário do Brasil, as videiras não são plantadas em parreirais, com suportes: as videiras são como pequenos arbustos, que crescem livremente. Muitas delas, dependendo do chateau, são centenárias. Algumas têm mais de 500 anos! Existe uma relação entre a idade da planta e a qualidade do vinho: quanto mais velha, mais enraizada está a videira, e mais chance de sugar nutrientes do solo ela possui. Por consequência, melhor será a qualidade da uva.
Como a uva tem enorme influência sobre o sabor e qualidade do
vinho, a colheita precisa ser feita no tempo certo. Uma colheita
prematura resulta em um vinho aguado, com baixa concentração de álcool. Já uma
colheita tardia, produz um vinho rico em álcool, mas com pouca acidez.
Tão logo a uva
é colhida, passa-se à etapa seguinte: o esmagamento.
2. Esmagamento
Outrora feito com
os pés dos vinicultores, hoje é um processo
mecanizado. Geralmente, as uvas são dispostas em um cilindro metálico
perfurado, onde pás giram a mais de 1.200 rpm. No final, as cascas estão
separadas das uvas, e se obtém uma grande "sopa" de suco, cascas e sementes.
Dependendo do tipo desejado do vinho, opta-se por um diferente processo. Para a
produção do vinho tinto, esta sopa é prensada por vários dias, e todo o conjunto
é fermentado. Após alguns dias, o suco é então separado. A parte sólida que
resta é chamada de pomace, e pode ser utilizada para o preparo de certos
licores.
3. Fermentação
Esta é a etapa mais importante e mais complicada de todo processo. Aqui, os químicos são vitais. Entre outros, é necessário um rígido controle da temperatura, supressão de microorganismos indesejados, presença
adequada de bactérias de fermentação, nutrição adequada para estas bactérias,
prevenção da oxidação, etc. A escolha da bactéria adequada para o tipo da uva é
fundamental, e motivo de discórdia entre vários enólogos. A mais comum é a
Saccharomyces cerevisae, mas outras espécies deste mesmo gênero também
tem sido vastamente utilizadas. Para cada ml do suco, utiliza-se uma população
de cerca de 1 milhão de células de bactérias!
A temperatura ideal para a maior parte dos vinhos
é de cerca de 25oC. Mas esta etapa raramente é
iniciada nesta temperatura, pois a fermentação naturalmente eleva a temperatura
do suco, e os vinicultores devem evitar que esta ultrapasse a marca dos 30oC, onde as bactérias morreriam. Hoje este controle
é automatizado, sendo que as pipas metálicas contêm sistemas de troca de calor,
e todo o processo é termostatizado.
O contato com o ar deve ser evitado, do contrário ocorreria a oxidação do vinho.
Isto é feito pelo lacramento dos recipientes onde a fermentação é realizada e,
algumas vezes, pela introdução de CO2. Após a
fermentação, adiciona-se pequenas quantidades de SO2
ou ácido ascórbico, como anti-oxidantes.
Após a fermentação,
o vinho é decantado e o líquido sobrenadante é então separado. O vinho está
pronto, então, para o segundo processo de fermentação.
4. Fermentação Malolática
Há muito tempo se sabe que, mesmo finda a fermentação alcoólica, observa-se a
evolução de dióxido de carbono do vinho. Há poucos anos, químicos descobriram
que esta segunda fermentação se devia a ação de
enzimas sobre o ácido malônico, presente no vinho, e a sua transformação em
ácido lático. Neste processo, vários agentes de sabor, muitos ainda
não estudados, são formados. Este processo produz um sabor diferenciado ao
vinho; por isso, também, os vinhos franceses são tão diferentes dos demais.
Esta etapa é extremamente caprichosa: se a fermentação for excessiva, os vinhos ficarão aguados, baixos em acidez, e ricos em diacetilas, que podem até mesmo ser tóxicas, quando em excesso. Um grande controle é feito, através de leituras da composição por cromatografia. Quando o ácido malônico atinge certo patamar; adiciona-se SO2 para inibir esta fermentação.
5. Afinamento
Uma prática muito
antiga, hoje é feita com requintes científicos. Envolve processos como filtração, centrifugação, refrigeração, troca iônica e
aquecimento. Nesta etapa, o vinho é clarificado, grande parte dos
produtos precipitáveis é extraída, e muitos íons metálicos, que torna o vinho turvo, são retirados.
O vinho que tomamos é, geralmente, transparente à luz. Mas não é desta forma que
ele sai dos barris de fermentação. Muitas proteínas e complexos metálicos o
deixam turvo, opaco. Entre as formas atuais de clarificação, encontram-se o uso
de colunas de sílica, PVP ou caseína. Nos EUA, utiliza-se cufex, um
produto que contém ferrocianato de potássio, para a extração de íons como o
cobre e ferro. O uso de bentonita ajuda a remoção de proteínas.
Outro
problema é o excesso de tartaratos, que podem precipitar, no vinho. O tartarato
pouco solúvel é o de sódio; por isso, modernas vinícolas utilizam um processo
familiar aos químicos, o de troca iônica, onde os íons sódio são
substituídos por potássio, gerando um tartarato mais solúvel.
Finalmente, o
vinho passa por uma pasteurização, onde é aquecido subitamente até cerca de 80oC e então resfriado. Alem de acabar com as
bactérias restantes, o método auxilia na precipitação das proteínas que por
ventura estiverem no vinho.
6. Envelhecimento
Muitos vinhos tem o
sabor melhorado se armazenados por alguns anos. Durante este tempo, a acidez diminui, varias substâncias pouco solúveis acabam precipitando e vários componentes formam complexos
afetando o sabor e odor. Uma das formas de envelhecimento mais clássica é a
feita em barris de carvalho. Estes barris são porosos, e permitem a entrada de
oxigênio e a saída de água e álcool. O vinho também extrai componentes da
madeira, que influenciam no aroma final. A cada nova safra, os barris devem ser
totalmente renovados, do contrário ocorreria a proliferação de fungos ou outros
microorganismos indesejáveis.
7. Engarrafamento
Antes de ser
engarrafado, o vinho ainda passa por algumas etapas, que visam corrigir o pH, a
cor ou concentração de O2 dissolvido. Muitas vezes,
as garrafas são saturadas com CO2 antes de receberem
o vinho. Na França, as garrafas sempre são novas e nunca
reutilizadas, para evitar a contaminação do vinho por microorganismos estranhos. A garrafa é, em geral,
escura, para evitar a fotoindução da oxidação do vinho.
Fonte: A Química do Vinho
É por isso que esta bebida é tão maravilhosa... Dá um trabalho danado!!
ResponderExcluirE olhe que nem foi falado sobre a escolha do terreno, dos cuidados com a terra, dentre inúmeros outros fatores prévios a colheita e fabrico do vinho.
ResponderExcluirAbraço!
LEIAM. EU GOSTEI MUITO. PRINCIPALMENTE QUANDO DIZ QUE NA FRANÇA USA-SE O CARVALHO PARA OS BARRIS.
ResponderExcluirAGORA VEJA, O VINHO SE COLOCA NOS BARRIS. JESUS CRISTO É A VIDEIRA E DEUS O AGRICULTOR. PERCEBERAM AS FIGURAS?