O consumo de álcool é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de cabeça e pescoço, mas um novo estudo norte-americano acaba de revelar que um químico - o resveratrol - encontrado na pele das uvas e no vinho tinto pode, por outro lado, contribuir para prevenir a doença.
De acordo com os investigadores, o organismo metaboliza o álcool ingerido através da sua transformação em aldeído acético, utilizando, depois, um grupo de enzimas denominado "aldeído desidrogenase" (ALDH) para o converter em ácido acético, sob a forma do qual é eliminado. O aldeído acético, estágio semi-processado do álcool, é considerado cancerígeno e produz erros no ADN.
"Com uma exposição elevada ao álcool, há perda dos genes ALDH, que ajudam a processá-lo, e perda da capacidade de reparar estes erros genéticos, o que resulta num risco aumentado de cancro", justifica Sclafani, acrescentando, porém, que o vinho tinto pode ter um importante papel protetor.
Vinho tinto associado a menor incidência do cancro
"Quando consideramos estudos epidemiológicos acerca dos cancros da cabeça e pescoço, verificamos que o álcool é um fator de risco mas, quando tal acontece, a menor incidência dos casos de cancro observa-se em pessoas que beberam vinho tinto", destaca o investigador.
Tal acontece, assegura Sclafani, graças ao resveratrol. "Quanto mais bebemos, mais acumulamos danos genéticos e maior a probabilidade de desenvolver cancro. Porém, o resveratrol é capaz de eliminar as células mais danificadas - as células com maior probabilidade de causar cancro", evitando o desenvolvimento da doença.
Embora não seja uma "arma mágica" capaz de anular todos os efeitos cancerígenos do álcool, ao matar as células mais perigosas, o resveratrol do vinho tinto - bem como outros compostos encontrados no extrato da semente das uvas - diminui o risco de consumo de bebidas alcoólicas levar à doença.
Atualmente, Sclafani e a sua equipa estão a testar a capacidade do resveratrol de prevenir os cancros no fígado e no cólon e planeiam testá-lo na prevenção e, possivelmente, no tratamento de cancros da cabeça e pescoço e de outras doenças oncológicas.
Fonte: Boas Notícias
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