quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Vinhos importados ficam 10% mais caros

A valorização de 20% do dólar em relação ao real, neste ano, começa aos poucos a chegar aos preços dos vinhos e cervejas importadas nas adegas, supermercados e empórios brasileiros. O movimento ainda se restringe a algumas marcas de bodegas argentinas e chilenas e a poucas dezenas de cervejas. No entanto, as importadoras já comunicaram às lojas que precisam repor produtos nas prateleiras que terão de pagar mais pelas bebidas.
 
Nas duas últimas semanas, os preços de alguns rótulos de vinhos subiram de 5% a 10%, como os da uva Malbec Catena, Alma Negra e o Benegas. Os chilenos Carmen, Gran Tarapacá e Requinguá também tiveram reajustes. A expectativa dos comerciantes é de que, na média, os vinhos importados fiquem 15% mais caros já no próximo mês e a estratégia de venda tem sido lembrar aos clientes: "aproveite esse preço para levar algumas garrafas a mais". O gerente do Empório Net Drinks que fica no bairro de Higienópolis, em São Paulo, Narciso Ferreira Filho, diz que a pressão de reajuste das importadoras já está forte o suficiente para impedir descontos mesmo para aqueles que compram em quantidade. "Casa Flora, WineBrands, Decanter e Mistral já avisaram que vão subir os preços no próximo mês", diz Ferreira. "No caso da Mistral, a própria tabela já está em dólar".
 
 
Em algumas casas, como a Bacco's, os vendedores têm dado dicas de vinhos com qualidade parecida dos mais caros mas que custem até metade do preço. O vendedor Cristiano de Souza não titubeia em recomendar a seus clientes que troquem o ícone Catena, na faixa dos R$ 70, pelo Lote 44, que custa R$ 40. "O Lote 44 é feito por um vinhedo que é dissidente do Catena, tem ótima qualidade".
 
Em faixas de preço mais elevado, os reajustes também serão inevitáveis, mesmo dos vinhos europeus cotados em euros. Algumas garrafas como o Petrvs que custavam R$ 12 mil na Casa Santa Luzia já têm previsão de custar mais de R$ 20 mil na próxima leva. Mas o gerente Marcelo Lopes Marcelindo explica que não será só o dólar o responsável. "Tínhamos aqui um Petrvs 96 que é superado de longe pelo da safra de 2009 que vai chegar". Marcelindo diz que apenas o Requingua teve reajuste na adega da casa até agora, mas já se espera uma alta generalizada na medida em que os estoques forem trocados. Pela sua experiência, entretanto, num primeiro momento os clientes se retraem, mas logo voltam a consumir.
 
Fonte: Estadão

As melhores safras de 1985 a 2009

Você já teve dúvidas sobre a safra na hora de comprar aquele vinho com um pouco mais de tempo de garrafa ou que você deseja guardar para apreciá-lo após uns anos de envelhecimento? Sim! Então dê uma conferida nas imagens abaixo.
 
 



Fontes: Wine Spectator, Robert Parker, Gambero Rosso, Holliday, Revista de Vinhos e ABE.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Conferimos a Degustação dos Vinhos e Azeites de Trás-os-Montes

Desembarcam em Recife nove produtores de vinhos e azeites da região de Trás-os-Montes, Região vitivinícola de Portugal, para apresentar seus produtos em uma degustação voltada prioritariamente a profissionais (compradores, distribuidores, donos de bares e restaurantes, sommeliers, entre outros), em virtude dos produtores ainda buscarem importadores no Brasil,  o Vinhos de Minha Vida, na companhia do amigo Juberlan, passou por lá e conferiu a degustação.
 
A região de Trás-os-Montes está situada no extremo nordeste de Portugal, na fronteira (ao norte e a leste) com a Espanha, a região produz rótulos a partir de vinhedos que desfrutam do frescor do clima mediterrâneo e, ao mesmo tempo, das temperaturas mais frias - típica das partes mais altas do vale. Fatores que permitem a produção de títulos com qualidade reconhecida desde o domínio romano na localidade.
 
Os solos desta região são predominantemente formados por xistos pré-câmbricos e arcaicos, com algumas manchas graníticas, existindo numa pequena área manchas calcárias de gneisses e de aluvião. Os vinhos da Região de Trás-os-Montes são bastante diferenciados, em função dos microclimas em que têm origem (altitude, exposição solar, pluviosidade, temperatura, etc.).
 
A  DO Trás-os-Montes possui 3 sub-regiões: "Chaves", "Valpaços" e "Planalto Mirandês". As castas tintas plantadas nas três sub-regiões são a Trincadeira, Bastardo, Marufo, Tinta Roriz, Touriga Nacional e Touriga Franca, enquanto as brancas são a Síria, Fernão Pires, Gouveio, Malvasia Fina, Rabigato e Viosinho.
 
Os tintos de uma forma geral mostraram notas adocicadas em demasia (característica que não agrada meu paladar), os brancos pouca acidez e notas adocicadas e enjoativas e o rosé acidez discreta e adstringência, deixando o vinho "travoso". Segue a lista dos vinhos degustados e em seguida as notas de prova dos dois rótulos que mais se destacaram.
 
Fonte do Sapo Reserva Tinto 2009. Castas: Tinta Amarela; Tinta Roriz; Touriga Nacional. 14%. Produção de 3000 garrafas.
Persistente Reserva Tinto 2010.
Sonnini Branco 2012.
Cansa Lobos Colheita Selecionada 2010.
Quinta de Arcossó Branco 2012. Castas: Fernão Pires; Arinto. 13,5%.
Quinta de Arcossó Rosé 2012. Castas: Bastardo; Touriga Franca. 13,5%.
Quinta de Arcossó Reserva Tinto 2007. Castas: Touriga Nacional; Touriga Franca; Outras. 13,5%. Produção de 10700 garrafas.
Quinta de Arcossó Reserva Tinto 2008. Castas: Touriga Nacional; Touriga Franca; Outras. 13,5%.
Terras do Salvante Reserva Tinto 2009. Castas: Tinta Roriz; Tinta Amarela; Bastardo. 15%. Produção de 1300 garrafas.
Amenu Tinto 2012. Castas: Tinta Roriz; Touriga Franca. 13,5%. Produção de 2500 garrafas.
Campo de Março Tinto 2010. Castas: Touriga Nacional; Tinta Roriz; Tinta Amarela. 14%.
Campo de Março Reserva Tinto 2011. Castas: Touriga Nacional; Tinta Roriz; Tinta Amarela. 14%. Produção de 6600 garrafas.
 
Quinta de Arcossó Reserva Tinto 2007
 
Este vinho provém de uma vinha localizada na micro-região da Ribeira de Oura, instalada numa encosta de média altitude, exposta a Sul, com cerca de 20% de declive, sendo o solo de origem granítica. A vinificação foi realizada em lagar com pisa a pé, tendo o vinho estagiado durante 12 meses em barricas de carvalho francês e americano.
 
Visualmente mostrou cor rubi e halo violácea, com lágrimas grossas e lentas. No nariz destaque para a predominância das notas frutadas e uma delicada nuance de barrica. Em boca é um vinho intenso, estruturado, com taninos vivos, mas já amaciados pelos 6 anos de vida, o paladar mostra-se muito frutado, com nuances de especiarias como café e ainda notas de chocolate amargo e tostado. Final de boca revelou um comprimento e uma persistência medianos.

O Rótulo
 
Vinho: Quinta de Arcossó Reserva
Tipo: Tinto
Castas:  Touriga Nacional (35%); Touriga Franca (25%) e outras (40%).
Safra: 2007
País: Portugal
Região: Trás-os-Montes
Produtor: Quinta do Arcossó
Graduação: 13,5%
Onde comprar: Ainda não está no mercado local
Preço médio em Portugal:  9 Euros
Temperatura de serviço: 16º
 
Terras do Salvante Reserva Tinto 2009
 
Esse foi o melhor da noite, tanto para mim como para o Juberlan. Deste vinho foram produzidas apenas 1300 garrafas e nós pudemos degustar parte desta limitada produção.
 
As uvas seleccionadas para a elaboração deste vinho provêm de uma das melhores zonas da sub-região Valpaços - Santa Valha, na qual as condições micro climáticas espaciais permitem a expressão óptima das castas: Tinta Roriz, Trincadeira e Bastardo. A sua estabilização é natural, portanto é susceptível a formar pequeno depósito.
 
Visualmente mostrou uma cor rubi intensa e brilhante, com halo púrpura e boa formação de lágrimas. No nariz mostrou boa complexidade, com a fruta madura aparecendo em primeiro plano e em boa integração com notas de café, baunilha e um tostado elegante e delicado. Em boca mostrou taninos macios e em bom equilíbrio com a acidez e os impressionantes 15% de álcool que não agrediram em nenhum momento. Final de boca agradável e de boa intensidade repetindo a fruta e o tostado no retrogosto.
 
O Rótulo
 
Vinho: Terras do Salvante Reserva
Tipo: Tinto
Castas: Tinta Roriz; Tinta Amarela; Bastardo
Safra: 2009
País: Portugal
Região: Trás-os-Montes
Produtor: Terras do Salvante
Graduação:15%
Onde comprar em Recife: Ainda não está no mercado local
Preço médio: ?
Temperatura de serviço: 16º
 
Degustamos também quatro azeites, os quais terminaram roubando a cena, mas isso é tema para um outro post.

 

Conhecendo diferenças básicas no mundo do vinho

Você sabe qual a diferença entre um vinho frisante e um espumante? Quais as informações obrigatórias em um rótulo de vinho? E se suco, néctar e refresco são a mesma coisa? Pois o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) produziu três cartilhas que abordam as informações sobre vinhos, espumantes e suco de uva para disseminar os conceitos básicos sobres estes produtos.

De autoria da assessora jurídica do Ibravin, Kelly Lissandra Bruch, os títulos Nem Tudo o que Fermenta é Vinho, Nem Tudo que Borbulha é Espumante e Nem tudo que tem Uva é Suco compõem a tríade de cartilhas. Os materiais foram elaborados com linguagem acessível, fotografias e ilustrações para facilitar o entendimento do leitor.

A autora explica que a concepção da cartilha surgiu devido à necessidade de esclarecer para as pessoas as diferenças entre os produtos, os itens que devem ser observados no rótulo e sanar as dúvidas mais recorrentes dos consumidores. “A ideia foi elaborar um material simples, divertido e descomplicado para que o consumidor possa chegar no mercado e ter uma noção básica sobre o produto que levará para casa”, resume. Kelly acrescenta que o próprio setor pode utilizar o material como subsídio para ações de comunicação.

O primeiro título, Nem Tudo o que Fermenta Vira Vinho, contém informações sobre o que é o produto, as diferenças entre vinho seco e suave, tinto, branco e rosado e informações sucintas de como são elaborados os mais diversos tipos da bebida. A cartilha ainda mostra os itens que são obrigatórios constar no rótulo e contrarrótulo. Informações sobre frisantes, leves, espumantes, gaseificados, licorosos e sobre as diferenças em relação a outras bebidas alcoólicas fermentadas também integram a cartilha.

A cartilha Nem Tudo que Borbulha é Espumante traz informações que vão desde os métodos de elaboração (tradicional e o charmat) até as diferenças entre as classificações Brut, Sec e Demi-Sec. O conteúdo ainda aborda sobre as diferentes variedades de espumantes, assim como as singularidades de produtos que podem equivocadamente ser associados à bebida como o filtrado doce e a sidra, por exemplo.

No material Nem tudo que tem Uva é Suco o leitor fica sabendo sobre as diferenças entre o produto natural, elaborado integralmente com a fruta e outras bebidas que contêm uva. As características dos sucos reconstituídos, naturais ou artificiais, mistos, concentrados e néctar são explicadas. A cartilha mostra ainda o que diferencia refrescos e refrigerantes dos sucos naturais.

A disponibilização das cartilhas é uma iniciativa conjunta do Ibravin com o Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae) e com a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa), do Estado do Rio Grande do Sul.

Para acessar as cartilhas é só clicar nos links abaixo:
 
 
Fonte: Ibravin

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Para os amantes do vinho e da magrela


Andar de bicicleta e carregar uma garrafa de vinho. Até pouco tempo atrás, essas eram tarefas complexas caso você não tivesse uma cesta acoplada à bike ou uma mochila nas costas. Porém, um designer resolveu dar um novo look para quem quer pegar sua magrela e ir para o parque fazer um picnic com vinho.
 
Jesse Herbert – designer, engenheiro, empreendedor e músico, como ele se define – inventou o "bicycle wine rack", feito para a crescente comunidade dos usuários de bicicletas nas grandes cidades. O produto, que prende a garrafa (na base e no gargalo) ao aro central da bike, é feito à mão em Montreal, no Canadá, onde o designer mora atualmente.
 
Feito em couro, o rack é ajustável a diversos formatos de garrafas. O produto está à venda no site Oopsmark.ca, por 34 dólares canadenses.
 
Veja abaixo o vídeo de como o produto funciona:
  

 
Post Scripitum
 
Esse é o post 500 do blog e é uma homenagem aos que, assim como eu, são amantes do vinho e de bike.
 
Saúde, bons vinhos e boas pedaladas a todos.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Historiadores querem recriar vinho do Império Romano

Uma equipe da Universidade de Catania, na Sicília, plantou um vinhedo usando ferramentas e técnicas antigas, usadas pelos romanos. Eles utilizaram tiras de junco e lascas de madeira de arbustos de vassoura para ligar as vinhas às estacas, e não utilizarão nenhuma máquina, pesticida ou fertilizante.
 
Para basear seu trabalho, os pesquisadores consultaram o manual de agricultura do livro Georgics, do poeta Virgílio (o mesmo da Eneida), e informações do enólogo do século I, Columella, cujas técnicas sobreviveram até o século XVII.
 
A equipe de historiadores plantou oito variedades locais, incluindo Nerello Mascalese, Visparola, Racinedda e Muscatedda. Na Antiguidade, Columella já se referia a cerca de 50 tipos de uva, apesar de suas equivalentes hoje não serem todas conhecidas.
 
Para conservar o vinho, serão usadas ânforas de terracota. Segundo as orientações do autores antigos, elas são revestidas por dentro com cera de abelha e enterradas no chão até o pescoço. Elas são deixadas abertas durante a fermentação, antes de serem seladas com argila ou resina.
 
"Não estamos usando agentes fermentadores, mas acreditando nas leveduras naturais, o que faz com que isso possa ser chamado de arqueologia experimental", diz Mario Indelicato, um dos pesquisadores. "Descobrimos que as técnicas romanas eram mais ou menos usadas na Sicília até poucas décadas atrás. Isso mostra o quão avançados os romanos eram", acrescenta.
 
As primeiras vinhas foram plantadas no começo deste ano e a equipe espera ter a primeira safra em quatro anos. "Os objetivos do projeto são dois: por um lado, verificar a viabilidade das técnicas romanas e, por outro, verificar se esse conhecimento pode ser utilizado na viticultura moderna", conta Daniele Malfitana, diretor do instituto arqueológico.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Cono Sur Reserva Cabernet Sauvignon 2011

A Cono Sur é uma empresa que possui algumas propostas bem interessantes, uma delas é a de produzir o melhor Pinot Noir do Chile, um projeto que iniciou em 1999, mas que desde a fundação da vinícola seus caminhos já trilhavam para essa cepa, uma vez que a empresa nasceu em uma área onde se encontram as vides de Pinot Noir mais antigas do Chile.
 
A vinícola é comprometida com o meio ambiente e a partir deste enfoque é que ela busca produzir seus vinhos. Seus rótulos me atraíram desde a primeira garrafa que degustei e à medida que novos rótulos chegam ao mercado pernambucano eu vou experimentando até chegar aos Pinot Noir Premium.
 
O vinho é uma varietal da Cabernet Sauvignon, casta que produz belos caldos no Chile. Teve passagem de 12 meses em barricas de carvalho e 3 meses em garrafa antes de ser comercializado.

Visualmente mostrou uma cor rubi bem escura, com matizes violáceas e boa formação de lágrimas. No nariz agradáveis notas de ameixa madura e framboesa com toques tostados. Em boca apresentou taninos potentes e com certa adstringência, boa acidez e álcool na medida; repetiu a fruta e mostrou ainda notas de pimenta seca e chocolate, com boa integração com a madeira e deixando o vinho com bom potencial gastronômico. Final de boca seco e de boa persistência.
 

O Rótulo
 
Vinho: Cono Sur Reserva
Tipo: Tinto
Castas: Cabernet Sauvignon
Safra: 2011
País: Chile
Região: Vale do Maipo
Produtor: Cono Sur
Graduação: 13,5%
Onde comprar em Recife: DLP
Preço médio: R$ 35,00
Temperatura de serviço: 16º

terça-feira, 20 de agosto de 2013

10 Bordeaux bons e (ainda) baratos

Tim Atkin MW, um dos mais conceituados críticos de vinhos, dá dicas para comprar Bordeaux bons e (ainda) baratos. Aproveite...


Quantos châteaux você conhece pelo nome em Bordeaux? Mesmo o consumidor mais apaixonado pelos vinhos da região ficaria sem ideias ao se aproximar de 120 nomes.
 
Tome as 61 propriedades da classificação de 1855, acrescente mais algumas da Margem Direita, Pessac-Léognan e Sauternes... e o que mais? A menos que você tenha um conhecimento enciclopédico dos petits châteaux da região, acredito que você empacaria. Eu empaquei!
 
Mas vou surpreendê-lo: Uma estimativa aproximada (aparentemente, ninguém tem um número preciso), há cerca de 8.000 châteaux em Bordeaux.
 
Châteuax Margaux
O nome é um tanto enganoso, pois abrange tanto um depósito frágil no meio de um campo até a glória palaciana do Château Margaux, mas deu para entender. Bordeaux é uma região bem grande, e a maioria de seus produtores estão se esforçando para vender seus vinhos. Para cada Lafite Rothschild (a propriedade foi avaliada pela Liv-ex em 3,7 bilhões de euros em 2011), há milhares de châteaux em má situação financeira.
 
A maioria dos consumidores e da mídia focaliza as 50 propriedades que se destacam. São os nomes que movimentam os mercados en primeur, de leilões e de vinhos finos, dividindo efetivamente Bordeaux em dois campos: os que têm e os que não têm (prestígio).
 
E mesmo entre os principais, há vários matizes entre os châteaux blue-chip.
 
Os premier crus, os super segundos e os principais nomes de Pomerol e de St.-Émilion são primus inter pares.
 
Nem preciso lhe dizer que a maioria desses vinhos é muito cara, mesmo em safras supostamente "mais baratas" como 2007, 2008, 2011 and 2012. Com efeito, pode-se dizer até que eles são mais comercializados (ou adquiridos como investimento) do que bebidos.
 
Até 2000, eles eram relativamente acessíveis. Hoje, são marcas de luxo. Podemos reclamar dos preços, mas é apenas uma questão de oferta e demanda. Esta tem sido consistentemente maior do que aquela.
 
Isto suscita uma questão mais interessante. Ainda existem barganhas em Bordeaux?
 
Creio que sim, mesmo entre os crus classificados: vinhos que proporcionam mais prazer pelo seu dinheiro. E o que quero dizer com barganha? Bem, uma boa relação preço/qualidade não é sinônimo de barato, obviamente; do contrário, todos estariam bebendo vinhos tintos de Bordeaux.
 
Estes são 10 châteaux que, na minha opinião, estão abaixo do preço real. Pelo menos por enquanto...
 
Château d’Armailhac, Pauillac - Preço da garrafa de 2010, sem impostos: US$60. Às vezes visto como primo pobre do clã Mouton-Rothschild, este 5eme cru de Pauillac pode lembrar um mini-Mouton nas boas safras, embora um pouco menos concentrado. Neste momento, ele está em boa forma.
 
Château Calon-Ségur, St Estèphe - Preço da garrafa de 2010, sem impostos: US$115. O château pode ter trocado de mãos após a morte da temível Madame Capbern-Gasqueton, mas sob a batuta do talentoso maître de chai Vincent Millet ele continua a produzir o mais aromático e polido dos St Estèphes.
 
Château Feytit-Clinet, Pomerol - Preço da garrafa de 2010, sem impostos: US$84. Desde que Jeremy Chasseuil assumiu esta pequena propriedade familiar em 2000, ela tem produzido vinhos cada vez mais impressionantes: ricos, com tons de carvalho e densos. Custando menos de um quarto do preço de seu vizinho, L’Eglise-Clinet, este é uma barbada.
 
Château Grand Puy Lacoste, Pauillac - Preço da garrafa de 2010, sem impostos: US$109. Essência de um Pauillac refinado, porém concentrado, este é um vinho para pessoas que apreciam o clarete clássico e pronto. Sem brilhos exagerados e consistentemente excelente, este 5eme cru, propriedade de François-Xavier, merece ser muito mais conhecido.

Château Teyssier, St.-Émilion - Preço da garrafa de 2010, sem impostos: US$29. Como qualquer garagiste de respeito deve fazer, o inglês Jonathan Maltus produz pequenas quantidades de vinhos muito mais caros, mas este é seu pão com manteiga, por assim dizer. Tem sido consistentemente um dos mais prazerosos St.-Émilions.
 
Château Olivier, Pessac-Léognan - Preço da garrafa de 2010, sem impostos: US$34 (tinto), US$39 (branco). Não são muitas as propriedades de Bordeaux que produzem um vinho tinto e um branco seco com o mesmo padrão elevado (as outras são Haut-Brion, La Mission, Domaine de Chevalier e Smith-Haut-Lafitte). Esses vinhos têm saído melhores desde 2004.
 
Château Potensac, Médoc - Preço da garrafa de 2010, sem impostos: US$29. Propriedade de Jean-Hubert Delon, do Château Léoville-Las-Cases, este corte com base em Cabernet não ficaria fora do lugar num ranking de crus classés. Apesar de sua apellation modesta, ele costuma confundir os especialistas em degustações às cegas, e envelhece bem.
 
Château Poujeaux, Moulis - Preço da garrafa de 2010, sem impostos: US$36. Sempre entre os
melhores da lista de crus bourgeois, este vinho tem melhorado desde que Philippe Cuvelier, do Clos Fourtet de St.-Émilion, adquiriu este château em 2008. Não tem nada da rusticidade ocasional de Moulis.
 
Domaine de Chevalier, Pessac-Léognan - Preço da garrafa de 2010, sem impostos: US$88 (tinto); US$116 (branco). O vinho branco desta brilhante propriedade é merecidamente reconhecido como um dos melhores de Bordeaux, mas o tinto é tão bom quanto. Este é um tinto clássico de Graves: equilibrado e produzido para durar, e não "exibido" ou excessivamente amadeirado.
 
Château Les Cruzelles, Lalande de Pomerol - Preço da garrafa de 2010, sem impostos: US$40 - Denis Durantou, do Château L’Eglise-Clinet, diz que ele produz este Lalande de Pomerol com a mesma atenção dedicada a seu renomado Pomerol. Ele é redondo, tem boa fruta, o carvalho é sutil e o perfume encantador. Hora do Merlot!
 
NOTA DO EDITOR - os preços citados na matéria são os chamados preços ex-cellar ou ex-works, ou seja, na vinícola, sem nenhum tipo de imposto e sem frete. Um verdadeiro sonho...

Fonte: Artwine

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

40 vezes mais resveratrol

O resveratrol é o componente dos vinhos que está ligado a diversos benefícios à saúde, entre eles propriedades antioxidantes que promovem a longevidade e protegem contra doenças. Desde que essa substância foi identificada e seus efeitos passaram a ser estudados, alguns produtores pensaram em como aumentar a quantidade dela no vinho.
 
Recentemente, uma vinícola neozelandeza lançou uma linha de vinhos chamada Balancing Act Wines que atesta ter 40 vezes mais resveratrol do que os rótulos convencionais. A empresa afirma ter usado uma tecnologia australiana patenteada pelo pesquisador Phillip Norrie para aumentar os níveis da substância na bebida.
 
Kathleen Corsbie, da Southern Wine NZ Ltd, produtor dos vinhos, acredita que esses são os rótulos mais saudáveis já produzidos.
 
Fonte: Revista Adega

sábado, 17 de agosto de 2013

Baron Philippe de Rothschild Reserva Sauvignon Blanc 2012

No fim de semana passado preparei um ensopado de marisco e um camarão ao alho e olho em prol do Baron Philippe de Rothschild Reserva Sauvignon Blanc 2012, um rótulo que comprei em uma promoção na Wine e que há muito queria degustar e que sempre agrada Fernanda, que prefere os vinhos brancos.
 
O vinho é produzido por um dos mais emblemáticos produtores de Bordeaux, Baron Philippe de Rothschild, resolveu apostar forte nos vinhos chilenos, com a plantação de vinha e a construção de uma adega. A propriedade situa-se em Buin, na região de Maipo, trinta quilômetros para sul de Santiago. Foi ali, no célebre “Valle Del Maipo”, que foram plantados cerca de 60 hectares de vinha. As castas selecionadas foram Chardonnay, Sauvignon Blanc, Carmenère, Syrah e também, como não podia deixar de ser, Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc, castas tradicionais de Bordeaux que marcam o perfil da casa. Inaugurada em 2003 pela Baronesa Philippine de Rothschild, a adega Baron Philippe de Rothschild garante os níveis de controle de qualidade impostos pela casa mãe em Bordeaux.
 
Visualmente o vinho mostrou uma cor amarelo esverdeada. Um nariz muito delicado com notas de rosas brancas, abacaxi, maçã e nuances de ervas secas. Em boca manteve a delicadeza e mostrou-se muito fresco, o que é uma boa pedida para os dias quentes de nosso Nordeste. Apresentou boa acidez e álcool na medida. Repetiu o frutado e mostrou toques minerais

O Rótulo

Vinho: Baron Philippe de Rothschild Reserva
Tipo: Branco
Castas: Sauvignon Blanc
Safra: 2012
País: Chile
Região: Vale do Maipo
Produtor: Baron Philippe de Rothschild
Graduação: 13%
Onde comprar: Wine
Preço: R$ 34,00 (Por esta pague R$ 28,00)
Temperatura de serviço: 8 graus
Onde foi degustado: Em casa
Com quem: Fernanda e meus pais

Vinho tem ou não glúten?

São poucos os rótulos de vinho que possuem informações nutricionais. A legislação não exige que o produtor identifique a quantidade de calorias, minerais e outras tantas substâncias na garrafa, mas alguns já estão começando a fazer isso pensando no consumidor moderno que pode estar preocupado com o conteúdo da bebida.
 
Assim sendo, a vinícola Siduri Wines, de Sonoma, decidiu testar seus vinhos para verificar se contém glúten ou não. "Temos um funcionário que é sensível a essa substância e pensamos que essa seria uma informação importante para constar no rótulo", disseram os produtores Adam e Dianna Lee.
 
O glúten pode aparecer no vinho no processo de vinificação de duas formas. A primeira na pasta baseada em trigo que serve para selar as barricas. A segunda em um agente na clarificação. Apesar de seus vinhos não passarem por afinamento, nos testes feitos com seus Pinot Noir, a Siduri Wines constatou que o glúten estava presente em 1 parte por milhão, número que está bem abaixo dos 20 ppm autorizados pela agência norte-americana de controle de alimentos, FDA, para que um alimento seja considerado livre de glúten.
 
Para os consumidores que se preocupam com essa questão do glúten, apesar de os vinhos raramente serem testados, pode-se dizer que é muito pouco provável que essa substância apareça em quantidades signficativas na bebida, vinda da clarificação ou dos barris.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

De olho na Copa, importadores britânicos miram no vinho brasileiro

Compradores de vinho da Grã-Bretanha estão mirando nos produtores brasileiros de olho nas oportunidades de negócio que a Copa do Mundo e as Olimpíadas podem trazer.
 
Há pelo menos dez anos vem crescendo o interesse pelos vinhos do Brasil, mas com a atenção que o país atrai por causa do Mundial e dos jogos de 2016, importadoras britânicas consideram que agora ficou mais fácil introduzir a bebida no mercado e apostam que o vinho vá cair no gosto dos locais.
 
"O Brasil foi uma escolha óbvia para nós", diz à BBC Brasil Rachel Archer, gerente da seção "I heart" (Eu amo, em tradução livre), da Copestick Murray, uma das importadoras britânicas.
 
A empresa vai produzir, em parceria com a brasileira Vinícola Aurora, dois vinhos com um blend (mistura de uvas) pensado especialmente para o mercado britânico, com lançamento previsto para antes do Natal ou início do ano que vem.
 
 
A Copestick Murray espera produzir ao menos 300 mil garrafas de espumante moscato branco e rosé, que serão vendidas nas principais redes de supermercados do país, como Waitrose, Sainsbury's e Tesco.
 
"A melhora na qualidade do vinho nos últimos anos, combinada à oportunidade de negócios com a Copa e as Olimpíadas, colocou o vinho brasileiro na nossa lista de prioridades", acrescentou Archer.
 
A gigante britânica do setor de departamentos Marks & Spencer também anunciou que vai adicionar a partir de fevereiro três rótulos aos dois atuais da vinícola gaúcha Seival Estate. Em maio, a importadora Bibendum fechou com a vinícola Miolo, também do Rio Grande do Sul, uma parceria para ser sua distribuidora exclusiva na Grã-Bretanha.
 
E a rede de supermercados Waitrose, a primeira a estocar vinho brasileiro no país, lançará no início do ano que vem quatro vinhos de três vinícolas brasileiras que ficarão à venda por pelo menos um ano.
 
Maior importador mundial
 
Com compras anuais de mais de 1 bilhão de garrafas, a Grã-Bretanha é o maior importador de vinho no mundo, segundo dados da Vinexpo, a maior feira do setor, realizada em Paris a cada dois anos.
 
O país é o terceiro maior importador de vinhos brasileiros, atrás da China e da Holanda.
 
Apesar de responder atualmente por valores relativamente baixos, as importações para a Grã-Bretanha tendem a crescer, entusiasmando os produtores nacionais.
 
O projeto Wines of Brazil – uma parceria entre o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações (Apex) - espera em 2013 que as exportações para a Grã-Bretanha superem em 50% as do ano passado, quando foram vendidos 94,6 mil litros, o equivalente US$ 400 mil.
 
Segundo Andreia Gentilini, diretora da Wines of Brazil, Grã-Bretanha e os Estados Unidos são os principais alvos da agência, que foi criada há dez anos para promover o vinho brasileiro no exterior.
 
"Desde janeiro estamos negociando vendas com seis compradores britânicos, que estão de olho nos eventos esportivos do Brasil para expandir suas oportunidade de negócios", diz ela à BBC Brasil.
 
Falta consistência
 
Mas na avaliação de Dirceu Vianna Junior, único brasileiro a carregar o título de Master of Wine – qualificação máxima da indústria de vinhos -, o setor vinícola do país "caminha no caminho certo, mas ainda carece de consistência".
 
"A gama de todos os produtores varia muito entre vinhos bons e ruins. Precisamos ter ao menos dez produtores em que todos os vinhos sejam de qualidade e hoje só temos uns cinco", avalia Dirceu.
 
O brasileiro, que é diretor de vinhos da importadora e distribuidora Coe Vintners, em Londres, diz ainda que o preço é outro desafio para o vinho brasileiro competir no exterior.
 
"Aqui (Londres) paga-se entre £ 8 e £10 (R$ 28 e R$ 36) por um vinho brasileiro, ao passo que encontramos garrafas da Espanha e da França que são melhores e mais baratas", diz ele, acrescentando que o valor do vinho brasileiro no exterior reflete custos com impostos, mão de obra e técnicas de produção.
 
"Os vinhedos ficam localizados principalmente em encostas, o que torna o cultivo mais caro do que em planície, onde podemos usar máquinas", explica.
 
Salto de qualidade
 
O jornalista britânico especializado em vinhos Steven Spurrier concorda que há obstáculos às ambições do Brasil para popularizar seu vinho no exterior, mas afirma que desde que começou a visitar as vinícolas brasileiras, há 12 anos, percebeu um "salto tremendo" na qualidade da bebida.
 
"Os produtores estão entendendo melhor seu terroir e cuidando mais das vinícolas", diz Spurrier à BBC Brasil, que avalia que o vinho brasileiro se assemelha mais ao europeu em estilo do que o chileno ou o argentino.
 
"Nas vinícolas do sul do Brasil, o clima é mais parecido com o da Europa do que no Chile. A diferença de temperatura entre dia e noite refresca os vinhos, resultando em uma bebida mais equilibrada, com teor alcoólico levemente menor", diz o especialista.
 
Isso, segundo ele, aumenta as chances de aceitação da bebida brasileira no mercado britânico, que é mais receptivo aos vinhos de mercados emergentes do que França, Itália e Espanha, os três maiores produtores mundiais.
 
Spurrier prepara uma reportagem sobre a produção de vinhos no Brasil para a edição de outubro da revista Decanter, uma das maiores do setor, publicada mensalmente em 90 países.
 
"Os brasileiros são os new kids on the block (a novidade do momento, em tradução livre)", brinca Spurrier, que em 1976 organizou o Julgamento de Paris, uma competição de vinhos que ficou famosa ao revelar a superioridade de alguns vinhos californianos perante os franceses, algo impensável na época, que ajudou a popularizar o vinho do Estado americano.
 
Fonte: BBC Brasil

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Vinho na terra do café

A possibilidade de fabricar vinhos finos em um Estado famoso pela produção de café, fez com que o agricultor Júnior Porto vislumbrasse um novo mercado. Dono de uma fazenda em Cordislândia, no sul de Minas Gerais, Porto produzia leite, café e milho. Mas investiu, em 2004, em parreirais de uvas e hoje se prepara para lançar sua primeira bebida.
 
A marca, que se chamará Luiz Porto, em homenagem ao pai do produtor, está prevista para ser comercializada até o fim do ano. A previsão inicial é de 10 mil garrafas que serão vendidas para os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
 
O produtor mantém 15 hectares em sua fazenda cultivados com oito tipos de uva próprios para vinhos finos (viníferas), com colheita anual de 55 toneladas.
 
Porto informa que a produção na região só foi possível com a implantação de uma tecnologia trazida da França pelo pesquisador Murilo Albuquerque, da Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais). A técnica chamada de "ciclo invertido" permite que a colheita das uvas aconteça no inverno, longe do período chuvoso, e não no verão, como ocorre no Sul.
 
Segundo Albuquerque, as uvas precisam de período seco, com dias ensolarados e noites frescas, clima típico do sul de Minas. O pesquisador informa que o Estado cultivava uvas para o consumo direto, como fruta, mas não as variedades europeias voltadas para a produção de vinho.
 
Ele diz que os testes iniciais com a técnica francesa foram feitos na Fazenda da Fé, em Três Corações (MG). Os primeiros resultados vieram em 2004, mas só em 2010 foram produzidos vinhos com as uvas Sauvignon Blanc e Shiraz, variedades que até agora melhor se adaptaram à região.
 
O rótulo Primeira Estrada está no mercado desde janeiro deste ano, com uma safra inicial de 10 mil garrafas vendidas para São Paulo e Rio de Janeiro. O preço ao consumidor é de R$ 70.
 
"Acaba se tornando uma alternativa ao café, que vive em uma crise", afirma Albuquerque. Segundo ele, a previsão é que até o final de 2014, o Estado lance cinco rótulos.
 
Segundo o pesquisador da Epamig, o sucesso da técnica francesa chegou a três cidades paulistas que fazem fronteira com Minas Gerais. "Por enquanto, os produtores colhem suas primeiras safras", informa Albuquerque. 
 
Condições climáticas produzem vinhos diferentes
 
O clima influencia na qualidade da uva que, por sua vez, determina a diferença dos vinhos. "É o que acontece se compararmos os vinhos produzidos no Sul e no Sudeste" diz Marcos Vian, enólogo e diretor técnico da ABE (Associação Brasileira de Enologia).
 
Segundo ele, as uvas produzidas no sul de Minas dão origem a vinhos mais alcoólicos, menos ácidos e mais encorpados que lembram os produtos do Chile e da Argentina. "São bons vinhos que acompanham bem carnes vermelhas ou pratos substanciosos", diz.
 
Conforme Vian, as uvas do Sul dão origem a vinhos mais próximos dos europeus, vendidos na França e na Itália, mais moderados e menos alcóolicos.
 
Para ele, só há pontos positivos no surgimento de novas produções brasileiras. "Ter vinícolas próximas às pessoas aumenta o interesse em provar e conhecer os vinhos existentes no mercado", diz.
 
De acordo com a ABE, o Brasil possui 800 vinícolas cadastradas.
 
Por Priscila Tieppo
 
Fonte: Uol Economia

Cono Sur Orgânico Pinot Noir 2010

Com o passar dos tempos e já com algumas decepções no histórico, tenho deixado de comprar vinhos em supermercados, não só pela pequena oferta como também pela forma de armazenamento, que convenhamos é agressiva até para os vinhos de mesa, mas outro dia fui comprar umas coisas no Bom Preço e já na fia do caixa não me contive ao ver o Cono Sur Orgânico Pinot Noir na casa dos R$ 25,00.
 
Este Pinot Noir é parte de uma linha produzida de uvas cultivadas organicamente, certificado pela BCS Öko Garantie GmbH processo e que já teve outro vinho da mesma linha comentado aqui (confira).
 
Devo admitir que comprei com medo, porém o vinho foi uma grata surpresa e sem sombra de dúvida eu repetiria a compra. Visualmente o vinho mostrou uma cor rubi clara, quase translúcida, halo alaranjado e boa formação de lágrimas. Um nariz cheio de notas frutadas (cereja e morango) e notas suaves de tostado. Em boca taninos sedosos e delicados em bom equilíbrio com a acidez. Álcool a 14% sobressaído um pouco, dependendo da temperatura. Final de boca levemente adocicado, de média intensidade e com a fruta aparecendo no retrogosto.

Vinho simples, mas muito correto e com um excelente custo versus  benefício. Bom para o dia a dia e para ser degustado com alimentos leves e pouco condimentados. O meu foi degustado em dois momentos, em um arrisquei com chocolate e deu certo e no outro com tarrada de pão de caixa com geléia de framboesa e queijo minas e deu mais certo ainda.
 

O Rótulo

Vinho: Cono Sur Orgânico
Tipo: Tinto
Castas: Pinot Noir
Safra: 2010
País: Chile
Região: Vale Colchagua
Produtor: Cono Sur
Graduação: 14%
Onde comprar: Bom Preço
Preço: R$ 25,00
Temperatura de serviço: 16 graus

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Vinho: para beber e viver melhor

Em setembro de 2010, foi publicado o mais longo estudo já realizado sobre a relação do álcool com a
longevidade. Mesmo sabendo que a medicina não é uma ciência totalmente exata, a pesquisa dos cientistas das universidades do Texas Austin e de Stanford serviu de "atestado final" para comprovar que o consumo moderado de álcool aumenta a longevidade.
 
Ao longo dos anos, diversos levantamentos já indicavam isso, mas a metodologia dessa pesquisa - diferentemente das anteriores - tentou excluir a influência de qualquer fator externo, como doenças crônicas preexistentes e questões psicológicas até mesmo no grupo dos abstêmios; e assim, o resultado foi que quem consome álcool moderadamente vive mais do que quem bebe muito e do quem não bebe nada.
 
Essa mesma pesquisa ainda deu claros indícios de que o vinho possui mais propriedades que fazem bem à saúde em comparação com outras bebidas - mostrando que não é o álcool o único fator a ser considerado quando se trata de longevidade e diminuição do risco de doenças. Apesar de não ser o foco desse estudo, as análises indicavam que o vinho levava vantagem em relação aos destilados, por exemplo, e isso se devia à presença de alguns polifenóis cuja atuação no organismo humano vem sendo amplamente estudada.
 
Um deles e provavelmente o mais famoso é o resveratrol. Esse componente importante do vinho - com maior presença nos tintos - é uma coqueluche entre a comunidade científica ultimamente. Depois de diversos estudos, pesquisadores começaram a notar que ele atuava de forma a proteger diversas áreas do corpo humano, mesmo contra o câncer. Essa propriedade, aliás, tem sido a mais decantada, observada e analisada pelos médicos, que estão incessantemente na busca de um tratamento eficiente para essa doença que ceifa tantas vidas no mundo.
 
Sendo assim, se a pesquisa norte-americana divulgada no fim do ano passado atestou que o álcool é, sim, um fator de relevância para a saúde, ela também deu claros indícios de que o vinho apresenta propriedades ainda mais benéficas para o organismo. Portanto, os estudos sobre a bebida de Baco continuaram e, em 2011, outros dados importantes se somaram em prol das benesses do vinho para o homem.
 
PROTETOR SOLAR?
 
Um curioso estudo foi publicado no "Journal of Agriculture and Food Chemistry" em agosto. Segundo ele, alguns polifenóis das uvas têm efeito protetor em relação à exposição a raios UVA e UVB. Cientistas espanhóis que conduziram o estudo em laboratório demonstraram que a proteção para as células é realmente efetiva, representando uma redução de 50 a 60% no processo de degeneração. Contudo, eles afirmam que beber ou passar vinho na pele antes de ir para a praia não vai ajudar, pois a pesquisa servirá para as empresas de cosméticos desenvolverem algo baseado nos polifenóis das uvas.
 
PARA OS OSSOS
 
Um estudo australiano publicado em maio, feito com 900 pacientes durante dois anos, apontou que o consumo de vinho tinto aumenta a densidade mineral dos ossos, fortalecendoos. O vinho, em si, não apresenta os minerais necessários para o desenvolvimento do tecido ósseo, porém é um elemento capaz de manter a concentração de minerais e, assim, diminuir o risco de problemas como osteoporose, por exemplo. A pesquisa indica ainda que a boa relação entre vinho e ossos mais fortes é diretamente proporcional ao consumo moderado. Além disso, o vinho, nesse caso, apresentou vantagem para os homens, mas não para mulheres.
 
MENOS PESO
 
Em agosto, cientistas da Universidade de Navarra, na Espanha, publicaram os resultados de um estudo envolvendo álcool e ganho de peso. A pesquisa, como era esperado, aponta que o consumo de álcool ajuda no ganho de peso (já que cada grama de álcool tem cerca de 7 calorias) especialmente naquelas pessoas que bebem destilados e cerveja.
 
Contudo, o estudo mostrou que consumidores moderados de vinho - que bebem de uma a duas taças por dia - ganham menos peso do que a média da população em geral. Os que bebem mais do que essa quantia estão no grupo que ganha peso acima da média. Entre os 9.318 pacientes analisados, o grupo de consumidores de vinho foi o que menos engordou anualmente em comparação com as pessoas que bebem cerveja ou destilados. Segundo os pesquisadores, a razão para esse menor ganho de peso com o vinho ainda não está totalmente explicada, pois pode ter a ver com uma dieta mais balanceada dessas pessoas, ou seja, não se deve considerar vinho um "emagrecedor". Mas "se você toma álcool, é melhor que ele seja na forma do vinho", apontou um dos autores da pesquisa.
 
EXERCÍCIO, DIETA E VINHO
 
Em setembro, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças norte-americano (cuja sigla em inglês é CDC) publicou a análise dos dados de uma pesquisa sobre taxas de mortalidade, que contou com mais 20 mil participantes entre 1988 e 94, e outra com 16.958 pessoas em 2006. Nessa análise, os cientistas compararam comportamentos de risco com as taxas de mortalidade e mapearam algumas boas atitudes em relação à saúde que podem melhorar a longevidade. Não fumar, fazer exercícios regularmente, manter uma dieta saudável e consumir álcool moderadamente estavam entre os fatores analisados. Segundo esse estudo, pessoas que compartilhavam desses comportamentos combinados tinham sua taxa de mortalidade reduzida em 63%. Os pesquisadores tentaram isolar o consumo de álcool da equação e verificaram que a diminuição da taxa de mortalidade continuava considerável (55%), porém menor do que quando o álcool em moderação está presente.
 
RESVERATROL NÃO É O MUST
 
Um recente estudo divulgado pela "University College London" contestou a teoria de que o resveratrol não seria o elemento fundamental para o aumento da longevidade apontado nas pesquisas alardeadas mundo afora. Segundo os pesquisadores, uma análise minuciosa mostrou que esse polifenol - que ativa uma classe de enzimas que teoricamente aumentam a expectativa de vida - não é o responsável por esse benefício, já que essas enzimas não teriam a propriedade que delas se espera. No entanto, ele não questiona os benefícios para a saúde do resveratrol, já que as enzimas ativadas possuem propriedades de combate a doenças.
 
ANTI-INFLAMATÓRIO
 
A Universidade de Glasgow publicou uma pesquisa, em agosto, que indica propriedades anti-inflamatórias do resveratrol, que poderia ser usado para tratar processos inflamatórios perigosos, como apendicite, por exemplo. Em testes de laboratório, ratos tratados com o polifenol presente no vinho não apresentaram quadros inflamatórios, pois impediu que duas moléculas que estimulam a inflamação fossem criadas.
 
PEIXE COM VINHO
 
Harmonizar peixe com vinho nunca foi tão bom. Pelo menos é o que se depreende de uma pesquisa de universidades francesas publicada no "Current Pharmaceutical Biotechnology" no fim de 2010. Segundo ela, quem consome vinho e ácidos Omega-3 têm 20% mais de tecido cardíaco do que o convencional. Ainda de acordo com o estudo, consumidores moderados de vinho apresentam maiores taxas de Omega-3 no corpo do que os abstêmios. A mesma propriedade não foi encontrada em pessoas que consumiam cerveja e destilados.
 
BOM PARA A CABEÇA
 
Diversos departamentos de psiquiatria de universidades alemãs divulgaram um estudo, em março, sobre a relação entre o consumo de álcool e seus efeitos protetores contra a demência mesmo depois dos 75 anos. A pesquisa, que avaliou 3.202 pacientes durante três anos, mostra que o consumo diário e moderado de álcool reduz o risco de demência em 30% em média, comparado com os abstêmios. O mesmo tipo de resultado foi observado em relação ao mal de Alzheimer - um tipo específico de demência. Mesmo quando excluídos fatores de relacionamento pessoal ao consumo de álcool - como vida social ativa, por exemplo -, mostrou-se que o risco foi menor em quem bebia moderadamente. Além disso, quando analisado o vinho separadamente, também apresentou vantagem na diminuição do risco de demência.
 
DIABETES
 
Cientistas do Instituto Nacional do Coração, Pulmão e Sangue e do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos publicaram um estudo (em setembro) sobre os fatores de risco de diabetes, uma doença que vem se alastrando no país. Eles analisaram mais de meio milhão de pessoas entre 50 e 71 anos. Entre os fatores observados juntamente com consumo moderado de álcool estão: bom índice de massa corporal, não fumante, atividade física adequada e dieta saudável. Entre pacientes que cumpriram esses cinco tópicos - cerca de 4% dos homens e 2% das mulheres - os resultados foram assombrosos: 72% de redução de risco entre os homens e 84% entre as mulheres. Entre todos os fatores analisados, o consumo moderado de álcool representou uma diminuição de risco em 19% para homens e 37% para as mulheres. Além desse, outros três estudos recentes vincularam o consumo moderado de álcool com a redução do risco de diabetes, apesar de nenhum deles confirmar qual mecanismo provoca isso. Algumas pesquisas indicam que a relação entre álcool e insulina aumentaria a sensibilidade do hormônio, ajudando-o a fazer com que as células obtenham glucose do sangue.
 
TREMORES
 
Em abril, pesquisadores italianos publicaram no jornal médico "Movement Disorders" uma pesquisa que indica que o consumo de vinho diminui a probabilidade de idosos apresentarem tremores essenciais, uma desordem nos movimentos de origem neurológica. O estudo apontou que o risco de apresentar tremores diminui em 86% quando há consumo diário de vinho na dieta. Além disso, os maiores beneficiados apresentavam consumo durante cerca de 30 anos. Contudo, como o estudo apresentou algumas anomalias nos resultados, os pesquisadores preferiram ser cautelosos ao fazer o vínculo vinho-diminuição de tremores.
 
CÂNCER DE MAMA
 
A última pesquisa relevante publicada antes do fechamento desta edição de ADEGA relaciona o resveratrol com a interrupção do crescimento de células cancerígenas na mama. Esse efeito deve-se ao bloqueio da ação do estrogênio pelo polifenol. O estudo, realizado por pesquisadores norte-americanos e italianos, foi publicado em outubro e aponta que o resveratrol é uma potencial ferramenta farmacológica quando o câncer de mama se torna resistente à terapia hormonal. Apesar do resultado animador, os cientistas dizem que é preciso uma avaliação médica minuciosa antes de as pessoas começarem a tomar suplementos com resveratrol ou mesmo beber vinho para tratar câncer.
 
PARA O SEDENTÁRIOS
 
Um estudo publicado pelo jornal do Federation of American Societies for Experimental Biology revelou que o resveratrol pode ajudar os sedentários. De acordo com a pesquisa, ratos que não receberam doses do polifenol desenvolveram uma perda de massa e força muscular e óssea, além de resistência à insulina - que pode ser considerado um começo de diabetes. O grupo que foi tratado com o resveratrol, contudo, não apresentou esse quadro. Segundo os cientistas, o resveratrol não substitui os exercícios físicos, mas reduz a taxa de deterioração de músculos e ossos.
 
ASMA
 
Recente pesquisa de cientistas do Bispebjerg Hospital na Dinamarca aponta que o consumo moderado de vinho pode diminuir o risco de asma. O estudo com mais de 19 mil pessoas entre 12 e 41 anos afirma que menos de 4% dos que consomem vinho regularmente desenvolveram asma. Em comparação, mais de 6% dos abstêmios apresentaram o problema. E, por fim, cerca de 4,5% dos consumidores pesados tiveram os sintomas.
 
Por Arnaldo Grizzo
Fonte: Revista Adega

Vinho do Porto: Como conservar depois de aberto

Todo vinho após aberto tem contato com o oxigênio e todos, sem exceção, perdem suas características iniciais com o passar do tempo. No caso dos vinhos fortificados, como é o caso do Porto, o tempo de oxidação vai depender da categoria do vinho.
 
A lenda até diz que o vinho do Porto pode durar meses após aberto. Isso não é uma verdade absoluta, já que existem os tipos de vinhos do Porto. Um outro problema é o controle desses meses. É bem possível que o apreciador da bebida esqueça a garrafa no armário de bebidas e perca a conta dos meses de guarda.
 
Assim fica claro que o vinho do Porto dura um pouco mais que um vinho comum, mas não abuse. O ideal é consumí-lo durante o mês em que foi aberto. No caso do vinho do Porto Vintage a durabilidade é menor, portanto, trate-os como qualquer outro vinho. Se for guardá-lo por mais tempo, pense na geladeira como uma opção adicional na conservação.
 
Se você fizer uma pesquisa na internet, vai perceber que existem algumas controvérsias e prazos bastantes divergentes para a conservação do vinho do Porto após aberto. Uma outra variável importante, além do tipo de Porto, e que talvez gere essas divergências de prazo é o local onde a garrafa aberta será guardada.
 
Com a proposta de ser uma referência importante nessas medidas de prazos, fomos buscar no Instituto dos Vinhos do Douro e Porto uma lista com recomendações de tempos para o consumo de todos os tipos de Porto. Porém tenha em mente que esses prazos não significam que os vinhos estarão estragados após esse tempo e sim que é possível que tenham perdido, mesmo que lentamente, as características sensoriais do momento da abertura da garrafa.
 
Anote aí:

  • Vintage: 1 a 2 dias
  • LBV: 4 a 5 dias
  • Crusted: 4 a 5 dias
  • Ruby / Ruby Reserva: 8 a 10 dias
  • Tawny / Tawny Reserva: 3 a 4 semanas
  • Tawny com Indicação de Idade (10/20/30/40): Entre 1 a 4 meses (os mais novos menos tempo, os mais velhos mais tempo)
  • Brancos com indicação de idade (10/20/30/40): Entre 1 a 4 meses (os mais novos menos tempo, os mais velhos mais tempo)
  • Colheita: Entre 1 a 4 meses (os mais novos menos tempo, os mais velhos mais tempo)
  • Brancos “standard” dependente do estilo: Moderno (frescos e frutados): 8/10 dias; Tradicionais (estilo oxidativo): 15/20 dias

Fonte: Carlos Cabral