quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Degustação do Vinho



O que é realmente degustar um vinho? Como qualquer habilidade, uma degustação responsável requer uma combinação de técnica e experiência. Quanto mais você pratica, melhor você se torna. Dizem que, dado um vinho não identificado, um degustador experiente, usando apenas seus sentidos e sua memória, pode identificar a variedade de uva, a safra do vinho, sua região de origem e até o seu produtor. Este é o mito. Na verdade, se o vinho for servido na temperatura ambiente e o degustador estiver vendado, na maioria das vezes sequer conseguirá dizer se o vinho é branco ou tinto. A degustação às cegas é na verdade um grande exercício intelectual, um jogo de raciocínio, cujo verdadeiro objetivo é entender o vinho e não praticar um jogo de adivinhação. Através do apurado uso de todos os sentidos e da comparação das sensações obtidas com dados da memória de outras degustações, um degustador dedicado pode decifrar a biografia de um vinho com razoável extensão, incluindo informações sobre a uva e a região do vinho, sua relação com outros vinhos de mesmo tipo e origem, obtendo dados para fazer um julgamento responsável de suas qualidades intrínsecas.


As técnicas de degustação ampliam nossa habilidade de compreender plenamente um vinho. Elas são realmente bastante simples e seguem uma série de passos logicamente definidos. Alguns dos procedimentos podem parecer pouco naturais ou mesmo pretensiosos para os não iniciados, mas eles foram desenvolvidos ao longo dos séculos para atingir finalidades específicas. Após algum tempo, estes procedimentos estarão automatizados.
Passos numa Degustação de Vinho

Olhe


Observe a cor do vinho. Olhe sua clareza e o brilho da cor.

Cheire


Revuelva o vinho em sua taça girando seu punho. Isto requer de pouca prática. A maioria das pessoas tem alguns problemas ao fazê-lo porque movem o braço inteiro ao agitar a taça. A chave é mover o punho enquanto descansa o braço. Ao revolver a taça se liberam os aromas do vinho. Deve colocar seu nariz na beira da ctaça de vinho. Desta maneira sentirá os aromas que vão se desprendendo. Inale profundamente. Identificará algum aroma familiar. Repita esses passos, mas descanse seu olfato alguns segundos antes de sentir novamente os aromas.


Deguste

Depois de sentir o aroma do vinho é o momento de dar um sorvo. Dê alguns buches dentro de sua boca. Exale através de seu nariz. Sua degustação brota e sente o aroma ao trabalho em conjunto. No segundo sorvo, procure roçar o vinho ao redor de seus lábios e depois faça um buche, exale através de seu nariz. Tente cada um destes passos e veja como cada vez é melhor. Desenvolva sua habilidade de degustar vinho realizando a prática. Outra taça mais de vinho que você degustar, será melhor e chegará a apreciar o processo sensorial. Isto não é um mistério da degustação do vinho. A maioria das pessoas chegam a ser excelentes catadores com só praticar um pouco e por seguir algumas regras básicas. É simples e divertido!

Gran Tarapacá Reserva Malbec 2008

Quem é que não gosta de se divertir, isto é, não há nada melhor do que estar com a família num churrasco de domingo, não há maneira melhor para se divertir, pois além de termos conosco pessoas incríveis e que amamos muito, também podemos degustar de sabores maravilhosos como de uma carne assada, uma lingüiça bem temperada, acompanhada de um vinagrete bem saboroso, uma farofa feita na hora e um arroz branco bem soltinho, ou seja, não há uma forma melhor para se divertir.

E para acompanhar um belo churrasco de domingo nada melhor que um bom vinho Malbec.

Quando falamos em Malbec nos lembramos logo da Argentina, então o vinho escolhido para a degustação foi o Gran Tarapacá Reserva Malbec da região de Mendoza na Argentina. Um vinho imponente de cor rubi intensa de lágrimas abundantes, compatível com seu alto teor de álcool (14,5%) e por ser um vinho jovem. Apresenta aroma floral e frutado, intenso e franco, é perceptível também a sua passagem por barricas de carvalho pelo aroma de avelã e baunilha. Em boca apresenta boa e equilibrada acidez, a madeira também é presente, mas sem excesso; apresenta corpo médio com taninos redondos e final longo/persistente.

O Rótulo
Vinho: Gran Tarapacá Reserva
Tipo: Tinto
Casta: Malbec
Safra: 2008
País: Argentina
Região: Mendoza (Valle de Uco)
Produtor: Viña Tarapacá Ex Zavala
Graduação: 14,5%
Onde comprar: RM Express
Preço médio: R$ 30,00
Temperatura de serviço: 16 graus

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Grandes Pintores e o Vinho - Número 2

In the bar (Le Bouchon) - Édouar Manet

Édouard Manet (Paris, 23 de janeiro de 1832, Paris30 de abril de 1883, Paris) foi um pintor e artista gráfico francês e uma das figuras mais importantes da arte do século XIX.

Manet era criticado não apenas pelos temas, mas também por sua técnica, que escapava às convenções acadêmicas. Freqüentemente inspirado pelos mestres clássicos e em particular pelos espanhóis do Século de Ouro, Manet influenciou, entretanto, certos precursores do impressionismo, em virtude da pureza de sua abordagem. A esta sua liberação das associações literárias tradicionais, cômicas ou moralistas, com a pintura, deve o fato de ser considerado um dos fundadores da arte moderna.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Consumo moderado de vinho diminui riscos de desenvolver Alzheimer

Consumo social leve a moderado, uma taça ou duas de vinho ou uma cerveja por dia, pode reduzir o risco de desenvolver Alzheimer, de acordo com pesquisadores norte-americanos.

Segundo a Reuters, depois de analisar mais de 140 estudos, datados desde 1977 e envolvendo mais de 365 mil pessoas, cientista da Loyola University em Chicago descobriram que o quem bebe moderadamente tinha 23% menos chance de desenvolver formas de demência ou disfunção cognitiva.

Consumo moderado é definido como no máximo dois drinks por dia para homens e um drink para as mulheres.

"É bem aceito que uma taça de vinho é boa para o seu coração e reduz o risco de doenças cardiovasculares e na artéria coronária", disse Edward J. Neafsey, co-autor do estudo.

As descobertas mostram que o consumo moderado de álcool tem o mesmo efeito no cérebro. Vinho é mais benéfico que cerveja ou destilados, de acordo com as descobertas publicdas no jornal Neuropsychiantric disease and Treatment. Mas os pesquisadores disseram que a maioria dos estudos na análise não distinguiam entre os diferentes tipos de álcool.

Beber sem moderação, por outro lado, foi associado ao alto risco de desenvolver alguma demência. Neafsey não recomenda que as pessoas sem costume de consumir álcool comecem a beber de repente. "As palavras-chave são 'consumo moderado'", ele disse.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Uma taça de vinho diária ajuda a emagrecer, segundo estudo

Segundo o jornal Daily Mail, uma taça de vinho diária pode impedir que as pessoas engordem, e até mesmo pode ajudar a emagrecer, dizem cientistas.

O álcool sempre foi visto como algo que engorda, devido ao seu alto teor de açúcar, mas novas pesquisas sugerem que uma taça ao dia pode fazer parte de qualquer dieta.

Observando estudos anteriores eles descobriram que, enquanto quem bebe exageradamente engorda, aqueles que bebem com moderação podem perder peso.

Uma porta-voz do grupo de pesquisa na Universidade de Navarro, Espanha, disse: "Consumo leve a moderado de álcool, especialmente de vinho, é mais propenso a proteger contra, ao invés de promover, o ganho de peso. Como associações positivas entre álcool e ganho de peso foram descobertas principalmente em estudos com dados sobre níveis maiores de consumo, é possível que um efeito de ganho de peso ou adiposidade abdominal podem só ocorrer com aqueles que bebem sem moderação".

Eles adicionaram que o tipo de bebida alcoólica pode ter um papel importante em modificar os efeitos do consumo de álcool, como efeitos mais favoráveis geralmente notados entre os que bebem vinho.

O Fórum Científico Internacional de Pesquisa em Álcool reviu as descobertas e concordou com a maioria das conclusões, particularmente que os dados atuais não indicam claramente se o consumo moderado aumenta o peso.

Fonte: Revista Adega

Vinhos do Novo Mundo desafiam predomínio dos premium de Bordeaux


Em uma nota a colecionadores e investidores de vinhos finos, é dito que os principais vinhos da Califórnia e Austrália - junto com os vinhos de outros lugares da Europa - são atualmente desvalorizados e subrepresentados nos portifólios.

Os vinhos do Novo Mundo têm potencial a desafiar o predomínio de Bordeaux no mercado de vinhos finos no mercado, de acordo com um comerciante líder no setor.

A Slurp Investiment Research argumenta que o mercado premium atual comandado por Bordeaux é "insustentável".

"Depois de 18 meses de ganhos dramáticos, os vinhos tinto de Bordeaux são negociados entre 300-450% a mais que vinhos de notas idênticas de outras regiões", disse Slurp.

A nota prevê um "rebalanceamento de portifólios fora de Bordeaux, com o Novo Mundo, Rhône e Itália (Barolo) sendo os maiores beneficiados". Slurp disse que os preços de Bordeaux subiram devido a onda de consumo dos chineses, mas adicionou que sua força de vendas em Hong Kong está começando a ver uma grande diferenciação nos hábitos de consumo chinês.

A nota adicionou ainda que a Penfolds e outras marcas do Novo Mundo "estão se tornando ícones globais". "Produtores como Torbreck, Clarenden Hills, Catena Zapata, e muitas outras, têm potencial de se tornar muito mais conhecidas entre os colecionadores e investidores do que são hoje".

"Mais e mais vinhos premium do Novo Mundo estão sendo feitos para durar os necessários 20-30 anos para ser um potencial investimento genuíno. Isso está ocorrendo em um tempo que muitos vinhos de Bordeaux são feitos atualmente em um estilo mais acessível, de se beber cedo".

Fonte: Revista Adega

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Propriedades antioxidantes do vinho tinto mantém-se após fervura de até 60 minutos


 

 
OBJETIVO: Avaliar a capacidade antioxidante e a concentração dos compostos fenólicos de vinho tinto e suco de uva utilizados em preparações culinárias, quando submetidos ao processo de fervura. Métodos: A avaliação ocorreu após diferentes períodos de aquecimento (100ºC) em dois sistemas: i) panela de alumínio e chama de fogão e ii) balão de vidro e manta térmica. Amostras comerciais de vinho tinto (n=4) e suco de uva integral (n=4) foram submetidas à fervura por 10, 20 e 60 minutos. Antes e após cada período de fervura, a capacidade antioxidante total foi avaliada pela medida do potencial redutor férrico, e o teor de fenóis totais foi quantificado pelo método de Folin-Ciocalteau. As diferenças foram comparadas pela análise de variância para medidas repetidas (p<0,05). Resultados: A fervura durante os diferentes períodos de tempo não provocou variações importantes na capacidade antioxidante total e no teor de fenóis totais das bebidas, independentemente do sistema de aquecimento utilizado. Conclusão: De acordo com os resultados obtidos, as propriedades antioxidantes do vinho tinto e do suco de uva, quando submetidos à fervura por até 60 minutos, mantiveram-se relativamente estáveis.

Fonte: Teófilo, Jeanine Schütz Cardoso et al. Aquecimento de vinho tinto e suco de uva utilizados em preparações culinárias não afeta a capacidade antioxidante e o teor de fenóis totais. Rev. Nutr.; v.24, n. 1, p. 153-159, jan-fev. 2011.

domingo, 21 de agosto de 2011

Grandes Pintores e o Vinho - Número 1


O pintor renascentista espanhol Juan de Juanes (1523-1579) pintou em 1550 a “Ultima Ceia”, retratando a famosa reunião de Jesus com seus discípulos. A pintura está exposta atualmente no museu do Prado, em Madri, Espanha.

Taninos: a espinha dorsal dos tintos


Por Marcos Vian

Os polifenóis do vinho são antioxidantes poderosíssimos e os grandes responsáveis pelos benefícios do vinho para o coração, além de serem largamente empregados na produção de cosméticos e outros produtos à base de uva, utilizados em clínicas estéticas e spas buscando o rejuvenescimento. Estes polifenóis compreendem uma família muito grande de componentes, dentre os quais os mais conhecidos estão: os taninos, responsáveis pela estrutura e pelo sabor dos vinhos tintos; os antocianos, responsáveis pela intensidade de cor; ou ainda o famoso resveratrol, ao qual se atribuem muitos dos efeitos benéficos para saúde do consumo moderado de vinho.

Neste artigo vamos abordar especificamente os taninos: onde são encontrados na uva, como se formam e como amadurecem com o tempo e contribuem para a evolução dos grandes vinhos tintos.

Como se formam os taninos e onde são encontrados na uva

O conteúdo de taninos interfere no paladar. Ele é responsável pela sensação de adstringência ou trava que encontramos em alguns vinhos, causada porque os taninos coagulam as proteínas da saliva. Trata-se de um parâmetro fundamental na formação do sabor e nas características cromáticas dos vinho. Os taninos estão localizados, sobretudo, na pele e nas sementes das uvas e acumulam-se no decorrer da maturação. Eles evoluem no curso da vida inteira de um vinho condicionado por fatores como o teor alcoólico, pH e anidrido sulfuroso e amadurecimento em barris de carvalho.

O fator genético influencia na quantidade de taninos presentes na uva porque existem variedades que têm maior potencial de produzi-los, assim como a Tannat e a Ancelota com relação a outras como, por exemplo, Gamay e Pinot Noir. Mesmo na mesma variedade de uva podemos encontrar diferenças significativas entre seus diversos clones.

Como são extraídos da uva e qual a influência do tipo de vinificação escolhida

Para um vinho poder amadurecer nos barris de carvalho é necessário que seja potente, ou seja, que tenha quantidades mínimas de taninos para suportar o tempo que vai permanecer no barril de carvalho.

O enólogo monitora o IPT (Índice de Polifenóis Totais) por meio de uma análise simples, feita em um espectrofotômetro de luz ultravioleta. Sabemos que precisamos valores de, no mínimo, 60 ou 70 para poder pensar em levar o vinho para os barris de carvalho, caso contrário é melhor deixar no tanque de inox.

E como conseguir estes índices mínimos de IPT? Depende do potencial do terroir, da maturação da uva e do tipo de vinificação escolhida pelo enólogo.

Depois que esmagamos a uva e iniciada a fermentação alcoólica, as cascas sobem e formam um chapéu sobrenadante na parte superior do tanque enquanto o suco fermenta na parte de baixo. Por isso, temporariamente, temos de molhar e descompactar a parte sólida (cascas) – o que chamamos de remontagem.

Um fator importantíssimo que deve ser levado em consideração na hora de fazer a escolha do tipo de vinificação é que os taninos são alcoolsolúveis, enquanto os antocianos (cor) são hidrossolúveis. Por isso nos primeiros dias de fermentação não extraímos muitos taninos e, conforme o açúcar vai se transformando em álcool durante a fermentação, vamos extraindo cada vez mais taninos e o vinho fica cada vez mais adstringente. Outro fator a ser considerado é que os taninos são cedidos ao vinho por difusão das partes sólidas (cascas e sementes) na fase líquida e, por isso, quanto mais remontagens são realizadas, maior é a quantidade de taninos extraídos. Por esse motivo se preferem os tanques baixos e largos ao invés dos altos e estreitos para fazer os grandes vinhos tintos. Pois, dessa forma, o contato das cascas como vinho em fermentação se dá em uma área maior.

O enólogo não pode extrair taninos em excesso porque pode resultar um vinho duro e adstringente demais, que nem mesmo o amadurecimento em barris vai conseguir amaciar. Por isso, além do monitoramento através de análises de laboratório, a degustação diária dos vinhos durante a fermentação aliada a experiência do enólogo em anos anteriores é a melhor maneira para alcançar o equilíbrio entre todos os componentes do vinho.

Como evoluem e amadurecem com o passar do tempo

Os taninos são constituintes naturais dos vinhos que cumprem um papel importante na estrutura e características organolépticas dos mesmos. Porém, além da origem própria das uvas, podemos ter um incremento indireto através do amadurecimento do vinho em barris de carvalho, que cedem taninos da madeira para o vinho.

Outro fator importantíssimo em que atuam os taninos é na estabilização da cor dos vinhos. Eles se unem através de pontes com os antocianos, evitando que se oxidem e precipitem. Podem também formar complexos estáveis por meio da interação com proteínas e polissacarídeos do vinho. Por isso é comum ouvirmos os enólogos dizerem que os taninos são os suportes para a cor (antocianos).

Os vinhos tintos jovens e leves são, normalmente, guardados em tanques de aço inox, preservados do contato com o ar para chegarem frutados até o engarrafamento. Enquanto os vinhos tintos mais encorpados e carregados de taninos são guardados em barris de carvalho, onde acontece uma micro oxigenação por meio das aduelas de madeira produzindo reações de polimerização destes taninos que, por sua vez, tornam-se menos agressivos e o vinho mais macio.

Os vinhos tintos iniciam sua vida com cores intensas e tonalidades vivas. Com o passar do tempo, vão mudando em direção das tonalidades atijoladas. Por esse motivo, podemos estimar a idade do vinho pela sua cor. Outro fenômeno interessante que acontece com o vinho depois de engarrafado – quando guardado durante muitos anos – é uma precipitação no fundo da garrafa de cristais antocianos e taninos, que produzem um pequeno depósito. São eles que nos levam a aconselhar fazer a decantação (decanter) nos vinhos mais velhos algumas horas antes se servir, tanto para abrir seus aromas como para separar este depósito.

Fonte: Revista Adega

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Barricas de Carvalho

Abaixo dois bons vídeos sobre barris, o primeiro sobre a fabrcação e o outro sobre a influência da madeira nos vinhos.





Fonte: TV Adega

Clima atípico na França pode provocar ano de vinhos excepcionais

Segundo a Reuters, o clima atípico desse ano na França fez muitos vinicultores pensarem que a safra seria prejudicada.

Jérôme Despey, do setor vinícola da France AgriMer, um corpo agrícola e de peixes na França, disse que a safra estaria 10 a 30 dias antecipada e seria superior em volume. Estima-se que serão 47,6 milhões de hectolitros de vinhos, 2,3 milhões a mais que a safra de 2010.

O inverno foi o mais frio em 40 anos: as temperaturas chegavam a quinze graus negativos. Janeiro e fevereiro foram melhores, mas mesmo assim houve um déficit de água de 20%. A primavera foi seca e quente, as chuvas eram raras.

"O solo quente e seco tem sua influência. O crescimento das videiras parecia difícil e as plantas pareciam mais fracas que o comum. A atividade microbiológica que nutre as vinhas sofreu com a pouca água", disse Olivier de Moor, vinicultor francês.

"O solo também estava bem difícil de trabalhar e era duro remover as ervas daninhas. Disseram ser o solo mais seco dos últimos 50 anos".

Quando as chuvas de fato vieram, em julho e agosto, a água irrigou as videiras e a safra voltou ao seu tempo de maturação normal.

"As chuvas renovaram as nossas esperanças de uma safra de tamanho razoável, porque antes a falta de água anunciava uma grave falra de succo", disse Yves Hostens-Picant, outro vinicultor Bordeaux.

Se a segunda metade de agosto e o mês de setembro forem elsoarados  nós poderemos esperar não só um ano de boa qualidade, mas talvez um ano excepcional".

Fonte: Revista Adega

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Quando e Porque Decantar Vinhos


Há uma cerimónia simples e eficaz que se realiza antes de se servir um verdadeiro e irresistível néctar dos deuses – chama-se decantar o vinho. Com um acessório muito próprio, é feito por três importantes motivos, um dos quais, potenciar a sua degustação!

Um gesto, dois motivos

O ato de decantar implica, simplesmente, a passagem do vinho da sua garrafa original para um recipiente (de cristal ou vidro), designado por decanter ou decantador. Por norma, a decantação é feita exclusivamente aos vinhos tintos e beneficia-os de duas formas: elimina as borras acumuladas, especialmente em vinhos velhos que estão engarrafados há vários anos; e permite que o vinho “respire”, ou seja, a oxigenação permite a total libertação dos aromas contidos numa garrafa, um processo que contribui de forma positiva para o seu paladar.

Decantar vinho tinto jovem

O processo de decantação varia conforme o vinho em questão, ou seja, depende se se trata de um vinho velho ou jovem. No caso, dos néctares mais jovens, a decantação permite suavizar os taninos presentes no vinho e que normalmente são ásperos, secos e adstringentes. Geralmente, estes vinhos apresentam elevados níveis de acidez porque ainda não tiveram tempo de amadurecer, o que significa que necessitam de “respirar” durante uma ou duas horas. Verta o conteúdo da garrafa para o decantador num gesto único e contínuo. A etiqueta diz que se deve colocar a garrafa vazia ao lado do decantador para que os convivas possam identificar o vinho que irão ou que estão a provar.

Decantar vinho tinto velho

Tenha o cuidado de colocar a garrafa na posição vertical um ou dois dias antes de ser consumida, assim, todos os depósitos irão concentrar-se no fundo. A decantação deve ser efectuada cerca de meia hora antes do vinho ser servido, isto porque no caso dos vinhos antigos, a decantação acelera a evaporação dos aromas. Uma “respiração” curta é o suficiente para libertar e, consequentemente, “abrir” o bouquet depois de tantos anos “fechado”. Uma vez aberta a garrafa, limpe o gargalo para retirar qualquer resíduo e comece a verter o vinho para o decantador. Coloque uma vela acesa ou um pequeno foco junto do gargalho, utilizando esta fonte de luz para se certificar que não deita borras no decantador. Verta tudo de uma só vez, parando apenas quando aparecerem os primeiros resíduos no gargalo. Coloque o decantador e a garrafa original juntos na mesa.

Outras dicas

  • Não é obrigatório decantar cada garrafa de vinho que abrir, no entanto, é muito aconselhado quando se sabe, de antemão, que esse néctar contém partículas do depósito – ao mais pequeno movimento, o vinho puro vai misturar-se com a borra.
  • Abrir a garrafa e retirar a rolha não permite a respiração adequada do vinho, uma vez que apenas o líquido que se encontra próximo do gargalo é que está, efectivamente, em contacto com o ar.
  • No caso de se esquecer, ou por falta de tempo, recorra a esta técnica de decantação rápida: coloque um pano branco e fino ou um simples guardanapo de papel sobre a abertura do decantador e verta o vinho através do mesmo, parando quando surgirem os primeiros sinais de borra.
  • Se (ainda!) não tiver um decantador, utilize outro recipiente para o processo de decantação e, no final, reintroduza o vinho na sua garrafa original com recurso a um funil.
  • Um vinho de qualidade vai continuar a desenvolver e a libertar-se dentro do próprio copo, por isso, um brinde e boa degustação…

Fontes:

- Texto: Clube dos Vinhos
- Imagem: Google Images

sábado, 13 de agosto de 2011

Cruse Blanc de Blancs Brut

Este Espumante foi mais um dos rótulos degustados no evento Estação do Vinho promovido pelo Shopping Plaza. Este foi no dia 11.08.2011 após a palestra Harmonizações Clássicas proferida pelo Sommelier Ângelo Bruno.

O Cruse Blanc de Blancs Brut é um espumante de cor amarelo ouro pálido, puxando para o esverdeado. Numerosas bolhas, finas e demoradas. Seu aroma é leve e frutado, com notas de frutas como maçã verde e melão. Em boca é fresco e frutado, evoca frutas frescas como maçã, melão e uma maciez típica do pêssego. Acidez equilibrada e bem balanceada. Um espumante que tem classe e refinamento.

É uma boa opção para ocasiões especiais e vai bem em nosso clima quente (Nordeste do Brasil).

O Rótulo

Vinho: Cruse Blanc de Blancs Brut
Tipo: Espumante
Casta: Chardonnay
País: França
Região: Não descrita em rótulo
Produtor: Les Caves de Landiras
Graduação: 11%
Onde comprar: Clube du Vin
Preço médio: R$ 50,00
Temperatura de serviço: 6 graus

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Undurraga Merlot 2009

Vinho degustado após palestra após palestra Técnigas de Degustação ministrada pelo sommelier Ângelo Bruno no dia 09 de agosto na Estação do Vinho no Shopping Plaza Casa Forte.

O Undurraga Merlot é um varietal produzido pela Viña Undurruga, tradicional vinícula chilena, que produz vinhos desde o fim do século XIX.

É um vinho de cor rubi brilante, de lágrimas abundantes reafirmando a sua jovialidade. Mostrou um aroma de frutas vermelhas, com acidez equilibrada e final de corpo médio.


O Rótulo

Vinho: Undurraga
Tipo: Tinto
Casta: Merlot
Safra: 2009
País: Chile
Região: Valle Central
Produtor: Viña Undurraga
Enólogo: Hernán Amenábar
Graduação: 13,5%
Onde comprar: Clube du Vin
Preço médio: R$ 25,00
Temperatura de serviço: 16 graus

Cotes du Rhône Tinto Abel Pinchard - Loron et Fil's (Beaujolais) 2010

Em meio aos afazeres do último sábado eu e Juberlan fomos conhecer a Ingá Vinhos no bairro de Casa Forte. Entre os vislumbres de grandes rótulos do velho e do novo mundo, Juberlan comprou uma "tábua" de frios para presentear o amigo Eli.

Em meio a degustação do Santa Carolina Reserva Sauvignon Blanc 2009 recebemos uma ligação do Eli nos convidando a dar uma passada em sua casa para um cálice de vinho do Porto.
Então, já à noite, fomos eu, Fernanda e Juberlan fazer o que era para ser uma visita rápida aos amigos Eli e Simone, mas que tornou-se uma noite uma noite memorável.

Estávamos ali sentados à sala quando o Eli apareceu com uma garrafa de um Cotes du Rhône, mas esta nem de longe seria a principal personagem da noite, pois logo em seguida ele surgiu com um conjunto de taças de cristal devidamente acompanhadas de um belo decanter, foi então que deu-se início ao ápice da noite: Maria Júlia (6 anos), filha dos anfitriões logo nos argüiu, vocês gostam de histórias de amor? Querem que eu conte a história de amor destas taças? Quem não atenderia ao doce e ingênuo pedido de uma criança.

Maria Júlia inicia então a narrativa de uma bela história que iniciou-se no fim da década de 40 do século passado, a qual descreverei a seguir, perdoem-me apenas pela não reprodução fiel a da Júlia.

Um distinto jovem de nome Claucínio Farias (pai de Eli) enamorou-se de uma jovem, cuja graça é Dulce. Claucínio foi então cortejar Dulce, mas não antes sem pedir autorização a quem viria a tornar-se seu futuro sogro e ele, com o rigor que na época existia e que hoje nem de longe mais se fala, disse: ela só poderá namorar quando estiver com 16 anos.

O seu Claucínio pacientemente, mas não sem ansiedade aguardou o tempo necessário. Um certo dia, já no primeiro ano da década de 50 o seu Claucínio pede a mão da jovem Dulce em casamento e como presente de noivado ele lhe entrega um belo jogo de taças e decanter.

Estamos em 2011 e as taças e decanter que estavam a nossa frente no dia 6 de agosto deste mesmo ano, fazem parte de uma longa e sólida história de amor entre Sr. Claucínio Farias e Sra. Dulce Farias e foi com estas taças, que hoje pertencem ao Eli, as quais já estão na família a 61 anos, que pudemos apreciar o Cotes du Rhône, que nesta noite foi apenas o coadjuvante na história.



Falando um pouco sobre o vinho degustado, o Cotes du Rhône Tinto Abel Pinchard - Loron et Fil's (Beaujolais) 2010 é um vinho de cor vermelho rubí brilhante, com aromas suaves de temperos florais e frutas vermelhas. Lágrimas abundantes e rápidas. Em boca mostrou acidez equilibrada, com sabor suave de frutas vermelhas com final equilibrado e de corpo médio.

O vinho foi simples e incrivelmente harmonizado com queijo gruyère, geléia de framboeza e pão francês.

É um vinho jovem e de excelente custo benefício, bom para o dia a dia.

O Rótulo

Vinho: Côtes du Rhône
Tipo: Tinto Assemblage
Castas:  Grenache, Syrah, Mourvedre e Cinsault
Safra: 2010
País: França
Região: Cotes du Rhone Villages
Produtor: Loron et Fil's S.A.
Graduação: 13,5%
Onde comprar: Wine Store
Preço médio: R$ 25,00
Temperatura de serviço: 16 graus


Post Scriptum

Cerca de oitenta e cinco por cento dos vinhedos da Cotes-du-Rhône, estão divididas entre 12 principais AOCs mais as denominaçãoes Cotes-du-Rhône e Cotes-du-Rhône Village. Ao Norte as principais são Cote-Rotie, Hermitage, Cornas, St. Joseph, Crozes-Hermitage e Condrieu. Já ao Sul, encontramos Chateauneuf-du-Pape, Gigondas, Vaqueyras, Tavel, Lirac e Cotes do Ventoux. Vejamos um pouco melhor estas denominações.

Cotes-du-Rhône é uma denominação genérica representando praticamente 53% da produção total. Pode ser produzido em qualquer parte da região desde que sejam cumpridas as especificações da AOC que, neste caso, determinam que nos tintos seja usado um mínimo de 40% da cepa Grenache. São cerca de 171 comunas com 40.000 hectares de vinhedos gerando vinhos muito interessantes, que devem ser tomados jovens, entre três a quatro anos de vida.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Santa Carolina Reservado Sauvignon Blanc 2009

Devo ser sincero: vinhos desta casta não são meus favoritos, mas este mudou um pouco meu conceito e quebrou velhos paradigmas.

Passei o último dia 04 realizando, ou seria observando, alguns serviços de conserto em minha casa...  Digo observando, pois quem de fato colocou a mão na massa foi o amigo Juberlan.

Findo o serviço, lá por volta das 16h e já na companhia também da minha namorada (Fernanda), abri este Sauvignon Blanc, para agradar a Fernanda que prefere os vinhos brancos a qualquer outro e meio que para provocar o Juberlan que os rejeita (típico de um machão nordestino que só toma vinhos tintos e prefere os mais encorpados... risos).

Um vinho jovem e que me surprendeu. Foi definitivamente o melhor vinho para aquele momento, pois mesmo sendo um fim de tarde, Recife ainda estava com um clima quente e, nada melhor que um vinho refrescante como este para se fechar, ou pelo menos iniciar o fechamento de um dia... Digo iniciar o fechamento, pois da minha casa fomos a casa de Eli e Simone e lá degustamos um Côtes du Rhône, tema para uma nova postagem.

O Santa Carolina Reserva é uma vinho de cor amarelo brinlhante, com uma aroma refrescante de maçã verde e de caráter cítrico suave. Na boca é macio, de leve acidez, com notas doces. Muito agradável, de médio corpo, fresco, jovem e intensamente frutoso. Recomendo!

O Rótulo

                               Vinho: Santa Carolina Reservado
Tipo: Branco
Casta: Sauvignon Blanc
Safra: 2009
País: Chile
Região: D.O. Valle Central
Produtor: Viña Santa Carolina S.A.
Graduação: 12,5%
Onde comprar: RM Express
Preço médio: R$ 20,00
Temperatura de serviço: 10 graus

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Tipos de Uvas e suas Características - Parte II

Uvas Brancas

Chardonnay
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chardonnay
A Chardonnay é uma variedade que tem sua origem na Borgonha, França. Os cachos e as bagas são pequenos. Apresenta bom potencial para produção de açúcar, porém conserva sua acidez. O vinho Chardonnay é potente, tem bom volume de boca e pode apresentar grande complexibilidade aromática. Sua característica pode ser diferente, dependendo do método de fermentação utilizado. Destina-se, também, à elaboração de champagnes, espumantes e vinhos licorosos. É um dos vinhos de maior aceitação no mercado. Principais descritores aromáticos: maçã, citrus, abacaxi, pêssego, melão e maracujá; baunilha e manteiga.

Sauvignon Blanc
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Provavelmente provenha das regiões centrais ou do sudeste da França. Tem cachos e bagas pequenos. Os vinhos vinhos são secos, elegantes, finos e típicos. Pode ser utilizada para a elaboração de vinho licoroso de grande qualidade, como os botritizados. Principais descritores aromáticos: vegetal, frutado - citrus, damasco, pêssego, avelã, maracujá - floral e manteiga.

Moscato ­
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Sob esta denominação, há uma série muito grande de variedades. A maior delas tem sua origem provavelmente no Oriente Médio. O Moscato Branco tem cachos e bagas grandes. Pode dar origem a vinhos secos ou licorosos, com grande tipicidade devida ao caráter varietal de moscato. O Moscato, produzido no Vale do São Francisco, possui cacho pequeno e bagas médias ou pequenas e destina-se especialmente à produção de espumante moscatel e vinho licoroso. Isso deve ao seu potencial de açúcar, sabor intenso e delicado de moscato. Principais descritores aromáticos: flores brancas e forte característica do sabor moscato.

Riesling Renano
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A variedade Riesling Renano, originária do Vale do Rio Reno, é mais difundida no mundo que a Riesling Itálico. Tem cachos e bagas pequenos. O vinho é de alta qualidade, agradável, de bom equilíbrio, açúcar, acidez e muito aromático. Pode ser utilizada, também, para a elaboração de excelentes vinhos licorosos quando a uva é supermadura ou quando apresenta podridão nobre. Principais descritores aromáticos: flores brancas, frutas - citrus, pêssego, damasco, masco, abacaxi, mel e minerais.

Pinot Grigio
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É uma variedade originária da Bourgogne, França. Possui película de cor "cinza", podendo ser mais intensa nas regiões meridionais. Amadurece quase na mesma época que a Pinot Noir. É uma variedade relativamente vigorosa, mas não muito produtiva. É adaptada a solos profundos, secos e bem expostos. Adapta-se bem ao frio, mas é sensível à podridão cinzenta e ao míldio. Possui cachos e bagas pequenos ou muito pequenos. O vinho resultande é branco, possante e encorpado. Principais descritores aromáticos: frutas de polpas brancas, melão e pêssego.

Peverella
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Esta casta, originária do sul do Tirol. É uma cultivar vigorosa que, entretanto, apresenta o inconveniente da alternância de produção. Chega a 30 t/ha em anos férteis e não atinge 10 t/ha nos anos menos produtivos. Apresenta boa resistência a doenças fúngicas, especialmente às podridões do cacho, e normalmente é colhida com 15°Brix a 16°Brix. Origina vinho de boa qualidade, normalmente utilizado para cortes. A área cultivada com `Peverella` vem decrescendo há vários anos por causa, principalmente, do declínio provocado por vírus e a sua alternância de produção, associados a um maior estímulo para o plantio de outras viníferas por parte da indústria vinícola.

Prosecco
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 É uma cultivar do norte da Itália, onde é utilizada para a elaboração de conceituado vinho espumante. Apresenta bom desempenho agronômico na Serra Gaúcha, porém, em virtude da precocidade de brotação, pode sofrer danos causados por geadas tardias em áreas susceptíveis. A exemplo do que ocorre na Itália, também aqui origina espumantes de boa qualidade.

Sémillon
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Sauternes, na França, é o berço da `Sémillon`. É a principal cultivar branca da região de Bordeaux, onde é utilizada principalmente para a elaboração de famosos vinhos licorosos naturais, como os das denominações Sauternes, Barsac e Montbazillac. É uma cultivar de vigor médio, produtiva e muito bem adaptada às condições da Serra Gaúcha. Aqui, origina vinho neutro, normalmente utilizado em cortes com outros vinhos finos, sendo também usado como varietal.

Trebiano
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Cultivar italiana da região de Toscana, a `Trebbiano` tem grande difusão no mundo vitícola. É bastante cultivada na Itália, onde origina vinhos brancos secos e participa da composição do Chianti. É extensamente cultivada na França para a elaboração de vinhos para a destilação em Cognac e em Armagnac, além de participar da composição de vinhos de várias denominações de origem. Também está presente nos vinhedos da Bulgária, Grécia, Austrália, África do Sul, Estados Unidos, México, Argentina e Uruguai. Faz parte da história do cultivo de viníferas no Rio Grande do Sul, tendo sido uma das primeiras castas desse grupo a serem cultivadas no Estado. Já na década de 1930 era a vinífera mais propagada na Serra Gaúcha, destacando-se pela sua adaptação e produtividade. Representou, até 1973, mais de 50% da uva vinífera branca produzida na região da Serra. Também é cultivada na região da fronteira, em Santana do Livramento, e no Vale do Rio do Peixe, em Santa Catarina. No Rio Grande do Sul, é utilizada para a elaboração de vinho varietal, normalmente comercializado com os nomes de `Ugni Blanc` ou `Saint Émillion`, para a produção de espumantes e para cortes com outros vinhos finos de mesa.

Gewurztraminer
gewurztraminer
Referências indicam a `Gewurztraminer` como uma mutação somática da `Traminer Blanc`, uma cultivar provavelmente originária do Tirol Italiano. Foi levada para a Alemanha no século XVI, onde teria sido denominada `Traminer Rother` (´Traminer Rosa`). Na Alemanha, na região do Palatinado, duas formas rosadas foram distinguidas pela seleção: a `Savagnin Rose`, não aromática, e a `Gewurztraminer`, aromática. É uma cultivar de difícil cultivo por causa da alta susceptibilidade ao declínio e morte de plantas e à podridão cinzenta da uva, causada por Botritys cinerea. Além disso, é uma cultivar de baixa produtividade. O vinho de `Gewurztraminer` é reconhecido internacionalmente pela fineza e intensidade de aroma e sabor. É um dos principais varietais produzidos na região da Alsácia, na França.

Malvasia Amarela
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`Malvasia Amarela` foi introduzida no Rio Grande do Sul pela Estação Experimental de Bento Gonçalves, em 1960, procedente da Estação Experimental de Caldas-MG, sob a denominação de `Malvasia de Lípari`. Na verdade, não é `Malvasia de Lípari`. Trata-se, possivelmente, da `Malvasia Bianca di Candia` descrita na ampelografia italiana. Demonstrou bom comportamento nos experimentos de Bento Gonçalves, sendo logo depois difundida nos vinhedos da região, principalmente neste município e em Garibaldi. Não se tem idéia exata da importância desta cultivar na região porque ela, assim como outras cultivares, é comercializada sob a denominação genérica `Malvasia`. É utilizada para a elaboração de vinho branco neutro, usado em corte com outros vinhos finos de mesa ou como vinho base para a elaboração de espumantes.

Malvasia Bianca
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A `Malvasia Bianca` foi introduzida no Rio Grande do Sul pela Estação Experimental de Caxias do Sul, em 1970, procedente da Universidade da Califórnia. Avaliada pela pesquisa, demonstrou bom desempenho produtivo na Serra Gaúcha, surgindo como uma alternativa de uva aromática para a região. A partir de unidades de observação instaladas no campo de testes da Cooperativa Vinícola Aurora Ltda e em propriedades de viticultores, começou a ser plantada comercialmente em meados da década de 1980. Origina vinho acentuadamente moscatel que pode ser comercializado como varietal, ser usado como fonte de aroma em cortes com outros vinhos ou ­servir como base para espumantes.

Riesling Itálico
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A origem da Riesling Itálico não está definida, pois se tem notícia de seu cultivo em vários países europeus como a França, Alemanha, Itália e Romênia. O cacho e a baga são pequenos ou médios. Elaborado com uva não suficientemente madura, o vinho tem pouco corpo e é ácido. Mas se a uva for madura, ele é equilibrado, delicado, agradável, fresco e aromático. Das duas Riesling é a mais cultivada no Brasil e seu vinho deve ser consumido jovem. Principais descritores aromáticos: flores brancas e frutas - citrus, maçã e abacaxi.

Malvasia Di Candia
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`Malvasia di Candia` é uma vinífera italiana, cultivada, sobretudo, nas regiões de Piacenza e Parma. Foi difundida no Rio Grande do Sul pela Companhia Vinícola Riograndense, que a cultivou nos municípios de Flores da Cunha, Caxias do Sul e Pinheiro Machado, para elaborar um vinho varietal suave, tipicamente aromático.

Malvasia Verde
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`A cor esverdeada da película da uva deu à `Malvasia di Lipari` a denominação regional de `Malvasia Verde`, utilizada na Serra Gaúcha. É uma antiga casta que, segundo a ampelografia italiana, deve ter sido levada por colonizadores gregos para a ilha de Salina, na Itália, por volta de 588 a.C.. É uma cultivar produtiva e resistente às podridões do cacho. Origina vinho branco neutro, normalmente utilizado para cortes com outros vinhos finos ou como vinho base para a elaboração de ­espumantes.

Viognier
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Viognier
É uma variedade originária das encostas do Rio Ródano, França. É de maturação média a tardia e se adapta bem em solos profundos mas não muito férteis. Tem brotação precoce, o que poe acarretar prejuízos quando exposta a geadas tardias. Possui certa resistência à maior parte das fúngicas. Possui cachos e bagas pequenos. Seu vinho é muito aromático, complexo e de qualidade. Pode ser alcólico e grao, mas, dependendo das condições, pode ter pouca acidez. Principais descritores aromáticos: flores brancas e frutas de caroço. ­

Níagara
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Cultivar de Vitis labrusca, a `Niágara Branca` foi selecionada do cruzamento ´Concord` x ´Cassady`, realizado no condado de Niagara, Nova Iorque, em 1868. Logo difundiu-se nos Estados Unidos, sendo ainda bastante cultivada naquele país como uva de mesa e para a elaboração de vinho e suco.  É utilizada principalmente como fonte de matéria prima para a elaboração de vinho, muito típico por suas características de aroma e sabor, amplamente aceito pelo consumidor brasileiro. Perdeu espaço como uva de mesa para a `Niágara Rosada`.

Níagara Rosada
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É uma mutação somática da `Niágara Branca`, detectada em parreiral do Sr. Antônio Carbonari, em 1933, no município de Louveira, São Paulo. Distingue-se da forma original, branca, pela intensa cor rosada das bagas. Difundiu-se rapidamente, substituindo a `Niagara Branca` como uva de mesa, em virtude de o consumidor brasileiro preferir uvas rosadas para consumo in natura. É Como resultado, já começa a aparecer no mercado em períodos de entressafra das regiões tradicionais, com perspectivas de grande expansão nos próximos anos. Além dos plantios comerciais, a `Niagara Rosada` apresenta ampla difusão em pequenos parreirais para consumo doméstico, devido a sua produtividade e rusticidade.

Goethe
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A cultivar difundida em todo o Rio Grande do Sul e em Santa Catarina sob a denominação `Goethe` ou alguma das sinonímias acima é, na verdade, uma cultivar de Vitis labrusca ainda não identificada, diferente da `Goethe`. Registros históricos dão conta que esta cultivar era plantada em várias regiões do Estado já nas décadas de 1920 e de 1930. Possivelmente, foi aqui introduzida juntamente com outras uvas americanas, como `Isabel` e `Concord`, na segunda metade do século XIX. Atualmente, as maiores concentrações de vinhedos desta cultivar estão nos municípios de Jaguari, onde origina um vinho típico regional, e de Farroupilha, onde também é utilizada para a elaboração de vinho característico. É uma cultivar muito rústica, resistente a doenças fúngicas e, normalmente, plantada de pé-franco. Também tem sido usada, em pequena escala, como porta-enxerto. Caracteriza-se pelo alto vigor, cachos pequenos soltos, bagas esféricas, rosadas, película espessa. As bagas, quando maduras, desprendem-se facilmente do engaço. Origina vinho branco intensa e tipicamente aromático, muito apreciado por alguns, detestado por outros. A verdadeira `Goethe` é cultivada em pequena escala, tanto no Rio Grande do Sul como em Santa Catarina, com o nome `Martha`.

Flora
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`Flora` é uma cultivar de Vitis vinifera, resultante do cruzamento `Sémillon` x `Gewurztraminer`, selecionada pelo Prof. H. P. Olmo, da Universidade da Califórnia. Foi trazida para o Rio Grande do Sul pela Estação Experimental de Caxias do Sul, em 1965. Destacou-se entre outras viníferas pelo comportamento produtivo e qualidade da uva obtidos nos experimentos conduzidos na Serra Gaúcha. Entretanto, os primeiros plantios comerciais desta cultivar no Estado foram feitos em Santana do Livramento, pela empresa National Distillers, em meados da década de 1970, onde também apresentou bom desempenho. Ganhou espaço nos vinhedos da Serra Gaúcha a partir de 1990. `Flora` é bastante resistente às podridões do cacho, porém, é sensível à antracnose. Apresenta elevado potencial glucométrico e acidez equilibrada. Tem sido usada para a elaboração de vinho branco varietal e também para espumantes, originando produtos de qualidade, com aroma e buquê característicos.

Tipos de Uvas e suas Características - Parte I

Uvas Tintas

Cabernet Sauvigno­n
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É uma antiga cultivar da região de Bordeaux, França, hoje plantada com sucesso em muitos países vitícolas. É uma uva de cultivar muito vigorosa e medianamente produtiva. Em vinhedos bem conduzidos obtêm-se uvas aptas à elaboração de vinhos típicos, que podem evoluir em qualidade com alguns anos de envelhecimento. Principais descritores aromáticos: pimentão verde, violeta, amora, cassis, ameixa, coco, baunilha, couro, cacau e tabaco.
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Merlot­ ­­
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É uma uva também originária da Região de Bordeaux. Possui cacho geralmente alado de tamanho médio e bagas pequenas. Quando elaborado com uva madura, seu vinho é redondo, aveludado, potente, rico em álcool e de coloração intensa. Devido à sua constituição fenólica, pode ser fermentado e amadurecido em barrica de carvalho. É um vinho que pode ser consumido puro ou cortado com outros varietais, principalmente, com o Cabernet Sauvignon. Principais descritores aromaáticos: os mais complexos lembram trufas e são frutados, com características de ameixa, cereja preta, framboesa e groselia.

Barbera
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`Barbera` é originária da região norte da Itália. Além de grande expressão em seu país de origem, a `Barbera` também é cultivada na Argentina e no Brasil. Foi introduzida no Rio Grande do Sul no início do século XX, e seu cultivo se difundiu na Serra Gaúcha, a partir de 1925. Foi a principal vinífera tinta da região até 1983. A partir daí, cedeu espaço para viníferas tintas francesas como ´Cabernet Franc`, ´Merlot` e ´Cabernet Sauvignon`. É uma cultivar produtiva e bem adaptada no Rio Grande do Sul. A uva normalmente atinge elevado teor de açúcar e apresenta acidez também elevada. É sensível às podridões do cacho, havendo prejuízos em anos chuvosos durante o período de maturação. Origina vinho rico em extrato, com coloração intensa e acidez elevada. Com estas características, a `Barbera` poderia ser uma boa opção de uva tinta para a região nordeste do Brasil.

Pinot Noir ­
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O berço da `Pinot Noir` é a Borgonha, na França, onde é utilizada para a elaboração de vinhos tintos de alto conceito. Também ocupa lugar de destaque na região da Champagne, originando, juntamente com a `Chardonnay`, os famosos vinhos espumantes da região. É uma cultivar precoce, de ciclo curto, e por isso muito difundida em vários países da Europa setentrional. Foi introduzida no Brasil há mais de setenta anos, permanecendo nas coleções ampelográficas das estações experimentais.

Pinotage ­
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´Pinotage`é resultante do cruzamento ´Pinot Noir`x ´Cinsaut`, realizado na África do Sul pelo Prof. Peroldt, em 1922. Ela só foi propagada para testes em áreas comercias em 1952, e em 1959 foi consagrada ganhando o concurso de vinhos jovens da cidade do Cabo. O nome ´Pinotage` é uma combinação dos nomes ´Pinot` com ´Hermitage`, sendo esta uma denominação usada para a Cinsaut na África do Sul. É produtiva, resistente a podridões do cacho e apresenta ótimo potencial glucométrico, atingindo, normalmente, 20ºBrix a 22ºBrix, com uma acidez total ao redor de 110 mEq/L. Origina vinho frutado, apto a ser consumido jovem.

Bonarda ­
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­bonarda
É uma cultivar da região norte da Itália. Com o incremento na difusão das viníferas francesas, a partir da década de 1970, a `Bonarda` foi desvalorizada no mercado, verificando-se rápida diminuição de sua área cultivada. É uma cultivar de brotação precoce, vigorosa e produtiva. Normalmente atinge boa graduação glucométrica, 19ºBrix a 20ºBrix, e origina ­vinho com boa cor e rico em extrato.

Cabernet Franc ­
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Cultivar francesa da região de Bordeaux. `Cabernet Franc` adapta-se muito bem às condições da Serra Gaúcha, é medianamente vigorosa e bastante produtiva, proporcionando colheita de uvas de boa qualidade, atingindo facilmente 18ºBrix a 20ºBrix, em vinhedos bem conduzidos. Origina vinho com tipicidade, apropriado para ser consumido ainda jovem. Em anos menos chuvosos durante o período de maturação o vinho é mais encorpado e tem coloração mais intensa, apresentando considerável evolução qualitativa com alguns anos de envelhecimento. Na região do Vale do Loire, na França, é utilizada para a elaboração de vinhos rosados de alta qualidade.

Gamay
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A Gamay é originária da Borgonha, frança. O cacho é pequeno e as bagas são de tamanho médio. O vinho geralmente jovem, fresco e com acidez relativamente elevada. O corpo é magro devido a uma franca composição em taninos. A cor varia de púrpura a violeta e sua intensidade é de média a fraca. É um vinho para ser consumida jovem, mas há produtos de qualidade e com características para o envelhecimento. Principais descritores aromáticos: frutas vermelhas, como o morango.

Syrah
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Syrah­
Também conhecida como Shiraz, há até pouco tempo sua origem era desconhecida. Entretanto, segundo estudos recentes feitos com DNA, é provavelmente o cruzamento natural entre as variedades Mondeuse Blanche (branca e originária do Departamento de Savoie) e Dureza (tinta e originária do Departamento de Ardèche) e provavelmente ocorrido na Região do Vale do Rio Rhône, França. O cacho é de tamanho pequeno a médio e as bagas são pequenas. Quando elaborado com uva madura, o vinho tem potencial alcoólico, é apto ao envelhecimento e de ótima qualidade. Possui cor intensa, é aromático, fino e complexo. É tânico, estruturado e com acidez adequada. Não confundir com a Petite Sirah que, também segundo estudos recentes com DNA, é uma denominação qua na Califórnia engloba ema série de variedades, como a Durif, Pelorsin e Pinot Noir. Principais descritores aromáticos: trufas, tabaco, alcaçus e frutas vermelhas - groselha, mirtilo e framboesa - floral e especiarias.

Tannat
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A Tannat é originária da Região Basca, sudoeste da França. Tem cacho grande e bagas médias ou pequenas. Hoje, é o vinho emblemático do Uruguai. É muito rico em compostos fenólicos, estruturado e de coloração muito intensa. Geralmente ácido, duro e nervoso. Se a uva é madura, o vinho envelhecido em barrica de carvalho torna-se relativamente redondo, mais suave e agradável. Sua coloração o credencia para ser usado tanbém em cortes com outros vinhos deficientes em cor. Tem características que permitem envelhecimento prolongado. Principais descritores aromáticos: frutas vermelhas, cassis, framboesa, ameixa e marmelo, caramelo e especiarias.

Tempranillo
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A Tempranillo é uma variedade originária de Rioja, Espanha, mas também em Portugal, com outras denominações. O tamanho do cacho varia de médio a grande e as bagas são médias. O vinho pode ser fino e complexo, é de boa qualidade, cor intensa e bem estruturado, mas geralmente com pouca acidez. Principais descritores aromáticos: frutas vermelhas - framboesa e morango - especiarias e tabaco.

Touriga Nacional

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Originária de Portugal, possui cachos e bagas de tamanho médio. É utilizada na elaboração dos vinhos do Porto de qualidade e, também, de vinhos não-licorosos. O vinho é complexo e potente, com bom corpo, boa estrutura fenólica, cor relativamente intensa, podendo ser envelhecida por longo tempo. Principais descritores armáticos: aroma frutado, principalmente, de cassis.

Sangiovese
sangiovese
A Sangiovese é originária da Toscana, Itália, possui cachos e bagas de tamanho médio. É utilizada na elaboração de vinhos Chianti e nos chamados Supertoscanos. É um vinho jovem para ser consumido no dia a dia, de corpo médio, tem uma cor vermelha rubino, tênue e agradável e de sabor enxuto e harmônico. Principais descritores aromáticos: Concentra aromas de amoras silvestres e carvalho.

Bordô ­
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É uma cultivar selecionada em Ohio, Estados Unidos, por Henry Ives, a partir de sementeira estabelecida em 1840. Tem importância comercial só no Brasil, onde foi introduzida em 1904, procedente de Portugal. Foi inicialmente difundida no Rio Grande do Sul, depois em Santa Catarina, Paraná e Minas Gerais. É uma cultivar muito rústica e resistente a doenças fúngicas, normalmente plantada de é-franco. A uva apresenta alta concentração de matéria corante, motivo principal de sua significativa difusão. Origina vinho e suco intensamente coloridos que, em cortes, servem para a melhoria da cor dos produtos à base de `Isabel` e de `Concord`. Participa, embora em pequena escala, do mercado de uvas in natura, sendo utilizada como uva de mesa e também para a elaboração de suco de uva caseiro.

Concord ­
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Tradicional cultivar de Vitis labrusca, a ´Concord` é originária de Massachussets, Estados Unidos, onde foi a uva mais popular no final do século XIX, sendo utilizada para consumo in natura e para a elaboração de vinho e de suco. É uma cultivar de alta rusticidade, normalmente cultivada de pé-franco e, muitas vezes, dispensando tratamentos com fungicidas. Para a obtenção de boas produções comerciais, entretanto, normalmente são feitas algumas pulverizações. ´Concord` é relativamente precoce, medianamente vigorosa e bastante produtiva quando bem cultivada. O teor de açúcar é baixo, entre 13ºBrix e 16ºBrix. Entretanto, pelas suas características de aroma e sabor, ainda é a cultivar preferida para a elaboração de suco.

Isabel ­
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A `Isabel` é tida como um híbrido natural de Vitis labrusca x Vitis vinifera. Segundo registros, originou-se de semente na Carolina do Sul, Estados Unidos, antes de 1800. Daí foi levada para o norte por Isabella Gibbs, expandindo-se rapidamente na costa leste do país. `Isabel` é uma cultivar de alta fertilidade e rusticidade, proporcionado colheitas abundantes com poucas intervenções de manejo. Tem o sabor característico das labruscas, adaptando-se a todos os usos: é consumida como uva de mesa; usada para a elaboração de vinhos branco, rosado e tinto, os quais, muitas vezes, são utilizados para a destilação ou para a elaboração de vinagre; origina suco de boa qualidade; pode ser matéria prima para o fabrico de doces e geléias.

Fontes: CD Cadastro Vitícola Embrapa Uva e Vinho; Manual do Vinho